segunda-feira, 12 de novembro de 2018

A EPOPEIA DOS AVIADORES ARTURO FERRARIN E CARLO DEL PRETE



Prolegômenos
      Em 2018 se comemora os 90 anos do feito histórico realizado pelos aviadores italianos Carlo Del Prette e Arturo Ferrarin da travessia (raid) entre Roma na Itália e Natal, no Rio Grande do Norte, Brasil em voo sem escalas.
      Eis nossa modesta contribuição nas comemorações do histórico acontecimento que muito engrandece a história da aviação mundial e a nacional assim como a história do Rio Grande do Norte.

Quem eram os aviadores?
Carlo Del Prette nasceu em Luca, na Itália no dia 21/08/1897 e começou sua carreira militar na Academia Naval de Livorno. Participou de algumas operações da Guerra da Líbia.
Na  I Guerra Mundial foi designado, pela Marinha Real no Adriático, primeiro para o navio de guerra Giulio Cesare, e depois para o explorador Aquila. Morreu no Rio de Janeiro 16/08/1928 aos 31 anos depois de intenso sofrimento em decorrência do acidente sofrido na baia da Guanabara com o segundo avião Savoia-Marchetti. 
                            Os aviadores italianos
Careta, 14/07/1928,p.16.
Ferrarin de terno e Del Prete o de uniforme militar.
Arturo Ferrarin nascido em Thiene a 13/02/1895. Tomou parte na Primeira Guerra Mundial como um artilheiro no corpo de aviadores. Foi condecorado veterano da Real Força Aérea Italiana durante a Primeira Guerra Mundial
Foi um aviador pioneiro e entre suas façanhas incluem-se a vitória na corrida aérea "Raid Roma-Tokyo" em 1920 e um voo direto da Itália para o Brasil em 1928 com o aviador Carlo Del Prete  que estabeleceu o recorde mundial de distância para um voo sem escalas.
Morreu em um acidente de avião em Guidonia Montecelio em 18/07/1941.

O raid aéreo Roma-Natal
Arturo Ferrarin e Carlo Del Prette realizaram um feito histórico na aviação ao fazer a travessia (raid) entre Roma e Natal, ou mais precisamente Roma a Touros no litoral norte potiguar.
Partiram no dia 03/07/1928 as 17h52 de Motecelio em Roma, capital da Itália e chegaram a praia e cidade de Touros, a 100 km de Natal, a capital do Rio Grande do Norte na região nordeste  do Brasil na madrugada do dia 05 seguinte a bordo do avião “Savoia S 6” de motor Fiat 500 HP que com carga completa de combustível pesava 6.543 kg.
     Uma viagem dificílima, sobretudo na primeira noite, com o tempo péssimo, vento violentos e uma densa cerração.
    Partiram do campo de Montecelio  para a gloriosa viagem Roma-Natal as 17h52.Passaram as 20h28 sobre o campo Fernando na Sardenha,as  05h07  do dia 04/07 em  Gibraltar,as 12h15 o Cabo Juby, as 12h50 Vila Cisnero e as 12h00 do dia 05/07 já estavam sobrevoando as costa brasileira.
    As 16h27 os aviadores sobrevoaram o porto de Natal seguindo para o sul recebendo a bordo um comunicado de boas vindas  do Embaixador da Itália via rádio as 18h18. Voltando para Natal por motivos das condições atmosféricas adversas desceram na capital potiguar as 18h46 tendo percorrido 7.188 km sem escala e batendo todos os recordes mundiais até então.
     No dia 05/07/1928 o avião o Savoia-Machetti pilotado pelos aviadores italianos Arturo Ferrarin e Carlo Del Prette aterrissou na praia de Touro, depois de haver evoluído cerca de 20 minutos sobre a capital potiguar, mas que devido as condições atmosféricas não permitiu aos pilotos avistarem o campo de pouso de Parnamirim, “aerplace da Latecoere”, forçando-os a se dirigirem para o norte onde a cerração era menor.
      Os pilotos conseguiram sobreviver a queda sem ferimentos e foram resgatados pela população local de Touros.Após alguns dias vieram para Natal onde foram recebidos como heróis por terem conseguido completar o percurso aéreo entre os dois continentes.

A estadia em Natal
Natal era a cidade estratégica para o avião em meados da década de 1920 quando a aviação comercial tomava impulso.Segundo consta no relatório do governador Juvenal Lamartine em 1928: “ nossa capital continua a ser o ponto preferido no continente sulamericano para a descida de aviões e hidroaviões que atravessam o Atlântico merecendo bem a denominação  de cais d a Europa que lhe deu o ministro Victor Konder”. (MENSAGENS DO GOVERNADOR DO RIO GRANDE DO NORTE PARA ASSEMBLÉIA, 1928, p.68)[1].
Após chegarem de Touros onde foram resgatados pelo povo daquela cidade os aviadores Ferrarin e Del Prette foram recebidos  pelo governador Juvenal Lamartine e o povo que os receberam  “com as mais justas e entusiásticas  demonstrações de apreço e de admiração” ”. (MENSAGENS..., 1928, p.68).
        Durante os dias que permaneceram em Natal os aviadores aproveitaram para fazer reparos no avião Savoia-Marchetti ancorado no rio Potengi, os aviadores foram hospedes do Estado e receberam além de outras manifestações o diploma de cidadãos natalenses.
      Ecoou dolorosamente em todo estado a noticia do acidente em que ficaram gravemente feridos os aviadores que experimentavam no Rio de Janeiro um novo aparelho Savoia-Marchetti. O povo norteriograndense acompanhou com vivo interesse, o tratamento dos aviadores e sentiu profundo abalo com a noticia da morte de Del Prette. (MENSAGENS..., 1928, p.68).

                              Chegada dos aviadores em Natal
Careta, 11/08/1928,p.12.

 Del Prette e Ferrarin entre o governador Juvenal Lamartine
Paratodos,1928,p.12.

         A chegada dos aviadores em Natal e sua recepção pelas altas autoridades e pelo povo. No centro o governador Juvenal Lamartine que recebeu oficialmente os dois pilotos como hospedes do estado do Rio Grande do Norte.

Del Prete e Ferrarin no Rio de Janeiro
       As imagens mostram aspectos dos aviadores Ferrarin e Del Pret no Rio de Janeiro.
         A chegadas dos aviadores italianos ao Campo dos Afonsos.


    Nas duas próximas imagens aspectos da assistência que receberam Ferrarin e Del Prete no hangar do Campo dos Afonsos.

     A seguir aspecto da chegada dos aviadores Ferrarin e Del Pret. Os aviadores italianos no momento da descida do avião em que completaram o raid transoceânico.





     Os aviadores em visita ao monumento erguido a Santos Dumont.

Careta, 11/08/1928,p.16.
     Ferrarin e Del Prete em visita ao túmulo de Augusto Severo, o aeronauta potiguar, morto em Paris em acidente com o balão Pax.
Revista da Semana, 1928,p.20.






O acidente com o Savoia-Marchetti e a morte de Del Prete
      Partindo de Natal os pilotos foram recebidos no Rio de Janeiro com todas as honrarias possíveis, inclusive sendo condecorados pelo presidente da república.Participaram de festas em homenagem ao feito realizado, viveram dias de glória, que no entanto foram de curtíssima duração devido a tragédia que ocorreu com os aviadores italianos.
     Estavam eles no Campo dos Afonsos na Ilha do Governador quando resolveram fazer uma demonstração com um novo avião batizado como Savoia-Marchetti 2 logo após participarem de um almoço em sua homenagem quando o avião caiu sobre as águas da baia da Guanabara.Estavam no avião além dos dois pilotos italianos o mecânica brasileiro.
    Nas imagens seguinte aspectos antes de acontecer o acidente com os aviadores.A inspeção no avião Savoia Marchetti 2 e no hangar do Campo dos Afonsos, respectivamente.

Careta, 18/08/1928,p.28

O avião mal começou o voo caiu de uma altura de cerca de 40 metros.Os socorros aos acidentados foram imediatos. Del Prete deu entrada no arsenal da marinha numa maca da Assistência.Apresentando a maior serenidade, disse ao entrar: “-tenho ambas as pernas quebradas’.E depois forte com, entusiasmo: -‘ Viva a Italia!”.

    Os dois aviadores eram muito amigos dos três que estavam no no avião, Del Prete foi o que mais sofreu.Teve contusões e escoriações generalizadas, fraturas em ambas as pernas.O mecânico brasileiro nada sofreu. Ferrarin teve alguns ferimentos.Os dois aviadores eram muitos amigos. Ferrarin,cujo estado era lisonjeiro após o acidente, indagava sempre pelo estado de Del Pretee exclamava várias vezes: “ Carlo, Carlo, pobre Carlo”.
    Del Prete logo no dia seguinte ao acidente, pediu a sagrada comunhão. Depois de tê-lo ouvido em confissão o monsenhor E. Lari ministrou o viático.

   Vitima de um acidente estúpido o aviador italiano teve os ossos das pernas rompidos pelo choque brutal, a gangrena invadiu-lhe o organismo, foi preciso fazer a amputação de um perna, mesmo assim não foi possível salvar sua vida vindo a falecer depois de grande sofrimento no leito da Casa de Saúde São Sebastião.
    Longe da pátria e da família, ele suportou os transes da sua longa agonia com uma serenidade extraordinária e constância inigualável.
   Del Prete era um homem modesto e humilde, nada o incomodava tanto (e incomodava a ponto de o fazer ruborizar-se) do que o elogio aos seus feitos arrojados, declinava sempre todas as homenagens para Ferrarin, o seu companheiro e amigo.


   Ecoou dolorosamente em todo estado a noticia do acidente em que ficaram gravemente feridos os aviadores que experimentavam no Rio de Janeiro um novo aparelho Savoia-Marchetti. O povo norteriograndense acompanhou com vivo interesse, o tratamento dos aviadores e sentiu profundo abalo com a noticia da morte de Del Prette. (MENSAGENS..., 1928, p.68).
     A imagem a baixo mostra o marujo e escoteiro Armando da Silva Magalhães que salvou Del Prete e Ferrarin dos escombros do avião nas águas da baia da Guanabara.
Careta, 18/08/1928,p.32.

    




[1] Doravante sempre que citarmos esse documento o faremos na foram abreviada “MENSAGENS...,”.

EM ALUSÃO AOS 90 ANOS DO RAID ENTRE ROMA E NATAL


      Este ano de 2018 fazem 90 anos da façanha realizada pelos aviadores italianos Carlo del Prete  e Arturo Ferrarin de realizarem o raid (travessia) entre a Roma e Natal.
      No dia 05/07/1928 estes pilotos alcançaram a costa potiguar, provenientes de Roma, após um voo de mais de 49 horas, sem escalas, perfazendo uma distância de mais de 7.000 km.O avião aportou em Touros avariado tendo os pilotos sendo resgatados e socorridos pelos nativos daquela cidade do litoral potiguar.
    Aliás, um adendo. O Rio Grande do Norte tem uma tradição histórica em eventos desse tipo nas três modalidades, ou seja, no ar, no mar e na terra. Explico.
     Em 1922 aconteceu o raid náutico entre Natal e a cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil, feita por 12 marinheiros em uma canoa rústica de pesca.
     Já em 1923 foi a vez de 5 escoteiros de Natal com idades entre 15 e 18 anos realizarem o raid a pé entre Natal e São Paulo, passando pela capital federal.
      E em 1928 esse raid aéreo que não foi feito por nativos, mas que ocorreu em terras potiguares. Sobre estes dois raids temos também postagens.

Arturo Ferrarin e Carlo Del Prett no escritório da Companhia Latecoere em Natal em 06/07/1928. 
O Malho, 1928, p.30.

           O avião Savóia-Marchetti em Roma. Fotografia trazida pelos aviadores.
O Malho, 1928, p.31.
 
Outro aspecto do possante avião no campo de aviação em Roma no dia da partida para o Brasil. 

O Malho, 1928, p.31.
Em Roma o duce entre os aviadores Ferrarin e Del-Prett no dia da partida para o grande raid.

                                                   O Malho, 1928, p.31.
No campo de aviação de Parnamirim após a chegada ao Brasil.

                                                                     O Malho, 1928, p.31.


Ferrarin e Del Prett no palácio da prefeitura de Natal. Aos gloriosos aviadores foram entregues os títulos de cidadãos natalenses. 
O Malho, 1928, p.36.

O Savoia ao ser transportado de Touros para Natal. 
O Malho, 1928, p.36.

Em destaque Carlo del Prette, o glorioso aviador junto ao aparelho que o vitimou. No centro da imagem o governador Juvenal Lamartine entre Ferrarin e Del Prette durante o almoço que lhes foi oferecido em Natal. 

O Malho, 1928, p.39

Del  Prette a bordo no Rio Grande do Norte, durante a visita ao governador Juvenal  Lamartine e Del Prette entre os membros da colônia italiana em Natal.


                                                                     O malho,1928,p.39.

            Quando os aviadores conquistaram o primeiro raid.

O Malho, 1928, p.37.


         A primeira fotografia de Ferrarin e Del Pret feita no Brasil.


O Malho, 1928, p.37.

       O Savoia em Roma pronto para partida inicial do raid.

O Malho, 1928, p.37.

         O Savoia-Marcheti ancorado em águas brasileiras

O Malho, 1928, p.37.

       Os aviadores em companhia do governador do Rio Grande do Norte Juvenal Lamartine e com pessoas de destaque no Rio Grande do Norte, respectivamente.


O Malho, 1928, p.37.
O acidente e morte de Del Prette
Após as homenagens que estavam recebendo Ferrarin e Del Prette acabavam de tomar parte no almoço que lhes fora oferecido na Ilha do Governador quando ocorreu um acidente com os aviadores no Rio de Janeiro do qual saiu gravemente ferido Dell Prett que veio a falecer logo  depois de ter amputado uma das pernas. O acidente ocorreu no dia 07/08/1928 e Del Prette morreu no dia 16/08/1928.
Fotografia feita na homenagem na Ilha do Governador antes do acidente com os aviadores e o avião Savoia-Marchetti sendo examinado pelos aviadores para o voo de experiências que resultou no acidente.


Fon fon, 1928,p.49.

Outra imagem feita minutos antes do trágico acidente com Ferrarin Del Prett e o mecânico brasileiro Raul Inácio de Medeiros. 

Fon fon, 1928,p.51.

A baixo Carlo Del Prett sendo socorrido para a Casa de Saúde São Sebastião.


Fon Fon,1928,p.57.

Ferrarin em recuperação na casa de Saúde São Sebastião ao lado do vice presidente da república Melo Viana e do embaixador da Itália Sebastião Attolico recebendo mensagem que lhe foi enviada pelo povo de Barbacena-MG.



                                                         Fon fon, 1928,p.51.

         Cortejo fúnebre de Carlo Del Prett pelas ruas do Rio de Janeiro.

Excelsor, 1928,p.39.

     Arturo Ferrarin e o embaixador italiano a frente do cortejo fúnebre em homenagem a seu companheiro de aviação.


      O içamento do caixão de Carlo Del Prett a bordo do navio Conte Rosso que  levaria o aviador de volta morto a Itália.

Excelsor, 1928,p.39.

        O presidente da república Washington Luís o embaixador da Itália e o aviador Ferrarin quando foi receber as homenagens dos governos brasileiro e italiano.A homenagem foi logo após a morte de Del Prette.

O Malho,1928,p.49.

             Caricaturas de Del Prette e Ferrarin feitas por Schipani. Respectivamente.



OBRAS DO PORTO DE NATAL ENTRE 1905 E 1908


O problema do melhoramento do porto consistia no seguinte: fixação das dunas, dragagem de uma canal direto, arrasamento de 180 m de recifes de largura variável de 20 a 50 m.O projeto foi organizado em 1891 pelo engenheiro Afonso Henrique de Souza Gomes, a  convite do Estado, começou a ser posto em execução, uma vez aceito pelo Governo Federal em 1895 quando,tendo a frente o mesmo engenheiro, foi nomeada a comissão  de Melhoramentos do Porto. Surpreendidos pela morte em março de 1896 conseguiu apenas o engenheiro Souza encetar a fixação das dunas; sendo esse serviço prosseguido insistentemente pelo engenheiro Gaspar Nunes Ribeiro que ao mesmo tempo se preocupou com a consolidação das margens marítimas fluviais.
Em 1902 nomeado chefe da Comissão o engenheiro Antônio Pereira Simões, que com pequenas ampliações aceitou o projeto Souza Gomes, foi inaugurado o serviço de dragagem e em 1906 encetado o arrasamento e o desentulho do recife interno chamado de Baixinha.
Fora no entanto, muito diminuta a verba obtida na distribuição do ano de 1906 para as obras de melhoramento do porto de Natal, sendo que permitiu apenas a eliminação de 10 metros do recife da Baixinha naquele ano.
Para 1907 graças aos esforços combinado entre os representantes do estado, chefiadas pelo senador Pedro Velho e tendo o apoio pleno do ministro da viação e obras públicas Lauro Muller, foram distribuídos 259:000$000 que permitiram ao engenheiro Pereira Simões a munir-se de aparelhagem aperfeiçoada e atacar na altura devida tão importante serviço merecendo nisto a aprovação plena do então atual ministro Miguel Calmon para quem as obras desse proto tinham merecido particular  atenção.

Na imagem a baixo o paquete Brasil encalhado as 11h30 da noite do dia 27/03/1905 nos recifes do forte do Reis Magos fora da barra do Natal. 

O Malho,1905, .p.13

        Vista do ancoradouro interno do porto de Natal, mostrando parte da cidade. O porto do Natal estava sendo objeto de obras hidráulicas que o tornariam um dos melhores da costa do nordeste. 

O Malho, 1907, p.33.

Transmissão de eletricidade da esplanada da Fortaleza dos Reis Magos para explodir uma bomba de dinamite colocada numa fenda submersa dos recifes da Baixinha a c 500 metros de distância.Impulsionadas com a entrada de Tavares de Lira para o ministério da viação e obras públicas, as obras do porto do Natal prosseguiram com celeridade, dando lugar a estas cenas de força de progresso segundo se lia na revista O Malho.

O Malho,1907,p.23.

Na imagem vê-se a velha fortaleza colonial com seus carcomidos canhões  que figuravam "como testemunha do passado perante os surtos da eletricidade e da dinamite que faziam voar rochedos, abrindo canais para costeiros e transatlânticos. -Pum! E Ivã o progresso’!.Dizia a legenda da foto na revista o Malho.

Engenheiro chefe e seus engenheiros auxiliares terminando o preparo de uma bomba de dinamite de 32 kg no quadro interno da fortaleza dos Reis Magos.(O MALHO, 1907, p.32).

O Malho,1907,p.11.

        A imagem faz alusão ao recuo de mais 30 metros da boia que marcava o extremo sul da Baixinha, o que importava em dizer que se achavam já arrasados e desentulhados 40 metros desse recife, tanto quanto exigira o comandante Vidal de Oliveira para que no porto interno da progressiva capital potiguar entrassem sem perigo, todos os vapores do Lloyd Brasileiro.
A divisão naval sob o comando do contra-almirante Alves Câmara havia entrado há poucos dias no porto e felicitou vivamente o governador do estado ter podido fundear no porto interno. Isso comprovava a importância dos melhoramentos realizados. (O MALHO,1907,p.8).

Vista de uma parte do porto do Natal mostrando as divisões navais brasileiras que ali chegaram “provando, por conseguinte que o porto da capital do Rio Grande do Norte não é tão feio como o pintam...” (O  MALHO, 1908, p.31).

O Malho, 1908, p.31.

Pontão Lauro Muller com a aparelhagem completa do pilão de Lobnitz e a draga ‘Prestman’ de 5 toneladas destinados ao arrasamento da Baixinha.O prosseguimento metódico dessa obra faria do porto da Capital do Rio Grande do Norte um dos melhores do Brasil, dizia a legenda da foto publicada na revista O Malho. 

O Malho, 1908, p.2.

         Na imagem a seguir o testemunho do recuo da Baixinha de mais de 30 metros ao norte eliminando a aspereza da curva reversa e melhorando a entrada da barra.
No plano superior a esquerda do grupo estava o governador Antônio de Souza tendo a sua direita o capitão Joaquim Anselmo, ajudante de ordens da capitania do porto; Armando Alvim e Ricardo Barreto.
No plano central, da esquerda para a direita: Eloi de Souza, deputado federal, coronel Pedro Soares,inspetor do Tesouro Estadual, o engenheiro Antônio Pereira Simões, chefe da comissão de melhoramento do porto; capitão Jeremias Pinheiro, auxiliar técnico da comissão, Domingos Barros, Sergio Barreto e capitão corveta Arthur Alvim, capitão do porto.
No primeiro plano, da direita para esquerda: Manuel Dantas, redator do jornal A República,Amorim Teixeira e Otávio Arantes, engenheiros auxiliares da comissão de melhoramentos do porto.

O Malho,1907,p.23.

    Na imagem a baixo imersão de uma bomba de dinamite sob os recifes da baixinha utilizado-se um escafandro.
O Malho, 1907,24.

Draga de alcatruzes Miguel Calmon aprofundando o ancoradouro da Alfândega, no porto interno de Natal a fim de que pudessem acostar as pontes de descarga os vapores de maior calado que estavam demandando. Esta draga, denominada então de ‘5 de agosto’ estava no porto da Paraíba fora de serviço  e foi mandada entregar pelo ministro da viação a Comissão de Melhoramento do Porto de Natal.O porto de Natal era considerado pelo comandante Guimarães, do Lloyd Brasileiro como um dos mais vastos do Brasil.

O Malho,1907, p.29.

A baixo o panorama do porto.Draga de cofre dobradiça ‘Souza Gomes’ do construtor Priestman desentulhando a pedra quebrada dos recifes internos da Baixinha na  barra do porto e a descarregar do entulho no porão dos batelões..Imagem feita pelo engenheiro auxiliar da comissão Otávio Arantes.
  


                                                                Kosmo, 1906, p.46.

Charge em que mostra uma conversa entre os ministros Miguel Calmon e Tavares de Lira.
O Malho,1907, p.11.