quinta-feira, 19 de agosto de 2021

SOBRE A PONTE FERROVIÁRIA DO UMARI


A ponte ferroviária sobre o rio Ceará-Mirim no distrito do Umari em Taipu foi a maior e mais  mais importante obra de arte da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte até 1916 quando foi inaugurada a ponte de Igapó sobre o rio Potengi em Natal.

A ponte do Umari foi construída com 150 metros de extensão divididos em 5 vãos de 30 metros cada um. O sistema de viga metálica é o de vão independentes ou descontinuo, estando a mesma localizada no km 60 da EFCRGN, a 4 km da sede municipal.

De acordo com o relatório do ministério da viação de 1910 foram concluídos naquele ano a construção do 2º e 3º pilares e a montagem da viga metálica da ponte do Umari, constava ainda que os dois encontros e o primeiro e segundo pilares já se achavam prontos, o segundo pilar estava quase concluído e o terceiro estava apenas iniciado. As fundações foram construídas sobre rochas até a profundidade de 8 metros e de acordo com o citado relatório "é provável que esteja a ponte completamente montada em agosto do corrente ano"  ( RELATÓRIO DO MINISTÉRIO DE VIAÇÃO E OBRAS PÚBLICAS, 1910, p.120).

Como visto a cima é possível se ter uma noção da profundidade do rio aquela época, sendo de até 8 metros, conforme se exigiu as fundações da ponte, com a construção da barragem de Poço Branco essa profundidade foi drasticamente reduzida ficando apenas o leito do rio regulado pela barragem.

Em 11/04/1907 o jornal A Republica registrou que "sei que vai ser encomendada a ponte metálica sobre o rio Ceará-Mirim, na passagem do Taipu" (A REPÚBLCA, 11/04/1907, p.1).

Em 17/05/1910  o jornal O Dia de Curitiba registrou que a ponte sobre o rio Ceará-Mirim tinha as alvenarias dos alicerces concluídos e iniciado a montagem dos vãos metálicos de viga contínuas, serviço esse que seria concluído em agosto, quando poderia assim ser inaugurado o trecho entre Taipu e Baixa Verde e ser entregue ao tráfego 60 km da ferrovia (O DIA, 17/05/1910, p.1).

Já em 11/10/1910, dia anterior da inauguração do trecho entre a vila de Taipu e o distrito de Baixa Verde, foram realizadas experiências de peso morto (trem parado sobre os vãos) e peso rolante (trem rodando sobre os vãos da ponte) que deram bons resultados (RELATÓRIO DO MINISTÉRIO DA VIAÇÃO E OBRAS PÚBLICAS, 1911, p.64).

Ainda de acordo com o citado relatório a ponte do Umari tinha 195 toneladas e seu custo de montagem foi de 39:079$000 (Op. Cit, p.64).

Naquele mesmo ano foram realizados outras obras que ficavam entre a vila de Taipu (atualmente do cruzamento da linha férrea com a BR 406 na altura do cemitério) e o distrito de Baixa Verde, tendo sido feito uma ponte de 8 metros e outra de 6 metros, 9 pontilhões de 3 metros, um de 1,5m de vão, 38 bueiros capeados e 13 abertos e modificados 3 bueiros capeados em virtude da modificação do grade, no trecho construído pela extinta comissão de construção da EFCRGN.



      Na primeira imagem vê-se  a ponte do Umari em sua estrutura original, ou seja, com os 5 vãos que foram adquiridos pela Comissão de Construção da EFCRGN na Inglaterra. A foto faz parte do acervo do IHGRN e tem data ignorada. Na legenda da foto está escrito "ponte Ceará-Mirim", deve-se entender o rio e não a cidade, pois não resta dúvidas que se trata da ponte do Umari em Taipu quando se compara com a segunda foto da mesma ponte em 2015.
       A ponte do Umari é uma das mais antigas  grande obra de engenharia da região do Mato Grande, podendo sem exagero algum merecer o epiteto de "Colosso do Mato Grande".

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