quinta-feira, 19 de agosto de 2021

SOBRE A PONTE FERROVIÁRIA DO UMARI


A ponte ferroviária sobre o rio Ceará-Mirim no distrito do Umari em Taipu foi a maior e mais  mais importante obra de arte da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte até 1916 quando foi inaugurada a ponte de Igapó sobre o rio Potengi em Natal.

A ponte do Umari foi construída com 150 metros de extensão divididos em 5 vãos de 30 metros cada um. O sistema de viga metálica é o de vão independentes ou descontinuo, estando a mesma localizada no km 60 da EFCRGN, a 4 km da sede municipal.

De acordo com o relatório do ministério da viação de 1910 foram concluídos naquele ano a construção do 2º e 3º pilares e a montagem da viga metálica da ponte do Umari, constava ainda que os dois encontros e o primeiro e segundo pilares já se achavam prontos, o segundo pilar estava quase concluído e o terceiro estava apenas iniciado. As fundações foram construídas sobre rochas até a profundidade de 8 metros e de acordo com o citado relatório "é provável que esteja a ponte completamente montada em agosto do corrente ano"  ( RELATÓRIO DO MINISTÉRIO DE VIAÇÃO E OBRAS PÚBLICAS, 1910, p.120).

Como visto a cima é possível se ter uma noção da profundidade do rio aquela época, sendo de até 8 metros, conforme se exigiu as fundações da ponte, com a construção da barragem de Poço Branco essa profundidade foi drasticamente reduzida ficando apenas o leito do rio regulado pela barragem.

Em 11/04/1907 o jornal A Republica registrou que "sei que vai ser encomendada a ponte metálica sobre o rio Ceará-Mirim, na passagem do Taipu" (A REPÚBLCA, 11/04/1907, p.1).

Em 17/05/1910  o jornal O Dia de Curitiba registrou que a ponte sobre o rio Ceará-Mirim tinha as alvenarias dos alicerces concluídos e iniciado a montagem dos vãos metálicos de viga contínuas, serviço esse que seria concluído em agosto, quando poderia assim ser inaugurado o trecho entre Taipu e Baixa Verde e ser entregue ao tráfego 60 km da ferrovia (O DIA, 17/05/1910, p.1).

Já em 11/10/1910, dia anterior da inauguração do trecho entre a vila de Taipu e o distrito de Baixa Verde, foram realizadas experiências de peso morto (trem parado sobre os vãos) e peso rolante (trem rodando sobre os vãos da ponte) que deram bons resultados (RELATÓRIO DO MINISTÉRIO DA VIAÇÃO E OBRAS PÚBLICAS, 1911, p.64).

Ainda de acordo com o citado relatório a ponte do Umari tinha 195 toneladas e seu custo de montagem foi de 39:079$000 (Op. Cit, p.64).

Naquele mesmo ano foram realizados outras obras que ficavam entre a vila de Taipu (atualmente do cruzamento da linha férrea com a BR 406 na altura do cemitério) e o distrito de Baixa Verde, tendo sido feito uma ponte de 8 metros e outra de 6 metros, 9 pontilhões de 3 metros, um de 1,5m de vão, 38 bueiros capeados e 13 abertos e modificados 3 bueiros capeados em virtude da modificação do grade, no trecho construído pela extinta comissão de construção da EFCRGN.



      Na primeira imagem vê-se  a ponte do Umari em sua estrutura original, ou seja, com os 5 vãos que foram adquiridos pela Comissão de Construção da EFCRGN na Inglaterra. A foto faz parte do acervo do IHGRN e tem data ignorada. Na legenda da foto está escrito "ponte Ceará-Mirim", deve-se entender o rio e não a cidade, pois não resta dúvidas que se trata da ponte do Umari em Taipu quando se compara com a segunda foto da mesma ponte em 2015.
       A ponte do Umari é uma das mais antigas  grande obra de engenharia da região do Mato Grande, podendo sem exagero algum merecer o epiteto de "Colosso do Mato Grande".

terça-feira, 17 de agosto de 2021

SOBRE A CAPELA SÃO JUDAS TADEU DO TIROL

 

A capela São Judas Tadeu foi construída no território da paróquia de Santa Teresinha no Tirol, tendo sido construída na Av. Rodrigues Alves com o cruzamento da rua Otávio Lamartine naquele bairro da capital potiguar.

De acordo com o jornal A Ordem com brilhantes cerimônias litúrgicas foi inaugurada em 16/09/1951 a capela de São Judas Tadeu. A capela foi construída por iniciativa e às expensas do Dr. Véscio Barreto em pagamento de uma promessa.

A benção da nova capela ocorreu as 06h45 pelo então Pe. Heitor Sales, a época vigário da paróquia do Tirol, atualmente arcebispo emérito de Natal, tendo o bispo diocesano, dom Marcolino Dantas celebrado missa solene as 07h15.

A data para a inauguração foi escolhida em homenagem ao transcurso do aniversário de 80 anos do Des. Horácio Barreto, progenitor do Dr. Véscio Barreto (A ORDEM, 12/09/1951, p.4).

No ano seguinte a capela São Judas passou por uma reforma tendo sido interrompidas as celebrações de missa ali, sendo as mesmas retomadas após a conclusão das obras em 20/04/1952 quando o então Pe. Heitor Sales deu a benção do belíssimo sacrário ofertado pelo Sr. Gumercindo Saraiva e esposa, assim como as imagens de Nossa Senhora das Graças e São Francisco das Chagas doadas por outros devotos (A ORDEM, 18/04/04/1952, p.4).

A igreja de São Judas não acompanhou o crescimento urbanístico do entorno onde está situada, destoando na paisagem entre os arranha-céus e prédios modernos da Av. Rodrigues Alves. A igreja mais parece uma simples capela de interior do que uma igreja de uma grande capital. Por outro lado, se a igreja não acompanhou o  desenvolvimento do bairro do Tirol permaneceu como testemunho vivo da simplicidade que outrora fora aquele bairro da capital potiguar.

Igreja São Judas Tadeu do Tirol.


Aspecto interno da igreja São Judas Tadeu do Tirol onde se vê a esquerda o orago da referida igreja e direita a imagem de Nossa Senhora das Graças.




SOBRE A CAPELA DE PONTA NEGRA


No centro da praça da vila de Ponta Negra tem uma igreja simples, porém bela gosto estético, artístico e em estilo arquitetônico, coisa rara em si tratando de igrejas na capital potiguar. Trata-se da atual igreja matriz de São João Batista.

Em 24/06/1940 foi realizada a cerimônia de benção da nova capela de Ponta Negra, que há meses vinha sendo construída. Foi oficiante da cerimônia o Pe. agostinho Hannekenn , que benzeu também o altar e as imagens que possuía a capela, celebrando logo depois a santa missa com distribuição da comunhão a uma elevado numero de pessoas.

As 09h00 o bispo diocesano, dom Marcolino Dantas,  celebrou missa festiva, com cânticos, pregação ao Evangelho e dando por inaugurada aquela nova capela. A tarde foi realizada a procissão do padroeiro de Ponta Negra, encerrando a festa com a benção do Santíssimo. 

De acordo com o jornal A Ordem a primitiva capela de Ponta Negra foi edificada pelo Pe. João Maria. O Pe. João Maria Cavalcanti de Brito foi pároco de Natal entre 1881 e 1905 quando veio a falecer. A construção da primitiva capela de Ponta Negra portanto, deve se situar nesse recorte temporal. Não conseguimos dadas as nossas limitações encontrar a data exata e maiores informações sobre esta primeira capela.

    Em 1938 a capela estava ameaçando ruir quando Dom Marcolino Dantas autorizou sua demolição e iniciou, no mesmo local, o novo templo.

A nova capela da então vila de Ponta Negra foi construída com 23 metros de  comprimento por 6,20 metros de largura, sendo de estilo gótico, possuindo 9 portas e 100 janelas, uma única nave de 16 metros de comprimento por 3 de largura, tendo 2 quartos nos fundos, um para o vigário quando lá estivesse e outro para depósito.

A planta do altar foi do Dr. Homero  Auler e foi construído pelo mestre Manoel André tendo a cobra custado 42:785$500.

De acordo com o jornal A Ordem foram estes os donativos arrecadados para a construção da nova capela de Ponta Negra.

D. Chiquinha Freire:  15:000$000.

Dom Marcolino Dantas : 11: 200$000.

Auxílios pedidos por Dom Marcolino Dantas na cidade de São Paulo: 10:474$000.

Auxílios arrecadados em Natal : 3:797$000.

Conde Dias Garcia : 2:000$000.

Auxílios arrecadados em Ponta Negra:  314$500.

Os paramentos e alfaias para a celebração da missa na nova capela foram doados pelas Irmãs de Santana do Orfanato e do Hospital, Irmãs de Caridade, Irmãs do Amor Divino, Irmãs Dorotéia, padres da Sagrada Família, d. Rosinha Viveiros, família Navarro, d. Susana Guilherme e famílias de Ponta Negra.

O padroeiro da capela de Ponta Negra é São João Batista. Além da imagem do padroeiro que media 1,20m havia na capela as imagens do Sagrado Coração de Jesus, Nossa Senhora da Penha, com 0,80cm, e as de São José, São Sebastião e Nossa Senhora da Conceição, com 0,60 cm.

Como encarregado da capela e do patrimônio estava o sr. Camilo Inácio Correia e como zeladores da capela estavam d. Senhorinha do Nascimento e Augusto de Souza.

Era encarregados da praça da capela, João Velho.

Foram encarregados da hospedagem dos padres, José Bragança, Luiz de França e José Hermínio de Lima.

Foi encarregado da festa do padroeiro o sr. João Pedro da Silva, além deste tinha ainda os encarregados ainda das festas dos outros santos, que ali eram venerados.

Segundo o jornal A Ordem  a festa de inauguração da nova capela de Ponta Negra "foi uma consoladora vitória para o esforçado Exmo. Sr. Bispo e para a devoção e piedade dos habitantes daquela praia histórica e acolhedora" (A ORDEM, 25/06/1940, p.1).

A capela de Ponta Negra fazia parte do território da paróquia do Alecrim sob a direção dos padres da Sagrada Família. A paróquia só veio a ser criada em 29/08/2011, data em que a igreja católica celebra a Solenidade do martírio de São João Batista, orago da matriz. A paróquia abrange a vila de Ponta Negra e o conjunto Alagamar.

Igreja matriz São João Batista em Ponta Negra.

Detalhes da igreja matriz da vila de Ponta Negra.

Detalhes da fachada.

Aspectos interno da igreja São João Batista em Ponta Negra onde é possível vê
os ligeiro traços da arquitetura gótica presente nos arcos da nave e do altar mor.

NOTAS SOBRE O MUNICÍPIO DE PUREZA




Aspectos da cidade de Pureza
re

A povoação de Pureza era uma das várias povoações do município de Touros e já era citada com essa denominação em 1896 nos relatórios do governo do Estado (MENSAGEM DO GOVERNADOR DO RIO GRANDE DO NORTE PARA A ASSEMBLEIA, 1896, p.86).

Em 1896 o distrito policial de Pureza estava composto por Guilherme José do Nascimento, subdelegado, Ricardo da Costa Torres, Guilherme da Rocha e Silva e José Francisco do Nascimento, respectivamente 1º, 2º e 3º suplentes ( MENSAGEM DO GOVERNADOR DO RIO GRANDE DO NORTE PARA A ASSEMBLEIA, 1896, p.200).

O cartório de registro civil

Em 26/11/1938 o interventor federal assinou o decreto o qual criava o cartório nascimento e óbitos no distrito administrativo e judiciário de Pureza ( A ORDEM, 26/11/1938, p.1).

Ideia da construção do grupo escolar

Em 03/05/1943 o proprietário Manoel Montenegro Soares em discurso realizado na inauguração da Cooperativa Agropecuária de Pureza levantou a ideia da construção de um Grupo Escolar na sede daquele distrito, ideia essa que mereceu aplausos gerais. 

A nova capela

Usando a palavra na inauguração da Cooperativa Agropecuária de Pureza o  professor Ulisses de Góes lembrou que ao lado do crédito que a cooperativa viria solucionar e da educação que o Grupo Escolar remediaria em futuro breve deveria aparecer, como coroamento destas iniciativas, a majestosa capela de Nossa Senhora da Pureza, em substituição ao templo pequeno que ali existia, a qual já não condizia como espirito progressista daquela gente.

Para iniciar a coleta, disse aquele orador que abria naquele instante, uma caderneta na Cooperativa com Cr$ 200,00.A ideia teve ótima acolhida, tendo o vigário Pe. Chacon com agradecido tão espontânea iniciativa que viria ao encontro do seu pensamento e da sua vontade.

Outras pessoas fizeram também seus donativos, para esse fim atingindo a subscrição cerca de Cr$3.000,00 (A ORDEM, 03/05/1943, p.4).

Mudança toponímica

Em 1943 o distrito de Pureza teve seu nome alterado para Vila de Maxaranguape em razão de ser ali a nascente do rio desse nome. A mudança, no entanto, a alteração toponímica só veio a causar confusão pois já existia a povoação de Maxaranguape, que naquele mesmo ano passou a se chamar Barra de Maxaranguape, para diferenciar-se daquela outra. Ambas estavam localizadas no mesmo município de Touros.

Professoras

Em 08/02/1936 foi nomeada efetivamente Maria Barreto Ramalho como professora da Escola Isolada de Pureza, no município de Touros (A ORDEM, 08/02/1936, p.2).

Já em 26/06/1940 foi promovida a 3ª classe do magistério primário a professora de 4ª classe Maria da Conceição Costa, da Escola Isolada da vila de Pureza ( A ORDEM, 26/06/1940, p.2).

Pelo decreto nº 1.193 de 29 de novembro de 1942  assinado pelo Interventor Federal foi dada a denominação de Escola Dr. Barros a Escola Isolada de Pureza  ( A ORDEM, 03/11/1942, p.2).

Em 12/02/1944 foi contratada pelo governo do Estado a professora Ana Maria da Costa para reger interinamente, como substituta, a Escola Isolada Dr. Barros, da Vila de Maxaranguape, no município de Touros, durante o impedimento da professora titular Maria da Conceição Costa que se achava em licença ( A ORDEM, 12/02/1944, p.5).

Melhoramentos públicos

Em 08/05/1949 com a presença do governador José Augusto Varela, do professor Severino Bezerra, Dr. Roberto Freire, capitão José Reinaldo, João Damasceno, Gabriel Varela, Gabriel Moura, Antônio Coelho Malta, João Bezerra e outros foram inaugurados melhoramentos públicos na Vila de Maxaranguape.

Recebidos naquela localidade pelas autoridades locais, o governador e comitiva inaugurou a ponte sobre o rio Maxaranguape e a Escola Rural daquela localidade (A ORDEM,12/05/1949, p.4).

Sobre a capela São João de Pureza

Na capela de São João de Pureza houve 1ª comunhão de 37 crianças preparadas pelas catequistas, dirigindo a cerimônia a senhorita Carmelina Miranda de Souza. Houve a renovação das promessas do batismo, cânticos sacros e missa solene. O festeiro João Rodrigues manifestou grande dedicação correndo tudo em magnifica ordem (A ORDEM, 17/10/1941,p.2).


domingo, 15 de agosto de 2021

NOTAS SOBRE O MUNICÍPIO DE RIO DO FOGO


Continuando a série de postagens sobre os municípios da região do Mato Grande eis algumas notas sobre Rio do Fogo, que apesar de ser um dos mais recentes municípios criados no Estado tem uma vasta história a ser contada.

Aspecto da praça central de Rio do Fogo.


A povoação de Rio do Fogo era uma das povoações marítimas do município de Touros e citada já com esse adjetivo em 1896 nos relatórios do governo do Estado.(MESAGEM DO GOVERNADOR PARA ASSEMBLEIA, 1896, p.86).

A colônia Z-3

A Colônia de Pescadores Z-3 denominada Comandante Frederico Vilar estava situada em Rio do Fogo, sendo uma organização que cuidava dos interesses dos pescadores daquela localidade. Abrangia toda a costa desde a ponta da Gameleira até a margem esquerda do Rio do Fogo.

Em 1922 a Colônia Z-3 possuía elevado número de colonos e mantinha duas escolas primárias, sendo uma em Rio do Fogo, sede da colônia e outra em Zumbi  (A VOZ DO MAR, 1922, p.8).

Em 01/10/1924 foram criadas as escolas com a denominação de Comandante Gumercindo Loretti e Dr. José Augusto, sendo uma na sede e outra na praia de Perobas ( A VOZ DO MAR, 1924, p.17).

Em 1929 a Colônia Z-3 já é citada com a denominação de Comandante Nereu Correa ( A VOZ DO MAR, 1929, p.31).

Na área de abrangência da Colônia Z-3 haviam riquíssimas lagoas que eram verdadeiros viveiros de espécies das mais variadas e apreciadas, entretanto, não eram exploradas de forma proveitosa por falta de aparelhos aperfeiçoados que pudessem melhorar a pesca e a renda vinda dela.

Os pescadores eram geralmente muito pobres e não contavam com qualquer especie de apoio para adquirir material necessário a pesca praticando assim uma pesca rudimentar, incapaz de produzir uma melhora na situação em que se encontravam.

A grande lagoa do Fogo estava povoada de peixes dos mais valiosos, porém, sem ser explorada convenientemente por causa de sua grande profundidade e falta de aparelhamento por parte dos pescadores.

A sua safra de pescado consistia em garajuba, ariacó, carauna e pescaria de peixe de alo mar.

A Colônia Z-3 era uma das que possuía curral de apanhar peixes que fazia boa safra de xeréu e outros peixes.

Segundo a revista A Voz do Mar em 1937 Mantinha 3 escolas para os filhos de pescadores e a sede dessa colônia estava em construção e era uma das melhores que existia no litoral do Estado, sendo constituída por 220 pescadores ( A VOZ DO MAR, 1937, p.16).

Em 1940 foi reaberta a escola noturna Joaquim Terra da Costa mantida pela Colônia Z-3 sob a regência da professora Joana de Souza Ribeiro (A VOZ DO MAR, 1940, p.18).

Em 1941 a Colônia Z-3 Frederico Vilar passou por uma reorganização em assembleia presidida pelo presidente da Federação Estadual de Pescadores foi eleita a seguinte diretoria: Luiz Joaquim do Nascimento, presidente, Juvenal Gabriel, secretário e  Manoel Monteiro, tesoureiro ( A VOZ DO MAR, 1941, p.15).

Não tenho conhecimento se a referida colônia de pescadores ainda existe e com a mesma finalidade, no entanto, o fato de sua existência evidência a organização da classe dos pescadores assim como a assistência social aos filhos dos pescadores sobretudo pela existência das escolas que mantinha que foram uma das escolas mais antigas do povoado de Rio do Fogo.

Subdelegado

Em 22/02/1936 Miguel Gomes Ribeiro assumiu as funções de subdelegado do distrito policial de Rio do Fogo (A ORDEM, 22/02/1936, p.3).

       Em 07/06/1950 foi nomeado Eliseu Gomes Ribeiro como subdelegado de Rio do Fogo ( DIÁRIO DE NATAL, 07/061950, p.6).

O cartório de registro civil

Em 1934, de acordo com a lei de organização judiciária do Estado foi criado o oficio de registro civil de nascimentos e óbitos na povoação de  Rio do Fogo ( DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 16/09/1934, p.2).

Em 26/11/1938 foi suprimido o cartório de registro civil  de nascimento e óbitos na povoação de Rio do Fogo tendo sido o mesmo transferido para a povoação de Pureza  ( A ORDEM, 26/11/1938, p.1).

Professoras

Em 22/01/1939 a professora Raquel Fatalia de Paiva foi nomeada para a Escola Isolada de Rio do Fogo ( A ORDEM, 22/01/1939, p.4) a mesma pediu exoneração em 21/03/1939 tendo sido nomeada para substituí-la a professora diplomada Zilda Barbosa Lima ( A ORDEM, 25/03/1939, p.1).

Em 1940 exercia a professora Franscisquinha Ribeiro exercia a função na escola Rudimentar de Rio do Fogo ( A ORDEM, 03/08/1940, p.4).

No mesmo ano foi nomeada efetivamente a professora diplomada de 4ª classe Noemi Barbosa Lima para exercer a função na Escola Isolada de Rio do Fogo (A ORDEM, 09/02/1940, p.4) tendo sido removida a pedido para a escola do Campo de Sementes de Sacramento em Santana do Matos em 18/03/1940.

Sobre a capela

Em 1941 o Pe. Bianor Aranha, vigário de Touros, esteve em visita a capela de Rio do Fogo onde na oportunidade presidiu cerimônia da 1ª comunhão para 30 crianças que foram instruída pela senhorinha Francisquinha Ribeiro, "alma cheia de fé e de virtudes cristãs" (A ORDEM, 07/08/1941, p.2).

A comissão das festas e conservação da capela era composto por Eliseu Ribeiro, José Monteiro de Souza, Antônio Sótero Galvão, José Gaspar de Oliveira, Miguel Gomes de Oliveira, Miguel Gomes Ribeiro, Luís Ciriaco da Cunha, Francisco Alves da Costa, José Celestino de Andrade e Severino Eugenio.

Era a catequista da comunidade Ester Ciriaco da Cunha.

As missões de Frei Damião

Entre 20 e 22/06/1947 o missionário capuchinho Frei Damião esteve realizando santas missões em Rio do Fogo e de acordo com o jornal A Ordem a povoação em peso acorreu pressurosa ao encontro do frade que estava sendo esperado para chegar ali em 20/06/1947.

As ruas apresentaram festivo aspecto de ornamentação com bandeirinhas, e arcadas. Na arcada principal, onde deveria entrar o missionário lia-se a inscrição " SALVE FREI DAMIÃO - mensageiro de Deus junto ao povo católico".

As 15h00 , ao espocar de foguetões e sobre o delírio dos fiéis, deu entrada na povoação o capuchinho que veio acompanhado do Pe. Antônio Antas, vigário de Touros.

Ao penetrar Frei Damião a primeira arcada recebeu em nome do povo de Rio do Fogo, o sr. José Porto Filho que falou da satisfação de todos desde quando fora anunciado a visita do missionário à aquela localidade. Durante os três dias em que permaneceu em Rio do Fogo, Frei Damião ministrou confissões, crismas, batizados e casamentos, tendo sido de acordo com o jornal A Ordem uma festa espiritual, notando-se o enorme desejo do povo conhecer de perto o frade capuchinho, cujas mãos eram avidamente beijadas.

Para a recepção do missionário em apreço foi criada uma comissão composta por Eliseu Gomes Ribeiro, José Teixeira e José Monteiro, fiando Frei Damião hospedado na casa deste último.

Segundo o relato publicado no jornal A Ordem o povo em massa, num verdadeiro sentimento de fé religiosa cercou o o frade de indesejável carinho, ouvindo-o contritamente com muita obediência.

Foi assim até o último dia das missões quando depois da procissão  e benção teve que partir Frei Damião para Maracajaú onde estava sendo esperado também ali.

Nessa ocasião a grande massa de povo cercou o frade como que impedindo de sair confundindo-se o delírio com tristeza. Os fieis atropelavam-se uns aos outros ao beijarem a mão de Frei Damião, que aos poucos pode atravessar a multidão até tomar a charrete que o conduziu a Maracajaú.

Ainda de acordo com o o citado jornal foi um espetáculo comovente visto nesse momento onde todos ficaram agrupados na praia seguiram com o olhar uns e ouros saíram correndo atrás da charrete que conduzia o frade para ficando mudos e estáticos quem momento antes exteriorizava alegria e satisfação.

Ao retornar de Touros em 27/06/1947 Frei Damião passou por Rio do Fogo onde recebeu grande manifestação dos habitantes da povoação, tendo parte do povo acompanhado o povo em que seguia o missionário capuchinho "restando uma pungente saudade de tudo quanto assistimos durante os dias das Santas Missões em Rio do Fogo" ( A ORDEM, 03/07/1947, p.2).

A estrada de Santa Luzia a Rio do Fogo

      Em 18/04/1959 foi inaugurada a estrada que liga Santa Luzia a Rio do Fogo, o ato foi realizado com o simples corte da fita inaugural e vários discursos, entre estes o de Dinarte Mariz que recordou o instante em que prometera a construção daquela estrada de acesso ao litoral norte do estado.
A estrada fazia parte de um plano que uniria todas as pequenas localidades litorâneas que viviam da pesca, nos centros abastecedores, para maior facilidade do transporte do pescado ( DIÁRIO DE NATAL, 22/04/1959, p1).

Poço tubular
     Em 17/07/1962 foi concluído pelo governo do estado a construção do poço tubular de Rio do Fogo em cooperação com o Serviço Especial de Saúde Pública-SESP (DIÁRIO DE NATAL, 17/07/1962, p.2).
Foto: O Poti,23/09/1962, p.2.

     Na imagem a cima a caixa d'água, cata-vento e poço tubular público de Rio do Fogo.

Formação Administrativa
Rio do Fogo esteve sob a jurisdição de Touros até 29/01/1959 quando foi instalado o município de Maxaranguape passando a figurar como distrito deste novo município, condição vigente até sua emancipação politica em 1997.

Emancipação politica
  Rio do Fogo alcançou sua emancipação política, tendo como ponto de partida o plebiscito realizado no dia 17/09/1995 e através da Lei nº 6.842, de 21 de dezembro de 1995, Rio do Fogo foi desmembrado de Maxaranguape e elevado à condição de município do Rio Grande do Norte instalado em 01/01/1997.