quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

A INAUGURAÇÃO DO GRUPO ESCOLAR MOREIRA BRANDÃO EM GOIANINHA


      Segundo o jornal A República foi uma festa verdadeiramente agradável a inauguração do grupo escolar Moreira Brandão, realizada no dia 12/05/1910 na vila de Goianinha, em comemoração do aniversário do glorioso martírio de Augusto Severo.
         Acendendo ao convite dos prestigiosos chefes políticos locais, coronéis Manoel Otoni de Araújo Lima e Luiz Gonzaga da Silva Barbalho, e do operoso chefe do Governo do município, coronel Manoel Duarte, o governador Alberto Maranhão seguiu para ali, em trem especial, acompanhado de diversas pessoas gradas, a fim de tomar parte no regozijo dos habitantes daquela futurosa vila, onde lhe foram preparadas entusiásticas manifestações de simpatia.
         Na estação de Goianinha, repleta de amigos e admiradores do querido riograndense, foi s. excia recebido por aqueles distintos cavalheiros e acompanhado até a aprazível vivenda da Ilha Grande, de propriedade do coronel Manoel Duarte, onde o governador Alberto Maranhão recebeu os primeiros cumprimentos.
       As 13h00 foi servido ao governador e sua comitiva opiparo almoço pela família Duarte.A mesa, sentaram-se além do governador Alberto Maranhão, os coronéis Luiz Gozanga, Manoel Duarte, Manoel Otoni  e membros da sociedade goianinhense.
       Au dessart, o normalista Joaquim Grilo saudou o governador em nome do coronel Manoel Duarte, oferecendo, em frases expressivas e cheias de entusiasmo, aquela significativa festa, como preito de sincera homenagem do presidente da Intendência de Goianinha [...]
     Nos discurso proferido s ouviu-se ainda louvores a atividade e correção com que vinha dirigindo os negócios do município o coronel Manoel Duarte, cuja eficaz colaboração, na sua obra de reorganização do ensino, se patenteava de modo iniludível naquele dia, com a abertura do grupo escolar Moreira Brandão.
         Ao brinde de honra foi erguido ao governador do Estado pelo jornalista do jornal A Capital, dr. Geraldino Lima.As 15h00 quando, transportados o governador e sua comitiva para a vila de Goianinha, deu-se inicio a solenidade de inauguração do grupo escolar, achando-se reunido no respectivo edifício, além das principais autoridades da localidade grande número de cavalheiros e distintas famílias da sociedade de Goianinha.
     Esta festa revestiu-se de grande realce,s endo presidida pelo governador Alberto Maranhão.
         Declarada a instalação do grupo escolar, foi cantado pelas respectivas alunas, o Hino Potiguar, que agradou geralmente.

                   Grupo Escolar Moreira Brandão de Goianinha

    Falou em seguida, congratulando-se com os norteriogradenses pelo auspicioso aconteciemnto, o ilustre dr. Pinto de Abreu, diretor Geral da Instrução Pública, que produziu uma belíssima alocução, enaltecendo a obra empreendida pelo benemérito Dr. Alberto Maranhão e concitando o povo de Goianinha a trabalhar pelo florescimento do instituto com que acabava de ser dotado aquele município.
Uma salva de palmas cobriu as últimas palavras do orador.
Interpretando o pensamento do Governado do Município, o normalista Joaquim Grilo dez a entrega do grupo Moreira Brandão ao Governo do Estado, manifestando o júbilo que todos sentiam naquele momento ao assistir, com a instalação do grupo, ao inicio de uma nova  fase de promissoras esperanças para a mocidade de Goianinha.
Ainda em obediência do programa organizado, usou da palavra o diretor do grupo, dr. J.Gouveia, fazendo várias considerações sobre a festa que ali se realizava.
Falaram igualmente o preparatoiano Paulo Maranhão, relembrando os serviço prestados por Moreira Brandão ao município de Goaininha, e dr. Geraldino Lima, que aclamado pelos presentes, fez uma bonita saudação ao belo sexo.
Seguiu-se os exercícios de classe e marcha pelas alunas sob a direção da normalista senhorita Beatriz Cortez.
Deu-se fim a sessão a cerimônia de descobrimento da lápide comemorativa da inauguração do grupo pelo governador do Estado.
As 19h00 teve lugar o grande banquete político oferecido ao governador pelos coronéis Manoel Otoni e Luiz Gonzaga.
Au champagne, ofereceu a festa, em breves mas, eloquentes palavras, o coronel Manoel Otoni.
Ergueu-se em seguida o governador, proferindo vibrante discurso em agradecimento as provas de cativante gentileza de que era alvo, elogiando a harmonia de vistas que era a nota dominante entre os chefes locais, igualmente empenhados na obra de desenvolvimento do prospero município, onde a sua ação se fazia sentir mais uma vez, fecunda e promissora.
Houve ainda outras saudações e brindes.As 20h00 voltaram o governador e sua comitiva para a capital, sendo acompanhados até a estação por crescido número de amigos que aclamaram o seu nome.
O trem especial em que viajou o governador chegou em Natal as 21h40. (A REPÚBLICA, 16 Maio de 1910, p.1).


A INAUGURAÇÃO DO GRUPO ESCOLAR FABRÍCIO MARANHÃO NA VILA DE PEDRO VELHO



         A inauguração do grupo escolar Fabrício Maranhão da vila de Pedro Velho deu-se em 14/07/1910.
         Segundo publicado no jornal A República, o ato revestiu-se de toda solenidade, sendo assistido pelo governador do Estado e outras altas autoridades. (A REPÚBLICA,  15 Julho de 1910,p.1).
         O novo estabelecimento de instrução recebeu o nome de Fabrício Maranhão, como “uma justa homenagem ao querido chefe político riograndense” (A REPÚBLICA,  15 Julho de 1910, p.1).
         A inauguração do referido grupo escolar coincidiu com o dia da queda da Bastilha que marca a Revolução Francesa e segundo o jornal A República
         “quisemos mostrar a essas crianças que se vão educar em nosso moderno estabelecimento de ensino, o nosso respeito e a nossa veneração pelas coisas locais e pelas grandes ideias”  (A REPÚBLICA,  23 Jul. 1910, p.2).
 de acordo com o mesmo jornal a respeito do futuro do grupo escolar “um trabalho de iniciamento nesta educação que lhes vais er ministrada pelo nosso grupo, educação aperfeiçoada que há de fazer a felicidade e a grandeza de nossa terra e de nossos filhos”  (A REPÚBLICA,  23 Jul. 1910, p.2).
         As 05h45 o trem especial da Great Western estacionava em frente a estação da vila de Pedro Velho, onde a essa hora já aguardava a chegada do governador “ o que há de mais seleto em nossa sociedade” que “ardia em jubilo a nossa terra”    (A REPÚBLICA,  23 Jul. 1910, p.2).
         Se dirigiu o governador Alberto Maranhão a rua principal da vila seguido pela comitiva e saudado por uma salva de 21 tiros e homenageado pelo Corpo de Segurança do Estado.
         Estava o governador acompanhado do vice-presidente da intendência em exercício Joaquim Luz, em cuja administração foi construído o grupo escolar e de Manoel Lobo, presidente efetivo, além do coronel Fabrício Maranhão, chefe político local doravante denominando o referido grupo escolar.
         A rua principal da vila estava toda embandeirada. O governador foi hospedado na casa de Joaquim Luz.As 10h00 se fez a inauguração do grupo escolar. Estava ao lado direito do governador o coronel Joaquim da Luz, o dr. Homem de Siqueira e o coronel Fabricio e a esquerda o dr. Pinto de Abreu, o coronel Manoel Lopes e o dr. Pedro Nascimento, diretor do grupo escolar.
       Seguiu-se a alocução inaugural e por fim deu-se por encerrada pelo governador Alberto Maranhão a solenidade de inauguração do grupo escolar, que segundo A República foi “uma consagração as virtudes cívicas do coronel Fabrício [ Maranhão] e da capacidade administrativa do Dr. Alberto Maranhão, sob cuja administração e com concurso inteligente do Dr. Pinto, se vem remodelando a instrução pública do Estado” (A REPÚBLICA,  23 Jul. 1910, p.2).

           Grupo Escolar Fabrício Maranhão de Pedro Velho em 1922


       As 13h00 houve no salão de honra da Intendência Municipal, um lauto almoço, oferecido pelo Partido Republicano ao governador que tomou assento no centro da mesa, ladeado do Dr. Juiz de Direito da comarca e do Dr. Diretor da Instrução Pública, e tendo em frente o coronel Fabrício Maranhão, cercado de seus lugares-tenentes Joaquim da Luz e Manoel Lopes, ocupando as extremidades o comandante do Copo de Segurança e o ajudante de ordens do governador Alberto Maranhão.
         Em discurso agradeceu o governador as manifestações de seus correligionários da vila de Pedro Velho. Ao final do almoço encaminhou-se a comitiva para a estação ferroviária da Great Western, onde estava postada a guarda de honra, tomando o trem retornaram para Natal.

PROTESTO CONTRA A EFCRGN


Foi publicado no jornal A República em 21/01/1910 o protesto de Joaquim Varela Buriti contra a EFCRGN.
         Segundo o teor do referido protesto Joaquim Varela Buriti dizia ser residente no sitio Maxaranguape e que era senhor e possuidor a justo e legal titulo da propriedade denominada Amarelão, compreendendo todas as terras da data Torreão, nos municípios de Taipu e Jardim de Angicos, em cuja propriedade tinha sua fazenda, com seus terrenos agrícolas, seus campos de criação, casa de morada, curral, cercado e mais benfeitorias.
 Sucedeu, pois, que o Srs. Proença & Cia, contratantes dos trabalhos da Estrada de Ferro Central do Estado, por seu engenheiro chefe José Antônio da Costa Silva, estavam construindo a mesma estrada por sua referida propriedade, em frente a dita casa, derrubando parte de suas cercas sem haver feito indenização, e sem o consentimento do dele o que com tal procedimento constituía desrespeito a lei e aos direitos do suplicante.
 Joaquim Varela Buriti veio por isso protestar, como protesta, contra o aludido trabalho de construção e Estrada de Ferro nas mesmas terras, prometendo fazer valer judicialmente o seu direito em tempo oportuno.
Assim mandou que fosse publicado no jornal A República o teor do protesto lavrado em cartório para que depois fossem intimadas na capital, o engenheiro chefe, representante da dita firma contratante, dr. José Antonio da Costa Junior e o dr. Luciano Martins Veras, chefe da comissão fiscalizadora da dita Estrada por parte do Governo Federal.
O referido protesto Joaquim Varela Buriti foi lavrado em cartório no dia  de 18 de janeiro de 1910 e publicado no jornal A República em 21 de janeiro de 1910.( A REPÚBLICA,  21 Jan.1910, p.2).
      A área a ser indenizada ao proprietário era de 433,385 km²  entre as estacas 2848, 6.65 e 3570 13,75 da EFCRGN em construção conforme constava na planta da referida ferrovia.( A REPÚBLICA, 15 Jun.1910,p.2).

A VISITA DO GOVERNADOR AS OBRAS DA EFCRGN EM TAIPU



        Em 03 Agosto de 1910 foi a vez do Governador Alberto Maranhão e comitiva fazer uma excursão de inspeção aos trabalhos de construção da EFCRGN no trecho entre Taipu e Baixa Verde que segundo o jornal A República "foi uma excelente e útil excursão a visita realizada ontem pelo Exmo. Governador do Estado e muitos cavalheiros de nossa sociedade, altos funcionários, comerciante, industriais, etc., aos trabalhos da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte, a convite da empresa construtora J. Proença” ( A REPÚBLICA, 04 Agosto de 1910).
        A época a EFCRGN estava sob concessão da empresa João Proença & Cia que ficou encarregada de construir o trecho entre Taipu e Caicó.
                                Governador Alberto Maranhão

        O trem especial da EFCRGN partiu da estação da Coroa em Natal as 06h30 da manhã, partiu, conduzindo, o governador Alberto Maranhão e demais convidados.
      Na estação de Ceará-Mirim incorporou-se a comitiva o intendente daquele município Felismino Dantas entre outros.

Descrevendo a paisagem
         O jornalista d’ A República presente na comitiva fez a seguinte  descrição da paisagem ( A REPÚBLICA, 04 Agosto de 1910):
         O tempo amanhecera chuvoso, mas foi melhorando pouco a pouco, permitindo aos excursionistas admirarem as numerosas obras de arte realizadas em toda a linha e as paisagens por vezes bem pitorescas e atraentes que descortinam como a lagoa de Estremoz, o verdejante e imenso vale do Ceará-Mirim, as ondulações do terreno pontilhado das manchas verdes e amarelas de algodão farto ou adornas com leques graciosos de carnaubais fugidios.
         E assim, na mais agradável convivência, teve a comitiva ocasião de verificar, de perto, o valor da nossa estrada de ferro de penetração, a legítima esperança dos nossos sertões combutos pela seca, em via de realizar-se totalmente.
Na estação de Ceará-Mirim, fez-se a substituição da locomotiva que até então conduzira o trem, por uma nova, denominada ‘Alberto Maranhão’ e segundo A República “assim batizada em gentil homenagem ao nosso eminente Chefe” ( A REPÚBLICA, 04 Agosto de 1910).

Propaganda da EFCRGN
         O jornal A República aproveitou a ocasião (talvez a pedido do engenheiro chefe da EFCRGN) para fazer uma propaganda da referida ferrovia. Ei-la ( A REPÚBLICA, 04 Agosto de 1910).
A [ locomotiva ] Alberto Maranhão é uma das seis poderosas máquinas ultimamente adquiridas pela Empresa para ativar o tráfego. Tem o peso em ordem de marcha de 58 toneladas e pode arrastar um comboio com capacidade máxima de 170 toneladas.
      Locomotivas de grande força exige trilhos mais resistentes do que os assentados em grande extensão do leito, motivo pelo qual estão sendo estes substituídos urgentemente.
A Estrada já tem, construído cerca de 77 km , 22 dos quais, do Ceará-Mirim ao fim da linha, com trilhos novos.

Uma  admirável obra de arte
Além de Taipu, parou o trem para uma visita a ponte sobre o rio Ceará-Mirim, entre os km 56 e 58.Esta é uma admirável obra de arte, sólida e perfeita, de 150 metros de cumprimento e 5 pilares de pedra separados por 30 metros.
         Apenas um destes, o central, está ainda por acabar. Informa-nos, porém, o Dr. Décio Fonseca, de que em setembro estará terminado e será feita a inauguração de uma nova estação com o tráfego sobre a ponte. ( A REPÚBLICA, 04 Agosto de 1910).
                                   A ponte do Umari 

         A ponte estava sendo construída 4 km adiante da vila de Taipu, no atual distrito do Umari.

Outros trabalhos
         Havia ainda, segundo o referido jornal, ao longo da via, muitos trabalhos, de menos vulto, mas de real importância, que atestam a competência dos ilustres engenheiros que os construíram, pontões, barragens, cortes, um deles de 10 metros e 3 açudes de avultadas capacidade ( A REPÚBLICA, 04 Agosto de 1910).
         Cerca de 11h30, chegou o trem a ponta dos trilhos, além de Baixa Verde, e onde fora servido, ao meio dia no lugar Melancias, no interior de um dos carros, o almoço, que, anunciado como modesta refeição, foi um opiparo banquete de finas iguarias, regado de gêneros e vinhos. (A REPÚBLICA, 04 Agosto de 1910).
Ao champagne, saudou a Empresa o dr. Alberto Maranhão, pondo em destaque os inestimáveis  serviços por ela prestados ao Rio Grande do Norte.Seguiu-se outros brindes e discursos. (A REPÚBLICA, 04 Agosto de 1910).
O trem regressou a Natal, chegando a estação da Coroa as 16h30.

                                  A ponte do Umari 




VISITA AS OBRAS DE CONSTRUÇÃO DA PONTE DO UMARI EM TAIPU



O engenheiro José Antônio da Costa Junior, chefe da construção da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte-EFCRGN, convidou para visitarem os serviços de construção da linha e da ponte sobre o rio Ceará-Mirim, os Srs. Tavares de Lyra e Ferreira Chaves o qual realizaram a excursão ao local em 02/03/1910. (A REPÚBLICA, 03 Março de 1910, p.1).
Trata-se da ponte ferroviária localizada no atual distrito do Umari no município de Taipu. A referida ponte estava sendo construída no km 60 da EFCRGN sobre o rio Ceará-Mirim numa extensão de 200 metros.
       Em trem especial, que partiu da estação da Coroa as 08h30 da manhã, seguiram o representante do governador do Estado, capitão Joaquim Anselmo, os Sr. Tavares de Lyra, Ferreira Chaves, Sérgio Barreto, Antônio China, Pereira da Silva,o coronel Lins Caldas, Garcia Junior, Otávio Arantes, Odilon Filho, Luciano Veras e José Fonseca. Acompanhavam ainda os excursionistas o engenheiro Décio Fonseca, chefe da comissão construtora da EFCRGN.

Em Ceará-Mirim
         As 09h30 o trem especial chegou a cidade de Ceará-Mirim, sendo Tavares de Lyra e Ferreira Chaves recebidos pelos Drs. Hemetério Fernandes, juiz de direito, Lemos Filho, promotor, coronel Felismino Dantas, chefe do partido republicano e intendente naquele município, coronéis João Fonseca, deputado estadual, Pedro Vasconcelos, José Hemetério e Manoel Joaquim e outros ilustres cavalheiros. (A REPÚBLICA, 03 Março de 1910, p.1).
Após ligeiro descanso na residência do coronel Fonseca, que com extrema gentileza a todos cumulou de atenções, partiu os excursionistas para o Taipu tomando passagem no trem o dr. Hemetério Fernandes, Fonseca Moura, Vasconcelos, José Hemetério e outras pessoas.

Em Taipu
         Depois de rápida demora na estação de Taipu onde aguardavam os viajantes os Drs. Cesar Cartaxo, engenheiro da comissão fiscal e Alcides Lima, engenheiro chefe da 1ª residência, o especial seguiu para o local onde estava sendo armada a grande ponte sobre o rio Ceará-Mirim. Ali chegados, os viajantes percorreram os serviços que estavam sendo atacados, de todos recebendo a melhor impressão. (A REPÚBLICA, 03 Março de 1910, p.1).
         Estavam prontos os dois encontros da ponte, cuja 1ª seção estava em adiantada construção. Os empreiteiros terminaram dois dos pilares centrais, estando o terceiro muito adiantado e faltando somente construir dois. Algumas fundações vinham sendo feitas a 8 metros de profundidade, onde somente foi encontrada a rocha sobre [ilegível...] separam os suportes da ponte. (A REPÚBLICA, 03 Março de 1910, p.1).
                              A ponte do Umari em 1964

O almoço dos viajantes foi servido embaixo das árvores próximas ao local de construção da ponte oferecido pelo engenheiro Décio Fonseca. Ao champagne o dr. Tavares de Lyra brindou o engenheiro Décio Fonseca que respondeu bebendo pelo progresso do Rio Grande do Norte. (A REPÚBLICA, 03 Março de 1910, p.1).
         A 13h00 partiu o trem especial para a ponta dos trilhos, que se achava em 14 km além de Taipu. Nesse trecho atravessou a linha um extenso corte com 920 metros de desenvolvimento. Da ponta dos trilhos até São Pedro, a linha seguia em sua quase total extensão, em longos tangentes, sendo a porcentagem das rampas entre 1 e 1,30. (A REPÚBLICA, 03 Março de 1910, p.1).
         As 15h00 regressou o trem especial a vila de Taipu. Em companhia do coronel Manoel  Eugênio de Andrade, chefe do partido republicano e intendente de Taipu, Tavares de Lyra e Ferreira Chaves percorreram a vila.As 16h30 chegaram todos a Ceará-Mirim sendo novamente obsequiados pelo coronel Fonseca, em cuja residência foi servido profuso lanche.
         As 18h00, o trem especial da EFCRGN chegou a estação da Coroa, em regresso a capital, trazendo todos os excursionistas gratíssimas impressões, recebendo o ilustre engenheiro Décio Fonseca calorosas felicitações pelo passeio que lhes foi proporcionado.
         Durante toda viagem um profuso serviço de buffet e buvette foi feito,s ob a direção imediata dos dignos auxiliares da empresa, Srs. Vieira e Bezerra.
         Domingos Barros fez fotografias de muitos grupos e vistas entre estas a Lagoa de Estremoz e o panorama de Natal visto do alto da Aldeia Velha.
O suculento e profuso banquete com a fidalga gentileza do dr. Décio Fonseca obsequiou aos seus convidados foi servido pelo Restaurante Internacional do capitão Evaristo Leitão. (A REPÚBLICA, 03 Março de 1910, p.1).     

A situação da EFCRGN
Foi informado pelo Engenheiro Décio Fonseca que o tráfego não estava ainda em perfeita normalidade, porque a empresa somente possuía para o tráfego regular 2 locomotivas, estando as outras empregadas na construção.
         A empresa havia recebido 6 locomotivas alemãs recentes,d as quais 2 já estavam montadas, mas achavam-se impossibilitadas de trabalhar porque os trilhos no trecho de Natal a Ceará-Mirim, não suportavam o seu peso que era de 60 toneladas, pesado as que estão em serviço 40 toneladas.
Os trilhos desse trecho, que eram de 19 kg por metro corrente, estavam sendo substituídos conforme autorização pedida ao governo, por trilhos de 25 kg, os quais estavam já sendo empregados nos trechos em construção e construídos pela empresa.
         Já estavam construídos 70 km de linha, estando atacados os serviços de preparo do leito e nivelamento de linha de mais 40 km. (A REPÚBLICA, 03 Março de 1910, p.1).

                    Engenheiro Décio Fonseca chefe da EFCRGN