sábado, 15 de fevereiro de 2020

A FREGUESIA DE CEARÁ-MIRIM EM 1925



         Em 1925 o município de Ceará-Mirim tinha uma população de 27.000 habitantes em sua totalidade brasileiros e católicos. Era um dos principais centros do Estado quer pela sua população e riqueza, quer pelos sentimentos profundamente religiosos dos seus habitantes.
         Na paróquia de Nossa Senhora da Conceição o movimento religioso naquele ano de 1925 foi o seguinte:
Batizados 70
Casamentos  62
Óbitos registrados 63
Comunhões 16.117
2 Primeiras comunhões solenes de 92 crianças
Sacramentos a enfermos, confissões 98
Viáticos 76
Extrema unção 89
capelas filiais
         haviam na freguesia os seguintes oratórios públicos: Estremoz, antiga sede, onde existiam históricas ruínas de um convento dos jesuítas que ali fundaram uma aldeamento de índios; Muriú, Boca da Ilha, Capela e Jacumã.
Associações religiosas
        Haviam o Apostolado da Oração com mais de 6.000 associados inscritos, Pia União de Filhas de Maria, Conferencia Vicentina, Congregação da Doutrina Cristã, com três centros de catecismo e Confrarias das Almas e de Nossa Senhora da dores, todas funcionando regularmente.
         A aula noturna paroquial contava com mais de 1.500 alunos.
         A situação da imprensa católica era animadora naquela freguesia
Contava com mais de 60 assinaturas do Diário de Natal, órgão diocesano de imprensa, o Mensageiro do Coração de Jesus tinha 15 assinaturas e eram bastante lidos e apreciados, A União e o Mensageiro da Fé.
         As famílias em sua maioria eram consagradas ao Coração de Jesus.Funcionava na paróquia um excelente colégio com internato e externato de cursos secundários e primário.
        O vigário era o Pe. J. Cabral que levou a efeito vários trabalhos materiais no majestoso templo que era a matriz, e promoveu vários retiros espirituais das associações religiosas, no fito de aumentar o movimento religioso da freguesia, foi substituído em abril daquele ano pelo Pe. Antonio Brilhante de Alencar.


Fonte: A UNIÃO, 25/12/1925, p.20.

sábado, 8 de fevereiro de 2020

RETALHOS HISTÓRICOS DE SÃO ROMÃO (FERNANDO PEDROZA)



         O município de Fernando Pedroza é uma dos mais novos municípios criados no estado, porém sua história é bem antiga.
Origens
Durante a construção da estrada rodoviária ligando Lajes a Angicos, em 1920, o comerciante Antônio Teixeira da Rocha, instalou nas chamadas Terras de São Joaquim, situadas nas proximidades dos serviços da rodovia, um barracão para fornecer alimentos e utensílios aos trabalhadores.
Tendo como ponto de partida a mercearia de Antônio Teixeira, e a feira livre, realizada no dia 14 de agosto de 1920, incentivada pelo dono da mercearia, iniciou-se o processo de construção de moradias, dando origem ao povoado de São Romão.
Formação Administrativa
O Distrito foi criado com a denominação de Fernando Pedrosa, pelo Decreto-lei Estadual n.º 603, de 31 de outubro de 1938, subordinado ao município de Angicos, assim permanecendo em divisão territorial datada de 17/01/1991.
Foi elevado à categoria de município com a denominação de Fernando Pedroza, pela Lei Estadual n.º 6.301, de 26 de junho de 1992, desmembrado de Angicos com sede no antigo distrito de Fernando Pedroza e instalado em 01/01/1997.
A seguir alguns apanhados históricos sobre este municipio potiguar.
Incêndio na Usina São Joaquim
         No dia 03/02/1936 as 00h00 ocorreu um grane incêndio na Usina São Joaquim localizada na então povoação de São Romão, tendo sido iniciados as diligências que o caso reclamava. (A ORDEM, 05/02/1936, p.4).
         O delegado especial de Angicos remeteu ao poder judiciário o inquérito a que procedeu na povoação de São Romão acerca do incêndio da Usina São Joaquim onde foi apurado que no ocorrido do sinistro um prejuízo de 497: 572$400.
Mudança de denominação
         Em 1937 o deputado estadual Gonzaga Galvão apresentou a Assembleia Legislativa um projeto de lei mudando a denominação do povoado de São Romão para Fernando Pedroza.Aprovada a lei ela foi sancionada pelo interventor Rafael Fernandes em 30/10/1937.( DIÁRIO DE NOTICIAS,30/10/1937,p.2).
         No ano seguinte atendendo a proposta do Diretor Regional dos Correios e Telégrafos do Rio Grande do Norte, o capitão Mário José Faria Lemos, Diretor do Departamento dos Correios e Telégrafos em portaria nº 628 de 24 de maio de 1938 mudou a denominação da Agência Postal Telegráfica de São Romão para Fernando Pedroza, nome adotado para a respectiva localidade. (A ORDEM,31/05/1938,.p.2).
                                   Aspectos de Fernando Pedroza

Inauguração do busto de Fernando Pedroza
         Realizou-se no dia 11/09/1938  na povoação de São Romão a inauguração do busto do industrial Fernando Pedroza, falecido no ano anterior.
         Pelas 06h00 partiu um trem especial de Natal, o qual retornaria a noite, onde levaria até aquela vila o Interventor Federal que participaria dos festejos ali. (A ORDEM, 11/09/1938, p.1).
O Fernando Pedroza Esporte Clube
         Em 05/03/1939 foi fundado o Fernando Pedroza Esporte Clube na vila de mesmo nome, tendo sido sua primeira diretoria composta pelos seguintes membros: Genésio Cabral, presidente de honra, João Mendes, presidente, José Horácio, vice-presidente, Manoel Ovidio Sobrinho, 1º secretário, Valdomiro Teonácio Bezerra,  2º secretário, Maria Alves Toscano, tesoureira, Luis Cid, orador.(A ORDEM,11/03/1939,p.2).

Trem presidencial com Getúlio Vargas na estação de Fernando Pedroza em 1933

Iluminação pública
         Em 1942 já havia iluminação pública na vila de Fernando Pedroza. (A ORDEM, 10/09/1942, p.4).
Passagem do bispo de Mossoró em Fernando Pedroza
No dia 26/01/1944 o bispo de Mossoró, dom João Batista Portocarrero Costa, pernoitou na vila de Fernando Pedroza onde o esperava um carro de linha para viajar até a capital potiguar. (A ORDEM,29/01/1944,p.2).
A inauguração da nova capela de Fernando Pedroza
Por motivo do 30º dia de falecimento do industrial Fabrício PEdroza, presidente do Aeroclube do Rio Grande do Norte, foi realizada no dia 16/05/1945 a benção da nova capela da vila de Fernando Pedroza.
Conforme se lia no jornal A Ordem “oi dada a benção da nova capela da vila e dos seus altares, cuja a construção foi uma iniciativa do saudoso Fabricio Pedroza e quis o destino que a primeira missa fosse em intenção de sua alma”.
A missa foi assistida por todos os membros da família Pedroza.
O Aeroclube solidarizando-se com esta homenagem de fé religiosa,s e fez representar pelo Consul Carlos Lamas, presidente interino e os diretores  Osman Matos e  Plinio Saraiva.
Estiveram presentes os prefeitos de Angicos, Francisco Peres Tores  e o de  Lajes, Francisco Amâncio e o Sr. Genésio Cabral, representando o prefeito de Santana do Matos, Joel Assunção.
A missa foi celebrada pelo padre Manoel Tavares, vigário de Angicos, que ao terminar pronunciou magníficas palavras, congratulando-se com a população católica da região, pela construção do novo templo, cuja concretização se devia em grande parte ao Fabricio Pedroza, que foi seu idealizador.
Em seguida foi feita a encomendação junto a Eça ornamentada por diversas coroas de flores, sendo cantado o “Libera” pelo padre Antonio Antas.
Terminada  a cerimonia religiosa a grande multidão que enchia literalmente o templo, dirigiu-se até a praça principal junto ao monumento de Fernando Pedroza, pai de Fabricio Pedroza e grande benfeitor daquela região. (A ORDEM, 17/07/1945, p.4).
Banquete oferecido a Getúlio Vargas na fazenda São Joaquim em 1933





AS ATIVIDADES DA FIRMA JOÃO CÂMARA & IRMÃOS : UM GRANDE CENTRO PROPULSOR DA EXPANSÃO ECONÔMICA DO RIO GRANDE DO NORTE EM 1933



         Reproduzimos a seguir uma matéria do jornal Diário de Pernambuco de 24/12/1933 sobre as atividades da firma João Câmara & Irmãos.
Os maravilhosos resultados colhidos na lavoura algodoeira na chapada da Baixa Verde, pela beleza da cultura e impressionante uniformidade do terreno, é não só uma demonstração evidente das grandiosas possibilidades do Estado do Rio Grande do Norte como também um exemplo frisante e nobre da capacidade do homem.
O homem e a terra
Porque se por um lado temos a admirar a excelência da terra dadivosa e boa, necessitando apenas de cuidados e métodos que lhe amaine a riqueza natural, há também e muito principalmente que louvar o esforço e o trabalho humano que por estas regiões nordestinas vivem tão entregues a mão do destino, sem contar coma cooperação de quem pode e deve fomentar as suas atividades.
         O solo ubertoso e rico lá se encontrava triste  e abandonado a espera de quem quisesse revolvê-lo e torná-lo útil a pátria  comum transformando-o num grande e futuroso núcleo de atividade concorrendo eficientemente para o desenvolvimento da economia norteriograndense, quiçá nacional.
         O home surgiu e, com o seu denodado esforço a sua inteligência e pertinência, qualidades inerentes e próprias do nordestino, depois de um período de trabalho racional e profícuo, auxiliado pelos poderes públicos através do conhecimento de novos métodos de cultura, pode, finalmente, realizar o seu objetivo transformando aquela zona antigamente desabitada, num grande centro de trabalho.
         É a propósito do que era antigamente a chapada da Baixa Verde que hoje apresenta aspecto tão impressivo de desenvolvimento, ainda já bem pouco tempo dizia o Dr. Mário Câmara, Interventor federal naquele Estado, em entrevista concedida a esta folha.
O que era a chapada da Baixa Verde
         O que era Baixa Verde há pouco anos passados dizem as estatísticas e os fato.Uma zona desabitada e triste, entregue a sua própria sorte.E o que ali tem se conseguido através da construção de poços  feitos pelos poderes públicos, é formidável.em redor da cada poço existe uma aglomerado humano.E o que os técnico acabam de afirmar é que a plantação realizada na Chapada da Baixa Verde é extraordinária pela uniformidade da cultura e do terreno.E para dizer mais eloquentemente sobre a fecundidade da terra da Baixa Verde, basta informar que este município concorrerá este ano com cerce de 10% da safra do Estado ou sejam, 1.500.000 quilos de algodão.Também na Chapada do Apodi, cuja configuração é semelhante a da Baixa Verde, pretendemos dentro em breve iniciar trabalho idêntico.
         Assim como Apodi e Baixa Verde, existem não somente no Rio Grande do Norte, mas em várias zonas desta região nacional, terrenos ubérrimos e fecundos carecendo do trabalho inteligente e proveitoso do homem que lhes proporcione maior desenvolvimento de suas possibilidades.
         E se meditarmos um pouco sobre o futuro do Nordeste, as suas qualidades geológicas e naturais, então havemos de nos convencer que a grandeza econômica desta vasta e poderosa região reside justamente na cultura racional e na exploração industrial de suas fibras, em cujo lugar o algodão pela sua magnífica e privilegiada situação está naturalmente colocado em primeiro plano.
         Necessário apenas se torna que os poderes públicos e as classes ativas se interessem vivamente pelo momentoso problema, incluindo-se no meio de suas mais importantes cogitações tendentes a ampliar o patrimônio material da nação.
E, então, o potencial econômico do Nordeste há de se firmar seguramente no concerto federativo, como uma das mais sólidas colunas em que se assentará a riqueza nacional.
O perfil de um home de ação
         A firma João Câmara & Irmãos que hoje usufrui de um largo e merecido destaque no seio das classes conservadoras do Estado do Rio Grande do Norte, mercê da sua magnífica situação, é, incontestavelmente, fruto de um labor honesto e construtor.
         Desenvolvendo um trabalho eficaz e persistente para a expansão dos seus negócios, e , consequentemente, em favor da economia daquele Estado, bem destacado é o posto que a referida organização ocupa no seio do honrado comércio potiguar.
          E essa situação de proeminência conquistada através de incessantes períodos de um labor dinâmico e produtivo é notadamente devida ao Sr. João Severiano Câmara, esse singular figura de homem de ação e de inteligência que graças a um esforço honesto e nobre, soube tão dignamente construir o sólido pedestal em  que se assenta a firma João Câmara & Irmãos.
         O que o Sr. João Câmara realizou nestes últimos anos a frente dos  negócios de sua firma em espaço de tempo relativamente curto representa pois, por uma brilhante vitória e vale por uma eloquente afirmação de trabalho.
         Quando em 1914, o Sr. João Câmara escudado apenas na sua vontade férrea de vencer e no seu espírito pertinente,iniciou os seus negócios, Baixa Verde ainda não havia sido elevada a categoria de cidade, não passava de uma simples povoação.
         Contando, assim, com a sua capacidade foi que o referido cavalheiro juntamente com seus irmãos Jeronimo  e Alexandre  Rodrigues da Câmara, constitui naquele ano a firma João Câmara & Irmãos, que mais tarde havia de se tornar uma das mais interessantes e poderosas organizações do Estado, exercitando proficuamente a sua atividade na indústria, na lavoura e na pecuária,de maneira tão benéfica para a comunhão norteriograndense.
O desenvolvimento dos negócios da firma João Câmara & Irmãos
       Sempre animada do desejo de dotar o seu Estado de um núcleo de trabalho e de progresso que mais tarde servisse não só de paradigma de honestidade e de esforço mas também de estimulo a iniciativa semelhantes,os quais concorreriam desse modo proficuamente para o progresso comercial do Rio Grande do Norte, a firma João Câmara & Irmãos foi procurando cada vez mais ampliar o seu raio de ação o que pouco a pouco, conseguiu devido ao seu denodado esforço.
         Foi assim que novos campos de ação foram abertos para a referida firma, com o desdobramento de seus negócios nos quais passaram a se incluir criação de gado vacum e caprino, plantações de algodão, instalações de maquinismos para descaroçamento do referido produto, tornando-se desse modo, os Sr. João Câmara & Irmãos uns dos maiores agricultores e produtores do Estado.
A cultura algodoeira na chapada da Baixa Verde realizada pela firma João Câmara & Irmãos
         A situação dos referidos agricultores e industriais onde tem feito se sentir mais beneficamente é justamente no município.
         Ai, nessa localidade, que há poucos anos atrás não passava de uma simples povoação pobre e desabitada, entregue a tristeza do seu próprio destino, é que verdadeiramente dinâmica e operosa foi a ação do Sr. João Câmara.
         Realizando uma tarefa eminentemente interessante e patriótica, qual seja, de criar novos ramos para a atividade nordestina, procurando expandir as possibilidades naturais da região, com o fomento de sua economia, o Sr. João Câmara pode assim pouco tempo depois a golpes de trabalho e de energia ver a sua obra coroada do mais completo êxito.
         E hoje a lavoura do algodão da Baixa Verde que os  técnicos não cansam de louvar como uma das surpreendentes e interessantes dadas a cultura magnífica e uniformidade do terreno, vai servindo como uma advertência proveitosa e um estimulo formidável para tentamentos indenticos.
         E assim que o no novel município de Baixa Verde atualmente produz cerca de 1.500.000 quilos de algodão em pluma ou seja, cerca de 10% da produção de todo Estado, quota essa inteiramente extraída das plantações feitas pela firma João Câmara & Irmãos.
Uma usina para o beneficiamento do algodão
         De tal maneira tem se desenvolvido os negócios da referida organização agrícola, industrial e comercial,mercê os magníficos resultados colhido com a cultura racional do outro branco na Chapada em apreço, onde os poços artesianos tiveram uma influencia tão decisiva que as necessidades produtivas da firma excedem a capacidade da atual usina de beneficiar o algodão.
         Desse modo no próximo ano será instalada uma nova usina, com aparelhagem moderníssima e com maior capacidade produtora.
         A atual usina produz 10.000 quilos em 14 horas e a capacidade das novas instalações comportará produzir 15.000 quilos em 10 horas.
         Uma Prensagem coma as mais modelares disposições será também ali instalada para maior eficiência do produto.

Prédio da prensa de algodão da firma João Câmara & irmãos em Baixa Verde

O município Baixa Verde na expansão econômica do estado do Rio Grande do Norte
         O atual município de Baixa Verde é evidentemente um produto de atividade do Sr. João Câmara que conseguiu inteligentemente coordenar todos os elementos necessários a sua grandeza econômica, tornando-o um dos municípios que mais eficientemente concorrem para a receita estadual dada a sua atividade produtora.
         E se novas plantações forem propicia,tudo faz crer que o município de Baixa Verde seja o maior centro de algodão de todo Estado.

Sede da firma João Câmara & Irmãos em Baixa Verde

 A expansão comercial da organização
         O desenvolvimento da organização tem sido tão notável nestes últimos tempos que esses incansáveis batalhadores que são os Srs. João, Jerônimo e Alexandre Câmara instalaram filiais de sua firma em Pedra Preta e Serra Verde.
As fazendas São Pedro, Olho D’Água e Serra Verde
         Também os Sr. João Câmara & Irmãos desdobraram nobremente a sua atividade, interessando-se na indústria pecuária.
         Assim que são proprietários das fazendas São Pedro, Olho D’Água e Serra Verde, com irrigação de poços construídos em cooperação com os Governos da União, do Estado e do Município e onde é cultivado o gado vacum e caprino.

Visita do interventor federal Mário Câmara as plantações de algodão
da firma João Câmara & Irmãos na fazenda São Pedro

A fábrica Santa Terezinha em Natal para o fabrico de óleos vegetais
         Também muito benéfica tem sido a cooperação prestada pelos Sr. João Câmara & Irmãos em favor do progresso industrial de sua terra.
         A “Fábrica Santa Terezinha”, de sua propriedade localizada e Natal, a Avenida Almino Afonso, 45, é dotada de excelentes e modelares instalações, ocupando uma área de 54.000 metros quadrados.
         Destina-se ao fabrico de óleos vegetais extraídos do algodão, produzindo artigos que rivalizam francamente com os melhores similares.
Ao serviço da “Fábrica Santa Terezinha” estão 50 operários que dispõem de toda a assistência social.

Sede da fábrica Santa Terezinha na rua Almino Afonso na Ribeira em Natal.
Visita do interventor federal Mário Câmara as instalações da fábrica Santa Terezinha.Mário Câmara está o centro ao lado de seu pai Augusto Leopoldo Câmara e a esquerda está João Câmara.

Outras atividades dos Srs. João Câmara & Irmãos
         Os Sr. João Câmara & Irmãos como dissemos, cada vez mais vão ampliando as suas atividades. Assim é que o seu sócio principal faz parte da firma Severo Gomes & Cia.
Estabelecida em Natal com escritório de comissões e representações da firma A. Farine, estabelecimento que usufrui de ótimo conceito no seio do comércio exportador e importador.
A gerência geral em Natal
A gerencia geral da firma João Câmara & irmãos, em Natal,na “Fábrica Santa Terezinha” está entregue ao estimado calvalheiro Sr. Anibal Calmo Costa.
         Espírito empreendedor e inteligente, gozando de francas simpatias no seio das classes conservadoras,o Sr. Anibal Calmon Costa que também é estabelecido com escritório de representação a rua Frei Miguelinho, 129, foi ultimamente eleito 1º secretário da Associação Comercial de Natal.
A firma João Câmara & Irmãos como se vê faz-se sentir tão fortemente em favor  da expansão econômica do seu Estado, é pois, uma organização verdadeiramente modelar que muito enaltece os foros de cultura e adiantamento do honrado comércio potiguar.

Fonte: Diario de Pernambuco, 24/12/1933, p.17.

INAUGURAÇÃO DO FÓRUM DE TAIPU



Dando prosseguimento ao seu programa de terceiro ano de governo o mons. Walfredo Gurgel inaugurou o Fórum Desembargador José Gomes da Costa em Taipu.
         O prefeito de Taipu, Geraldo Lins de Oliveira, e a juíza da comarca, Gilka Farkat, expediram convites a várias autoridades civis e jurídicas do Estado, sendo grande o número de pessoas que começou na manhã do dia 31/01/1969, a se deslocar para Taipu. Foi a primeira comarca de primeira entrância a ser inaugurada naquele fórum judiciário. (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 31/01/1969, p.7).
         Em 1984 o prédio do fórum passou por reformas até 2004 quando foi reformado novamente.
         A comarca de Taipu foi extinta em 2018.



Fórum de Taipu, década de 1970.

Fórum de Taipu, década de 1970.

Inauguração do fórum de Taipu,1969.

Fórum de Taipu,2015.


















sábado, 1 de fevereiro de 2020

A ENCHENTE DO RIO CURIMATAU QUE DESTRUIU AS CIDADES DE NOVA CRUZ E PEDRO VELHO EM 1901


A extraordinária enchente do rio Curimatau ocorreu no dia 13/05/1901 ocasionando grandes prejuízos em Nova Cruz e em Cuitezeiras (atual Pedro Velho).No dia 12/05/1901 a cheia do rio Curimatau atingiu Nova Cruz, onde cairam algumas casas da vila de Nova Cruz, inclusive a casa que servia de cadeia.Já no dia seguinte, desabaram diversos edifícios da Vila de Cuitezeiras que ficou quase submergida pelas águas que invadiram as ruas de modo a não dar tempo a fuga aos seus habitantes, tendo também a enchente destruído a ponte sobre o rio logo depois da passagem do trem horário. (RELATÓRIO GOVERNO, 1901, p.138).
       Para ilustrar o relato a cima e ter uma noção das enchentes do rio Curimatau a seguir imagens das enchentes nesse rio em 1964.






Em Cuitezeiras
De Cuitezeiras escreveram os habitantes no jornal A República e republicado no Diário de Pernambuco:
         Na manhã de 13 do corrente fui sacudido fora do leito pelos brados angustiosos da população desta vila, anunciando o transbordamento do indômito Curimatau, cujas águas em marche-marche vertiginoso, invadiam as ruas se dar tempo a fuga.
         É indescritível o pânico geral, a angustia que se lia em todos os semblantes.
         Tive apenas tempo de abrir todas as portas de minha casa e atravessar a rua em que moro, para a casa fronteira, mais elevada.
         Da rua da Cruz, principio da vila, até a casa do cidadão Jacó, seu termino, todas as famílias abandonaram os lares inundados com águas pelos joelhos, em busca da igrejinha da gloriosa Santa Rita, único asilo respeitado pela enchente.
         O pequeno templo não comportava a multidão, que enchia em brados de terror, em súplicas ferventes.
         Salvas as famílias com grandes dificuldades, porque a impetuosidade da corrente era enorme sendo necessários muitas vezes quatro homens para o transporte de uma senhora ou uma criança, cuidou-se então, de escolher as mercadorias e moveis que flutuavam, grande parte já arrastados pelas águas.
O trabalho durou todo o dia e a noite, mas o prejuízo, foi ainda assim, de uma terça parte dos haveres da população.
         A casaria,em geral, ficou arruinada, caindo totalmente alguns prédios.
         A lavoura alcançada pela enchente perdeu-se por completo.
         A noite,quando veio o escoamento das águas, ficamos patinando sobre uma camada de lama de mais de um palmo de espessura.
         Não posso entrar nos detalhes das cenas parciais, de dor e de perigo que ocorreram.
         Como specimem: uma menina corria para a igreja e de súbito sumiu-se num abismo aberto pelas águas, sendo heroicamente salva pelo bravo moço Francisco Trigueiro.
         Duas famílias,a do promotor Joaquim Scipião e do presidente da intendência, coronel Manoel Lopes, que no primeiro momento tentaram abrigar-se no sitio Retiro, sofreram torturas indizíveis, sendo esta obrigado a retroceder para o povoado e aquela somente por esforços extraordinários e louvável sangue frio dos coronéis Fabrício Maranhão e Enéas Medeiros e do valente nadador Francisco de Barros, logrado atingir a referida eminência tal era a profundidade da enchente e a velocidade da correnteza.
         Homens bravos [ilegível...] e arrancavam os cabelos.
         Para que dizer mais?
        Não se é consolação dizer que, a para de tantos males, vamos ter o solo inundado com um vigor novo e espantoso para o plantio, acrescendo que os canaviais pouco sofreram especialmente a usina ilha Maranhão, que vai ter safra aumentada pelo adubo que trouxe-lhe a enchente.
         A população unanime proclama e agradece a solicitude com que o governo, logo que teve o primeiro aviso da catástrofe, comunicado em telegrama do ilustre Homem de Siqueira, providenciou para o salvamento e amparo dos inundados. (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 26/06/1901, p.1).
        A baixo as  ruínas da capela de Santa Rita em Pedro Velho