segunda-feira, 2 de julho de 2018

RARIDADES SOBRE A ESTRADA DE FERRO CENTRAL DO RIO GRANDE DO NORTE



       Quando você acha que nada mais há sobre o que você  mais pesquisa eis que surge como por encanto as imagens a seguir, raridades raríssimas ( com o perdão do pleonasmo) sobre a Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte.As imagens foram postadas na página de Junior Oliveira a quem agradecemos pela pesquisa e achamento dessas relíquias.     
        Para se entender as imagens a seguir necessário se faz o texto a baixo para situar o dileto leitor no contexto.
A estrada de ferro do Ceará-Mirim
         Uma ferrovia que ligasse  a capital ao vale do rio Ceará-Mirim era uma aspiração antiga dos produtores da região.
         Inicialmente foi levantada a hipótese de se construir a ferrovia como um ramal da Estrada de Ferro Natal a Nova Cruz ainda no período imperial, tendo sido aprovado o projeto, porém nenhuma empresa se habilitou a construir o ramal mesmo com as garantias de juros de 7% dado pelo governo imperial.
         Já na República o governo estadual do Rio Grande do Norte deu uma concessão para se construir a Estrada de Ferro do Ceará-Mirim.O  projeto da Estrada de Ferro de Ceará-Mirim achava-se aprovado em 1890 e pronto para começarem os serviços de sua construção (GAZETA DO NATAL, 16/08/1890 p. 2).
            A ferrovia teria 43,12 km e ligaria a capital potiguar ao vale do Ceará-Mirim, vale este de aptidão agrícola da cultura da cana-de açúcar e que naquele vale era plantada e beneficiada em diversos engenhos e usinas.Segundo dados oficiais o vale do Ceará-Mirim era em todo Rio Grande do Norte a região que concentrava maiores elementos de prosperidade agrícola.
Características técnicas
         Segundo o projeto da estrada de ferro de Ceará-Mirim a ferrovia constava de estações em Natal, na margem esquerda do rio Potengi, Ceará-Mirim e Paraíso e paradas em Aldeia Velha, vila de Extremoz, Raposa e Cruzeiro.Em Ceará-Mirim seriam construídas as oficinas.
         Haveria na ferrovia obras de arte importantes tais como: ponte-trapiche na Coroa com 100 metros de comprimento e 10 de largura onde os navios poderiam atracar e serem abastecidos, uma ponte viaduto em Extremoz e ponte sobre o rio Ceará-Mirim.O orçamento da construção foi de 1.405:000$000.
         A Comissão de Construções, empresa que havia ganhado a concessão pouco avançou nos trabalhos o que ocorreu a rescisão do contrato por que a empresa não cumpriu o prazo para finalizar a obra.A construção da ferrovia ficou então paralisada.
A Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte
A lei 1.145, de 31 de dezembro de 1903, autorizou o governo a mandar proceder aos estudos duma estrada que, partindo do ponto mais conveniente do litoral do estado do Rio Grande do Norte, fosse ter aos sertões desse estado, penetrasse nos da Paraíba, Pernambuco e Ceará, e aí, ligando-se à Estrada de Ferro de Baturité, no ponto mais conveniente, completasse em parte o plano geral de viação férrea do Norte do Brasil.
         Feitos esses estudos, verificou o governo que a linha férrea de penetração que mais convinha aos interesses gerais era a que fosse construída em prolongamento da antiga Estrada de Ferro de Natal a Ceará-Mirim, já então estudada, não só por ser o porto de Natal o mais apropriado para centro de convergência da futura rede de estradas de ferro do Rio Grande do Norte, como também por ser esse traçado o que melhores condições técnicas apresentavam, como se verificou dos estudos de reconhecimento efetuados em diversos vales dos principais rios da região.
         Pelo decreto nº 5.703 de 4 de outubro de 1905, foram então aprovados o projeto geral da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte e os estudos definitivos do primeiro trecho, cuja construção foi imediatamente iniciada pelo governo.
A intenção do governo federal  ao criar a Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte era fornecer trabalho aos retirantes que se amontoavam em Natal fugidos da grande seca daquele ano.
Uma comissão chefiada pelo engenheiro Sampaio Correia chegou a Natal em 1904 para se iniciar a elaboração do projeto da ferrovia.
         A comissão achou que o traçado mais viável para a EFCRN seria o traçado que já havia sido iniciado pela Estrada de Ferro de Ceará-Mirim, ou seja, partindo da margem esquerda do rio Potengi passando por Igapó ou Aldeia Velha atingindo Extremoz e chegando ao vale do Ceará-Mirim na cidade homônima. O que a comissão de Sampaio Correia fez foi apenas acrescentar o traçado além de Ceará-Mirim projetando a ferrovia para alcançar a região do seridó tendo como ponto final a cidade de Caicó
         A comissão de construção da EFCRN havia executado até o mês de julho de 1905 obras importantes para o assentamento do leito da estrada de ferro de Ceará-Mirim.
        A construção da Coroa estava avançada e deveria em breve ficar pronta, foram concluídas as muralhas do aterro do Salgado, ficaram prontos bueiros na estaca 618x13 e o pontilhão do sangradouro do açude do Vilar na estaca 379x45 (A NOTICIA, 22/08/1905, p. 2).
      No km 4 foi construída uma caixa d’água com moinho de vento para acionamento da bomba de alimentação de fornecimento de agua. A ponte de Extremoz foi concluída e iniciada a colocação do estrado menor já bem adiantado. Do corte nº 1 foi extraído cerca de 4,5 toneladas de terras (A NOTICIA, 22/08/1905, p. 2).
 A Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte foi oficialmente inaugurada em 13/06/1906 com a presença do então presidente da República Afonso Pena.
  Como visto a EFRCN aproveitou a estrutura já iniciada da Estrada de Ferro do Ceará-Mirim[1].

A estação de Extremoz
A estação de Extremoz foi construída no km 21 da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte tendo sido inaugurada em 13/06/1906.
A época Extremoz era um distrito de Ceará-Mirim, embora sua edificação remontasse ao século XVII, quando ali foi criada uma aldeia missionária pelos padres da Companhia de Jesus, os jesuítas, com o intuito de catequizar os índios que tinha ali suas tabas.
 Extremoz alcançou autonomia política e administrativa somente em 1963, de modo que a estação passa a ser efetivamente deste município a partir desse ano, antes disso era pertencente ao município de Ceará-Mirim. 
     Os seus habitantes mantinham-se de pequenas lavouras cultivadas a margem da lagoa que lhe dava nome. Já havia alcançado a condição de vila e sede do município, na época da chegada da ferrovia, achava-se em decadência.
       A lagoa de Extremoz era o principal atrativo do então distrito de mesmo nome, com seus 18 km de extensão. As construções antigas do século XVII, como  a igreja e o antigo convento dos jesuítas estavam em ruínas, causado pelo a abandono, fruto da transferência da sede municipal e da paróquia.
 O distrito de Extremoz tinha em 1906 cerca de 60 casas e 300 habitantes.
Sobre a inauguração da estação ferroviária de Extremoz
A estação de Extremoz fazia parte da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte-EFCRN, posteriormente Estrada de Ferro Sampaio Correia-EFSC, e está situada no km 21 da ferrovia. A inauguração ocorreu em 13/06/1906, na época Extremoz ainda era distrito de Ceará-Mirim.
A solenidade de inauguração do trecho entre Natal e Ceará-Mirim na qual foi inaugurada a estação de Extremoz teve início as 09h30min do dia 13/06/1906, ao ato esteve presente o então Presidente Afonso Pena e assistido pelo governador, chefes de repartições públicas e grande número de convidados.
Do relato da inauguração de Extremoz nos jornais locais tem-se o seguinte “O ato teve lugar na parada de Extremoz, onde serviu-se uma mesa de finas massas, doces, vinhos, champanhe, café etc” (DIÁRIO DO NATAL, 14/06/1906, p. 1). O engenheiro Carneiro da Rocha proferiu importante discurso findo o qual declarou inaugurada a estrada.
Depois de inaugurada a estação e Extremoz partiu o trem para a cidade de Ceará-Mirim e de lá a comitiva retornou a Natal as 16h30min.
A estação de Ceará-Mirim
        A estação da cidade de Ceará-Mirim foi inaugurada em 13 no km 39 da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte.
O município compreendia os distritos de Ceará-Mirim, Extremoz, Capela, Genipabu, Carnaubal e Muriú. A paróquia dedicada a Nossa Senhora da Conceição. Sede comarca. Cultivava-se extraordinariamente a cana de açúcar. A população era de 26.000 habitantes e 796 eleitores.
       A cidade sede do município, se situa a margem direita do rio com o mesmo nome, foi elevada a esta categoria em 09/07/1882, tinha 680 casas, 2.720 habitantes.
    Os distritos tinham a seguinte demografia: Extremoz: 60 casas e 300 habitantes; Genipabu: 30 casas e 180 habitantes aproximadamente; Jacumã: 42 casas e 220 habitantes; Muriú: 55 casas e 330 moradores; Queri: 31 casas e 150 moradores; Capela: 40 casas e 26 moradores e Jacoca: 35 casas e 180 moradores.
     O município possuía 2.800 km² de extensão. Limitava-se a época com Touros ao norte, a leste com Oceano Atlântico, São Gonçalo a sul e Taipu a oeste.
Economia
O município era considerado o mais fértil do estado, onde se cultiva em grande escala além da cana de açúcar, feijão, milho e algodão.
O grande vale do Ceará-Mirim devidamente cultivado seria uma fonte perene de recursos para os sertanejos nos tempos de calamidade, porém, havia grande falta de investimentos, sobretudo de capitais, onde a lavoura se achava em verdadeira penúria de longo tempos.
  No vale havia 51 engenhos onde se fabricavam açúcar, rapadura, mel e aguardente, destes, 34 eram movidos a vapor e 17 por tração animal. Havia 100 casas de farinha e uma fabrica de descaroçar algodão movido a vapor. O plantio de cereais e outras culturas era feito em cerca de 400 roçados que em épocas de invernos regulares a safra atingia a marca de 200 mil sacos, a de algodão 2.000 sacos, 2.000 de milho e feijão.
 Com relação ao comércio havia a importação de fazendas, ferragens e gêneros de estivas, com movimentação em torno de 300 contos. Existiam 35 estabelecimentos comerciais e uma fundição.


                                          Estação Natal
Imagem original da estação Natal

Imagem editada para mostrar melhor os detalhes da estação

imagem original da estação Natal
imagem editada da estação Natal


   
        A estação Natal era a estação inicial da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte, localizada na margem esquerda do rio Potengi, como visto nas imagens ela ficava sobre um aterro que foi feito no mangue de onde partia o leito da ferrovia em direção a então vila de Igapó ou Aldeia Velha como também era conhecida Igapó. A estação Natal também era conhecida como estação da Pedra Preta, do Padre ou Coroa.
        A estação Natal foi inaugurada em 08.12.1890 conforme indica o jornal Gazeta de Natal, segundo o qual no ato da inauguração da Estrada de Ferro de Ceará-Mirim "a concorrência de povo e de cidadãos importantes à estação da Coroa foi enorme ou antes foi esplendida"( GAZETA DO NATAL, 1890,p.2), ainda segundo o mesmo jornal ali foi servido um "lauto almoço oferecido a todos os convivas que se dignaram assistir aquela ruidosa festa do trabalho, progresso e civilização"( GAZETA DO NATAL, 1890,p.2)
Para fazer a travessia da margem esquerda para a margem direita (cais da Tavares de Lira na Ribeira) a EFCRN adquiriu um balsa onde eram feitos os traslados dos passageiros de uma margem a outra, assim como as mercadorias.Essa situação vigorou até a inauguração da ponte de Igapó em 1916.


                                         Estação Igapó
Imagem original da estação Igapó
                                                     
Imagem editada da estação Igapó.


        Segundo o site http://www.estacoesferroviarias.com.br a  estação de Igapó foi inaugurada em 1915 localizada em terra firme no alto de uma colina na zona norte de Natal, no entanto, o jornal A República já cita a estação da Aldeia Velha em 1907 como parada da EFCRN (A REPÚBLICA, 1907, p.1), ou seja já havia uma estação no Igapó anterior a 1915.

                                                       Ponte sobre o rio Salgado
Imagem original

imagem editada

         O rio Salgado é um braço de rio do Potengi e para se prosseguir a ferrovia teve que ser feito um aterro e uma ponte sobre o rio em direção a Extremoz.



                                                             Estação Extremoz
Imagem original
Imagem editada.
         Como visto a cima na inauguração da estação de Extremoz serviu-se uma mesa de finas massas, doces, vinhos, champanhe, café etc” (DIÁRIO DO NATAL, 14/06/1906, p. 1).Na imagem a cima vê-se que há apenas uma estrutura de cobertura em madeira sobre uma plataforma onde se indica que não seria adequado servir um banquete no ato da inauguração que contaria com a presença do presidente da República.
        A conclusão que se chega é que se trata de uma estação ‘provisória’, em construção anterior a inauguração de 13.06.1906.

                                           Viaduto de Extremoz
Imagem original
Imagem editada.
              O viaduto da EFCRN em Extremoz foi erguido no sangradouro da lagoa de Extremoz.Notem ao lado a caixa d'água onde eram abastecidos os trens de locomotiva a vapor e mais tarde com vagões que levavam água para o ser~toa em períodos de secas.A caixa d'água da EFCRN também a tendia a população de Extremoz que foi uma das primeiras localidades do interior do RN a ter um sistema de abastecimento de água feito pelo engenheiro Sampaio Correia da EFCRN com a intenção de se candidatar a deputado federal como de fato o foi e se elegeu.


Imagem original
Imagem editada.



         Igualmente com a de Extremoz a estação de Ceará-Mirim foi inaugurada em 13.06.1906.Notem que os trilhos e os dormentes ainda estavam sendo colocados, de onde podemos concluir que se trata de uma imagem anterior a inauguração.



[1] “do Ceará-Mirim” porque se refere ao vale e não só a cidade, ou seja, a ferrovia seria para todo o vale do rio Ceará-Mirim.

sexta-feira, 18 de maio de 2018

TAIPUENSES ILUSTRES. PADRE JOÃO BORGES DOS SANTOS FILHO



 Na nossa série sobre taipuenses que se destacam ou se destacaram pelo Brasil a fora apresentamos a seguir a biografia de um taipuense que se destaca na atualidade na diocese de Juazeiro-BA, diocese e cidade banhada pelo rio São Francisco.Trata-se do padre  João Borges dos Santos Filho.
Natural  de Taipu-RN, o padre João Borges dos Santos Filho nasceu e cresceu na Rua São Francisco.
Padre João Borges dos Santos Filho nasceu no dia 04 de agosto de 1968. Foi batizado no dia 17 de agosto do mesmo ano, na matriz de Nossa Senhora do Livramento em Taipu-RN. Fez a 1ª Eucaristia no dia 25/11/1976 na Matriz de Taipu-RN. Foi Crismado na Capela do Coração de Jesus na cidade de Poço Branco-RN; no dia 26/10/1987.
Filho de João Borges dos Santos e Maria Guedes do Carmo. Ele funcionário Público Estadual, lotado no DER e ela agricultora. Padre João Borges tem 12 irmãos: 06 homens e 06 mulheres. Iniciou seus estudos aos 07 anos na Escola Estadual Profª Clotilde de Moura em Taipu-RN. O 2º grau, 1º e 2º ano do Magistério, foi na Escola Estadual Adão Marcelo da Rocha em Taipu-RN. A conclusão foi na Escola Cenecista Nestor Marinho em Nova Cruz-RN; no Seminário menor da Arquidiocese de Natal, no ano de 1988.
Em 1989 iniciou a filosofia pelo Seminário maior Arquidiocesano de Natal. Em 1990 saiu do seminário para ajudar a família. Trabalhou no supermercado Nordestão em Natal e em 1991 lecionou em Taipu e Poço Branco-RN. Lecionou nas Escolas: Escola Estadual Profª Clotilde de Moura em Taipu-RN, na Escola Estadual Adão Marcelo da Rocha em Taipu-RN, na Escola Joaquim Nabuco em Taipu e em Escolas de Poço Branco-RN. Também trabalhou por 05 anos como Professor e assessor na Prefeitura Municipal de Taipu.
Entrou no Seminário Arquidiocesano de Natal em 1988, onde ficou dois anos. Em 1996 volta ao seminário, agora como Religioso de São Vicente de Paulo em São Gonçalo do Amarante-RN. Em São Gonçalo do Amarante foi Aspirante nesta Congregação e se dedicou ao trabalho Pastoral com a Juventude da Paróquia, assessorando os grupos da PJMP. “Tempo de muita atividade. Uma efervescência da Juventude”, conta o Pe. João Borges.
No ano de 1997 foi transferido para João Pessoa/PB como Postulante na Congregação onde deu continuidade aos estudos filosóficos no SAPIC: Seminário Arquidiocesano da Paraíba Imaculada Conceição. Morou no Centro de João Pessoa, próximo a Catedral Metropolitana da Paraíba.
 No ano de 1998 se transferiu para a Diocese de Juazeiro/BA, continuando a estudar no SAPIC a Teologia. Formado em Filosofia e Bacharel em Teologia. 
No ano de 2001 foi ordenado Diácono em Pilão Arcado/BA, no dia 12 de junho. Em 2001 foi morar no Seminário Arquidiocesano de Bayeux-PB, onde acompanhava os seminaristas nos estudos de filosofia.
Em 2002 fez estágio Diaconal em Pilão Arcado-BA, onde foi ordenado Presbitério em 12 de junho pelo Bispo D. José Rodrigues de Souza.
Celebrou sua primeira Missa na Matriz de Nossa Senhora do Livramento em Taipu-RN, no dia 21 de junho de 2002. Lembrou  o Pe. João Borges que o Pároco de Taipu á época era Pe. Claudio Régio da Silva Bezerra, que organizou uma festa lindíssima e o Sr. Aluisio Viana de Miranda recepcionou a todos com um jantar em sua residência.
Participaram da primeira Missa do Pe. João Borges dos Santos Filho, 17 padres concelebrantes de Natal, João Pessoa-PB e da Bahia e 32 seminaristas vindo de diversas Dioceses. O povo de Deus de Taipu, Poço Branco, Natal, Touros, Caraúbas e diversas outras comunidades estiveram presentes.
D. José Rodrigues o nomeou vigário de Casa Nova-BA, tomando posse no dia 01 de julho de 2002 naquela cidade, sendo esta sua primeira paróquia com padre ordenado.
Ficou em Casa Nova até o dia 02 de junho de 2006, “04 anos de muito trabalho, com a graça de Deus e ajuda dos cristãos disse o Pe. João Borges. Em sua missão em Casa Nova-BA conseguiu vários terrenos para construções de Igreja e salões paroquiais, tanto na sede como na zona rural de Casa Nova.
Transferido Sento-Sé-BA ali tomou posse na paróquia no dia 03 de Junho como Pároco, ficando como pároco de Sento-Sé até 01 de agosto de 2016.
A marca do Padre João Borges é trabalho. Em 10 anos como pároco de Santo Sé fez as seguintes construções:
Ø  Construção da Igreja do Imaculado Coração de Maria no bairro Vista Bela.
Ø  Construção da Igreja da Imaculada Conceição. Bairro Tombador (Existia uma pequena capela, foi derrubada e feita à atual).
Ø  Construção do Centro de Pastoral do Bairro Tombador. Construção da Igreja de Nossa Senhora de Fátima. Bairro Cícero Borges.
Ø  Melhoria na Igreja Matriz, inclusive arrumando a sala onde funciona a Secretaria paroquial (antes era na casa paroquial).  
Ø  Recuperação e Reforma geral no Centro de Pastoral da cidade. Acimentou toda a área interna e construiu um palco para apresentações teatrais e para fazer festas da comunidade.Quando chegou na paróquia ali  funcionava o batalhão da Policia Militar.
Ø  Construção do auditório D. José Rodrigues de Souza.
Ø Construção de 02 depósitos para guardar o material da festa de São José.
Ø  Aquisição do prédio onde funciona a Pastoral da Criança.
Ø  A paróquia ganhou um terreno para construir o Centro de pastoral do Bairro Bela Vista em frente à Igreja do Bairro.
Ø Reforma geral na casa paroquial com a construção de todos os muros, acimentando todo o quintal, construção de uma cozinha para eventos, construção de 02 banheiros, colocação de 06 caixas d’água. Reforma interna na casa, pois havia 02 áreas, foi feito quartos, feito um salão no 1º andar, retirando as paredes internas no 1º andar. Construção de uma área de lazer e local para fazer reuniões. Melhorias nas garagens. Pinturas. Iluminação, etc...
Ø Reforma na Igreja da Itapera. (trabalhando para ampliação da Igreja).
Ø  Construção do Centro de Pastoral da Itapera.
Ø  Reforma da Igreja da Aldeia.
Ø  Reforma da Igreja do Pascoal/Limoeiro.
Ø  Reforma da Igreja do Tombador de Cima.
Ø  Reforma da Igreja do Retiro de Baixo.
Ø  Reforma da Igreja do Retiro de Cima.
Ø  Reforma da Igreja do Cajui.
Ø  Reforma da Igreja da Volta da Serra.
Ø  Reforma da Igreja da Ponta D’água.
Ø  Construção do Centro de Pastoral do Retiro de Baixo.
Ø Adquiriu um terreno para a construção do Centro de Pastoral do Pascoal/Limoeiro.
Ø  Adquiriu um terreno 50mX50m para construir a Igreja de Santo Argemiro no Pacoal/Limoeiro e uma área para fazer serviços comunitários no Pascoal/Limoeiro.
Ø Adquiriu um terreno para a construção do Centro da comunidade do Riacho dos Paes.
Ø  Reforma da Igreja do Riacho dos Paes.
Ø  Reforma da Igreja da Quixaba.  
Ø  Reforma da Igreja do Bazuá.
Ø  Reforma da Igreja do Piçarrão.
Ø  Reforma da Igreja do São Pedro.
Ø Reforma da Igreja do Junco incluindo a colocação do  forro.
Ø Está trabalhando na ampliação da Igreja do Piri.
Ø  Construção do Santuário de São Lourenço no Brejinho.
Ø  Construção da Igreja do Brejo da Brasida.
Ø Compra de Material litúrgico e cadeiras para todas as Igrejas.
Ø  Compra de um carro Fiat Uno ano 2006 para a paróquia.
Ø  Compra de um carro L200.
Ø  Compra de um carro Estrada, Ano 2013.
Ø  Restauração de todas as Imagens de Madeira da Matriz e varias do interior.
Ø Iniciou uma campanha para a reforma da Matriz de Sento-Sé, realizando dois bingos para a referida reforma, além das ajudas particulares.
Se somadas foram 40 obras durante o período em que atuou como pároco.
Em 2017 exerceu a função de vigário paroquial da Catedral diocesana de Juazeiro-BA.
Em 24 de fevereiro de 2018 tomou posse em Casa Nova/BA, como vigário daquele Município Baiano, com a incumbência de criar uma nova Paróquia no distrito de Pau a Pique-BA, sob a proteção de São Sebastião, Padroeiro da Área Pastoral.
Agradecemos a colaboração do padre João Borges dos Santos Filho pela solicitude em nos fornecer as informações sobre sua biografia e atuação na diocese de Juazeiro-BA, onde fazemos votos de auspiciosos êxitos em sua missão pastoral a exemplo do que já realizou em seus 16 anos de ordenação sacerdotal.







Arquivo pessoal do padre João Borges.

     

quinta-feira, 10 de maio de 2018

UM DOS MAIORES IMBRÓGLIOS POLÍTICOS DE TAIPU


O caso envolvendo o prefeito Geraldo Lins de Oliveira, seu vice Luis Faustino e a Câmara de Vereadores de Taipu entre 1978 e 1979 foi um dos mais emblemáticos conflitos políticos da política local.Enquanto não se resolvia o imbróglio político a cidade estava entregue a própria sorte esperando uma solução.

O caso
Tudo começou quando o prefeito Geraldo Lins teve uma trombose súbita no meio da rua no dia 20/08/1978, levado as pressas para o hospital ficou internado por 26 dias. Enquanto esteve internado a prefeitura foi entregue aos funcionários e de acordo com a lei vigente a época quando o prefeito se ausentasse por mais de 30 dias sem autorização da Câmara de Vereadores perderia o mandato.
No 28º dia alguns vereadores pegaram Geraldo Lins no colo e o levaram a prefeitura, onde assinou o seu ponto, sendo levado a seguir para o hospital onde lá permaneceu por mais 30 dias, segundo o vice-prefeito Luis Faustino do Nascimento e  20 e poucos dias segundo  o prefeito Geraldo Lins e o presidente da Câmara a época José Alves Ribeiro.
Luis Faustino foi aconselhado pelo seu advogado Ney Lopes de Souza e pelo tabelião Aluízio Viana de Miranda a assumir o cargo  enquanto o prefeito se encontrasse ausente, foi o que fez o vice-prefeito com o respaldo  da Justiça.Em contrapartida, os funcionários abandonaram a prefeitura, liderados pela tesoureira, Maria do Livramento Santos e com a ordem da Câmara de Vereadores, fazendo com que Luis Faustino estivesse por mais de 20 dias na prefeitura vazia.
Entrando com uma ação judicial, a Câmara de Vereadores de Taipu, tentou cassar o mandato do vice-prefeito, que por sua vez entrou com um mandato de segurança obtendo na justiça a determinação para que a Câmara  declarasse vago o cargo de prefeito e o empossasse assim como a ilegalidade de qualquer ato da Câmara cassando seu mandato.
A Câmara de Vereadores negou-se a cumprir a ordem judicial alegando que o juiz não tinha poder para cassar o mandato de prefeito mas sim somente a Câmara poderia fazer tal coisa.
Essa era a situação até aquela data. O prefeito Geraldo Lins continuava no cargo e o vice-prefeito havia se mudado para Ceará-Mirim onde aguardava o desenrolar do processo na justiça.
Segundo o ex-presidente da Câmara, José Alves Ribeiro, a Câmara havia impedido a posse do vice-prefeito alegando que este teria invadido a prefeitura enquanto o prefeito Geraldo Lins se encontrava no hospital internado, sem autorização da Câmara.Ele também havia dito que  Geraldo Lins não havia se ausentado por mais de 30 dias, porque sempre aparecia na prefeitura carregado ou não, por volta do 28º dia durante todo tempo em que esteve doente, sendo assim não havia respaldo legal para cassar seu mandato.

Geraldo Lins se defende
Já o prefeito Geraldo Lins alegava que não deu posse ao vice-prefeito Luis Faustino durante o tempo em que esteve doente porque este nunca foi pedir e porque ele poderia voltar logo a assumir a prefeitura segundo lhe afirmavam os médicos.
Geraldo Lins ainda negou ao jornal Diário de Natal que a prefeitura estivessecomandada pela tesoureira Maria do Livramento Santos, que não permitia que o vice-prefeito não assumisse para que este não ficasse sabendo da verdadeira situação da prefeitura e para onde iria o dinheiro dela, negou também que favorecesse alguns vereadores com sistemas de vales para que os funcionários comprassem no comércio mantido pelo presidente da Câmara Walter Soares de Miranda, pelo dobro do preço cobrado em outros locais e que a cidade se encontrasse abandonada porque suas condições físicas não permitiam que ele pudesse administrar com firmeza a prefeitura.
Geraldo Lins afirmou que conservava o senso, que poderia conversar e resolver todos os problemas administrativos como se gozasse de saúde perfeita ‘pois o que é preciso é que o prefeito saiba adinistrar, que tenha o seu senso perfeito, então está apto para governar, e é assim que me encontro’ afirmou Geraldo Lins.
Geraldo Lins disse ainda ao referido jornal que depois de ficar doente já havia feito diversas benfeitorias na cidade, como encomendar água, já que não havia água encanada na cidade, estava construindo um posto de saúde, uma praça e um matadouro.

O contraditório
Contradizendo o que afirmara o prefeito Geraldo Lins o vereador Sebastião Ferreira da Cruz, que apoiava o vice-prefeito Luis Faustino, fez um retrato nada animador da cidade e do município.
Afirmava ele que o município estava entregue a sua própria sorte, pois o dinheiro da prefeitura só beneficiava os vereadores José Alves Ribeiro, Walter Soares de Miranda e Emanoel Romeiro Cavalcanti, que segundo ele, eram os vereadores que mais falavam e combatiam o prefeito, e que depois que ele arranjou uma ‘bocas’ para eles passaram a apoiá-lo.
A cidade quando chovia era lama pura, afirmava o vereador Sebastião Ferreira da Cruz, disse ainda que não havia saneamento básico, rede de esgoto, nem água encanada, sendo esta retirada de cacimbas ou de poço e água para beber e era comprada a Cr$ 15,00 por 40 litros.
As estradas carroçáveis que ligava o município a outros da região estavam se fechando por falta de manutenção, as escolas estavam semi destruídas, o médico que ganhava Cr$ 6.500,00 por mês para vir ao município 4 vezes por mês quando vinha ficava bebendo com uma amiga do prefeito e não atendia ninguém, as ruas estavam cheias de buracos.Segundo o vereador Sebastião Ferreira da Cruz a cidade era a própria imagem do abandono porque o prefeito Geraldo  Lins não tinha mais condições de saúde para administrar estando todas as pessoas que orbitavam junto ao prefeito administrando a prefeitura segundo o vereador.

O que alegava o vice-prefeito
Já o vice-prefeito alegava que ficou provado que não houve arrombamento da prefeitura de sua parte que segundo ele a prefeitura estava constantemente aberta o que fez com que o capitão Galvão  enviado pela Secretaria de Segurança, para constatar o arrombamento, deu até um alerta para o presidente da Câmara Walter Soares de Miranda, dizendo que uma prefeitura não poderia ficar da forma que estava, constantemente aberta, exposta a curiosidade pública, por conter documentos importantes para a cidade, disse Luis Faustino.
Ainda segundo Luis Faustino disse ao jornal Diário de Natal, a cidade se encontrava na maior esculhambação, com todo mundo mandando na prefeitura, porque o prefeito é tão bom que até se torna ruim, porque não conseguia impedir que fizessem com ele tudo o que queriam.
Luis Faustino disse ainda que estavam impedindo que ele assumisse a prefeitura porque era uma pessoa firme, que tinha força, língua afiada e não tinha medo de denunciar o que estava errado. Segundo disse Luis Faustino o dinheiro da prefeitura desaparecia  e ninguém sabia para onde ia, e segundo ele, só poderia saber para onde ia o dinheiro da prefeitura caso ele entrasse na prefeitura, e era por esse motivo que não o deixavam entrar na prefeitura.Para Luis Faustino o prefeito Geraldo Lins não era má pessoa mas que não tinha  mais condições de saúde para administrar.
Luis Faustino aguardava a decisão judicial alegando que estava passando por dificuldades financeiras pois não estava recebendo seu salário de vice-prefeito, alem de muitas pressões que o obrigaram a se mudar para a cidade de Ceará-Mirim.

A cidade
Segundo o jornal a cidade de Taipu era uma cidade quente, esburacada e monótona. Os 15 mil habitantes do município viviam da criação de gado e agricultura de cereais e algodão.Além dos problemas citados pelo vereador Sebastião Ferreira da Cruz, a cidade não oferecia muito o que fazer aos jovens. Não havia cinema, tinha dois clubes que funcionam nos fins de semana com ritmos de discoteca e segundo uma jovem da cidade ‘ a gente só faz fofocar e ver televisão, porque não tem o que fazer’. Os homens trabalhavam, conversavam entre si e jogavam buraco.
A cidade tinha um médico, um hospital maternidade, um dentista que atendia 4 vezes por mês, três grupos escolares, os quais ofereciam ensino de 1º grau [ que segundo o vice-prefeito estavam parados].Não havia água encanada na cidade, sendo esta retirada de um poço movido a moinho de vento, no entanto, o moinho não estava funcionando.

A matéria foi publicada no jornal Diário de Natal em 06/03/1979, p. 7.


Os personagens dessa histórias

Fonte, Diário de Natal, 06/03/1979, p. 7.


OBS. O texto a cima foi a transcrição por nós encontrada da matéria feita pelo referido jornal Diário de Natal o qual havia enviado um repórter para Taipu para cobrir o fato que se desenrolava na cidade o qual gerou uma extensa matéria jornalistica na qual foram expostas as opiniões de todos os lados.
Para efeito de publicação neste nosso blog fizemos uma síntese do que foi publicado no referido jornal, não retiramos nem acrescentamos nada além do que foi escrito no jornal, tão pouco emitimos no texto e pós-texto por nós publicado qualquer opinião ou juízo de valor a cerca do fato relatado ou das pessoas citadas.A intenção foi apenas relatar um fato histórico que é público e notório em Taipu e até hoje lembrado pelas pessoas da época do desenrolar de tais fatos.
Como o espaço é democrático e a finalidade do mesmo é suscitar o debate de ideias as pessoas citadas nesta postagem ou seus familiares tem todo o direito de se manifestarem bastando para isso entrar em contato conosco.