sábado, 4 de maio de 2019

NATAL EM TEMPOS DE II GUERRA MUNDIAL


Prolegômenos
Como se sabe a cidade de Natal teve sua vida transformada pelos acontecimentos que se seguiram a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial quando a capital potiguar passou a sediar uma Base do Exercito dos EUA no então distrito de Parnamirim a partir de 1942.
A posição estratégica de Natal foi de fundamental importância para a escolha norte-americana para abrigar sua base de abastecimentos de aviões que partiam para a Europa onde se dava o teatro da grande conflagração bélica.
Inúmeros trabalhos e livros foram feitos sobre a presença americana em Natal e de como a cidade foi transformada pela estadia desses soldados na capital potiguar.
Nossa contribuição hoje ao debate sobre o tema traz os exercícios realizados em Natal para instruir a população para a defesa ativa e passiva da capital. A defesa ativa diz respeito ao que era feito pelas forças militares aquarteladas em Natal e na Base Aérea de Parnamirim, já a defesa passiva diz respeito aos cuidados que os civis deveriam tomar para se protegerem em caso de ataque aéreo.
Por orientação das forças militares a população de Natal foi incentiva a construir abrigos subterrâneos nas residências capazes de suportar ataques aéreos, assim como também era a população instruída por meio de exercícios realizados durante a noite, os chamados ‘blackouts’, quando as luzes da cidade toda eram desligadas geralmente das 20h00 as 00h00 para simular um ataque real das forças inimigas. Durante esse período a cidade era vigiada pela esquadrilha antiaérea que sobrevoava a capital.
                  Vista aérea do bairro do Tirol 
                                                 
                                                   Base Aérea de Parnamirim


Sobre os Blackout de Natal
         Os exercícios de desligamentos das luzes da cidade eram divulgados previamente pelos jornais locais para que os cidadãos natalense pudessem se preparar para participar ativamente dos exercícios.
         Um desses exercícios foi registrado pelo jornal Diário de Natal onde segundo o mesmo a população de Natal foi submetida na noite de 26/03/1942 a novos exercícios de defesa passiva da cidade (DIÁRIO DE NATAL, 28/03/1942, p.1). A tropa aquartelada em Natal estava a postos, em experiências de defesa ativa, sendo o ‘black-out’ extensivo também a Macaíba e São José de Mipibu, cidades situadas apenas a poucos minutos de voo da capital.
         Esses exercícios tinham a finalidade de verificar a eficiência da defesa pela tropa e comprovar o cumprimento das medidas determinadas ao povo para a defesa passiva, assim como o regular funcionamento dos serviços auxiliares e de socorros, tanto do Exército como da administração civil.
         Segundo o referido jornal todos esses objetivos foram alcançados com brilhante sucesso (DIÁRIO DE NATAL, 28/03/1942, p.1).
A simulação de ataque aéreo de Natal era feita pela a aproximação de aviões “inimigos”, o posto telefônico central recebia a comunicação, oriunda de um posto telefônico situado a grande distância da cidade.Dali partiu imediatamente o sinal.Ao soar as sirenes apagavam-se totalmente as luzes não só em Natal como naquelas outras cidades, ficando o trânsito na capital completamente paralisado, onde os pedestres e os motoristas de veículos deveriam tomar todas as necessárias precauções.
         Os refletores entravam em ação, ao mesmo tempo que se aproximava o ruído dos aparelhos atacantes, que iam sendo, um a um, localizados perfeitamente, a medida que se aproximavam de objetivos militares.Nos pontos visados pelos aviões “atacantes” a tropa demonstrou achar-se nas melhores condições para a defesa conforme o citado jornal (DIÁRIO DE NATAL, 28/03/1942, p.1).

Repercussão dos exercícios de blackouts em Natal
         O comandante da Guarnição Militar de Natal não pode esconder sua satisfação pelo resultado animador do exercício de extinção e disciplina de luzes realizado na noite de 02/03/1942.
         Em grande parte deveu-se o êxito dos exercícios a compreensão patriótica da grande necessidade de tal exercício por parte da disciplinada, laboriosa e ordeira população de Natal que num gesto tão louvável cooperou de maneira muito eficiente, atendendo aos conselhos que lhe foram dados (DIÁRIO DE NATAL, 04/03/1942, p.4).
         Ainda segundo o referido jornal as unidades do Exército, além do Grupo de Artilharia Antiaérea que teve parte destacada no exercício, num espírito de exemplar cooperação e disciplina, tiraram partido do exercício para instruir a sua tropa nesse setor de atividade.
         A policia civil e militar, sob a orientação do seu chefe conseguiu que fosse a realização do exercício feita dentro do mais louvável ambiente de ordem e eficiência.
         Já a Companhia Força e Luz cooperou com uma dedicação invulgar, dando demonstração do seu grande empenho em bem servir (DIÁRIO DE NATAL, 04/03/1942, p.4).
         A aviação sob o comando do Major Turner, muito fez em proveito da noite de exercício e concorreu com a sua colaboração, para tão bons resultados na prática da defesa antiaérea.
         As pequenas falhas havidas, foram fáceis de serem eliminadas, longe de constituírem fator de desanimo, deram margem a observações de grande utilidade, donde os melhores ensinamentos.
O corpo médico da capital distribuiu-se nos setores previstos, dando mostra da sua intenção patriótica de sincera cooperação.
O auxilio dos escoteiros também foi imprescindível “os meninos de hoje, grandes homens de amanhã”. (DIÁRIO DE NATAL, 04/03/1942,p.4).
O que ficou provado, segundo o jornal Diário de Natal, foi que o exercício realizado em Natal mostrou a digna população da capital a certeza de que podia está confiante, que a Guarnição de Natal estava alerta como verdadeira atalaia em defesa do Brasil. (DIÁRIO DE NATAL, 04/03/1942,p.4).

quinta-feira, 2 de maio de 2019

O DESASTRE DO BALÃO PAX DE AUGUSTO SEVERO EM PARIS



Apesar de sua iniciativa nos primórdios da aviação civil os resultados práticos, porém, dos estudos do distinto aeronauta foram fatais para o potiguar Augusto Severo de Albuquerque Maranhão custando-lhe a vida no voo experimental do seu balão Pax em Paris.
Na experiência que levou a efeito, Augusto Severo de Albuquerque Maranhão desempenhando em enorme altura com o  balão PAX foi o mesmo esmigalhado em consequência de uma lamentável explosão.


O  desastre foi geralmente atribuído á proximidade entre o balão e o motor, com o qual se comunicou, explodindo, uma certa quantidade de hidrogênio escapada do mesmo balão, cujos destroços amortalharam o desditoso brasileiro e seu companheiro, o maquinista Sachét.
Esse terrível acontecimento, que emocionou profundamente o mundo inteiro e particularmente o Brasil, teve por cenário a cidade de Paris, em 12 de Maio de 1902; e uma testemunha, o engenheiro Buchet, construtor dos motores das hélices do Pax, grande admirador de nosso compatriota, assim o relatou:
No domingo á tarde Augusto Severo chamou-me pelo telefone da casa Lachambre e disse-me:
     — Partimos esta noite. Já ontem recebi do Ministério da Guerra autorização para experimentar meu balão no campo das manobras de Issy-les-Moulineaux. O tempo parece que vai melhorar. Peço-lhe que vá buscar minha mulher á rua de Galiléia. Imediatamente, mandei preparar três automóveis e, acordado ás 4 horas da manhã, fui procurar a esposa de Augusto Severo, em companhia do Sr. Boyer.
Ela subiu para a minha carruagem com sua irmã e um de seus filhos, e ás 5 horas estávamos na passagem das Favoritas. Já então o aeróstato estava fora de seu barracão e balançava no ar como um navio ancorado. Augusto Severo acabava de inspecionar, com seu amigo Álvaro, a barquinha e seus acessórios, enquanto o maquinista Sache (que já trabalhou nas minhas oficinas, tendo-se retirado ha dois anos, primeiro para trabalhar no balão Boze, depois para entrar ao serviço de Augusto Severo) experimentava os motores e verificava seu perfeito funcionamento.
A transmissão do movimento das hélices era também excelente. Tudo estava a postos. Augusto Severo tomou lugar na parte dianteira da barquinha, onde se achava colocado o motor de 16 cavalos; Sache, na parte contraria.
Álvaro tinha sido obrigado a desistir da viagem á ultima hora. Cerca das 5 horas e 20 minutos, os motores puseram-se em marcha; Augusto Severo pronunciou o « larguem tudo!, e lentamente, muito lentamente, o aeronauta elevou-se. A quarenta metros de altura, aproximadamente, o aeronauta fez cinco ou seis evoluções em forma de 8, com o diâmetro cada vez mais reduzido, afim de experimentar bem a estabilidade e a docilidade de seu aparelho.
— Agora — gritou ele, lá do alto — aos Moulineaux !
Antes de entrar para a barquinha, Augusto Severo tinha-nos dado um bilhete de visita com estas linhas escritas e assinadas no verso :  Entrada no campo de manobras a as experiências do dirigirei « Pax ».— Augusto Severo.
Obedecendo á ação de sua hélice propulsora, o Vax dirigiu-se imediatamente para a igreja de S. Pedro de Montrouge, direito, fazendo flutuar na popa a bandeira brasileira. Nós seguimo-lo com a vista, afim de conhecer bem a direção que ele tomava e eu já me preparava para por em marcha meu automóvel, (piando dere])ente um clarão limito vivo, uma labareda enorme rompeu da parte posterior do balão !
Depois, um fumo espesso substituiu o aeróstato; depois ainda, uma detonação formidável, que chegou a nossos ouvidos... Iodos nós nos fitamos, sem ousar compreender... Estávamos estúpidos, paralisados, quando um grito, um grito terrível, nos arrancou desse torpor...
Era a esposa do aeronauta que acabava de o lançar, caindo sem sentidos no chão. não gastamos cinco minutos em chegar ao lugar da catástrofe ; mas ali, ai de nós! a terrivel incerteza de encontrarmos Augusto Severo e seu maquinista ainda vivos desvaneceu-se. Tudo era findo ! Ambos estavam mortos ! é horrivel !
Duas circunstâncias emprestaram a esse lutuoso fato um característico, podemos assim dizer, de predestinação: — o obstáculo de ultima hora que impediu o embarque de Álvaro ; e — a persistência de Augusto Severo em realizar a experiência, a despeito da profunda impressão do um sonho da véspera, conforme relatara á sua desolada esposa, que,
Por isso, instantemente procurou demove-lo da ascensão naquele dia, sonho durante o qual, pairando no Pax sobre um vasto cemitério, vira nele, claramente, sua extremosa mãe que lhe estendia os braços.

O balão Pax antes e após o acidente que matou Augusto Severo




FONTE: A PÁTRIA BRASILEIRA, VIRGILIO CARDOSO DE OLIVEIRA, 1903.p.309-313.Idem as fotos.

PRESOS DE NATAL SOLIDÁRIOS COM O PRESIDENTE GETÚLIO VARGAS



         Tem coisas que se dissessem de boca em boca ninguém acreditaria e parece que só acontecem em filmes hollywoodianos mas que os anais das histórias estão ai pra dizer que coisas inimagináveis aconteceram em Natal, capital do Rio Grande do Norte.
         Como se sabe em 1935 Natal foi sede de um governo comunistas por longas e quase intermináveis 72 horas. Nada fizeram a não ser espalhar o terror, saquear bancos e cidades, essas coisas típicas de comunistas.
         Pois bem, os lideres do movimento comunistas de Natal foram presos na Casa de Detenção de Natal, atual Centro de Turismo, no alto do Petrópolis, lá ficaram trancafiados como presos políticos.
         Ocorreu que em 1942 esses presos políticos enviaram telegrama ao presidente da República Getúlio Vargas, que os prendera, em que tal telegrama os presos políticos do Estado manifestavam apoio ao referido chefe da nação, a época reinando como ditador.
         Esteve na redação do jornal A Ordem no dia 11/09/1942 uma comissão de presos políticos composta do Sr. Wlademar Diniz Henriques, José Costa e Mario Cabral de Lima, que foram levar uma cópia de um telegrama de solidariedade passado ao presidente Getúlio Vargas em face dos últimos acontecimentos. A comissão pediu ainda que acentuasse a gratidão ao coronel André Fernandes e ao major Joaquim de Moura, atual administrador da Detenção pela maneira solicita e delicada com lhes atenderam neste intento.
Eis o telegrama[1]:
“[ao] presidente Getúlio Vargas - Rio. - Presos políticos [de] 1935 recolhidos [na Casa de] Detenção [de] Natal, nunca felizmente encontrados [em] serviço [de] espionagem contra a Pátria, vem aplaudir entusiasticamente [o] gesto e nobiliante vossência[2] declarando guerra a Alemanha e Itália, nações [que] terão [que] ser esmagadas [a] baionetas [pelos] aliados e [que] estão prontos [a] atender [ao] primeiro chamado [de] vossência, contanto [que o] Brasil não seja escravizado [pelos] traiçoeiros adeptos [do] nazismo e [do] fascismo.
Respeitosas saudações
(as) Waldemar Diniz Henriques, José Costa, Mario Cabral de Lima, José Francisco Alves, Luiz Salvador de Oliveira, José Paulo do Nascimento,Antonio de Morais Campelo, Pedro Soares Monteiro, Manoel Soares, João Pedro Ferreira, José Maria dos santos, Antônio Dionísio, João Francisco de Oliveira, João Rosendo, Francisco, José Ciriaco de Oliveira, Luiz Antonio do Nascimento, Eufrázio Pedro Ferreira e José Salusto (A ORDEM, 11/09/1942, p.1).
Quartel da Policia em Natal metralhado pelos comunistas em 1935


Comunistas presos no interior sendo conduzidos em trem para Natal em 1935



Foi isso mesmo que o leitor acabou de ler.Presos políticos manifestando solidariedade pela atitude de Getúlio Vargas em declarar guerra a Alemanha e Italia e ainda mais oferecendo apoio se dispondo a engrossar as fileiras do combate contras os regimes totalitários do Nazismo e do Fascismo que vigoravam em ambas as nações anteriormente citadas.
Notaram ainda caros leitores que os mesmo presos antes do texto do telegrama pediram pra o redator do jornal A Ordem frisar a “maneira solicita e delicada” das autoridades policiais do Estado?
Os tempos eram outros mesmo. Quem hoje em dia concebe no seu imaginário que presos venham a público manifestar publicamente seu apreço pelas autoridades que os prenderam, ainda mais se tratando de comunistas?
A capital potiguar é deveras surpreendente!



[1] Como se sabe não usa artigos, preposições e conjunções em telegramas, estes foram inseridos no texto original para facilitar a leitura e compreensão do leitor.
[2] Vossa Excelência. V. Excia.

NOMES PARA NOVAS RUAS DO BAIRRO DE LAGOA SECA



        Por decreto lei nº 244 de 04 de julho de 1947 a prefeitura de Natal deu nomes as novas ruas a serem abertas no bairro de Lagoa Seca na capital, para o qual foi alterado o Plano de Sistematização da cidade, no quarteirão 21.
        Assim sendo, as novas ruas do referido bairro denominar-se-ia doravante tais:
        Rua Antonio Maia, que começava na rua Jaguarari até encontrar a rua Presidente Bandeira, rua Antonio Glicério, a que começava na rua Antonio Maia e terminava na rua Bernardo Vieira, rua Jeronimo Macedo, a que começava  na rua Antonio Glicério e terminando na rua Presidente Bandeira, rua Baltazar Bezerra, começando na Rua Antonio Glicério até encontrar a rua Presidente Bandeira paralela a rua Antonio Maia, rua Ritinha Coelho, começando na rua Antonio Glicério  e terminando na rua Presidente Bandeira paralela a rua Baltazar Bezerra, rua Álvaro Carrilho, começando na rua Antonio Maia e terminando na rua Transversal.
        O proprietário de terreno limite da Rua Presidente Bandeira, Severino Germano de Souza faria doação em escritura pública a prefeitura da áreas necessárias as aberturas das ruas, independente de qualquer indenização.(A ORDEM,04/07/1947,p.4)


DENOMINAÇÔES DOS MUNICÍPIOS DO RIO GRANDE DO NORTE EM 1941




Eram os seguintes os municípios do Rio Grande do Norte com as suas datas de criação, e seus Prefeitos, durante o ano de 1941:

ACARI — De a-carí, áspero, peixe d’água doce que existia nos poços do antigo sítio da cidade. Município criado por ato de 11 de abril de 1833, aprovado por lei provincial n.° 16, de 18 de março de 1835. Foi cidade a 15 de agosto de 1898. Prefeitos: Francisco Seráfico Dantas e Ângelo Pessoa Bezerra.

                                                    Aspectos de Acari



ALEXANDRIA — Antiga povoação do município de Martins, com o nome de Barriguda. Vila de Alexandria por lei 572, de 3 de dezembro de 1923. Município com a denominação de João Pessoa, em decreto n.° 10, de 7 de novembro de 1930. A lei 19, de 24 de outubro de 1936, lhe deu o nome de Alexandria e elevou á vila à cidade. Prefeito: Manuel Emídio de Souza.

ANGICOS — Município e vila criados por ato de 11 de abril de 1833. Suprimido em 1835; restaurado em 1836; extinto novamente em 1847 e definitivamente restaurado em 1850. Cidade pela lei 20, de 24 de outubro de 1936. Prefeito: Baltazar da Costa Pereira.

                                             Antiga igreja matriz de Angicos


APODI — Palavra indígena com a significação de coisa firme, altura unida, fechada, uma chapada. Município por ato de 11 de abril de 1833, aprovado por lei provincial n.° 18, de 23 de março de 1835. Cidade em 3 de março de 1887, pela lei n.° 988. Prefeito: Orígenes Monte.

AREIA-BRANCA — Povoação das "areias brancas”, assim balizada pelo seu extenso areal. Município pelo decreto 10; de 16 de fevereiro de 1892 e cidade pela lei 656, de 22 de outubro de 1927. Prefeito: Jorge Caminha Ferreira.

AREZ — Nome de cidade portuguesa de Alentejo. Município em 15 de junho de 1760. Suprimido em 1832; restaurado em 1855; extinto em 1862; restaurado em 1876. Cidade pelo decreto 457, de 29 de março de 1938. Prefeito: Antônio Felipe Ferreira da Silva.

ASSU[1] — Grande. Denominação da aldeia principal dos Janduís (Carirís) pelos índios tupis. Criado por ordem real de 22 de julho de 1766 e instalado em 11 de agosto de 1788 com o nome de “Vila Nova da Princeza”. Cidade do Assú em 1845. Prefeito: Manuel Pessoa Montenegro.

AUGUSTO SEVERO[2] — Denominação em homenagem ao aeronauta do Pax, por lei 197, de 28 de agosto de 1903. Criado em 1858 com o nome de Campo Grande. Suprimido em 1868 e restaurado com o nome de Triunfo, em 1870. Cidade pela lei 62, de 2 de dezembro de 1936. Prefeito: Luiz de França Tito Jacome.

BAIXA-VERDE[3] — Município em 29 de outubro de 1928, por lei n.º 897 e cidade pelo decreto 852, de 11 de junho de 1935. Prefeitos: Odilon Cabral de Macedo e Cap. Severino Elias Pereira.
                                         Aspectos de Baixa Verde em 1942



CAICÓ — Município a 31 de junho de 1788 com o nome de "Vila do Príncipe”. A lei provincial 612, de 21 de dezembro de 1868 elevou sua sede à cidade. Mudança de nome para  "Seridó”, a 1º de fevereiro de 1890 (decreto 12) e retorno para Caicó, pelo decreto 33, de 7 de julho de 1890. Prefeito: Inácio de Medeiros Dias.

                                  Aspectos de Caicó na década de 1940




CANGUARETAMA — Antigo município de Vila Flor (1769) cuja sede foi transferida para a povoação de Uruá, que recebeu o nome de Canguaretama com o município pela lei 367, de 19 de julho de 1858. Canguaretama: Vale das matas. Prefeito: Otávio de Araújo Lima.

CARAÚBAS — Criado em 1868 e cidade pela lei 372 de 30 de novembro de 1941. Caraúbas: Fruto de casca negra. Prefeito: Aproniano Sá.
                                                    Aspectos de Caraúbas


CEARA-MIRIM — Pertencia ao velho município de Estremoz[4] com o nome de "Boca da Mata", sendo elevado à vila e sede municipal com a denominação de Ceará-Mirim, pela lei provincial 321, de 18 de agosto de 1855. Cidade pela lei 837, de 9 de junho de 1882. Prefeito: Tte. Pedro Heráclito Pinheiro.
                                               Aspectos de Ceará-Mirim



CURRAIS NOVOS — Antiga fazenda de gado do capitão-mor Cipriano Lopes Galvão, com o mesmo nome. Município pelo decreto 59, de 15 de outubro de 1890. Cidade pela lei estadual 486, de 29 de novembro de 1920. Prefeito: Dr. José Bezerra de Araújo.

FLORES[5] — Criado com a denominação de "Vila de Flores” (assim como o município) pelo decreto 62, de 20 de outubro de 1890. Cidade pela lei n.° 22, de 28 de outubro de 1936. Prefeito: Raimundo Nonato Pereira.

GOIANINHIA — Município por uma resolução da Assembleia Geral Legislativa, em 7 de agosto de 1832. Cidade pela lei 712, de 9 de novembro de 1928. Prefeito: Jerônimo Cabral Pereira Fagundes.

JUCURUTU — Vila de São Miguel de Jucurutú, pertencente ao município de Caicó, por lei 709, de 8 de novembro de 1928. Município por decreto 932, de 11 de outubro de 1935. Cidade por decreto 457, de 29 de março de 1938. Jucurutú: Canto de uma coruja. Prefeito: Francisco Baldómero Chacon.

JARDIM DO SERIDÓ — Antiga Conceição do Azevedo, fazenda de Antônio de Azevedo Maia, no século XVIII. Município pela lei provincial 407, de 1° de setembro de 1858, tendo por sede a vila de Jardim, em alusão a um jardim tratado por Miguel Rodrigues Viana. Cidade de Jardim do Seridó pela lei provincial 703, de 27 de agosto de 1874. Seridó — Tradução de ceri-tobi, pouca folhagem, descampado. Prefeito: Pedro Isidro de Medeiros.

LAJES[6] — Antiga fazenda de gado de Francisco Pedro Gomes de Melo, em princípio do século XX. Pertencia ao antigo município de Jardim de Angicos[7] que teve sua sede transferida para a povoação de Lages, elevada à vila pela lei 360, de 25 de novembro de 1914. Cidade pela lei 572, de 3 de dezembro de 1923.Prefeito: Francisco de Oliveira Cabral.

LUIZ GOMES — Fundada em 1756 pelo fazendeiro do mesmo nome. Município pelo decreto 31, de 5 de julho de 1890. Elevado a vila ao predicamento de cidade, em virtude dos decretos federal 311, de 3 de março e estadual 457, de 29 do mesmo mês de 1938. Prefeito: João Germano da Silveira.

MACAÍBA — Toponímia: Árvore de macaíba. Município pela lei provincial de n.º 823, de 7 de fevereiro de 1879. Cidade pela lei provincial 1.010, de 5 de janeiro de 1889. Prefeitos: Alfredo Mesquita Filho e major Genésio Lopes da Silva.
                                       Aspecto da feira de Macaíba em 1911


MACAU — Nome em homenagem à possessão portuguesa do extremo oriente[8]; nome chinês. Município pela lei 158, de 2 de outubro de 1847. A vila foi elevada à cidade pela lei 761, de 9 de setembro de 1875. Prefeito: João Fernandes de Melo.
                                 Aspectos de Macau na década de 1930



MARTINS — Nome do primeiro morador, Francisco Martins Rodrigues, no século XVIII. Município pela lei 71, de 10 de novembro de 1841, tendo por sede a povoação da "Serra do Martins”, que, pela mesma lei, passou a chamar-se de "Vila da Maioridade”, em homenagem a maioridade de D. Pedro II. Cidade, mudou-se-lhe o nome para "Cidade da Imperatriz” pela lei 168, de 30 de outubro de 1847. Cidade do Martins pelo decreto 12, de 1 de fevereiro de 1890. O município tem o nome atual por forca do decreto 35, de 7 de julho de 1890. Prefeito: Antônio Marcelino de Souza.

MOSSORÓ[9] — Tribo possivelmente cariri que habitava a região e lhe deu nome. Índios Mouxorós ou Monxorós Se vier do idioma tupi, pode ser uma contração de ‘mo-soroc’,  que significa faz romper, abertura, aludindo ao boqueirão da "Passagem Funda”. O rio Mossoró era também chamado "xoró” — enxurrada, descida d’água, torrente. Virá ainda de ‘amô-xoró’ — o rio distante, a enxurrada longínqua. Município pela lei 246, de 15 de março de 1852, dando à povoação de Santa Luzia do Mossoró a denominação de vila do Mossoró. Cidade pela lei 620, de 9 de novembro de 1870. Prefeito: Padre Luiz Mota.
                                  Aspecto da Catedral de Mossoró em 1938

NATAL — Toponímia por ter sido fundada no dia do Natal em 25 de dezembro de 1599, por Jerônimo de Albuquerque. Município criado em 1611, por D. Diogo de Menezes, governador geral do Brasil. Nunca foi vila. Prefeito: Engenheiro Gentil Ferreira de Souza.

NOVA CRUZ — Antiga "Anta-Esfolada”, animal que assombrava os moradores do lugar. Antigo distrito do município de São Bento (criado pela lei 245, de 15 de março de 1852, cuja sedo era na vila do mesmo nome). Pertencera aos municípios de Vila Flor, Goianinha e novamente Vila Flor, antes de ser da jurisdição de São Bento. A lei 609, de 12 de março de 1868, transferiu para a povoação de Nova Cruz, elevada à vila na mesma lei, a sede municipal. O nome estendeu-se a todo o município. Cidade pela lei 470, de 3 de dezembro de 1919. Prefeito: Mário Manso.
                                        Aspecto de Nova Cruz em 1922


PAPARI[10] — Toponímia: Rio saltado ou encachoeirado, água de contas, rio de contas. Município pela lei 242, de 12 de fevereiro de 1852 e cidade pelo decreto estadual 457, de 29 de março de 1938. Prefeitos: Vicente Elísio de Oliveira e Tte. João Marinho de Carvalho.

PARELHAS — Toponímia: Nome tirado dos umbrais do boqueirão “das Parelhas" ou porque no seu chão os cavaleiros disputavam primazia na marcha de seus cavalos. Povoação do município de Jardim do Seridó, elevada à vila pela lei 478, de 26 de novembro de 1920. Município pela lei 630, de 8 de novembro de 1926. Cidade pela lei 656, de 22 de outubro de 1927. Prefeito: Florêncio Luciano.

PATU — Topônimo cariri. Município pelo decreto 53, de 25 de setembro de 1890. Cidade pela lei 29, de 3 de novembro de 1936. Prefeitos: Rafael Godeiro da Silva e dr. Aderson Dutra.

PAU DOS FERROS — Onde se fundou a povoação existia uma árvore em que os vaqueiros gravavam os "ferros” com que marcavam o gado. Daí, a origem do nome do lugar. Município pela lei 344, de 4 de setembro de 1856. Cidade pela lei 593, de 2 de dezembro de 1924. Prefeito: Francisco Fernandes Sena.

PEDRO VELHO — Homenagem ao senador Pedro Velho de Albuquerque Maranhão, organizador da República, no Estado. O município chamava-se Coitezeiras ou Cuitezeiras (lei 24, de 10 de maio de 1890). Uma enchente, em 1901, destruiu a vila. Pela lei 181, de 4 de setembro de 1902, a sede foi transferida para uma povoação, que tomou o nome de Vila Nova e se estendeu a todo o território. A lei 261, de 26 de novembro de 1908, mudou o nome para Pedro Velho. Cidade pela lei n.º 13, de 19 de outubro de 1936. Prefeito: Manuel Gadelha de Freitas.

PORTALEGRE[11] — Nome de uma cidade portuguesa de Alentejo. Com Arez e Estremoz, foi uma das três primeiras vilas do Estado. Criado em 8 de dezembro de 1761, com o nome de Vila do Port’Alegre. Cidade pelo decreto estadual 457, de 29 de março de 1938. Prefeito: Manuel de Freitas Nobre.

SANTO ANTÔNIO — Fazenda de gado de D. Ana de Pontes, em 1860. Conhecido por “Salto da onça”[12]. Vigário de Goianinha, padre Manuel Ferreira Borges, mudou o nome para Santo Antônio. Município pelo decreto 32, de 5 de julho de 1890. Extinto em 1891 e restaurado pelo decreto 6, de 8 de janeiro de 1892. Cidade pelo decreto 457, de 29 de março de 1938. Prefeito: Lindolfo Gomes Vidal.

SANTANA DO MATOS — Chamava-se em primeiro lugar ‘Santana do Pé da Serra’ e depois ‘Santana do Matos’. Município pela lei 9, de 13 de outubro de 1836, suprimido em 1853 e restaurado em 20 pela lei 314, de 6 de agosto de 1855. Cidade pela lei 663, de 27 de outubro de 1927. Prefeito: Asclepíades Fernandes e Silva.
                            Igreja matriz de Santa do Matos em 1936

SANTA CRUZ — A princípio, Santa Cruz do Inharé. Município pela lei 777, de 11 de dezembro de 1876, com a denominação de Trairí. Cidade de Santa Cruz pela lei 372, de 30 de novembro de 1914. Prefeito: Agrônomo Odorico Ferreira de Souza.
                               Antiga igreja matriz de Santa Cruz em 1937


SAO GONÇALO[13] — Nome em homenagem ao padroeiro São Gonçalo Garcia. Município em ato de 11 de abril de 1833, aprovado pela lei 25, de 28 de março de 1935. Suprimido em 1868, restaurado em 1874, novamente suprimido em 1879 e definitivamente restaurado pelo decreto 57, de 9 de outubro de 1890. Cidade pelo decreto 457, de 29 de março de 1938. Prefeito: Cap. José Paulino de Souza.

SAO JOSE DE MIPIBU — Município em 22 de fevereiro de 1762. Sua sede chamava-se Vila de São José do Rio Grande. Cidade pela lei 125, de 16 de outubro de 1845. Prefeito: Áureo Tavares de Araújo.

SAO MIGUEL — Também chamado inicialmente de São Miguel de Pau dos Ferros. Município pela lei 776, de 11 de dezembro de 1876. Cidade pelo decreto 457, de 29 de março de 1938. Nome do orago da freguesia. Prefeitos: Tte. Álvaro Nunes e Tte. Adauto Rodrigues da Cunha.

SAO TOMÉ — Nome de antiga fazenda do município de Santa Cruz. Município pela lei 698, de 29 de outubro de 1928. Cidade pelo decreto 457, de 29 de março de 1938. Prefeitos: Rainel Pereira de Araújo e Arnaldo Bezerra Furtado.

SERRA NEGRA[14] — Município pela lei 688, de 3 de agosto de 1874. Sua sede foi transferida para São João de Sabugí, elevada à vila pelo decreto 285, de 27 de maio de 1932. Voltou á sede primitiva pelo decreto 43, de 13 de dezembro de 1935. Cidade de Serra Negra pelo decreto 457, de 29 de março de 1938. Prefeito: Descartes de Medeiros Mariz.

TAIPU — Toponímia: ‘A fonte’, ‘o olheiro da pedra’, ‘a pedra sonora’, ‘a pedra do sino’. Criado pelo decreto nº 97, de 10 de março de 1891. Cidade pelo decreto nº 457, de 29 de março de 1938. Prefeito: Rosendo Leite da Fonseca.

TOUROS — Município criado pelo presidente do Conselho do Governo, em ato de 11 de abril de 1833, aprovado pela lei 21, de 27 de março de 1835. Cidade pelo decreto 457, de 29 de março de 1938. Prefeitos: Cap. Jovino Lopes da Silva e Manuel Herodoto de Miranda.
         Eis então os referidos municípios existentes no estado do Rio Grande do Norte em 1941. Como se sabe a época  o estado era administrado pelo interventor federal nomeado pelo presidente da república Getúlio Vargas que governava sob o regime de ditadura, ao interventor federal cabia a nomeação do cargo de prefeitos que podiam ser demitidos pelo mesmo interventor, alguns pediam a própria exoneração, por isso em alguns casos aparecem dois prefeitos no mesmo município, fato em que ocorria ou pela demissão ou pelo pedido de exoneração do mesmo.



[1] A grafia do nome da cidade supra citada é como se sabe de origem indígena e como tal se grafava com Ç, ‘Açu’, porém, por força de lei municipal passou a ser grafada por ‘ss’ como se verifica atualmente.
[2] Em 2018 por força de referendo o nome do município voltou a ser Campo Grande.
[3] Em 1953 o município passou a se denominar João Câmara por força de lei municipal, permanecendo como tal atualmente embora leis municipais tenham sido feitas para retorno do nome original além de cogitar-se plebiscito para consulta a população sobre a mudança do nome do município.
[4] Estremoz figurava a época como distrito de Ceará-Mirim, tendo sido restaurado município em 1963.
[5] Atualmente denomina-se Florânia.
[6] Tradicionalmente se grafa com J e não com G.Em 1943 teve o nome alterado para Itaretama até 1953 quando retornou ao nome original.
[7] A época figurava como distrito de Lajes tendo sido restaurado o município em 1963.
[8] Pertencente atualmente a China como região autônoma.
[9] Por se tratar de nome indígena grafava-se originalmente Moçoró, por força de lei foi alterado para Mossoró como atualmente se verifica.
[10] Nome alterado para Nisía Floresta em 1953 em homenagem a escritora expoente do feminismo e do positivismo no Brasil Dionisia Augusta que adotou para si o nome de Nisia Floresta, natural do sitio Floresta naquele municipio.
[11] Grafia como se verifica como no original e derivado da cidade portuguesa e não Porto Alegre.
[12] O predicativo ‘Salto da Onça’ foi estendido ao nome do município caindo em desuso atualmente.
[13] Atualmente tem o nome estendido para São Gonçalo do Amarante.
[14] Atualmente com o nome estendido para Serra Negra do Norte.