quarta-feira, 5 de junho de 2019

A ESTRADA DE FERRO DE CEARA MIRIM



Uma estrada de ferro que partisse do vale do rio Ceará-Mirim até a capital potiguar era uma aspiração antiga dos produtores canavieiros daquele vale, tendo sido a primeira concessão dada em 1870.
O diário oficial da União publicou em 05/10/1889 o decreto que concedia privilegio e garantia de juros para a construção de uma estrada de ferro do Natal para o vale do Ceará-Mirim.
O decreto beneficiava o major Afonso de Paula Albuquerque Maranhão, o engenheiro Carlos (Charles) Fleming Hargreaves e Galatino Jucas, possuidores da concessão dada pelo governo provincial para a construção da referida ferrovia.
Pelo decreto de 1889 a ferrovia deveria partir da cidade do Natal ou da margem esquerda do rio Potengi e terminar no ponto que fosse julgado mais conveniente do vale do Ceará-Mirim.
O privilégio do decreto tinha duração de 60 anos e garantia de 6% sobre o capital efetivamente empregado e não excedente de 30:000$ por km e teria efeito por 30 anos. (LIBERTADOR,22/10/1889,p.2).
Tratava-se de uma pequena ferrovia de 45 km cujo objetivo era escoar a produção açucareira do vale do rio Ceará-Mirim, considerado o mais fértil da província do Rio Grande do Norte.
Um telegrama despachado da Capital Federal, o Rio de janeiro, para a imprensa do Rio Grande do Norte em 19/07/1890 adiantava a importante novidade de que iriam começar em breve os trabalhos de construção da Estrada de Ferro do Ceará-Mirim. (LIBERTADOR, 19/07/1890, p.3).Em 02/09/1890 foi nomeado o engenheiro Firmino Theootonio da Morada para o lugar de engenheiro fiscal da referida ferrovia.No mesmo ano foi exonerado a pedido o referido engenheiro e nomeado em seu lugar Claudio Livio dos Reis.
Em 03/01/1891 foram aprovados os estudos das variantes do traçado da Estrada de Ferro do Ceará-Mirim.






Fonte: Arquivo Nacional

 Em  27/09/1891 a Companhia Brasileira de Estrada de Ferro transferiu à Empresa de Obras Públicas no Brasil a concessão da Estrada de Ferro de Natal ao Ceará-Mirim (O TEMPO,27/09/1891,p.1).
O decreto nº 92 de 28 de setembro de 1894 prorrogava por 18 meses o prazo para a construção da Estrada de Ferro de Natal ao Ceará-Mirim.
         Em 1897 organizou-se na Bolsa de Valores de Londres uma empresa inglesa com capital de 120.000 libras esterlinas tendo por finalidade explorar as concessões da Estrada de Ferro e o engenho central do Ceará-Mirim.
         A Estrada de Ferro do Ceará-Mirim com 45 km partiria da margem esquerda do rio Potengi defronte a capital potiguar e se comunicaria com a estação central por meio de barcas.
         Os trabalhos foram iniciados e a muito custo foram concluídos os primeiros 15 km da ferrovia, tendo havido inclusive a inauguração da estação inicial da Coroa na margem esquerda do rio Potengi em 1896, porém os trabalhos foram paralisados devido a dificuldades dos concessionários em tocar a obra.Em 1903 o governo federal resolveu encampar o trecho já construído da Estrada de Ferro do Ceará-Mirim criando a Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte cuja a comissão ficou a cargo do engenheiro Sampaio Correia.

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