O
engenheiro José Antônio da Costa Junior, chefe da construção da Estrada de
Ferro Central do Rio Grande do Norte-EFCRGN, convidou para visitarem os
serviços de construção da linha e da ponte sobre o rio Ceará-Mirim, os Srs.
Tavares de Lyra e Ferreira Chaves o qual realizaram a excursão ao local em
02/03/1910. (A REPÚBLICA, 03 Março de 1910, p.1).
Trata-se
da ponte ferroviária localizada no atual distrito do Umari no município de
Taipu. A referida ponte estava sendo construída no km 60 da EFCRGN sobre o rio
Ceará-Mirim numa extensão de 200 metros.
Em trem especial, que partiu da estação
da Coroa as 08h30 da manhã, seguiram o representante do governador do Estado,
capitão Joaquim Anselmo, os Sr. Tavares de Lyra, Ferreira Chaves, Sérgio
Barreto, Antônio China, Pereira da Silva,o coronel Lins Caldas, Garcia Junior,
Otávio Arantes, Odilon Filho, Luciano Veras e José Fonseca. Acompanhavam ainda os
excursionistas o engenheiro Décio Fonseca, chefe da comissão construtora da
EFCRGN.
Em Ceará-Mirim
As 09h30 o trem especial chegou a
cidade de Ceará-Mirim, sendo Tavares de Lyra e Ferreira Chaves recebidos pelos Drs.
Hemetério Fernandes, juiz de direito, Lemos Filho, promotor, coronel Felismino
Dantas, chefe do partido republicano e intendente naquele município, coronéis João
Fonseca, deputado estadual, Pedro Vasconcelos, José Hemetério e Manoel Joaquim
e outros ilustres cavalheiros. (A REPÚBLICA, 03 Março de 1910, p.1).
Após
ligeiro descanso na residência do coronel Fonseca, que com extrema gentileza a
todos cumulou de atenções, partiu os excursionistas para o Taipu tomando
passagem no trem o dr. Hemetério Fernandes, Fonseca Moura, Vasconcelos, José Hemetério
e outras pessoas.
Em Taipu
Depois de rápida demora na estação de
Taipu onde aguardavam os viajantes os Drs. Cesar Cartaxo, engenheiro da
comissão fiscal e Alcides Lima, engenheiro chefe da 1ª residência, o especial
seguiu para o local onde estava sendo armada a grande ponte sobre o rio
Ceará-Mirim. Ali chegados, os viajantes percorreram os serviços que estavam
sendo atacados, de todos recebendo a melhor impressão. (A
REPÚBLICA, 03 Março de 1910, p.1).
Estavam prontos os dois encontros da
ponte, cuja 1ª seção estava em adiantada construção. Os empreiteiros terminaram
dois dos pilares centrais, estando o terceiro muito adiantado e faltando
somente construir dois. Algumas fundações vinham sendo feitas a 8 metros de
profundidade, onde somente foi encontrada a rocha sobre [ilegível...] separam
os suportes da ponte. (A REPÚBLICA, 03 Março de 1910, p.1).
A ponte do Umari em 1964
O
almoço dos viajantes foi servido embaixo das árvores próximas ao local de
construção da ponte oferecido pelo engenheiro Décio Fonseca. Ao champagne o dr. Tavares de Lyra brindou o
engenheiro Décio Fonseca que respondeu bebendo pelo progresso do Rio Grande do
Norte. (A
REPÚBLICA, 03 Março de 1910, p.1).
A 13h00 partiu o trem especial para a ponta
dos trilhos, que se achava em 14 km além de Taipu. Nesse trecho atravessou a
linha um extenso corte com 920 metros de desenvolvimento. Da ponta
dos trilhos até São Pedro, a linha seguia em sua quase total extensão, em
longos tangentes, sendo a porcentagem das rampas entre 1 e 1,30. (A
REPÚBLICA, 03 Março de 1910, p.1).
As 15h00 regressou o trem especial a
vila de Taipu. Em companhia do coronel Manoel Eugênio de Andrade, chefe do partido
republicano e intendente de Taipu, Tavares de Lyra e Ferreira Chaves
percorreram a vila.As 16h30 chegaram todos a Ceará-Mirim sendo novamente
obsequiados pelo coronel Fonseca, em cuja residência foi servido profuso
lanche.
As 18h00, o trem especial da EFCRGN
chegou a estação da Coroa, em regresso a capital, trazendo todos os
excursionistas gratíssimas impressões, recebendo o ilustre engenheiro Décio
Fonseca calorosas felicitações pelo passeio que lhes foi proporcionado.
Durante toda viagem um profuso serviço
de buffet e buvette foi feito,s ob a direção imediata dos dignos auxiliares da
empresa, Srs. Vieira e Bezerra.
Domingos
Barros fez fotografias de muitos grupos e vistas entre estas a Lagoa de
Estremoz e o panorama de Natal visto do alto da Aldeia Velha.
O
suculento e profuso banquete com a fidalga gentileza do dr. Décio Fonseca
obsequiou aos seus convidados foi servido pelo Restaurante Internacional do
capitão Evaristo Leitão. (A REPÚBLICA, 03 Março de 1910, p.1).
A situação da EFCRGN
Foi
informado pelo Engenheiro Décio Fonseca que o tráfego não estava ainda em
perfeita normalidade, porque a empresa somente possuía para o tráfego regular 2
locomotivas, estando as outras empregadas na construção.
A empresa havia recebido 6 locomotivas alemãs
recentes,d as quais 2 já estavam montadas, mas achavam-se impossibilitadas de
trabalhar porque os trilhos no trecho de Natal a Ceará-Mirim, não suportavam o
seu peso que era de 60 toneladas, pesado as que estão em serviço 40 toneladas.
Os
trilhos desse trecho, que eram de 19 kg por metro corrente, estavam sendo substituídos
conforme autorização pedida ao governo, por trilhos de 25 kg, os quais estavam
já sendo empregados nos trechos em construção e construídos pela empresa.
Já estavam construídos 70 km de linha,
estando atacados os serviços de preparo do leito e nivelamento de linha de mais
40 km. (A REPÚBLICA, 03 Março de 1910, p.1).
Engenheiro Décio Fonseca chefe da EFCRGN
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