Uma
estrada de ferro que partisse do vale do rio Ceará-Mirim até a capital potiguar
era uma aspiração antiga dos produtores canavieiros daquele vale, tendo sido a
primeira concessão dada em 1870.
O
diário oficial da União publicou em 05/10/1889 o decreto que concedia
privilegio e garantia de juros para a construção de uma estrada de ferro do
Natal para o vale do Ceará-Mirim.
O
decreto beneficiava o major Afonso de Paula Albuquerque Maranhão, o engenheiro
Carlos (Charles) Fleming Hargreaves e Galatino Jucas, possuidores da concessão
dada pelo governo provincial para a construção da referida ferrovia.
Pelo
decreto de 1889 a ferrovia deveria partir da cidade do Natal ou da margem esquerda
do rio Potengi e terminar no ponto que fosse julgado mais conveniente do vale
do Ceará-Mirim.
O
privilégio do decreto tinha duração de 60 anos e garantia de 6% sobre o capital
efetivamente empregado e não excedente de 30:000$ por km e teria efeito por 30
anos. (LIBERTADOR,22/10/1889,p.2).
Tratava-se
de uma pequena ferrovia de 45 km cujo objetivo era escoar a produção açucareira
do vale do rio Ceará-Mirim, considerado o mais fértil da província do Rio
Grande do Norte.
Um
telegrama despachado da Capital Federal, o Rio de janeiro, para a imprensa do
Rio Grande do Norte em 19/07/1890 adiantava a importante novidade de que iriam
começar em breve os trabalhos de construção da Estrada de Ferro do Ceará-Mirim. (LIBERTADOR, 19/07/1890, p.3).Em
02/09/1890 foi nomeado o engenheiro Firmino Theootonio da Morada para o lugar
de engenheiro fiscal da referida ferrovia.No mesmo ano foi exonerado a pedido o
referido engenheiro e nomeado em seu lugar Claudio Livio dos Reis.
Em
03/01/1891 foram aprovados os estudos das variantes do traçado da Estrada de
Ferro do Ceará-Mirim.
Fonte: Arquivo Nacional |
Em 27/09/1891 a Companhia Brasileira de Estrada
de Ferro transferiu à Empresa de Obras Públicas no Brasil a concessão da
Estrada de Ferro de Natal ao Ceará-Mirim (O TEMPO,27/09/1891,p.1).
O
decreto nº 92 de 28 de setembro de 1894 prorrogava por 18 meses o prazo para a
construção da Estrada de Ferro de Natal ao Ceará-Mirim.
Em 1897 organizou-se na Bolsa de
Valores de Londres uma empresa inglesa com capital de 120.000 libras esterlinas
tendo por finalidade explorar as concessões da Estrada de Ferro e o engenho
central do Ceará-Mirim.
A Estrada de Ferro do Ceará-Mirim com
45 km partiria da margem esquerda do rio Potengi defronte a capital potiguar e
se comunicaria com a estação central por meio de barcas.
Os trabalhos foram iniciados e a muito
custo foram concluídos os primeiros 15 km da ferrovia, tendo havido inclusive a
inauguração da estação inicial da Coroa na margem esquerda do rio Potengi em
1896, porém os trabalhos foram paralisados devido a dificuldades dos
concessionários em tocar a obra.Em 1903 o governo federal resolveu encampar o
trecho já construído da Estrada de Ferro do Ceará-Mirim criando a Estrada de
Ferro Central do Rio Grande do Norte cuja a comissão ficou a cargo do
engenheiro Sampaio Correia.
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