domingo, 15 de agosto de 2021

NOTAS SOBRE O MUNICÍPIO DE MAXARANGUAPE


O município de Maxaranguape é um dos que integra a região do Mato Grande. Eis a seguir algumas notas que contribuem para a memória do lugar.

Igreja matriz de Maxaranguape. Foto: Francisco Ferreira.

Primórdios

Dos primórdios de sua origem consta que as terras da sesmaria, existente às margens do rio Moxurungoapé, foram concedidas, em 14/09/1666 ao Governador João Fernandes Vieira; representado, no ato, pelo Vigário de Natal, Padre Leonardo Tavares de Melo.

Em 1832, já existia a pequena povoação habitada por pescadores, possuindo uma capela, em honra a Nossa Senhora da Conceição; escolas e casas de veraneio dos senhores de engenho de Ceará-Mirim.

Com a grande estiagem, ocorrida nos anos de 1877 a 1879, recebeu grande número de sertanejo, que aí chegaram à procura de trabalho, atraídos pelo vale fértil, conhecido, inicialmente, por Boixununguape, banhado pelo rio Perene, que desemboca no Atlântico, no lugar chamado Barra de Maxaranguape, primeiro nome do município.

Em 1891 o jornal A República registrou que o governador havia assinado a nomeação de Félix José de Oliveira para exercer o cargo de subdelegado do distrito policial de Maxaranguape (A REPÚBLICA, 03/03/1891, p.1).

A povoação de Maxaranguape era uma das várias povoações marítimas do município de Touros e já era citada com essa denominação em 1896 nos relatórios do governo do Estado ( MENSAGEM DO GOVERNADOR DO RIO GRANDE DO NORTE PARA A ASSEMBLEIA, 1896, p.86).

Em 1896 o distrito policial de Maxaranguape estava constituído por José Antônio de Paiva Câmara, subdelegado, Joaquim Teixeira da Costa Barbosa, Martinho Teixeira da Silva e Manoel de Goés de Vasconcelos Borba, 1º, 2ºe 3º suplentes, respectivamente (MENSAGEM DO GOVERNADOR DO RIO GRANDE DO NORTE PARA A ASSEMBLEIA, 1896, p.200).

Em 1907 o jornal A República já mencionava Maxaranguape com o qualificativo de povoação (A REPÚBLICA, 17/08/1907, p1).Em 1913 o Almanaque Laemmert cita a povoação de Barra de Maxaranguape (ALMANAQUE LAEMMERT , 1913, p.91).

        A escola primária de Maxaranguape foi criada em 1922.

A colônia de pescadores de Maxaranguape

A Colônia Z-15 com sede em Maxaranguape compreendia toda a costa desde a margem direita do Rio do Fogo até as duas margens do rio Maxaranguape.

Em 1924 havia em Maxaranguape a Colônia de Pescadores Z-15 denominada Almirante Thedim, nela funcionava a Escola Mista Tenente Eugênio Possolo tendo como professor Gregório da Silva Neto (A VOZ DO MAR, 1924, p.18).A escola contava com a frequência de 40 alunos dos quais  26 meninos e 18 meninas.

Já em 1937 a Colônia Z-15 situada em Maxaranguape mantinha duas escolas para filhos de pescadores, sendo constituída pelo número de 189 pescadores matriculados, essa colônia não estava completamente desorganizada, mas os pescadores não tinham pago as mensalidades à federação estadual de pescadores, em virtude de ter sido uma das colônias mais assoladas pela febre palustre ( A VOZ DO MAR, 1937, p.).

Em 1938 foi solicitada da Confederação Geral à Federação do Estado, informações urgentes sobre a desorganização em qe se encontrava a Colônia de Pescadores Z-15, de Barra de Maxaranguape, e determinando que fosse tomadas as providências necessárias para a normalização da situação da citada Colônia ,de acordo com os estatutos ( AVOZ DO MAR, 1938, p.21).

O grupo de escoteiros do mar

Em 1935 a Associação de Escoteiros do Mar em Natal estava em preparação para instalar um grupo de escoteiros em Barra de Maxaranguape, iniciando assim um vasto programa de propaganda e educação ao longo do litoral do Estado (A ORDEM, 15/10/1935, p.2).

A fixação da dunas

Em 1939 o Departamento de Portos e Canais iniciou os trabalhos de fixação das dunas em Barra de Maxaranguape que era um dos grandes problemas que atingia a vila. Nas dunas que chegavam até 38 metros foram colocadas plantas rasteiras para conter o avanço pelo vento, também foi aberto o canal que ia até o mar dando vazão as águas estagnadas (DIÁRIO CARIOCA, 31/05/1939, p.5).

Fotos: Diário Carioca,  31/05/1939, p.5.

        As imagens a cima publicadas no jornal Diário Carioca mostram os trabalho de fixação das dunas em Maxaranguape.

Festa da padroeira

A padroeira da vila de Maxaranguape é Nossa Senhora da Conceição e como a data é uma solenidade fixa na Igreja Católica seu dia é celebrada em 08 de dezembro.

Sobre a festa da padroeira em Maxaranguape há o registro de sua realização em 1936 pelo jornal A Ordem.

De acordo com o referido o jornal a festa em Maxaranguape foi foi precedida de um novenário rezado com piedade pelos fiéis, na véspera da festa chegou a vila o cônego Luís Adolfo acompanhado do seminarista Paulo Bezerra onde rezou solenemente a última novena, falando por esta ocasião ao povo sobre seus deveres para com Deus.

Foi preparado grande número de pessoas para receber a comunhão, no dia 08/12, as 07h00 foi celebrada a primeira missa com cânticos e comunhão e a segunda as 09h00, cantada, prática (sermão) comunhão, ainda, uma vez, ficando a capelinha cheia e nas suas adjacências.

A tarde foi realizada a procissão com cânticos, ladainha, prática e beija da imagem da Virgem da Conceição.

O cônego Luís Adolfo foi acolhido pelo casal Chandú Câmara e sua esposa Mermezilda Câmara.

No dia seguinte houve ainda missa pela manhã, com numerosa assistência, sendo ainda distribuída a comunhão a diversas pessoas.

Os cânticos esteve a cargo do professor local  Germano, que esteve a cima da expectativa, sendo o mesmo auxiliado por várias moças da comunidade.

Concluindo o relato sobre a festa da padroeira de Maxaranguape escreveu o citado jornal " nossos parabéns ao povo de Maxaranguape pela sua piedade e grande devoção a S.S Virgem da Conceição" ( A ORDEM, 13/12/1936, p.2).

       A comissão permanente das festas e conservação da capela era composta por Manoel Custódio de Jesus, José Francisco do Nascimento, Elpidio Pedro de Alcântara, João Custódio de Jesus, Joaquim Henrique Borges, Manoel Ezequiel Ferreira ( A ORDEM, 17/10/1941, p.2).

Professores

Em 14/06/1943 foi nomeada a professora diplomada Ceci de França Varela para exercer o cargo de professora de 4ª classe, vago em virtude da promoção do professor Manoel Leonardo Nogueira, ficando a  mesma lotada na Escola Isolada de Barra de Maxaranguape ( A ORDEM, 14/06/1943, p.2).

Em 1950 é citado o professor Germando Gregório da Silva Neto como professor primário da Escola Isolada de Barra de Maxaranguape (DIÁRIO DE NATAL, 07/02/1950, p.4).

Subdelegado

Em 04/08/1948 foi nomeado Francisco Balbino como subdelegado de Barra de Maxaranguape (A ORDEM, 04/08/1948, p.4).

Formação Administrativa

Em 1943 passa a ser denominada Barra de Maxaranguape para diferenciar-se de Vila de Maxaranguape, ex Pureza, no mesmo município de Touros. A alteração toponímica distrital de Barra de Maxaranguape para simplesmente Maxaranguape ocorreu pela lei estadual nº 2329, de 17/12/1958.

O Distrito foi criado com a denominação de Barra de Maxaranguape ex-povoado, pela lei estadual nº 884, de 12/11/1953, subordinado ao município de Touros.

A elevação à categoria de município com a denominação de Maxaranguape ocorreu pela lei estadual nº 2329, de 17/12/1958, desmembrado de Touros com sede no  distrito de Maxaranguape, ex-povoado de Barra de Maxaranguape.

Em divisão territorial datada de 01/07/1960, o município de Maxaranguape estava constituído do distrito sede, assim permanecendo em divisão territorial presentemente

Primeiro prefeito

O primeiro prefeito de Maxaranguape foi João Cândido Rodrigues, nomeado pelo governador no ato de criação do município, o qual tomou posse em 29/01/1959 no cargo após a instalação do município pelo juiz de direito da 14ª zona eleitoral de Touros ( DIÁRIO DE NATAL, 08/02/1959, p.6).

Demografia

Em 1962 o município contava com 6.311 habitantes e 1.298 eleitores (DIÁRIO DE NATAL, 05/10/1962, p.5).Esse é o primeiro levantamento oficial da população de Maxaranguape após a criação do município.

Poço tubular

      Em 17/07/1962 foi concluído pelo governo do estado a construção do poço tubular de Barra de Maxaranguape em cooperação com o Serviço Especial de Saúde Pública-SESP(DIÁRIO DE NATAL, 17/07/1962, p.2).

Prefeito cassado 

Em 14/04/1964 o prefeito de Maxaranguape João Francisco Gregório teve seu mandato cassado pela Câmara de Vereadores sob a acusação de ter sido comunista (DIÁRIO DE NATAL, 14/04/1964, p.4).

Eleição de 1965

Em 1965 contando 1.863 eleitores concorreram a eleição em Maxaranguape Brígido Ferreira Pinto (PSD) e Luís Gonzaga Varela Cavalcanti (UDN) para prefeito e Severino Guedes (PSD) e Manoel Francisco Filho (UDN)para o cargo de vice-prefeito, tendo sido eleitos Brígido Ferreira Pinto e Severino Guedes, prefeito e vice, respectivamente ( DIÁRIO DE NATAL, 06/02/1965, p.4).


sábado, 14 de agosto de 2021

NOTAS SOBRE O MUNICÍPIO DE JANDAÍRA

            Jandaíra é um dos municípios da Região do Mato Grande. Eis a seguir notas que contribuem para a memória histórica do referido município.

Aspectos de Jandaíra.


O povoado de Jandaíra teria nascido como fazenda de criação e posteriormente se transformado em área de produção algodoeira, ao redor da serra da serra do Lombo ou serra Verde, à margem esquerda do rio Ceará Mirim. O poço do local, com o nome de Jandaíra, evidencia a influência das chamadas aguadas permanentes na formação de núcleos comunitários.

O Campo de Semente de Serra Verde

O Campo de Sementes de Serra Verde foi criado em 1935 pelo governo federal por meio da transferência legal de terras do governo do estado situadas na chapada da Serra Verde entre os municípios de Baixa Verde e Angicos, cujo governo da União construiu ali um estabelecimento de sementes de plantas têxteis, posteriormente, em 1938 esse campo de sementes foi transformado na Estação Experimental Valbert Pereira.

Tanto o Campo de Sementes como a Estação Experimental foram essenciais para o surgimento urbano e demográfico do que viria a ser mais tarde o distrito de Jandaíra.

O registro de Anfilóquio Câmara

Anfilóquio Câmara foi o diretor do IBGE no Rio Grande do Norte estando ativamente empenhado na elaboração do Censo de 1940 donde das informações recolhidas nos municípios resultou em sua obra Aspectos Norteriograndense publicado em 1943.

É dele que vem o primeiro ( ou o mais antigo) registro oficial a respeito de Jandaíra, que em 1941, já dava por certo a existência de um lugar com um distrito policial e um certo nível econômico conhecido por Poço Jandaíra. Antes disso, Nestor Lima teria feito um balanço da região, pelo qual foram encontrados 103 pontos de concentração populacional: povoados, arruados, fazendas e vilas, sem contudo citar Jandaíra.

A capela

O registro mais antigo por nós encontrado a cerca da realização de atos religiosos católicos em Jandaíra data de 16/07/1942 quando o bispo diocesano, Dom Marcolino Dantas, concedeu licença ao vigário de Lajes para celebrar missa em oratório privado, sob o titulo de desobriga, no lugar Jandaíra (A ORDEM, 16/07/1942, p.1).

Já em 17/05/1943 o bispo diocesano deu licença ao Pe. Ramiro Varela, vigário da freguesia de Lajes, para celebrar uma missa no povoado Jandaíra a titulo de desobriga contanto que o mesmo vigário cuidasse da construção de uma capela no dito povoado (A ORDEM,17/05/1943, p.1) a informação supra citada revela dois aspectos importantes para a história de Jandaíra. 

     Primeiro que em 1942 já se conhecia o local como um povoado, ou seja, um pequeno aglomerado urbano segundo a hierarquia urbana (arruado, povoado, povoação, vila, cidade).Segundo que o bispo diocesano já percebia a necessidade de se construir a capela para a realização dos atos litúrgicos, coisa que só se justificava se houvesse população suficiente para tanto.

Igreja matriz de Jandaíra.

    Jandaíra tem como padroeiro São José Operário. A paróquia foi criada em 1988 por Dom Alair Vilar, arcebispo metropolitano. A igreja matriz foi restaurada e ampliada em 2002. 

Formação Administrativa

Em divisão territorial datada de 01/07/1950, o distrito de Jandaíra figurava no município de Lajes.

O povoado apresentava um ritmo de crescimento razoável ao longo do tempo, e, 31/12/1958, foi elevado à condição de vila. O Distrito fora criado com a denominação de Jandaíra ex-povoado, com terras desmembra do distrito de Pedra Preta, pela lei estadual nº 2343, de 31-12-1958, subordinado ao município de Lajes.

De Jandaíra como distrito  têm-se as seguintes informações. 

Em 1950 o inspetor de ensino do estado realizou uma demorada visita a Escola Isolada de Jandaíra (DIÁRIO DE NATAL, 04/06/1950, p.4).

Em 1953 o jornal Diário de Natal relatou que em virtude da estiagem prolongada a população de Jandaíra havia abandonado suas residências, encontrando-se todas as casas fechadas, tanto pela fome como pela falta de água (DIÁRIO DE NATAL, 21/02/1953, p.8).

Em 29/03/1958 foi nomeado  para o distrito policial daquela localidade o cabo Paulo de Souza Revoredo ( O POTI, 29/03/1958, p.5).

A criação do distrito administrativo

Em 08/01/1959 o governador Dinarte Mariz assinou  o decreto que criava o distrito administrativo e judiciário de Jandaíra, no município de Lajes. ( DIÁRIO DE NATAL, 08/01/1959,p.3).

Já em 1961 deu-se inicio a construção pelo DER do primeiro trecho de 42 km da estrada de rodagem ligando o município de João Câmara ao distrito de Jandaíra, em Lajes, tendo sido esse trecho inaugurado no primeiro ano da administração do governador.

Em 14/11/1962 foi nomeado o cabo José Argemiro Pedro como subdelegado de Poço de Jandaíra, no município de Lajes ( DIÁRIO DE NATAL, 14/11/1962, p.2).

A emancipação politica e administrativa

Em 27/12/1963, através da Lei nº 3.036, Jandaíra conquistou sua emancipação política, desmembrando-se de Lajes e tornando-se um novo município do Rio Grande do Norte.

Elevado à categoria de município com a denominação de Jandaíra, pela lei estadual nº 3036, de 27/12/1963, desmembrado de Lajes. Sede no antigo distrito de Jandaíra ex-povoado. Constituído do distrito sede. Instalado em 26/01/1964.

Jandaíra foi um dos inúmeros municípios criados no Rio Grande do Norte no inicio da década de 1960 pulverizando o território do estado com municípios sem a mínima estrutura para tanto, inclusive o básico que era o número necessários de habitantes e eleitores para a criação de um município, requisitos que obviamente Jandaíra não preenchia ao ser criado por meio da imposição da vontade do deputado estadual que propôs o projeto no plenário da Assembleia Legislativa.

Jandaíra foi um dos 4 municípios criados por desmembramento do munícipios de Lajes, sendo o demais Pedra Preta, Jardim de Angicos e Caiçara do Rio do Vento, todos em 1962.

Ao ser criado o município de Jandaíra foi delimitado seu  território em 353 km².

Foi aberto um crédito de 599 mil cruzeiro pelo governador Aluízio Alves destinado a atender a instalação dos novos municípios de Serrinha, Passagem e Jandaíra, (DIÁRIO DE NATAL, 20/01/1964, p.8), todos criados no ano anterior.

Em 1965 constava que havia apenas 302 eleitores no município de Jandaíra (DIÁRIO DE NATAL,11/01/1965, p.6).

Prefeitos

No pleito eleitoral ocorrido em 196 foi eleito José Maria dos Santos (PDC) como prefeito de Jandaíra, sendo o seu vice Francisco de Assis Fernandes, tendo vencido o candidato Ramiro Pereira da Silva (PTB). foi portanto, aquele o primeiro prefeito eleito de Jandaíra.

Em 1969 foi eleito Jonas Secundo Lopes como prefeito em Jandaíra, sendo o vice Agripino Baracho da Costa, ambos da ARENA.

Em 1972 Jonas Secundo Lopes foi reeleito para o mesmo cargo com 467 votos.

Em 1977 José Assunção da Costa foi eleito prefeito da ARENA.


José Assunção da Costa.

Panorama em 1974

    O município de Jandaíra está encravado numa região onde a natureza nem sempre beneficiava com chuvas, apesar disso, ia vencendo todos os obstáculos e se firmando com um dos municípios que apresentavam quadros progressistas em pouco mais de 10 anos de criado, segundo o jornal Diário de Natal.

No ano de 1974 o prefeito Jonas Secundo apresentou no citado jornal um relatório de sua administração a frente daquele município.

Educação

Na administração do prefeito Jonas Secundo foram construídas as seguintes escolas:

1. Escola Municipal José Maria dos Santos, no povoado de Tubibau.

2.Escola Municipal Santos Dumont, na Fazenda Jandaíra.

3.Escola Municipal Monsenhor Walfredo Gurgel, instalada no povoado de Aroeira.

4.Escola Municipal Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, no povoado Olho d'Água.

5.Escola Municipal Ricardo Fernandes Rocha, na sede municipal.

6.Escola Municipal 26 de Janeiro, na sede municipal.

Além do aumento da rede escolar, o prefeito criou o serviço de alto falante que mantinha programas esportivos, musicais, educacionais, informações, etc. (DIÁRIO DE NATAL, 31/01/1974, p.19).

Estava em construção em 1974 três salas de aula em Olho d'Água, Baixa do Feijão e Santa Teresinha, em convênio com o Ministério da Educação.

Havia além destas já citadas as seguintes escolas no município:

A) Escola Municipal São Geraldo, a fazenda homônima.

b) Escola  Municipal Baixa do Feijão, na fazenda homônima.

c) Escola municipal Santa Teresinha, na fazenda de mesmo nome.

d) Escola Municipal de Trincheiras, na fazenda de mesmo nome.

De acordo como relatório apresentado pelo prefeito Jonas Secundo haviam naquele ano de 194 em Jandaíra 10 escolas municipais, com média de 35 alun0s por escola totalizando 350 alunos, além de salas de aula espalhadas pelos povoados.

Uma escola municipal de Jandaíra.
Foto: Diário de Natal, 31/01/1974, p.19.

Havia ainda, "prestando valioso serviço no campo da educação, a Escola do Mobral, lutando lado a lado com a administração municipal pela erradicação  do analfabetismo em Jandaíra" (DIÁRIO DE NATAL, 31/01/1974, p.19).

Esporte

Naquele ano de 1974 o município ostentava o título de campeão estadual do campeonato interiorano (Matutão) após disputas com fortes times adversários como Nova Cruz, Goianinha, Macaíba, Ceará-Mirim, Parnamirim entre outros.A final aconteceu no estádio Castelão com Jandaíra ganhando de Areia Branca, ficando de posse do troféu do campeonato daquele ano.

De fato os jornais Diário de Natal e  O Poti, promotores do Matutão, exibiam grandes reportagens de páginas inteiras sobre a equipe de futebol de Jandaíra e sua qualidade técnica, eis ai um grande campo de estudos a ser investigado por historiadores locais.

Saúde

Havia em Jandaíra um posto de saúde em funcionamento, além de convênios com APAMI com médico e dentista a disposição da população mais humilde. Nos casos mais graves havia o encaminhamento para a cidade de Lajes em ambulância própria da municipalidade. A assistência a gestante era dada antes, durante e após o parto.

Posto de saúde de Jandaíra, 1974.
Foto: Diário de Natal, 31/01/1974, p.19.

Água

Havia em funcionamento dois poços tubulares que mantinham abastecida a população da cidade.

Um dos poços tubulares que abastecia a cidade de Jandaíra.
Foto: Diário de Natal, 31/01/1974, p.19.


Eletrificação

Naquele ano de 1974 estavam prontos os serviçs de eletrificação de Jandaíra em convênio firmado com a COSERN. Dentro em breve dias a população seria beneficiada com a energia da Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso-BA. A energia elétrica em Jandaíra foi inaugurada em 10/11/1974 com a  governador Cortez Pereira em grande solenidade.

Demografia

De acordo com o jornal Diário de Natal em 1974 havia em Jandaíra 3.100 habitantes (DIÁRIO DE NATAL, 31/01/1974, p.19).Em 1975 a população foi estimada em 3.749 habitantes (  O POTI, 22/06/1975, p10).

Sistema de abastecimento da CAERN

Em 1974 a CAERN abriu edital para implantação do sistema de abastecimento de água em Jandaíra.

A primeira feira livre em Jandaíra

De acordo com o jornal Diário de Natal a primeira feira livre realizada na cidade de Jandaíra ocorreu em 1977: "A primeira feir livre do município foi realizada domingo passado com a participação dos feirantes e povo da cidade, distritos e cidades vizinhas".

Ainda segundo o referido jornal o maior incentivo para a realização da feira na cidade foi dado pelos proprietários de imóveis rurais que preferiram deixar o pagamento do pessoal para a aquela ocasião (DIÁRIO DE NATAL, 07/10/1977, p.15).A inciativa de feira foi do prefeito José Assunção Costa com a colaboração de todos os fazendeiros do município.

      Sobre a feira de Jandaíra escreveu o jornalista e ex padre José Luís da Silva " sabe-se agora que Jandaíra mantém uma das mais movimentadas feiras da região, sendo esta sua última referência. Trata-se de um acontecimento recente, iniciativa do atual prefeito e de sua assessoria administrativa. A feira acontece sempre aos domingos, tendo o volume de transações aumentado visivelmente, inclusive decorrendo daí outra movimentação, qual seja a instalação de parque de diversão, ajuntamentos motivados pela feira, etc" (DIÁRIO DE NATAL, 08/11/1977, p.14).

As outras referências a que se referia o citado jornalista eram Jandaíra ter o epiteto de "terra do mel', além disso eram conhecidos o sisal, o algodão e a cal virgem que eram ali produzidos.

Panorama em 1977

Constava como prefeito do município José Assunção Costa, o vice era Manoel Germano de Freitas. A Câmara de Vereadores esta composta pelos seguintes membros: Vivaldo Damasceno, Severino Mendes da Silva, Francisco Martins de Melo, Silvano Pinheiro da Câmara, Francisco Pinheiro da Silva, todos da ARENA e Gilvanir de Souza Martins, Alfredo Félix da Costa, do MDB.

      Exercia o cargo de delegado o 3º sargento Lourival Florêncio da Silva.

      O município estava incluído na Microrregião da Serra Verde contando com uma população estimada em 3.867 habitantes, tendo como atividades econômicas a cultura agrícola, extração vegetal, pecuária e indústria de extração mineral, exportando algodão, sisal e cal virgem, importando gêneros alimentícios, tecidos, medicamentos, artigos domésticos, etc.

O município esta ligado por rodovia com  Galinhos (BR 406 e estrada carroçável municipal e RN 221) a 50 km de distância, Guamaré  Galinhos (BR 406 e estrada carroçável municipal e RN 221), a 50 km, Jardim de Angicos ( RN 129, RN 263 e estrada carroçável municipal) a 45 km,  João Câmara (BR 406) a 43 km de distância, Lajes (RN 129 e estrada carroçável) a 48 km, Pedra Preta ( RN 129) a 25 km de distância, Pedro Avelino ( BR 406 e estrada carroçável) a 41 km, São Bento do Norte ( BR 406 e RN 129) a 37 km de distância, Natal ( BR 406 via João Câmara) 118 km de distância, percurso este realizado em 3 horas.

Toponímia

      O vocábulo Jandaíra deriva do idioma indígena "iandi-eira" que significa abelha de mel ou abelha de muito mel.

     A produção de mel de abelha Jandaíra foi outro motivo para que a localidade tivesse essa denominação, considerando que além disso, todos os anos aquela área tem elevada quantidade desse produto, sem exploração organizada ou sistemática, enquanto os caçadores é que fazem a coleta artesanal dentro dos matos, ainda de modo bastante impróprio, ou sem a tecnologia moderna.

Abelhas Jandaíras.

Inicialmente fora denominado Poço Jandaíra. A presença humana na região está explicada e justificada pela existência do "Poço" com suas águas permanentes determinando assim a fixação.

 Abastecimento de água

Em 1979  a CAERN estava perfurando poços artesianos no município de Jandaíra, eliminando um dos grandes problemas do povo daquele município. No mesmo ano o prefeito José Assunção da Costa estava pleiteando recursos financeiros junto ao Banco do Nordeste para a eletrificação da localidade de Aroeira (O POTI, 04/11/1979, p.22).

Turismo 
          Há em Jandaíra a presença de inúmeras cavernas que em muito contribuem para o turismo arqueológico, de aventura e pedagógico.

Caverna em Jandaíra.


NOTAS SOBRE O MUNICÍPIO DE PEDRA PRETA


Pedra Preta é um do municípios da Região Central do Estado e também um dos que foram beneficiados pela passagem dos trilhos da EFCRGN, que aliás tem sua história determinada justamente pela chegada dos trilhos daquela ferrovia tendo sido colocado literalmente no mapa do Brasil e do Rio Grande do Norte.

Eis a seguir algumas notas que contribuem para a memória histórica desse pedaço de chão potiguar.

Dos primórdios históricos de Pedra Preta consta que já em outubro de 1736 Rodrigo Alves Carneiro recebeu terras no rio da Pedra Preta. Foi nessa segunda metade do século XVIII que decorre a movimentação povoadora na região onde atualmente se encontra o município de Lajes por meio da atividade pastoril e durante o século XIX a região de Pedra Preta possuía atividade rural pacata e incipiente.

Os trabalhos de construção da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte determinaram a fixação populacional na área adjacente ao trajeto da ferrovia, facilitando o escoamento da produção agrícola tanto para as cidades intermediárias como para o litoral 

A chegada da ferrovia no território de Pedra Preta ocorreu em 13/11/1913 quando foi ali inaugurada a estação ferroviária. A época a localidade pertencia ao municio de Jardim de Angicos que no ano seguinte passou a Lajes por transferência de sede municipal daquela para esta vila.

Aspectos da cidade de Pedra Preta com destaque para a estação e armazém ferroviário.


Localidade tipicamente agrícola como a maior parte dos municípios do estado a época, Pedra Preta começou a se desenvolver após a inauguração da estação ferroviária a qual figurava como uma espécie de janela aberta para o restante do estado por meio do transporte de passageiros e escoamento da produção agrícola ali cultivados sobretudo na cultura do algodão.

Uma grande tempestade

Ainda de acordo com o Jornal do Comércio de Manaus em 17/03/1919  desabou sobre o lugar Pedra Preta, no município de Lajes, uma chuva torrencialíssima, acompanhada de fortes lufadas de vento, que destelharam casas e abateram diversas árvores (JORNAL DO COMÉRCIO, AM, 17/03/1919, p.1).

Citada como povoado

Em 1921 Pedra Preta é citada como povoado do município de Lajes ( ALMANAQUE LAEMMERT, 1921, p.832) e naquele mesmo ano foi criada primária de Pedra Preta do município de Lajes ( RELATÓRIO DO PRESIDENTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, 1921, p.22).

Uma parada de trem

Em 1924 atendendo ao que requereram os proprietários nas povoações de São Vicente e Baixa de Angicos situadas nas proximidades do km 118 da EFCRGN entre as estações de Jardim e Pedra Preta, o ministro da viação autorizou a construção do abrigo para mercadorias no referido local ficando a cargo dos requerentes a construção do abrigo para mercadorias e passageiros (O BRASIL, 27/12/1924, p.4).

Em 1927 foi proposta pela superintendência dos correios a criação de diversas agências de 4ª classe no interior do estado, dentre estas a de Pedra Preta (Mensagens do Governador do Rio Grande do Norte para Assembléia,1927, p.140).

O distrito policial

De acordo com o Jornal do Comércio de Manaus-AM em 22/10/1917 no município de Lajes foi criado mais um distrito policial  com a denominação de Pedra Preta (JORNAL DO COMÈRCIO,AM, 22/10/1917,p.1).Trata-se evidentemente da povoação de Pedra Preta.

Em 01/01/1935 foi nomeado o subdelegado do distrito de Pedra Preta, do município de Lajes, o sargento Severo Francisco da Rocha (A ORDEM, 01/11/1935,p.1), já em 04/09/1938 foi nomeado Mahir Varela para o cargo de subdelegado de Pedra Preta (A ORDEM, 04/09/1938, p.2).

Comerciantes

Como toda localidade pequena do interior do estado o distrito de Pedra Preta tinha o seu comércio pouco desenvolvido, porém, o jornal A Ordem cita alguns comerciantes em suas colunas sociais, demonstrando serem estes de prestigio naquela localidade. Foram eles citados no referido jornal: José Costa Alecrim (A ORDEM,08/01/1936,p.2), Manoel Antunes de Souza (A ORDEM,20/01/1937,p.4), João Bandeira Sobrinho ( A ORDEM, 17/09/1951, p.2).

Aspecto da cidade de Pedra Preta.


O cartório de registro civil

       Em 1934, de acordo com a lei de organização judiciária do Estado foi criado o oficio de registro civil de nascimentos e óbitos na povoação de Pedra Preta (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 16/09/1934, p.2).Em 26/11/1938 o interventor federal assinou o decreto o qual criava o cartório nascimento e óbitos no distrito administrativo e judiciário de Pedra Preta ( A ORDEM, 26/11/1938, p.1).

O distrito administrativo e judiciário de Pedra Preta foi criado em 1938.Em 03/01/1939 foi nomeado interinamente Nair Varela de Souza para o cartório do registro civil de nascimento e óbitos, compreendendo o distrito administrativo e judiciário de Pedra Preta, no município de Lajes (A ORDEM, 03/01/1939, p.4)

A primeira  santas missões de Frei Damião

A primeira visita do frade capuchinho Frei Damião de Bozanno para realizar santas missões em Pedra Preta ocorreu entre 30/01 e 01/02/1937 ( A ORDEM,16/12/1937,p.4).

Educação

Conforme fora publicado no jornal recifense Diário da Manhã em 11/01/1935 ocorreria a cerimônia de inauguração do edifício destinado a Escola Isolada de Pedra Preta, prospero povoado do município de Lajes. (DIÁRIO DA MANHÃ, 10/01/1935, p.3).

Em 14/02/1942 Maria Hadar Nelson foi promovida a professora de 2ª classe na Escola Isolada de Pedra Preta (A ORDEM, 14/02/1941, p.2), tendo sido esta professora promovida  do cargo de 3ª classe para 2ª em virtude da promoção de Maria do Nascimento Trigueiro lotada na mesma escola isolada (A ORDEM, 26/12/1944,p.2).Em 1945 Bilga Barros exercia função de professora primária em pedra Preta (A ORDEM, 07/04/1945, p.2), Maria Bezerra da Cunha foi nomeada para exercer o cargo de professora substituta na Escola Isolada de Pedra Preta durante a licença da titular ( A ORDEM,11/05/1945, p.2).

O decreto nº 1.304 de 18 de outubro de 1948 deu a denominação de Escola Professora Gercina Diniz à Escola Isolada de Pedra Preta (A ORDEM,18/10/1948,p.2).

Em 19/02/1958 Aurea Cândida da Costa foi nomeada como diretora da Escola Isolada de Pedra Preta, no município de Lajes ( DIÁRIO DE NATAL, 19/12/1958, p.3).

Juiz distrital

Em 20/07/1945 foi nomeado Rivaldo Varela de Souza para exercer o cargo de 2º juiz distrital do distrito judiciário de Pedra Preta durante o triênio 1944-1946 ( A ORDEM, 20/07/1945, p.2).

Em 08/05/1949 foi nomeada Isabel Dias de Melo para exercer interinamente o cargo de escrivã compreendendo os processos de habilitação de casamentos e o tabelionato do Cartório do Distrito Judiciário de Pedra Preta, do Termo de Itaretama (Lajes) ( DIÁRIO DE NATAL, 08/05/1949, p.6).

O Itaúna Esporte Clube

Em 02/05/1936 foi criado o Itaúna Esporte Clube de Pedra Preta, salvo engano a primeira agremiação de futebol daquele distrito. Sua primeira diretoria foi assim constituída: Vicente Teixeira Alecrim, presidente, Abdenago Juruá Gomes, vice-presidente, Ari Alecrim, secretário, Severino Sérvulo, 2º secretário, Virgilio Benfica, orador, Luiz Oscar, tesoureiro, Rivaldo Varela, 2º tesoureiro e Olímpio Procópio, diretor de esportes (A ORDEM, 02/05/1936, p.4).

A queda do avião

Em 15/12/1947 ocorreu um acidente de avião do Aeroclube de Natal caindo o mesmo nas matas do município de Pedra Preta, distrito do município de Itaretama (Lajes), vindo a morrer o piloto José Pereira Lima.

No avião procedente de Mossoró viajavam o deputado estadual pela UDN, Dix Huit Rosado e o jornalista e então vereador carioca Carlos Lacerda do mesmo partido, aquele ficou ferido e este escapou ileso ao acidente ( A MANHÃ,16/12/1947, p.8).

Festa cívica em Pedra Preta

Uma da festa cívicas mais antigas registradas em Pedra Preta consta a que foi realizada como parte das comemorações da Semana da Pátria no dia 07/09/1955, sendo comemorada a data solene com festividades cívicas, atividades esportivas e artísticas, havendo preleção na escola local seguida de formação e desfile de alunos do principal estabelecimento de ensino daquela localidade. Na parte da tarde houve uma vaquejada e a noite um drama realizado pelas alunas da escola local (O POTI, 04/09/1955, p.6).

 A emancipação politica e administrativa

A campanha pela emancipação politica e administrativa do distrito de Pedra Preta tem inicio em 1962.Pedra Preta seria um dos tantos municípios criados no inicio da década de 1960, todos sem condições para serem criados, sobretudo pela insuficiência de número de habitantes exigidos pelas leis vigentes para criação de municípios, no entanto, a criação destes municípios tiveram lugar devido a interesses políticos de deputados estaduais que tinham nesses lugares os seus redutos eleitorais.

Em 17/08/1962 foi criado assim o município de Pedra Preta, que segundo o jornal Diário de Natal não tinha condições nem para ser distrito administrativo (DIÁRIO DE NATAL, 17/08/1962, p.4).Pedra Preta foi o quarto município criado por desmembramento do território de Lajes, tendo sido os outros dois Jardim de Angicos e Caiçara do Rio dos Ventos no mesmo ano, além de Jandaíra em anos anteriores.

De acordo com o Diário de Natal a onda de criação de municípios atingiu seu clímax na sessão de 16/01/1963, quando o presidente da Assembleia Legislativa que já havia encerrado a reunião e encontrava já no seu carro por insistência de alguns deputados voltou ao plenário para presidir uma nova sessão a qual aprovou a criação de dois municípios desmembrados de Lajes, sendo estes Caiçara do Rio dos Ventos e Pedra Preta, ambos de autoria do deputado Ramiro Pereira ( DIÁRIO DE NATAL, 17/01/1963, p.6).

Ao ser criado o município delimitou-se seu território em  213 km².

Aspecto aéreo da cidade de Pedra Preta.


A primeira eleição

A primeira eleição para prefeito realizada no novo município de Pedra Preta foi disputada por dois parentes sendo ambos pertencentes as fileira da Cruzada da Esperança. Mair Varela foi o candidato apoiado pelo deputado Ramiro Pereira e Francisco Cabral da Silva foi apoiado por Osmar Varela.

Dos 870 eleitores cadastrados em Pedra Preta em 1963 compareceram  eleição realizada naquele ano 671 eleitores.

O primeiro prefeito eleito de Pedra Preta foi Osman de Souza Teixeira da coligação PDC/PSD que obteve maioria de voto de 182 sobre o candidato do PTB apoiado pela UDN, Mair Varela de Souza.

Prefeitos

Em 1965 o município contava 864 eleitores.

Em 1968 João Batista Bandeira venceu a eleição municipal em Pedra Preta com maioria de 368 votos.

Em 1972 venceu a eleição em Pedra Preta Osman de Souza Teixeira da ARENA com 579 votos.

Em 1977 Saturnino Teixeira foi eleito prefeito derrotando o ex-prefeito João Batista Bandeira.

Fechamento da agência postal

Em 1969 a agência postal isolada de Pedra Preta foi uma das 28 que foram fechadas pela Diretoria Central dos Correios no interior do estado em virtude do decreto do presidente Costa e Silva.

Demografia

De acordo com o Censo de 1970 a população do município de Pedra Preta era de 2.662 habitantes, dos quais 1.353 homens e 1.287 mulheres, Na sede municipal habitavam apenas 392 pessoas. Este foi o primeiro levantamento oficial da população após a criação do município de Pedra Preta, criado havia 8 anos.



Aspecto da cidade de Pedra Preta.


Energia de Paulo Afonso

A energia da Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso-BA pela COSERN em Pedra Preta foi inaugurada em 03/04/1974.De acordo dom o jornal O Poti para  o prefeito de Pedra Preta Osmar Teixeira "o atual Governo estadual foi o primeiro a se lembrar da cidade, trazendo o beneficio da energia elétrica" e finalizando seu discurso disse que:  "saímos agora de uma cegueira de mais de 50 anos".

Representando o fundador da cidade Manoel Antunes de Souza, a época com 90 anos, o seu neto Bóris Tupinambá declarou ao governador Cortez Pereira que a cidade de Pedra Preta contava com um motor a óleo diesel que funcionava precariamente desde 1924 (O POTI, 03/04/1974, p.7).

O governador Cortez Pereira terminou o seu discurso de inauguração da energia elétrica em Pedra Preta prometendo voltar a cidade para inaugurar a instalação de um telefone público: "voltarei a Pedra Preta e digo que virei acabar com a mudez da cidade, com a instalação de um telefone público.  Aí Pedra Preta falará com Natal e o resto do Brasil ainda este mês", afirmou Cortez Pereira (O POTI, 03/04/1974, p.7).

Panorama em 1977

Em 1977 exercia o cargo de prefeito em Pedra Preta Saturnino Teixeira, sendo o vice-prefeito Clóvis Alves da Cruz.

A Câmara de Vereadores estava composta pelos seguintes vereadores: Francisco Bezerra Bandeira, Manoel Teixeira de Souza, José Joaquim Câmara, Vicente Daniel de Souza, Francisco Canindé Bandeira, Francisco Porfirio Xavier e Francisco Lopes Netos, todos da ARENA.

Exercia o cargo de juiz de direito Carlos Roberto Coelho, o de promotor Paulo Coelho da Nóbrega, titular, José Wilson Arnaldo da Câmara Gomes Neto, substituto.

A população estimada era de 3.181 habitantes, tinha por atividades econômicas a cultura agrícola, pecuária, extração mineral de cal, exportava algodão em caroço e importava os gêneros de alimentação em geral (DIÁRIO DE NATAL, 18/10/1977, p.14).

O município tinha ligação por rodovia com Jandaíra (RN-129) com 36 km de distância, João Câmara (RN-263) com 40km de distância, Jardim de Angicos (RN-263 e RN-1290) com 45 km de distância, Caiçara do Rio do Vento (RN-263 e RN 129) com 33 km de distância, Lajes (RN-263) com 27 km de distância, Natal (RN-263, RN-129 e BR 304 e RN-263 e BR 406) com 141 e 106 km de distância respectivamente.

Estava servido pela Estrada de Ferro RFFSA ligando-se a João Câmara com 36 km de distância, Jardim de Angicos, 18 km, Lajes, 25 km e Natal, 124 km.

O prédio da Câmara de Vereadores, biblioteca e cartório de Pedra Preta

         Em 17/11/1980 seria inaugurada pelo governador Lavoisier Maia o prédio de dois pavimentos onde funcionaria a Câmara de Vereadores, a biblioteca e o cartório de Pedra Preta. De acordo com o jornal O Poti, o prefeito Saturnino Teixeira promoveria uma verdadeira concentração pública que contaria além do povo com a participação de todos os prefeitos da Região Centro Norte do Estado. (O POTI, 16/11/1980, p.24).

Praça e igreja de Pedra Preta.


Estação ferroviária de Pedra Preta marco histórico da cidade.



Câmara Municipal de Pedra Preta.



Fotos: prefeitura de Pedra Preta.

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

A CAPELA DA PRAIA DE AREIA PRETA

      
     Quem passa pela avenida Silvio Pedrosa em Areia Preta deve ter se deparado com uma capelinha ali existente encrustada entre dois grandes arranha-céus defronte para aquela aprazível praia urbana da capital potiguar. Alguém, assim como eu deve ter em algum momento se perguntado qual a origem daquele templo católico naquele pitoresco lugar. Eis pois, a seguir sua história.
     Em 1937 o jornal A Ordem registrava que estava em exposição na casa Gondim uma imagem de Nossa Senhora do Bom Parto encomendada para a capela da Praia do Meio (A ORDEM,14/09/1937, p.4). Essa é a notícia mais antiga que aparece no referido jornal a respeito da capela da Praia do Meio, que na realidade se localiza em Areia Preta. Mas foi somente em 1940 que se iniciou a arrecadação de auxílios para a construção da capela da Praia do Meio. 
     A ideia da construção da capela da Praia do Meio tinha a frente as moças Noelistas e segundo o jornal A Ordem estava despertando grande interesse no meio dos veranistas daquela praia natalense (A ORDEM, 14/12/1940, p.1). De acordo com o citado jornal um dos campos de apostolado preferido pelas noelistas da capital potiguar era o ensino do catecismo as crianças da Praia do Meio, no bom ou mal tempo e mau grado a relativa deficiência de transportes, não falhava o catecismo aos domingos. 
     As noelistas tinham como diretor espiritual e protetor o Mons. Alves Landim. Para ele não havia fadigas, descansando de uma tarefa na execução de outra, por vezes mas que penosa. Para o catecismo da Praia do Meio um dos grandes inconvenientes era a falta de uma capela, pois a aulas funcionavam num alpendre de uma casa residencial, que era cedida para a realização das aulas durante todo o ano letivo, sendo neste terraço também que se realizavam as festas de encerramento de fim de ano quando havia a realização da primeira comunhão das crianças. 
      O jornal A Ordem questionava por que não se construía uma capela ali na Praia do Meio, já que havia naqueles arrabaldes casas construídas com gosto e até se alugavam prédios para temporadas. A população humilde, no entanto, possuíam choupanas e moravam ali o ano todo. Era, assim, um desejo antigo das noelistas dotar aquela praia de uma capelinha, para que os veranistas e moradores não precisassem subir a a ladeira tão fatigante, para assistirem a missa e seria mais um centro de religiosidade para a cidade do Natal. 
    De acordo com o jornal A Ordem, o padroeiro da Praia do Meio era São Francisco e seria igualmente o orago da capelinha que seria ali construída e lançando a ideia para a doação de ajuda dos fieis dando um prognóstico De acordo com o jornal A Ordem, o padroeiro da Praia do Meio era São Francisco e seria igualmente o orago da capelinha que seria ali construída e lançando a ideia para a doação de ajuda dos fieis dava um prognóstico otimista de que no Natal de 1941 a capela já estivesse pronta ( A ORDEM, 20/12/1940, p.1). 
    A ideia da construção da capela da Praia do Meio vinha assim despertando o interesse não só dos veranistas que frequentavam aquela praia urbana, assim como da população católica da capital potiguar. As obras, de acordo com o jornal A Ordem, se iniciariam no dia 31/12/1940 com a benção da pedra fundamental, que seria realizada as 15h00 pelo mons. Alves Landim, prelado protetor do núcleo noelista de Natal. Depois da benção da pedra fundamental se iniciaria a arrecadação de auxílios para o prosseguimento da construção da capela (A ORDEM, 31/12/1940, p.1). 

A Capela-Escola de Areia Preta e Praia do Meio 
     A construção da Capela-Escola de Areia Preta e Praia do Meio era, segundo o jornal A Ordem, de interesse público, não só pelo lado moral e religioso, mas também em face da alfabetização popular. A localização da dita capela favorecia a essa dupla finalidade e por está entre e essas duas praias, onde a população pobre de pescadores que, sem tal recurso, continuava sem instrução, sem conhecimento se quer das primeiras letras. 
     A Capela-Escola aceitaria como alunos todos os analfabetos, sem distinção de classe e de idade. Os descalços e mal vestidos pobremente seriam acolhidos para a escola, como também acolhidos para o catecismo onde se tinham matriculado, todos os anos, mais de uma centena de alunos. 
     As aulas eram realizadas na casa do Sr. Rodrigo Costa que permiti que em sua residência de verão as noelistas realizassem o ensino religioso as crianças pobres daquela praia e até mesmo as missas eram ali realizadas. Essa era a prova, segundo o jornal A Ordem de que a Praia do Meio necessitava de uma Capela-Escola. Acrescia ainda o referido jornal que aos veranistas não seria mais difícil a audição da missa aos domingos e dias santos (A ORDEM, 19/01/1941, p.1).

 A inauguração da Capela-Escola da Praia do Meio e Areia Preta
    A inauguração da Capela-Escola da Praia do Meio e Areia Preta no bairro de Petrópolis ocorreu no dia 16/12/1945 as 07h00. Na ocasião estiveram presentes o Des. Miguel Seabra Fagundes, Interventor Federal, Mário Eugênio Lira, prefeito de Natal, professor Severino Bezerra de Melo, Diretor do Departamento de Educação, noelistas e pessoas ali residentes (A ORDEM, 17/12/1945, p.4). 
   A solenidade foi presidida pelo Mons. Alves Landim, vigário da catedral e representante do Bispo Diocesano, que por motivo superior não pode comparecer. Dada a benção à nova capela foi oficiada a santa missa pelo mons. Landim que falou ao Evangelho, agradecendo a todos pela presença àquela cerimônia e os auxílios prestados para a construção daquele sagrado templo. Após a missa, o professor Severino Bezerra, diretor do Departamento de Educação, proferiu algumas palavras inaugurando a nova Escola que funcionaria na nave da Capela.

As Santas Missões realizadas na capela da Praia do Meio
      Entre 26/12/1945 e  01/01/1946 foram realizadas as Santas Missões realizadas na Capela-Escola da Praia do Meio, na capital potiguar, pregadas pelos mons. Alves Landim, cônego Luís Vanderlei, os padres Benedito Alves e Celestino Barros.
   Durante os dias de missões houveram batizados, casamentos, crismas e confissões, terminando com a missa e comunhão dos fiéis, que em avultado número vinha assistindo às pregações. No dia 30/12/1945 o Bispo Diocesano, dom Marcolino Dantas, esteve presidindo os atos religiosos crismando grande número de crianças. 
     No dia 01/01/1946 houve missa festiva as 07h00 e à noite, as 19h00, após a pregação, realizou-se uma procissão noturna percorrendo o bairro de Petrópolis (A ORDEM, 31/12/1945, p.1). A meia-noite do dia 31/12/1945 teve início, na dita capela, o piedoso exercício da Hora Santa, pregado pelo cônego Luiz Vanderlei que, no final, deu a benção do Santíssimo à grande multidão que transbordava nas calçadas da Capela.
    Durante as missões pregadas Capela-Escola da Praia do Meio houve o seguinte movimento religioso (A ORDEM, 03/01/1946, p.1.)
Pregações : 10. 
Missas:   11.
Batizados:  6.
Casamentos:  5.
Confissões:   212.
Comunhões:  356.
Crismas:   75.
Procissão: 1.   
Comunhão crianças:   85.   
Aulas de catecismo:   8. 
      Esta foi a primeira grande atividade religiosa realizada naquela capela da capital potiguar. 

Concerto em benefício da capela de Areia Preta
A violoncelista Nani Bezerra, que se achava em Natal, filha  do professor Severino Bezerra, iria realizar no dia 15/02/1946 no Teatro Carlos Gomes, um recital cuja a renda resultantes seria revertida em beneficio da capela de Areia Preta e do ambulatório São José, das Roca ( A ORDEM, 11/02/1946, p.4).
Foi organizado um grande repertório de músicas clássicas para este recital.

A pedra fundamental da escola de Areia Peta
Realizou-se em 24/11/1946 a benção da pedra fundamental da Escola Júlia Serive, a ser construída na Praia do Meio, ao lado da Capela São Francisco.
Estiveram presentes o professor Severino Bezerra e todas as pessoas que assistiram a missa no referido templo, e também os docentes e e discentes da Escola Júlia Serive, que funcionava provisoriamente na mesma Capela.
A benção da pedra fundamental foi dada pelo mons. Alves Landim, pároco da Catedral, em seguida discursaram a aluna Maria de Lourdes, que agradeceu ao professor Severino Bezerra a fundação da Escola e o inicio dos trabalhos do futuro prédio e em nome da população da Praia do Meio e sua cercanias, disse palavras de sincera e afetuosa homenagem a bondade do Diretor do Departamento de Educação, cujas medidas no desempenho de seu miser eram sempre acertadas e seguras como a que tomou sobre o aquele bairro praieiro de Natal.
Já o mons. Alves Landim fez votos para que, dentro em pouco tempo, pudesse avultar ao lado da capela o novo prédio escolar (A ORDEM, 27/11/1946, p.4).


O trabalho social da congregação mariana
A Congregação Mariana da Catedral havia assumido um campo de apostolado social na capela de Areia Preta. Na páscoa de 1947, segundo o jornal A Ordem seria uma oportunidade dos congregados marianos entrarem em contato com os adultos matriculados na Escola de Alfabetização que era uma das obras de apostolado social a cargo daqueles congregados ali em Areia Preta ( A ORDEM, 10/04/1947, p.4).

A profanação na capela de Areia Preta e o ato de desagravo
A capela-escola situada entre a Praia do Meio e Areia Preta foi assaltada e depreda por criminosos na noite de 18/08/1947.conforme o jornal A Ordem "os sacrílegos assaltantes não respeitaram a casa do Senhor e danificaram objetos sagrados ali existentes como sacristia, cálices, imagens, livros e paramentos".
O Mons. Alves Landim, vigário da Catedral, convocou toda a população católica de Natal para realizar um ato de desagravo para reparar a grande e criminosa afronta por qual passou a capela de Areia Preta, tendo sido o ato realizado no domingo dia 31/08/19947 com missa as 06h30 celebrada pelo referido vigário da Catedral, seguindo-se uma concentração  das forças católicas de Natal a qual ser faria ouvir o dr. Otto Guerra, presidente da Junta Diocesana da Ação Católica e diretor do jornal A Ordem.
Assim, para este movimento de desagravo foram convidados os católicos em geral, que deveriam "dar um testemunho de sua fé, reprovando publicamente o hediondo atentado à casa de Deus" (A ORDEM, 26/08/1947, p.6).
Ainda de acordo como jornal A Ordem os objetos sagrados foram jogados ao chão, pisados, alguns roubados, por isso tão grande sacrilégio não poderia ficar sem um ato de desagravo, ou seja, uma reparação pública.

A festa do padroeiro de 1949
A festa de São Francisco de Assis, padroeiro da capela de Areia Preta foi realizada em 24/12/ 1949.
De acordo com o jornal A Ordem, além da parte religiosa haveria um festejos populares, com a finalidade de angariar auxílios em benefício daquela capela (A ORDEM, 15/12/1949, p.4).
A comissão organizadora da festa estava composta pelo Mons. Alves Landim, Con. Luis Vanderlei, Pe. Emerson Negreiros, capitão Rolindino Manso Maciel, Eunice Monteiro, Francisco Albertino e Sinval Câmara.
Para as festas externas foi organizado o seguinte programa:
1.Organização de uma festa ao ar livre, a ser realizada no dia 24/12/1949 na Praia de Areia Preta.
2.Coleta no meio comercial e civil de donativos.
3.Pedido de colaboração de autoridades e repartições.
O programa da festa ao ar livre constaria de barracas de prendas, , pescarias, telegramas, etc., serviço de buffet, realização de um sorteio na noite da festa, concurso da "Rainha da Festa", sorteio de um balaio de Natal, leilão de um carneiro oferecido por Luis Barros e outros objetos.
A missa seria celebrada as 02h00 da manhã.

 A festa em benefício da capela da Praia do Meio 
      Por iniciativa das famílias católicas que estavam veraneando nas praias do Meio e Areia Preta foi realizada uma festa em benefício da capela de São Francisco da Praia do Meio que havia sido recentemente inaugurada. 
     A festividade contou com barracas de prendas, serviço de bar e restaurante, além de outras atrações, estando a comissão promotora empenhada pelo bom êxito daquela festa. De acordo com o jornal A Ordem, o serviço de ônibus seria melhorado para atender aqueles que desejassem participar da festa (A ORDEM, 11/01/1946, p.4).
    A festa foi realizada em frente a capela de São Francisco na Praia do Meio. Reforma A Capela-Escola da Praia do Meio passou por reformas em 1949 onde foram realizadas a limpeza externa e limpeza e reparos das portas e janelas ( A ORDEM, 31/12/1949, p.4).

Reforma                  

      A Capela-Escola da Praia do Meio passou por reformas em 1949 onde foram realizadas a limpeza externa e limpeza e reparos das portas e janelas ( A ORDEM, 31/12/1949, p.4). 


Situação atual

      A capela de São Francisco de Assis está situada na Av. Gov. Silvio Pedrosa, 211,na praia de Areia Preta e faz parte da paróquia Nossa Senhora de Lourdes de Petrópolis.