segunda-feira, 12 de novembro de 2018

OBRAS DO PORTO DE NATAL ENTRE 1905 E 1908


O problema do melhoramento do porto consistia no seguinte: fixação das dunas, dragagem de uma canal direto, arrasamento de 180 m de recifes de largura variável de 20 a 50 m.O projeto foi organizado em 1891 pelo engenheiro Afonso Henrique de Souza Gomes, a  convite do Estado, começou a ser posto em execução, uma vez aceito pelo Governo Federal em 1895 quando,tendo a frente o mesmo engenheiro, foi nomeada a comissão  de Melhoramentos do Porto. Surpreendidos pela morte em março de 1896 conseguiu apenas o engenheiro Souza encetar a fixação das dunas; sendo esse serviço prosseguido insistentemente pelo engenheiro Gaspar Nunes Ribeiro que ao mesmo tempo se preocupou com a consolidação das margens marítimas fluviais.
Em 1902 nomeado chefe da Comissão o engenheiro Antônio Pereira Simões, que com pequenas ampliações aceitou o projeto Souza Gomes, foi inaugurado o serviço de dragagem e em 1906 encetado o arrasamento e o desentulho do recife interno chamado de Baixinha.
Fora no entanto, muito diminuta a verba obtida na distribuição do ano de 1906 para as obras de melhoramento do porto de Natal, sendo que permitiu apenas a eliminação de 10 metros do recife da Baixinha naquele ano.
Para 1907 graças aos esforços combinado entre os representantes do estado, chefiadas pelo senador Pedro Velho e tendo o apoio pleno do ministro da viação e obras públicas Lauro Muller, foram distribuídos 259:000$000 que permitiram ao engenheiro Pereira Simões a munir-se de aparelhagem aperfeiçoada e atacar na altura devida tão importante serviço merecendo nisto a aprovação plena do então atual ministro Miguel Calmon para quem as obras desse proto tinham merecido particular  atenção.

Na imagem a baixo o paquete Brasil encalhado as 11h30 da noite do dia 27/03/1905 nos recifes do forte do Reis Magos fora da barra do Natal. 

O Malho,1905, .p.13

        Vista do ancoradouro interno do porto de Natal, mostrando parte da cidade. O porto do Natal estava sendo objeto de obras hidráulicas que o tornariam um dos melhores da costa do nordeste. 

O Malho, 1907, p.33.

Transmissão de eletricidade da esplanada da Fortaleza dos Reis Magos para explodir uma bomba de dinamite colocada numa fenda submersa dos recifes da Baixinha a c 500 metros de distância.Impulsionadas com a entrada de Tavares de Lira para o ministério da viação e obras públicas, as obras do porto do Natal prosseguiram com celeridade, dando lugar a estas cenas de força de progresso segundo se lia na revista O Malho.

O Malho,1907,p.23.

Na imagem vê-se a velha fortaleza colonial com seus carcomidos canhões  que figuravam "como testemunha do passado perante os surtos da eletricidade e da dinamite que faziam voar rochedos, abrindo canais para costeiros e transatlânticos. -Pum! E Ivã o progresso’!.Dizia a legenda da foto na revista o Malho.

Engenheiro chefe e seus engenheiros auxiliares terminando o preparo de uma bomba de dinamite de 32 kg no quadro interno da fortaleza dos Reis Magos.(O MALHO, 1907, p.32).

O Malho,1907,p.11.

        A imagem faz alusão ao recuo de mais 30 metros da boia que marcava o extremo sul da Baixinha, o que importava em dizer que se achavam já arrasados e desentulhados 40 metros desse recife, tanto quanto exigira o comandante Vidal de Oliveira para que no porto interno da progressiva capital potiguar entrassem sem perigo, todos os vapores do Lloyd Brasileiro.
A divisão naval sob o comando do contra-almirante Alves Câmara havia entrado há poucos dias no porto e felicitou vivamente o governador do estado ter podido fundear no porto interno. Isso comprovava a importância dos melhoramentos realizados. (O MALHO,1907,p.8).

Vista de uma parte do porto do Natal mostrando as divisões navais brasileiras que ali chegaram “provando, por conseguinte que o porto da capital do Rio Grande do Norte não é tão feio como o pintam...” (O  MALHO, 1908, p.31).

O Malho, 1908, p.31.

Pontão Lauro Muller com a aparelhagem completa do pilão de Lobnitz e a draga ‘Prestman’ de 5 toneladas destinados ao arrasamento da Baixinha.O prosseguimento metódico dessa obra faria do porto da Capital do Rio Grande do Norte um dos melhores do Brasil, dizia a legenda da foto publicada na revista O Malho. 

O Malho, 1908, p.2.

         Na imagem a seguir o testemunho do recuo da Baixinha de mais de 30 metros ao norte eliminando a aspereza da curva reversa e melhorando a entrada da barra.
No plano superior a esquerda do grupo estava o governador Antônio de Souza tendo a sua direita o capitão Joaquim Anselmo, ajudante de ordens da capitania do porto; Armando Alvim e Ricardo Barreto.
No plano central, da esquerda para a direita: Eloi de Souza, deputado federal, coronel Pedro Soares,inspetor do Tesouro Estadual, o engenheiro Antônio Pereira Simões, chefe da comissão de melhoramento do porto; capitão Jeremias Pinheiro, auxiliar técnico da comissão, Domingos Barros, Sergio Barreto e capitão corveta Arthur Alvim, capitão do porto.
No primeiro plano, da direita para esquerda: Manuel Dantas, redator do jornal A República,Amorim Teixeira e Otávio Arantes, engenheiros auxiliares da comissão de melhoramentos do porto.

O Malho,1907,p.23.

    Na imagem a baixo imersão de uma bomba de dinamite sob os recifes da baixinha utilizado-se um escafandro.
O Malho, 1907,24.

Draga de alcatruzes Miguel Calmon aprofundando o ancoradouro da Alfândega, no porto interno de Natal a fim de que pudessem acostar as pontes de descarga os vapores de maior calado que estavam demandando. Esta draga, denominada então de ‘5 de agosto’ estava no porto da Paraíba fora de serviço  e foi mandada entregar pelo ministro da viação a Comissão de Melhoramento do Porto de Natal.O porto de Natal era considerado pelo comandante Guimarães, do Lloyd Brasileiro como um dos mais vastos do Brasil.

O Malho,1907, p.29.

A baixo o panorama do porto.Draga de cofre dobradiça ‘Souza Gomes’ do construtor Priestman desentulhando a pedra quebrada dos recifes internos da Baixinha na  barra do porto e a descarregar do entulho no porão dos batelões..Imagem feita pelo engenheiro auxiliar da comissão Otávio Arantes.
  


                                                                Kosmo, 1906, p.46.

Charge em que mostra uma conversa entre os ministros Miguel Calmon e Tavares de Lira.
O Malho,1907, p.11.

    

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