quinta-feira, 26 de julho de 2018

A DESOBSTRUÇÃO DO RIO CEARÁ-MIRIM EM 1910

      A desobstrução do rio Ceará-Mirim foi uma obra da Inspetoria de Obras Contra as Secas-IFOCS, atual DNOCS ( departamento Nacional de Obras Contra as Secas) na 2ª seção de Natal no ano de 1910 para aproveitamento das águas e uso racional das terras do vale cujo produtores do vale do rio Ceará-Mirim reclamavam das constantes inundações no vale.

Visita do governador Alberto Maranhão ao rio Ceará-Mirim
              
    Na foto a cima vê-se o governado Alberto Maranhão em visita de inspeção as obras de desobstrução do rio Ceará-Mirim em 1910.Na época da visita o canal provisório tinha 0,80cm de profundidade e 9,0m de largura e 1,8 km de extensão. A obra tinha por finalidade o rompimento da coroa dos Passarinhos para o escoamento do bacia do Periperi.A coroa dos Passarinhos era um dique natural que represava as águas do rio por muitos quilômetros o que impedia o aproveitamento de grande extensão das terra férteis do vale


Aspectos da obras do canal do rio Ceará-Mirim

          


    Aspecto do canal aberto pela IFOCS. O canal foi aberto para o escoamento das águas do rio Ceará-Mirim e tinha 6 km de extensão, 20 metros de largura e 1,40 metros de profundidade em média.


     Aspectos do canal do rio Ceará-Mirim

              

    Na foto um turma de 60 operários que trabalharam na obra da abertura do canal, aqui na margem esquerda do rio.


Visita de inspeção as obras do canal do rio Ceará-Mirim
                    
    Visita as obras de abertura do canal do rio Ceará-Mirim na imagem aparecem o engenheiro  chefe Júlio Praxedes, engenheiro encarregado da obra R. Pereira Da Silva e o governador Alberto Maranhão.A foto foi tirada na reta do canal no lugar denominado ponte.







Fonte: Arquivo Nacional.

ASPECTOS DE NATAL EM 1910.


   As imagens a baixo mostram as obras da Inspetoria de Obras Contra as Secas-IFOCS, na 2ª Seção de Natal e revelam aspectos da capital potiguar em 1910.

           Arredores de Natal

     A falta de água nos arredores de Natal obrigava as lavadeiras a abrir pequenas cacimbas na areia próximo as praias.


       Poço da escola aprendizes marinheiros


    O   Poço tubular para abastecimento da Escola de Aprendizes Marinheiros em Natal tinha a profundidade  de 51,50m , 5,58’’ de diâmetro e descarga diária de 86.400 litros.


                                         Poço da rua Assu


     O poço da rua Assu tinha 45m de profundidade, 6’’ de  diâmetro e descarga diária de 72.000 litros e foi perfurado para atender a população pobre do bairro.Sim havia pobres no bairro de Petrópolis em Natal no inicio do século XX.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

O ARQUIPÉLAGO DE FERNANDO DE NORONHA NA DÉCADA DE 1930



       As imagens a seguir do arquipélago de Fernando de Noronha foram extraídas das revistas  O Malho, Fon Fon e Excelsor entre os anos de 1930, 1931, 1932, 1938.


Igreja matriz da Vila dos Remédios, 1938.

Desembarque na ilha, 1931.

Casa do diretor do presidio e praia de Fernando de Noronha, 1930.




Vista da Vila dos Rémedios, 1932.


vista da Vila dos Remédios, Fernando de Noronha, 1938.

igreja matriz da Vila dos Remédios, 1931.




Vista do presidio de Fernando de Noronha, 1930.

Vista do presidio de Fernando de Noronha, 1931.

matriz da Vila dos Remédios, 1930.


Detalhes do forte, 1938.

Portão principal do forte


O dirigivel Zepellin passando por Fernando de Noronha, 1932.

quinta-feira, 12 de julho de 2018

CÂMARA CASCUDO E AS IGREJAS DO RN NA DÉCADA DE 1930


      Uma mania de remodelação de prédios antigos, incluindo igrejas coloniais estava se propagando no Brasil pelos idos da década de 1930 e o Rio Grande do Norte não escapou ileso a esse (des)movimento em desfavor da arte.
         Com essa onda de reformas as igrejas do interior passaram a não apresentar mais a fisionomia de suas arquiteturas originais.
         Em 1934 Câmara Cascudo em companhia da caravana do então Interventor Federal (governador) Mário Câmara esteve em visita ao interior do estado, ao retornar escreveu no jornal A República uma serie de crônicas de sua viagem nas quais falou sobre as igrejas potiguares de então. Eis o que ele escreveu:
         De todos os templos que visitei no Estado (nos 37 municípios que conheço quase todos são incaracterísticos e já não podem ser apontados como estilos. São testemunhas de várias tarefas de conserto onde as mais mãos desviaram de seu trilho o espírito arquitetural daquelas capelas seculares.
         A igreja de Patu é ainda uma capelinha, mas sem fisionomia. A de Augusto Severo[1] severa, pesada, maciça, recorda o românico em sua fase inicial. A de Caraúbas é tipo comum das igrejas “conservadas”. É moderna. As de Luis Gomes e Pau dos Ferros guardam traços deliciosos. A primeira é interessante com suas torres quase quandragular e lisas, sem ornato, nuas e álgidas, dando um aspecto de sisudez hirta. A de Pau dos Ferros é mais imponente com seu frontão singelo mais equilibrado.
         A imponência da igreja de São Sebastião[2] não encontra rivalidades nem com a Matriz de Mossoró. Todas perdem para a nobre simplicidade da capelinha de Nossa Senhora dos impossíveis, no cimo da Serra do Lima (em Patu), barroco pobre, sem decoração, sem enfeite, sem conchas e golfinhos, com um recorte triste numa frontaria branca e melancólica  de ermida colonial.Mas é acolhedora em sua pobreza mística.Sente-se a atmosfera pura da linhas erguidas com  o desejo religioso.Vê-se que foi um trabalho feito por promessa e modificado posteriormente sem que a construção perdesse a seu ar recatado e humilde de eremitério cenobitico e de pouso de oração silenciosa.
         Com relação a outras igrejas do interior do Rio Grande do Norte disse Câmara Cascudo: Assu, Ceará-Mirim, Mossoró, Caicó, não tem história em suas paredes, vinte vezes alteradas.Tanto podiam estar no nordeste brasileiro como na Austrália.Nada tem de nós porque as despojaram de sua herança de cem anos.
         Basta recordar que Natal só possui uma igreja digna de conservação. É a igreja de Santo Antônio, feita em 1766, num barroco jesuítico impressionante e distinto. Vivo tremendo com a ideia de uma “reforma”, de uma “melhoria”, naquele frontão que viu o amanhecer da Cidade.
         O enxerto dessa crônica de Câmara Cascudo foi publicado no jornal Diário de Pernambuco na edição do dia 22.06.1934, p.3.
         A baixo algumas igrejas citada por Câmara Cascudo nesse texto e como ele as viu na época em que fez a referida viagem.

                                             Catedral de Mossoró

          Justamente no ano da viagem e da publicação da crônica cascudiana a igreja matriz de Mossoró foi elevada a dignidade de catedral diocesana com a criação da Diocese de Mossoró em 1934.A arquitetura da igreja, no entanto, já havia sofrido as modificações de que fala Cascudo como o frontão, as torres e o acréscimo da cúpula, são as "vinte vezes remodeladas" que fala Câmara Cascudo.ao visitar a cidade de Mossoró em 1934 a igreja em nada parecia com a igreja original da cidade de outrora.

                                                            igreja matriz de Assu

       É uma das igreja mais antigas do estado do Rio Grande do Norte, porém "vintes vezes alterada" usando a expressão de Câmara Cascudo.

                                                              Catedral de Caicó
  
          A época da viagem de Câmara Cascudo o bispado de Caicó ainda não havia sido criado.Esta é a igreja matriz de Caicó em 1936, 3 anos antes de ser elevada a dignidade de catedral diocesana.A arquitetura ainda era a anterior as reformas por qual passaria posteriormente, exibindo nessa imagem a configuração românica colonial na fachada e apenas uma torre ( na década de 1940 foi erguida a segunda torre). foi dessa forma que Câmara Cascudo a viu em sua viagem que segundo ele a matriz de Caicó também já havia sido "vinte vezes alterada".

                                                            Matriz de Caraúbas

           Segundo Câmara Cascudo a igreja matriz  de Caraúbas é (era) tipo comum das igrejas “conservadas”.supomos que a expressão usada por Cascudo se refira ao fato de a igreja ainda conservar seus traços arquitetônicos originais.No entanto a igreja de São Sebastião nem sempre teve essa conformação sendo visíveis os acréscimos que nelas foram postos como o aumento do corpo da igreja, a torre sineira e a outra torre "falsa" inacabada.

                               igreja matriz de Ceará-Mirim
         Outra igreja que segundo a expressão cascudiana foi "vinte vezes alterada".De fato a igreja de Nossa Senhora da Conceição teve alterações em suas características arquitetônicas.O frontão e a fachada neoclássicas contrastam com as torres góticas em formato de agulhas.Nem por isso tira dela o esplendor de sua imponência.

                                                   igreja matriz de Luís  Gomes


      Esta foi a antiga igreja matriz de Luis Gomes vista por Câmara Cascudo em sua viagem em 1934.Apesar de ser uma igreja matriz a conformação arquitetônica mais lembrava uma capela.As características arquitetônicas são conflitantes percebendo que também esta foi alterada ao longo do tempo.

                                               Matriz de Pau dos Ferros 

       Esta é a antiga igreja de Pau dos Ferros que segundo Câmara Cascudo "é (era) mais imponente com seu frontão singelo mais equilibrado"[3].

                           Igreja matriz de Augusto Severo (Campo Grande)

           A igreja matriz de Santana de Campo Grande é antiga também, aqui vista da mesma forma que foi vista por Câmara Cascudo em sua viagem em 1934.





[1] Atualmente Campo Grande.
[2] Câmara Cascudo não especifica qual igreja se refere, supomos seja a de Caraúbas que tem como padroeiro São Sebastião.
[3] O parêntese é nosso.

sábado, 7 de julho de 2018

A CRIAÇÃO DO BISPADO DO SERIDÓ



O bispado do Seridó 
Desde as gestões dos bispos Dom Antônio dos Santos Cabral e Dom José Pereira Alves que se vinha trabalhando para criar as Dioceses de Mossoró e Caicó.
        Coube a Dom Marcolino Dantas a partir da sua posse em 1929 a organização do plano de desmembramento do território da Diocese de Natal em favor da criação de outras Dioceses no território potiguar, sendo a primeira Diocese criada a de Mossoró em 1934.
         já para o bispado do Seridó a cidade escolhida para ser a sede da nova Diocese foi Caicó. A cidade está situada a 220 m de altitude e distante cerca de 300 km da capital do Rio Grande do norte.
      A época da criação da Diocese era bem edificada, destacando-se de seu conjunto arquitetônico a igreja matriz, igreja do Rosário, igreja evangélica, o Paço Municipal, Grupo Escolar Senador Guerra, Hospital do Seridó, Colégio Santa Teresinha, sendo os três últimos recentemente construídos naquela época.
        A população da cidade era de 2.500 conforme os dados do Censo de 1922. em 1927 calculada em 3.500 habitantes.Já o município tinha 25.000 habitantes.

“E Dioceasibus”
Dom Marcolino Dantas recebeu a Bula “E Dioceasibus” de 25.11.1939, por meio da nunciatura Apostólica no Brasil, pela qual era criada a Diocese de Caicó no Estado do Rio Grande do Norte.
Com esse documento vieram também o decreto pontifício de execução, datado de 08.05.1940 e o ato de igual nomeação de Dom Marcolino Dantas como Administrador Apostólico até a escolha e posse do primeiro bispo da nova Diocese.
         Todo o Estado e principalmente a região do Seridó, recebeu com satisfação a noticia da criação pela Santa Sé do Bispado de Caicó.A noticia alvissareira chegou ao conhecimento do bispo de Natal, quando ele fechava horas antes a compra do palacete do Sr. Olavo Medeiros, em Caicó, para servir de Palácio Episcopal do novo bispo.

O território da nova Diocese
       A Diocese de Caicó ao ser criada abrangia toda a região denominada de Seridó na porção centro sul do estado do Rio Grande do Norte a época com apenas 8 municípios e compreendendo uma área de 9.220 km² de extensão.
      Com a criação da Diocese de Caicó ficaram pertencentes ao seu território as paróquias de Caicó, Currais Novos, Acari, Parelhas, Jardim do Seridó, Jardim de Piranha, Flores[1] e Serra Negra[2], integrando-se mais tarde Cruzeta e São Miguel de Jucurutu.
      Foi escolhido para a sede do bispado a cidade de Caicó, doravante denominada cidade episcopal e tendo a igreja matriz de Santa'Ana elevada a dignidade de Catedral.

A instalação da diocese
         Segundo o jornal A Ordem constituiu nota de profunda significação, na festa de Caicó, a instalação solene da nova diocese do Seridó, com a leitura da Bula Pontifícia que criou, no estado do Rio Grande do Norte mais uma circunscrição eclesiástica.A solenidade de instalação da Diocese se revestiu de muito brilhantismo ocorrendo as 09h00 do domingo, antes da missa solene da festa de Santa’Ana.

A Bula da criação da Diocese de Caicó
O jornal A Ordem na edição do dia 27.07.1940, p.1 transcreveu a bula Pontifícia pela qual foi criada a Diocese de Caicó. Eis o texto do referido documento da criação do bispado do Seridó.

                           Bula da criação da Diocese de Caicó
PIO, BISPO, SERVO DOS SERVOS DE DEUS, AD PERPETUAM REI MEMORIAM
         Das diocese, que pela vasta extensão do território dificilmente podem ser governadas por um só Antistite, embora vigilantíssimo, julgamos oportuno separar uma parte e nela erigir novas Dioceses, para  que, aumentando o número de Pastores, possa o rebanho do Senhor receber frutos mais abundantes.
         Considerando, portanto, estas coisas, e como o conselho dos Nossos Veneráveis Irmãos os Cardeais da Santa Igreja Romana, Propostos a Sagrada Congregação Consistorial, e após o voto favorável do Venerável Irmão Bento Aloisi Massella, Arcebispo Titular de Cesárea, na Mauritânia e Núncio Apostólico na República Brasileira, resolvemos com a melhor boa vontade anuir aos pedidos do Venerável Irmão Macolino de Souza Dantas, Bispo de Natal, o qual Nos pediu que, para maior utilidade dos fieis cristão, fosse separada uma parte do vasto território de sua Diocese, na qual pudesse ser criada uma nova Diocese.
         Suprido, pois, quanto necessário, o consentimento daqueles a quem interessar ou que presumem lhes interessar, pela plenitude de Nosso poder apostólico subtraímos da referida Diocese de Natal a parte do território que compreende duas paróquias existentes no município de Caicó e as paróquias dos municípios de Currais Novos, Acari, Jardim do Seridó, Parelhas, Serra Negra, Flores, e constituímos e erigimos do território separado uma nova Dioceses, que na cidade de Caicó, queremos e decretamos seja chamada Diocese de Caicó.
Os limites desta nova Diocese serão: ao Norte os montes da Serra de Santana, a Leste as serras do Doutor do Ingá e os limites do Estado da Pàraiba; ao Sul e ao Oeste os limites do mesmo Estado.
         Constituímos a sede da mesma Diocese na cidade de Caicó, da qual a mesma diocese, como já dissemos, tomará o nome; além disso, a elevamos à dignidade de Cidade Episcopal e lhe atribuímos todos os privilégios e direitos de que gozam as outras cidades episcopais.
         Fixamos a Cátedra episcopal na Igreja Paroquial dedicada a Deus em honra de Santa’Ana, existente na mesma cidade, e a elevamos ao grau e a dignidade de Igreja Catedral e lhe concedemos e aos seus Bispos todos os direitos, privilégios, honras, insígnias, favores e graças de que gozam e desfrutam, por direito comum, as demais Igreja Catedrais e seus Prelados, e lhes impomos os ônus e as obrigações a que estão sujeitos as outras Igrejas Catedrais e seus Antistites.
         Constituímos, além disso, a Diocese de Caicó, sufragânea da Igreja Metropolitana da Paraíba, e submetemos seus Bispos ao direito metropolitano do Arcebispo da Paraíba.
         Como, porém, as circunstâncias do tempo presente não permitam que nesta nova Diocese seja constituído logo um Cabido de Cônegos, concedemos que por enquanto em lugar dos cônegos sejam escolhidos e nomeados Consultores Diocesanos de acordo com o Direito.
         Mandamos também que, quanto antes, seja fundado ao menos o Seminário Menor de acordo com as prescrições do Código e as normas emanadas da Sagrada Congregação dos Seminários e das Universidades de Estudos, e que também sejam enviados a custa da nova Diocese de Caicó ininterruptamente, dois jovens escolhidos,ou ao menos um para esta alma Cidade, para que sejam educados no Pontifício Seminário Brasileiro, como esperanças da Igreja.
         No que, porém, se refere à Direção, e Administração dessa nova Diocese, a eleição do Vigário Capitular ou de Administrador “sede vacante” aos direitos e obrigações dos clérigos e dos fiéis, e a outras coisas semelhantes que devem ser observadas, ordenamos o que prescrevem os sagrados cânones a respeito.
         Quanto ao clero, determinamos que no mesmo tempo em que as Letras de ereção desta nova Diocese forem executadas, sejam considerados a ela incardinados os clérigos  que legitimamente habitam em seu território.
         Constituirão a Mesa episcopal os emolumentos da Cúria, as ofertas que costuma fazer os fieis, em cujo beneficio foi criada a Diocese, além do que para esse fim já foi reunido.
         Queremos finalmente que os Documentos e Atos referentes a Diocese de Caicó, aos seus clérigos e fieis, sejam entregues pela Cúria da Diocese de Natal a cúria da nova Diocese, para se conservarem em seu arquivo.
         Delegamos para executar tudo que acima foi disposto e constituído, o Venerável Irmão Bento Aloisi Masella, Núncio Apostólico na República Brasileira, acima nomeado, a quem concedemos todas as faculdades para isso necessárias e oportunas, também de subdelegar para efeito, de que se trate, qualquer homem constituído em dignidade eclesiástica, e lhe impomos a obrigação de enviar quanto antes, a Sagrada Congregação Consistorial um autentico exemplar da execução dos Atos.
         Estas presentes Letras e tudo que nelas está contido mesmo aqueles a quem interessar ou que presumirem lhes interessar, dignos embora de menção específica e individual, não tenham sido ouvidos ou não tenham consentido, em tempo algum podem ser controvertidas ou impugnadas por vicio de supressão, opressão, de nulidade ou intenção Nossa, e por qualquer outro defeito, mesmo substancial ou inadvertido, pois, por ciência certa e plenitude do poder feitas e emanadas, ficam e permanecem válidas, obtém a alcançam seus íntegros e plenos efeitos, e devem ser inviolavelmente observados por aqueles a quem se refere; se, pelo contrário, acontecer que se atente algo contra elas, seja por quem for revestido de qualquer autoridade, por ciência ou ignorância, queremos e determinamos que seja inteiramente nulo e irrito, não obstando, enquanto possível, as regras contrarias publicadas nos Concílios Sinodais, Provinciais, Gerais ou Universais, e as Constituições ou Ordenações Apostólicas especiais, e qualquer outra Disposições contarias dos Romanos Pontífices, Nossos Predecessores, mesmo dignas de especial menção, todas as quais derrogamos pelas Presentes.
         Queremos finalmente, que se dê o valor que se dá a estas Letras às suas cópias impressas, se, exibido ou mostrado, contanto que sejam assinadas pelo punho de algum escrivão público e munidas com o selo de um varão constituído em oficio e dignidade eclesiástica.
       A ninguém, pois, é licito contradizer este documento de desmembração, ereção, concessão, sujeição, estatuto, mandamento, delegação, derrogação e vontade Nossa.
         Se alguém, contudo, temerariamente o presumir atentar, reconheça-se ter incorrido na indignação de Deus Onipotente e dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo.
         Dado em Roma, São Pedro, ano do Senhor mil novecentos e trinta e nove, no dia vinte e cinco de mês de Novembro, primeiro ano do Nosso Pontificado.
(a) Cardeal Rossi - Secretário da Congregação Conistorial.
Pio Cardeal Boggiani - Chanceler da Santa Igreja Romana.
Jorge Stara Tedde - Adjunto dos Estudos da Chanc. Apost.
Alfredo Viteli - Protonotário Apostólico.
Francisco Anibal Ferretti - Protonotário Apostólico.
Domingo Francini - Escriturário Apostólico.
         Expedida no dia 17 de janeiro, do ano primeiro do Pontificado.
         Pelo Oficial do Selo Pontificio
                    Alfredo Marini
Reg. Na Chencelaria Apostólica vol. LXII, Nº 48
                         Luis Trussardi.

O primeiro bispo 
A Santa Sé escolheu para a nova Diocese de Caicó o monsenhor José de Medeiros Delgado que até a sua nomeação desempenhava a função de pároco da matriz de Campina Grande-PB.
    Conhecidos em todo o nordeste eram os dotes de inteligência e espírito sacerdotal que adornavam o bispo eleito para o bispado caicoense.
       A sagração episcopal do monsenhor José  Delgado realizou-se em 29.06.1941  na Catedral Metropolitana de João Pessoa-PB sendo o bispo sagrante dom Moisés Coelho, arcebispo da Paraiba, tendo como bispos consagrantes dom Marcolino Dantas, bispo de Natal-RNe Dom João da Mata, bispo de Cajazeiras-PB.
    A posse em Caicó foi marcada para o dia 26.07.1941, durante a festa da padroeira de Caicó na catedral da nova diocese.
A Catedral
    Ao ser criada a Diocese a igreja matriz de Santana de Caicó foi elevada a dignidade de Catedral.A baixo o aspecto da igreja matriz de Caicó em 1936 ainda com o aspecto romano colonial da fachada e apenas uma torre, foi com esse aspecto que a igreja matriz foi elevada a Catedral..
       
                 Fonte: O malho, 1936,p.40

Aspectos de Caicó a época da criação da Diocese

      A baixo algumas imagens de Caicó a época da criação da Diocese.
Fonte: O malho, 1936,p.40

Fonte: O malho, 1936,p.40

Fonte: O malho, 1936,p.40

         Nessa imagem aparecem a avenida principal da cidade, o Colégio Seridoense e a residência episcopal, respectivamente.
Fonte:  A noite, 1941.

          Aqui se vê a praça da Liberdade, a Catedral e  a sede da prefeitura respectivamente.
Fonte: A Noite, 1941.





[1] Atualmente Florânea.
[2] A época o município não usava a parrticula ‘do Norte’ como grafado atualmente.