segunda-feira, 12 de novembro de 2018

A ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE ALMINO AFONSO


A estação de Almino Afonso estava localizada no km 175 da ferrovia e foi inaugurada em 30/09/1937. O povoado se chamava inicialmente Caieiras, mas à época da instalação da estação já tinha o nome atual.
Em 1941 foi inaugurado mais um trecho da Estrada de Ferro de Mossoró “cuja influência no desenvolvimento da riqueza daquela região está fazendo sentir com maior eficiência”. (A MANHÃ, 04/02/1941, p.4) dizia a referida publicação.
Até 1942 a EFM havia sido concluído o trecho entre Caraúbas e Almino Afonso. No mesmo ano foi aberto um credito de 7 mil contos para as obras do prolongamento da Estrada de Ferro de Mossoró até Boa Esperança.
                   A estação de Almino Afonso
Fonte: Autoria e data desconhecidas. Acervo do autor.
A imagem mostra a estação de Almino Afonso ainda operante. Os trens de passageiros no ramal aparecem nos guias até 1979, possivelmente eles tenham andado de fato alguns anos mais.
               A estação de Almino Afonso


Fonte: Adriano Perazzo, 2009.

A imagem mostra a estação de Almino Afonso em estado de ruínas em 2009.
De acordo com os guias de horários, os trens de passageiros pararam nesta estação de 1937 a 1989. Desativada a estação ficou em estado de abandono sem serventia alguma para a comunidade.
              A estação de Almino Afonso











Fonte: Acervo do autor.


Em 2018 a estação de Almino Afonso continuava em estado de abandono, havendo iniciativas para que seja restaurada e transformada em casa de cultura.

Almino Afonso a época da inauguração da estação ferroviária
Quando a estação ferroviária foi inaugurada em 1937 Caieras era distrito de Patu, tinha a época da inauguração da estação ferroviária uma população estimada em 3.500 habitantes. 

 Aspectos de Almino Afonso na década de 1970
Acervo do autor.

A ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE ALEXANDRIA



A estação de Alexandria estava localizada no km 224 da Estrada de Ferro de Mossoró e foi inaugurada 29/12/1951.
No Rio Grande do Norte é a estação terminal dessa ferrovia e desta cidade prossegue até Souza-PB. 
Demorou-se 48 anos para que os trilhos chegassem a Alexandria.Como é sabido, historicamente as grandes obras de melhoramento no território potiguar demoram uma Era e um dia para serem concluídas. 
Em 1950 já estava concluído o prolongamento da Estrada de Ferro de Mossoró até Alexandria e esperava-se em breve a inauguração da linha Mossoró-Alexandria e prosseguia além de Alexandria em direção a Santa Cruz já no território paraibano muito próximo de Souza que era o ponto terminal desse prolongamento para entroncamento com a Rede de Viação Cearense-RVC.
Esperava-se quando fosse inaugurado este trecho trouxesse muitos benefícios trariam para aquele município, especialmente na parte de transporte e comunicação.(A ORDEM, 01/03/1950, p.4).


                  Casas de turma em Alexandria
Fonte: Diário de Pernambuco, 05/09/1950, p.5.
A imagem mostra as casas de turmas construídas em Alexandria pela administração da EFM.
Segundo publicado no jornal Diário de Pernambuco, numa espécie de propaganda do governo do presidente Gaspar Dutra, prosseguiam com muita intensidade os trabalhos de construção da EFM cujo percurso total seria de 300 km na qual seu termino se aproximava graças as providencias do governo federal (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 05/09/1950,p.5).
Foi adquirida pela direção da EFM em 1949 duas modernas e luxuosas automotrizes, um possante guindaste, um torno, bem como 18 km de trilho para os trabalhos do prolongamento. (A ORDEM, 05/08/1949, p.1).
                      Automotriz da EFM
                                Fonte: Diário de Pernambuco, 05/09/1950, p.5.
A imagem a cima mostra uma das automotrizes adquiridas pela administração da EFM e que iriam resolver em parte o trafego de passageiros.
Enquanto não inaugurasse o trecho ferroviário de Mumbaça a Alexandria  a direção  da EFM decidiu fazer trafegar aos sábados um trem misto até a estação de Alexandria iniciado em  01/11/1950.
       O chamado Trem Horário de sábado partia de Mossoró as 07h45 da manhã, devendo chegar a Alexandria as 11h00. (A ORDEM, 10/11/1950, p.4).
    A volta partia as 06h00 das terças, quintas e sábados chegando a Mossoró as 11h35. (A ORDEM, 08/06/1951).
    Em vista dessa deliberação o diretor da EFM comunicava que o Trem Horário dos sábados seria antecipado em todas as estações intermediárias do trecho percorrido pela EFM.
Automotriz da EFM
De acordo com os guias de horários e informações, os trens de passageiros circularam na estação de Alexandria até 1989.
Sua arquitetura remete as estações precedentes a partir da estação de Patu.
                 A estação de Alexandria


A imagem a cima mostra a estação de Alexandria ainda com suas cores originais.A estação tinha como cartão postal ao fundo a serra da Barriguda.

               A estação de Alexandria






Atualmente está totalmente restaurada e bem conservada, porém, sem trilhos, retirados há muito. Ignora-se a utilização do prédio. Alexandria é o ponto final da ferrovia Mossoró RN-Souza-PB no estado do Rio Grande do Norte que segue daí rumo a Paraíba.

Alexandria a época da inauguração da estação ferroviária
    O Censo de 1950 registrou uma população de 15.351 habitantes no município de Alexandria. Na cidade, no entanto, eram apenas 1.505 habitantes. O município tinha 750 km² de extensão territorial.
    A agricultura era a maior fonte de riqueza do município cuja principal cultura era o algodão. Cultivava ainda milho, feijão, arroz, banana, cana-de-açúcar. O algodão era exportado para Mossoró e Campina Grande.


domingo, 11 de novembro de 2018

RELÍQUIA SOBRE A IGREJA DE EXTREMOZ


      
          O conhecimento não tem sentido se não é repassado, por isso compartilho com todos os leitores do blog um achado fotográfico raríssimo o qual me causou profunda emoção.Trata-se de uma imagem de um procissão na vila de Extremoz onde é possível vê a igreja ainda em pé e sendo utilizada para a liturgia.A foto foi publicada na revista O Malho em 1923. 
       A legenda da foto dizia que eram romeiros voltando da Vila de Extremoz onde foram ouvir missa no dia da festa do Santo Padroeiro. Dizia ainda que “junto a igreja existem as grandes escavações feitas em procura de fantásticas riquezas ali deixada pelos frades holandeses há anos atrás”.Há dois erros no tocante a nacionalidade dos religiosos nessa afirmação.Primeiro que não era holandeses os religiosos que em Extremoz habitavam mas sim padres da Companhia de Jesus, os chamados jesuítas, que evidentemente não eram frades  e sim padres (sacerdotes).
     No entanto há a confirmação das escavações que estavam acontecendo no complexo arquitetônico religioso de Extremoz que foi criminosamente destruído pela cobiça e interesse de pessoas que acreditavam que em baixo dos alicerces havia tesouros guardado pelos padres jesuítas.Pura ignorância, pra não dizer estultícia já que sabido historicamente comprovado que os jesuítas foram expulsos do Brasil e tiveram seus bens confiscados pelo Marquês de Pombal e quase não conseguiram navios que os quisesse levá-los de volta a Europa tamanha era a falta de recursos financeiros que a pilhagem de Pombal os deixou, como se diz no bom português estavam com uma mão na frente e outra atrás.



                                                      Igreja matriz de Extremoz
O Malho, 08/09/1923, p.

      Em matéria publicada no jornal A noite em 1915 se dizia que o antigo convento dos padres jesuítas da vila de Extremoz estava em ruínas (A NOITE, 1915 p. 6). Os padres da Companhia de Jesus data do século XVII e estiveram presente naquela freguesia até o ano de 1759 quando por decreto do Marquês de Pombal todos os jesuítas foram expulsos do Reino de Portugal, um ano depois foi criado o município e a freguesia de Vila Nova de Extremoz[1].
         O complexo de edifícios religiosos erguidos pelos jesuítas constava de uma igreja dedicada a Nossa Senhora dos Prazeres e São Miguel, um convento anexo a igreja, que era a residência dos padres, um hospício que à época tinha finalidade diferente do que indica a palavra, era local de pouso de viajantes, espécie de hospital e abrigo para pessoas pobres, havia ainda uma cruzeiro em frente a igreja e entre esta e o cruzeiro uma imensa praça. Tal complexo deu início a vila de Extremoz onde ao redor dessa igreja surgiram as primeiras casas da vila na margem esquerda da lagoa.
      Atualmente restam apenas algumas paredes da antiga igreja de Extremoz que é tombada como patrimônio histórico.Pela importância simbólica para a história do Rio Grande do Norte e como reparação histórica a Fundação José Augusto deveria fazer um projeto de reconstrução da igreja como foi feito com o Patio do Colégio de São Paulo também dos jesuítas que foi reconstruído e hoje abriga um importante eponto turístico da capital paulista.



[1] A toponímia deve-se a Estremoz, uma cidade portuguesa no Distrito de Évora, na região do Alentejo, sub-região do Alentejo Central. Conhecida internacionalmente pelas suas jazidas de mármore branco, o chamado Mármore de Estremoz

OS CORREIOS AÉREOS NO BRASIL E A FUNDAÇÃO DA COMPAGNIE GENÉRALE AEROPOSTALE



A Compagnie Génerale Aeropostale foi criada para atender uma aproximação comercial mais conveniente entre a Europa e a América, ou seja, a necessidade de ligar mais rapidamente aquele grande centro consumidor aos seus mercados nesta parte do mundo.
A “navegação aérea” como se falava a época era a chave para a solução dos problemas de distância e logística no final da década de 1920  e inicio da década seguinte.
A CGA foi uma empresa de origem francesa não obstante seu caráter internacional. Ela encampou os contratos com a Lignes Aériennes Latecoére e estava também assinando outros contratos que lhe ampliariam sobremaneira seu raio de ação em 1928.
Tais contratos foram feitos com o Brasil, Uruguai, argentina e estavam em vias de negociação o Paraguai e o Chile.
O principal organizador da GGA foi Bouilloux Lafont.
Datavam ainda do período da primeira guerra as preocupações e estudos de Pierre Latecoére grande construtor aéreo, o emprego da aviação nos serviços postais e de transporte.
Foi assim que 2 meses antes do inicio da primeira guerra foi apresentado ao governo da França pelo industrial uma linha aérea para Marrocos, o Senegal e América realizando o serviço até Dakar, não conseguindo porém ir até a América do Sul devido as dificuldades de ordem técnicas e política.Foi então que em 1927 houve a transformação em  Compagnie Génerale d’Enterprises Aeronautiques em Compagnie Génerale Aeropostale com horizontes mais amplos e organização comercial aprimorada.
O capital primitivo que foi de 20 milhões de francos passou para 50 milhões no novo empreendimento.
Desde logo B. Lafont assumiu o controle da nova empresa e passou a se dedicar a solução do problema que tinha em vista, isto é, da ligação aérea da Europa com a América do Sul que foi iniciada oficialmente  com o primeiro correio aéreo internacional que partiu de reciprocamente de Paris e Buenos Aires em 01/03/1928.
A Compangine Génerale Aerpostale organizou os serviços em três linhas: Toulouse-Cabo Verde na antiga linha Latecoére até Dakar  e ligada aquela ilha por hidroaviões.Cabo Verde-Natal por via marítima aproveitando os velozes avisos da Marinha de Guerra cedidos especialmente para essa finalidade e finalmente Natal-Buenos Aires por meio de aviões do tipo Late 25 e 26.Dentro em breve seria posto em uso entre Porto Praia e Dakar, os hidroaviões possantes, o que encurtaria a viagem em 1 dia.em pouco seria também os mesmos aviões trafegariam entre Fernando de Noronha  e Natal.

A baixo tipo de hidroavião Late 24 um dos que se achavam em experiência para a travessia érea transatlântica.
O Malho, 22/09/1928, p.55
            A baixo tipo de avião correio Late 25 utilizado no transporte de malas pela C.G.A .

O Malho, 22/09/1928, p.55

              Bouilloux Lafont o  fundador da C.G.A.
O Malho, 1931, p.13

          A baixo tipo de avião de transporte de passageiros Late 26 que seria utilizado pela C.G.A no Brasil nas linhas nacionais.
O Malho, 22/09/1928, p.55
          A     Sede da  C.G.A no Brasil na avenida Rio Branco, nº 50 no Rio de Janeiro.
O Malho, 22/09/1928, p.55

Na imagem a baixo a chegada do governador Juvenal Lamartine em Mossoró em um avião da C.G.A em 19129.O governador es´ta indicado pela seta.
O Malho,1929,p.81.
Enquanto não se colocava em operação as atividades com os aviões Late 25 e 26 estavam sendo feitas experiências com Laté 24 e outros aviões de grande capacidade de carga e grande raio de ação e em breve seriam substituído por outros melhores tornando o percurso completamente aéreo e que permitiria  fazer comunicações entre Paris e Buenos Aires em 5 dias num total de 12.700 km até então feito em 8 dias pelo processo aero-maritimo.
A travessia regular do Atlântico representava o trecho mais interessante do percurso, pelas grandes dificuldades técnicas encontradas na produção de aviões capazes de levar a efeito e com segurança exigidos pelo comercio internacional de cruzeiros sobre água.
A realização da travessia do Oceano Atlântico pela C.G.A viria marcar o inicio de um novo estágio na aviação particular e comercial.
O trecho sobre o Oceano Atlântico, de Porto Praia, em São Vicente a Fernando de Noronha compreendia um total de 1.260 milhas, ou seja, 2.320 km.
A ligação aérea Paris-Buenos Aires era altamente vantajosa pois o navios mais rápidos conseguiam fazer esse percurso em 14 dias.
A segurança de uma linha área exigia um serie de serviços complementares como oficinas de reparo, campos de aviação organizados (aeroporto), radiotelegrafia e outros. Destes serviços o que tinha atividade permanente era o de radiotelegrafia. As informações indispensáveis s a cada momento, no controle da posição  dos aviões constituía a maior garantia de êxito numa companhia desse tipo e só poderia ser obtido com um serviço perfeitamente organizado.
A C.G.A operacionalizava na linha entre Natal e Pelotas.O fundador  da C.G.A contribuiu ainda para a criação do bairro do Gajaú no Rio de Janeiro que em 1931 já era habitado por 10.000 pessoas além da construção de 1.000 casas populares ( O MALHO, 1931,p.13).

O PRESIDENTE AFONSO PENA NA PARAÍBA



     A seguir algumas imagens da viagem realizada pelo presidente eleito em 1906 Afonso Pena pelo nordeste.Nestas imagens aspectos da viagem pelo estado da Paraíba.
    A baixo na estrada de ferro entre Pernambuco e Paraíba próximo quando Afonso Pena e sua comitiva passavam pela ponte próximo a estação de Itabaiana.
    A ponte oferecia notável perigo, mas nem por isso o presidente e grande parte dos excursionistas perderam a tranquilidade e o ar risonho de quem se sente expansivamente feliz.A travessia da perigosa ponte foi uma boa prova do ânimo do presidente eleito dizia a legenda da foto na revista O Malho.

O Malho,1906, p.19.

     A baixo e
m Cabedelo-PB a matinê a bordo do vapor Maranhão, após o almoço oferecido pelo comandante Pacheco ao monsenhor Walfredo Leal, presidente do estado.Encantadora festa a que compareceram inúmeras famílias.No momento de se tirar a foto dançava-se no tombadilho.
O Malho, 1906, p.46.

        Na imagem seguinte em Cabedelo-PB na ponte de embarque um grupo de senhoras da Paraíba que tomaram parte na matinê a bordo do Maranhão, na extremidade da ponte estavam os jornalistas da comitiva.

O Malho, 1906, p.19.

      Em Cabedelo senhoras, senhoritas e crianças paraibanas, jornalistas da comitiva e outras pessoas gradas, que tomaram parte na matinê a bordo do Maranhão.

O Malho, 1906, p.21.

         Em Cabedelo-PB senhoras, jornalistas da comitiva e vários convidados após a matinê a bordo do Maranhão na plataforma da estação da GWBR. 
O Malho, 1906, p.20.

        Em Cabedelo-PB na ponte de embarque e desembarque sobre a qual se vê o presidente eleito acompanhado de sua comitiva e várias autoridades do estado por ocasião do regresso para bordo do Maranhão.

O Malho, 1906, p.49.

       A legenda dizia que a imagem era na estação de Belém na Paraíba da comitiva presidencial em viagem para Natal, possivelmente seja a estação de Caiçara a quem Belém era distrito na época.
   Na primeira fila sentados: Tenente Aarão Reis, dr. Alvaro Pena, o presidente  Afonso Pena, Dr. Sá Freire, Dr. Álvaro da Silveira e Dr. Utra Vaz.
      Na segunda fila: Miguel de Barros, João Mendes, Paulino Botelho, Rodolfo Azevedo, Dr. Rafael Pinheiro, Paulo Vidal, Alegria Junior, Dr. Gustavo de Melo, Oswaldo Carijó, Lemos  Brito, Ernesto Sena, Dr. Carlos Américo.
      Na terceira fila: Michelet de  Oliveira, Aberlado Tavares, Belisário de Souza Junior, Oliveira Melo, Mário Soares, Arthur Gorgulino e Dr. Cherment. 
        
O Malho, 1906, p.13.

Próximo a estação de Itabaiana em carro de passeio notando o presidente eleito entre os Drs. Aarão Reis e Cherment.Veem-se ainda o dr. Alvaro Pena, filho do presidente,Carlos Américo, Sá Freire, Rafael Pinheiro, da comissão geral da GWBR. Lindolfo de Azevedo, Ernesto Sena, Lemos Brito, Gustavo de Melo, Aberlado Tavares e outros. 
O Malho, 1906, p.31.