quarta-feira, 5 de junho de 2019

SOBRE A ESTAÇÃO DE ITAPASSAROCA



         Itapassaroca é um distrito do município de Ceará-Mirim cujo local estava no traçado do prolongamento da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte.
         Após a inauguração da EFCRGN em 13/06/1906 os trabalhos dessa ferrovia prosseguiram em direção a região do Seridó do estado.
       Em 14/11/1906 a estação de Itapassaroca foi inaugurada solenemente. A estação estava situada a 7 km após a cidade de Ceará-Mirim. Na inauguração discursou o engenheiro José Luiz Batista saudando ao ministro  da viação Lauro Muller, o senador Pedro Velho e a comissão construtora da EFCRGN.( DIÁRIO DE PERNAMBUCO,01/12/1906,p.1).
         Até aquela data o trecho total da ferrovia era de 45 km em tráfego.
         Sobre a inauguração da estação de Itapassaroca escreveu o jornal Diário do Natal:
         Teve lugar ontem a inauguração de mais um trecho da Estrada de Ferro Central – o de Ceará-Mirim a Itapassaroca.
        As duas horas da tarde partiu desta capital um trem especial, conduzindo as autoridades principais do Estado e demais convidados para assistirem ao ato da inauguração, regressando a noite. (DIÁRIO DO NATAL, 15/11/1906, p.2).O jornal felicitava a comissão por mais este melhoramento prestado ao Estado.
         O trecho inaugurado tinha 11,189 km, ficando a partir dessa data elevada a extensão em tráfego de 45 km, já a linha telegráfica em serviço era de 56 km já alcançando a vila de Taipu. Os trabalhos se dividiam em duas seções: tráfego e construção.
         Em 19/11/1906 foi publicado o aviso de inicio do tráfego entre a estação de Ceará-Mirim e Itapassaroca conforme mostrado a baixo.

                                  
Diário do Natal, 20/11/1906, p.1.

     Em 17/03/1919 manifestou-se um violento incêndio na parada de Itapassaroca, da EFCRGN, tendo o fogo danificado, além do prédio da estação, vários cereais e sacos de lã que ali estavam aguardando o transporte.O incêndio teve inicio devido a fagulhas soltas da locomotiva Nº 7 que naquele dia trafegara pelo trecho (JORNAL DO COMÉRCIO, 17/03/1919, p.1).

        De acordo com o relatório do ministério de viação e obras públicas em 1922 na estação de Itapassaroca, foi feito além de uma instalação constante de dois compartimentos, uma casa para moradia do agente-telegrafista. (RELATÓRIO DO MINISTÉRIO DA VIAÇÃO E OBRAS PÚBLICAS, 1922,p.144).

Em 1924 foram imensos os prejuízos causados a agricultura e propriedades particulares devido ao rigoroso inverno daquele ano. A povoação de Itapassaroca, a margem da linha férrea da EFCRGN ficou completamente inundada. O governo enviou embarcações com pessoal da policia marítima a fim de socorrer as vitimas. Os prejuízos materiais foram totais. As enchentes provocaram a interrupção do tráfego da EFCRGN.
Em 1925 havia uma plantação de eucaliptos em Itapassaroca, tendo sido junto com Estremoz os locais de pioneirismo dessa cultura no estado.
Em 1929 segundo a revista Excelsior, Itapassaroca era um importante centro de lavra de algodão e criação de gado (EXCELSIOR, 1929, p.66).
A estação de Itapassaroca esteve em funcionamento até 01/05/1963 quando por meio de aviso a Delegacia Regional da Rede Ferroviária do Nordeste em Natal comunicava na imprensa o fechamento de estações dentre as quais as de São José, Baldum e Itapassaroca. (DIÁRIO DE NATAL, 24/04/1963, p.2).A justificativa para o fechamento dessas estações eram serem as mesmas antieconômicas.
O prédio da estação de Itapassaroca permaneceu em pé até meados da década de 1970 quando foi demolida.
Não encontramos nenhuma imagem da estação de Itapassaroca.

SOBRE A ESTRADA DE FERRO CENTRAL DO RIO GRANDE DO NORTE



         Assumida pelo Governo Federal em 1903 a antiga Estrada de Ferro do Ceará-Mirim agora passava a denominação de Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte cuja a finalidade passava a ser a de ser uma via de penetração para o interior do estado a fim de alcançar as regiões produtoras como o Seridó, Central, Sertão, Mato Grande e o vale do Ceará-Mirim, trazendo para natal as produções agrícolas dessas regiões, notadamente o algodão e o açúcar, além de promover trabalho para os milhares de flagelados da seca que se verificava no ano de 1904.
         Naquele ano eram desoladoras as noticias do Rio Grande do Norte.Para termos uma noção basta citar até 22/02/1904 a comissão do engenheiro Sampaio Correia alistou 1.600 retirantes no serviço da estrada de Ceará-Mirim e suspendeu o alistamento. A capital estava inundada de famintos e continuava a receber centenas deles diariamente. Os vapores de Mossoró chegavam abarrotados, ficando ainda em Areia Branca centenas de famílias.
         Na capital potiguar, milhares aguardavam, mendigando, passagem nos vapores do Lloyd, a secretaria do governo arrolou 2004 imigrantes, continuando o arrolamento.A lotação dos paquetes do Lloyd já estavam completa até maio e estavam perdidas as esperanças de inverno.
O Diário Oficial publicou as instruções para o estudo e construção de obras contra os efeitos da seca no estado do Rio Grande do Norte.
          A comissão para esse fim nomeada teria por objetivo:
         A construção da Estada de Ferro do Ceará-Mirim e o melhoramento de outras vias de comunicação que ligassem os pontos afetados pela seca aos de fácil comunicação com os melhores mercados e aos centros produtores.
      A construção de obras de açudagem nos pontos mais convenientes e que não exigissem trabalhos importantes de alvenaria, mas pudesses, entretanto, satisfazer as necessidades urgentes provenientes da seca e a construção onde fosse conveniente e exequível.
        O estudo do traçado mais conveniente de uma estrada de ferro que partindo do ponto mais apropriado do litoral, atravessasse a região assolada pela seca, compreendendo o estudo comparativo dos portos de Mossoró, Macau e Natal.
         A indicação dos açudes que pudessem resistir a três anos de seca e que deveriam ser construídos na referida região, e bem assim o estudo daqueles que o governo julgasse necessário fazer, compreendendo o das obras complementares de irrigação.
       O estudo dos poços profundos mais convenientes, tendo em vista a natureza geológica da região e os demais estudos e construções que o governo determinar.
       Por ser de caráter temporário estava a comissão formada pelo respectivo pessoal em seu quadro: 1 engenheiro-chefe, 1 primeiro engenheiro,2 chefes de seção, 2 engenheiros ajudantes, 3 condutores de 1 classe, 3 condutores de 2ª classe, 1 desenhista, 1 escriturário, 1 amanuense, 1 armazenista e 1 secretário-pagador. (A NOTICIA, 02/03/1904, p.1).
      Nos jornais de Natal constava que a chegada da comissão de engenheiros produziu ótima impressão pela atividade, critério e energia desenvolvidas pelo chefe da mesma. Foram empregados imediatamente retirantes em serviços convenientes para o principio da construção da estrada de ferro do Ceará-Mirim.O povo estava a satisfeito e o comércio agradecido.
       Os serviços de combate a seca no Rio Grande do Norte prosseguiam com a construção da Estrada de Ferro do Natal ao Ceará-Mirim, já ligados por linhas telegráficas e os tudo da linha de penetração, de açudagem e de portos.A comissão encarregada de estudos e construções contra a seca no Rio Grande do Norte executou durante o mês de janeiro de 1905 importantes obras para o assentamento do leito da Estrada de Ferro Natal a Ceará-Mirim.
         A estação da Coroa teve um grande avanço na sua construção e em breve deveria se concluída. A muralha do aterro nº 1, em Salgado, também estavam quase terminadas.Ficaram prontos o bueiro da estaca 618x13 e o pontilhão de sangradouro do açude Vilar, na estaca 379x45.A comissão fez colocar no km 4 uma grande caixa d’água e bem assim um moinho de vento para acionar a bomba de alimentação que forneceria água para a mesma.



                                                                                    Arquivo Nacional

         A ponte de Extremoz ficou concluída, iniciando-se logo o assentamento do estrado menor, trabalho este que já ia bem adiantado.
         Do corte nº 1 foi extraído um volume de 4.500 metros cúbicos de terra, que foram conduzidos em trens de lastro.A comissão esperava terminar no mês de fevereiro vários trabalhos iniciados e começar outros cujos estudos já estavam feitos. (A NOTICIA, 21/08/1905,p.2).
          O ministro da viação recebeu um telegrama em 28/11/1905 no qual o engenheiro-chefe da comissão  Carneiro da Rocha levava ao conhecimento do ministro que havia terminado naquele dia o assentamento do último trilho da Estrada de Ferro do Ceará-Mirim, ficando a linha com 22,500 km de extensão, o resto do leito ficaria pronto até o dia 20 do mês de dezembro.(A UNIÃO, 28/11/1905,p.1).
         O engenheiro Carneiro da Rocha também comunicou ao ministro da viação que havia terminado a construção da ponte de Extremoz no km 24 da Estrada de Ferro do Ceará-Mirim.
        Em 29/12/1905 foi enviado ao ministro da indústria e viação o relatório do engenheiro chefe constando os trabalhos realizados durante o mês de novembro, pela comissão de estudos e construção de obras contra a seca no Rio Grande do Norte.
        Pelo relatório foi informado que ficou terminada a construção do paredão de Igapó, continuando a construção do barracão destinado as oficinas e deposito, ficou concluída a construção da caixa d’água n.º 2, inclusive o assentamento do moinho de vento, que acionava a bomba de alimentação da caixa, tendo dado começo ao reboco da estação de Ceará-Mirim e a construção da cobertura foi iniciada.Os pilares da caixa d’água n. 5 já achava construído.Quanto ao movimento de terra, o lastro transportou um volume de terras de 1.086 metros cúbicos, com um transporte médio de 3.700 metros e forma feitas também outras obras de menor importância. (CORREIO DA MANHÃ, 29/12/1905, p.1).



                                                                                     Arquivo Nacional

         Em agosto de 1905 foi iniciado o assentamento da linha dentro da estação da Coroa e na parte fronteira.O aterro nº 1 recebeu grande volume de terras, sendo que para protegê-lo das marés foi construído um paredão, no qual foi empregado um revestimento de 173,464m³ de pedra seca e 379,26m³ com argamassa de cimento, cal e areia.
         A parada de Igapó situada no km 4, já tinha as fundações e os muros da plataforma feitos, desde o ano de 1904, foi recomeçada, tendo já sido iniciado o assentamento das madeiras da cobertura da mesma plataforma.



                                                                                Arquivo Nacional
          A ponte de Extremoz ficou concluída, sendo as experiência feitas com grande êxito.A parada de Extremoz também já estava concluída, assim como o pontilhão da estaca 372x10, que também serviria de sangradouro ao açude Vilar.Foi iniciada a construção do bueiro aberto da estaca 1270x9, sendo retirada da cavação 6,189m³ de terra.Ainda no mês em apreço foi iniciada a construção da estação de Ceará-Mirim tendo sido lançada a primeira pedra no dia 16/08/1905.
         O movimento de terra com a construção da linha tinha sido grande, esperando-se que até novembro ficasse pronto o leito da linha até Ceará-Mirim, não chegando até a cidade de Natal porque a dotação feita no orçamento não permitiu a compra do material necessário para esse trabalho. (GAZETA DE NOTICIAS, 20/09/1905, p.1).

Afonso Pena
         O governador do Rio Grande do Norte, Tavares de Lyra, recebeu um telegrama o qual dizia que em 12/06/1906 havia chagado a capital potiguar, tendo sido recebido com excepcional manifestação de entusiasmo e apreço.Foi oferecido um banquete oficial ao presidente e no dia seguinte seria inaugurada Estrada de Ferro do Ceará-Mirim.
         As 07h00 do dia 13/06/1906 partiu para Ceará-Mirim na ponta extrema dos trilhos que ficava no km 16 onde ali se fez a cerimônia oficial da inauguração do tráfego da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte.
         Fez a respectiva declaração o engenheiro Carneiro da Rocha e em seguida discursou o presidente Afonso Pena.
         Em seguida a comitiva se dirigiu até a cidade de Ceará-Mirim onde seriam feitas outras homenagens ao presidente. O povo que aguardava os visitantes saudou-os entusiasticamente.




Arquivo Nacional

         Após a inauguração houve almoço na casa do juiz de direito dr. Bezerra oferecido ao presidente Afonso Pena que agradeceu ao referido juiz.
Após a inauguração o presidente partiu no dia seguinte para Fortaleza-Ce, antes telegrafou ao governador Tavares de Lyra dizendo que Ceará-mirim havia causado belíssima impressão com sua várzea coberta de canaviais.
         Ainda  a respeito da inauguração do trecho da EFCRGN na casa do engenheiro chefe da construção da 2ª seção em Ceará-Mirim foi servido lanche a que compareceram os representantes da imprensa.
         Foram feitos brindes ao engenheiro Sampaio Correia, pelo dr. Ávila, a engenharia brasileira, por Gustavo de Melo, ao ministro da viação Lauro Muller, pelo engenheiro Leite.
         A EFCRGN da qual o trecho inaugurado pelo presidente Afonso Pena entre Natal e Ceará-Mirim tinha a estação inicial a margem  esquerda do rio Potengi, em frente a capital potiguar e dirigia-se para a zona do sertão, que através de leste a oeste e de norte a sul entroncaria-se com a Estrada de Ferro de Baturité-CE.
         Em território potiguar acompanhava a linha de penetração os vales dos rios Ceará-Mirim e Piranhas-Assu, percorrendo os municípios de São Gonçalo, Ceará-Mirim, Taipu, Jardim de Angicos, Angicos, Santana do Matos e Caicó.Em território paraibano atravessaria os municípios de Soure, Pombal, Brejo da Cruz e Cajazeiras.
         O trecho que iria de Natal a Caicó, cidade que ficava próxima as divisas dos estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba, teria 330 km de extensão, com rampas máximas de 2,2 % e curvas de raio mínimos de 120 metros, sendo de 2.831m³ o movimento de terra.
         A ferrovia nunca chegou ao destino projetado inicialmente tendo os trilhos chegado até as margens do rio Piranhas em Jucurutu.

A ESTRADA DE FERRO DE CEARA MIRIM



Uma estrada de ferro que partisse do vale do rio Ceará-Mirim até a capital potiguar era uma aspiração antiga dos produtores canavieiros daquele vale, tendo sido a primeira concessão dada em 1870.
O diário oficial da União publicou em 05/10/1889 o decreto que concedia privilegio e garantia de juros para a construção de uma estrada de ferro do Natal para o vale do Ceará-Mirim.
O decreto beneficiava o major Afonso de Paula Albuquerque Maranhão, o engenheiro Carlos (Charles) Fleming Hargreaves e Galatino Jucas, possuidores da concessão dada pelo governo provincial para a construção da referida ferrovia.
Pelo decreto de 1889 a ferrovia deveria partir da cidade do Natal ou da margem esquerda do rio Potengi e terminar no ponto que fosse julgado mais conveniente do vale do Ceará-Mirim.
O privilégio do decreto tinha duração de 60 anos e garantia de 6% sobre o capital efetivamente empregado e não excedente de 30:000$ por km e teria efeito por 30 anos. (LIBERTADOR,22/10/1889,p.2).
Tratava-se de uma pequena ferrovia de 45 km cujo objetivo era escoar a produção açucareira do vale do rio Ceará-Mirim, considerado o mais fértil da província do Rio Grande do Norte.
Um telegrama despachado da Capital Federal, o Rio de janeiro, para a imprensa do Rio Grande do Norte em 19/07/1890 adiantava a importante novidade de que iriam começar em breve os trabalhos de construção da Estrada de Ferro do Ceará-Mirim. (LIBERTADOR, 19/07/1890, p.3).Em 02/09/1890 foi nomeado o engenheiro Firmino Theootonio da Morada para o lugar de engenheiro fiscal da referida ferrovia.No mesmo ano foi exonerado a pedido o referido engenheiro e nomeado em seu lugar Claudio Livio dos Reis.
Em 03/01/1891 foram aprovados os estudos das variantes do traçado da Estrada de Ferro do Ceará-Mirim.






Fonte: Arquivo Nacional

 Em  27/09/1891 a Companhia Brasileira de Estrada de Ferro transferiu à Empresa de Obras Públicas no Brasil a concessão da Estrada de Ferro de Natal ao Ceará-Mirim (O TEMPO,27/09/1891,p.1).
O decreto nº 92 de 28 de setembro de 1894 prorrogava por 18 meses o prazo para a construção da Estrada de Ferro de Natal ao Ceará-Mirim.
         Em 1897 organizou-se na Bolsa de Valores de Londres uma empresa inglesa com capital de 120.000 libras esterlinas tendo por finalidade explorar as concessões da Estrada de Ferro e o engenho central do Ceará-Mirim.
         A Estrada de Ferro do Ceará-Mirim com 45 km partiria da margem esquerda do rio Potengi defronte a capital potiguar e se comunicaria com a estação central por meio de barcas.
         Os trabalhos foram iniciados e a muito custo foram concluídos os primeiros 15 km da ferrovia, tendo havido inclusive a inauguração da estação inicial da Coroa na margem esquerda do rio Potengi em 1896, porém os trabalhos foram paralisados devido a dificuldades dos concessionários em tocar a obra.Em 1903 o governo federal resolveu encampar o trecho já construído da Estrada de Ferro do Ceará-Mirim criando a Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte cuja a comissão ficou a cargo do engenheiro Sampaio Correia.

SOBRE A PARÓQUIA DE LAJES



         Primitivamente, antes da chegada da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte-EFCRGN, Lajes era uma fazenda cujo proprietário foi Francisco Pedro, onde em sua residencia os vigário vindos de Angicos celebravam a santa missa e administravam os sacramentos, por não ter capela,sendo algum tempo depois à margem esquerda do rio Ceará-Mirim, organizada uma casa que veio a servir de capela.
         Dada a inconveniência da posição da capela além do rio, em 1913 foi lançada a primeria pedra para  a construção da atual igreja matriz de Lajes.
         A construção da capela teve o auxilio forte do dr. Leonardo Arcoverde e Ubaldino Batista.Na noite do Natal de 1913, foi celebrada a missa, no local em construção, sob uma tolda, seguindo-se também as missa de ano  novo e Reis, as três celebradas pelo franciscano Fr. João.



         Muitos se interessaram pelos trabalhos da construção da então capela, sendo eles: João de Melo, Francisco Avelino, Francisco Vilela, Antônio Gomes, Joaquim Ferreira e outros, sob a direção do monsenhor Júlio Bezerra, então vigário de Angicos, a quem o povo de Lajes é devedor de muita gratidão pelo interesse que tomou na construçaõ da capela de Lajes, que pertencia a paróquia de Angicos.
         Ao padre Júlio sucederam-le na paróquia os padres Fortunato Leão e Antônio Vicente.
         Foi no paroquiato do padre Antonio Vicente, que em 08/12/1921, o então bispo de Natal, dom Antônio dos Santos Cabral, criou a paróquia de Lajes com o titulo de Nossa Senhora da Conceição como padroeira, tendo sido desmembrada da paróquia de Angicos, a capela então foi elevada a dignidade de igreja matriz.
         O primeiro paróco nomeado para a nova paróquia foi o padre Ulisses Maranhão por provisão de 12/02/1922 e a quem se deve os esforços e dedicação para a conclusão dos trabalhos de conclusão da igreja matriz de Lajes.
         O padre Ulisses Maranhão concluiu os corredores, a torre, a sacristia, os altares laterais, o revestimento interno e externo e a completa remodelação da Capela-Mor.
         Convém notar também, os melhoramentos feitos na matriz, nos paroquiatos do padre Antônio Brilhante e do cônego Luis Vanderlei.

Relação dos padres da paróquia de lajes entre 1921 a 1946
         Ao completar o 25º aniversário de criação em 1946, pela paróquia de Lajes já haviam passado os seguintes padres.

N. de ordem
Padre
Função
Periodo
1
Antônio Vicente
Vigário encarregado
02/12/1921 a 12/02/1922
2
Ulisses Maranhão
Vigário
12/02/1922 a 19/02/1928
3
Bianor Aranha
Vigário substituto
Maio a julho de 1925
4
Luiz Vanderlei
Vigário encaregado
19/02 a 09/04/1928
5
Antônio Brilhante
Vigário encaregado
07 a 30/071928
6
Antônio Anacleto
Vigário encaregado
01/1928 a 27/01/1929
7
Antônio Brilhante
Vigário
27/01/1929 a 20/01/1930
8
Luiz Teixeira
Vigário encarregado
23/01/1931 a 03/01/1932
9
Luiz Vanderlei
Vigário
14/02/1932 a 12/02/1936
10
Esmerino Freitas
Vigário encarregado
06/03 a 15/08/1936
11
Vicente Freitas
Vigário encarregado
15/08/ a 15/12/1936
12
José Biesinger,MSF
Vigário
01/01/1937 a 07/01/1939
13
Antônio Chacon
Vigário
12/01/ 1939 a 10/01/1942
14
Ramiro Varela
Vigário
11/01/1942 a 19/06/1943
15
Severino Bezerra
Vigário
Desde 24/06/1943 era o atual em 1946

       No aniversário de bodas de prata da criação da paróquia de Lajes, a época denominada Itaretama, foi festejada durante a festa da padroeira Nossa Senhora da Conceição cujo programa constou de um novenário, missa solene e procissão, tocando nos atos religiosos e nas festas externas, a Banda de Música da Policia do Estado. Estiveram presentes os padres Ulisses Maranhão, Manoel Tavares e Alair Vilar, estes dois últimos, vigário de Angicos e Santa Cruz, ambos foram bispos de Caicó e Natal, respectivamente.
         No dia 08/12/1946 foi afixado na sacristia o retrato do padre Ulisses Maranhão, como homenagem da paróquia ao seu primeiro Vigário.

Fonte: a ordem,06/12/1946,p.1.