domingo, 2 de setembro de 2018

OS FENÔMENOS DOS OVNIS NO RIO GRANDE DO NORTE





Introdução
Os fenômenos dos avistamentos de OVNIS (objetos voadores não identificados) popularmente chamados de Discos voadores no Rio Grande do Norte têm sua gênese na década de 1940, precisamente no ano de 1947. Este trabalho se propõe a fazer um estudo acerca dos relatos sobre objetos voadores não identificados ocorridos no Rio Grande do Norte. Tais relatos foram obtidos por meio de pesquisa bibliográfica realizada em jornais antigos de Natal.
Independentemente da veracidade ou não dos fatos adiante relatados o que se espera com o referido trabalho é fazer memória de fatos ocorridos no território potiguar de fenômenos tidos como sobrenaturais em que alguns até hoje não foram definitivamente e satisfatoriamente explicados tanto por leigos como por autoridades oficiais.

imagem ilustrativa


O principio dos avistamentos do ‘fenômenos sobrenaturais no Rio Grande do Norte
         Os fenômenos de avistamentos de objetos voadores não identificados no Rio Grande do Norte começam a ocorrer em 1947, mesmo ano em que tais fenômenos surgem ao redor do mundo e são publicados nas crônicas jornalísticas. Coincidência ou não é o período que começa a corrida espacial americana que culminará com a chegada do homem a Lua já em 1969.
Segundo o jornal A Ordem de 17/07/1947 a aparição de estranhos objetos voadores em diversas partes do mundo que foram batizados de ‘discos voadores’ vinha sendo assunto obrigatório em Natal assim como no Brasil inteiro.
O tema tomava conta dos debates e rodas de conversas. Uns achavam que se tratava de armas secretas, outros de corpos celestes vindos de outros planetas ou de vulcões, porém, até aquele momento ninguém sabia de fato explicar os tais discos voadores, o certo era que os fenômenos continuavam a serem vistos pelos céus, deixando a todos intrigados e preocupados com essas ocorrências.
Os discos voadores começavam a aparecer pelos céus do território potiguar.
Na edição do dia 17/07/1947 o jornal A Ordem relatou o caso do aparecimento de um disco voador em Angicos. Esse foi o relato mais antigo por nós encontrado sobre o tema.
Um telegrama enviado por Antônio Pereira Dias a redação do jornal A Ordem anunciava a passagem de um objeto misterioso no município de Angicos.Eis o teor do telegrama:
ANGICOS, 16,
Antônio Pereira Dias, Natal.- Ontem , mais ou menos as 6 e meia foi visto por diversas pessoas a passagem de um “Disco Voador” por esta cidade, vindo do norte e seguindo em direção ao sul.Abraços.- a) Francisco Peres, prefeito de Angicos. A ordem, 17/07/1947, p.1.
Como visto no final do telegrama o documento foi enviado pelo prefeito de Angicos, portanto, deveria corresponder a um fato verídico o fenômeno do avistamento do disco voador naquela cidade visto inclusive por muitas pessoas.
Na edição do dia 18/07/1947 o jornal forneceu os nomes das pessoas que avistaram o objeto misterioso e forneceu mais detalhes sobre o ocorrido em Angicos. Foram 10 pessoas que viram o disco voador.
Segundo o relato fornecido a redação do jornal por volta das 6h20 estas pessoas estavam sentadas na calçada da pensão quando alguém disse ‘lá vai um avião’. Todos olharam, então, para o céu, e de fato viram algo que voava a grande altura, não se tratava, entretanto de avião e sim de um objeto arredondado, muito brilhante, que encandecia quando os reflexos do sol nele batiam. Era um ‘disco voador’. (A ORDEM, 18/07/1947, p.1, grifo nosso).
O relator disse ainda que não se ouvia barulho e depois de uns 15 minutos o tal ‘disco’ desapareceu no céu misteriosamente, pensando as pessoas que o avistaram que o objeto misterioso tivesse caído em Natal. (A ORDEM, 18/07/1947, p.1).
Em Currais Novos e Santana do Matos
Na mesma matéria o desembargador Tomaz Salustino de Currais Novos disse por telegrama a redação do referido jornal que não foi confirmada a noticia do aparecimento de um disco voador em Currais Novos e que ele teria apenas avistado dois aviões de alumínio que cruzaram o céu do município a uma altura elevada (A ORDEM, 18/07/1947, p.1).
Por sua vez, o Dr. Alcebiades Fernandes havia enviado telegrama ao Diário de Natal relatando o aparecimento de um disco voador visto por diversos moradores na fazenda Pixoré em Santana do Matos.( A ORDEM, 18/07/1947, p.1).
Em Baixa Verde
No mesmo ano de 1947 o fenômeno do avistamento de um disco voador foi visto no município de Baixa Verde. Em telegrama enviado a redação do jornal A Ordem foi relatado que foi visto um disco voador por volta das 16h20 que foi visto por diversas pessoas as quais se encontravam na Pensão Popular, dentre elas a professora Maria Guimarães, índio Gualcuru Umbarahé, Manoel Soares, Leonor Teixeira e Cícero Câmara.
O objeto, segundo o telegrama publicado no jornal,  tinha grandes dimensões e vinha da direção da capital se dirigindo para o norte e se movimentava em grande velocidade. (A ORDEM, 28/07/1947, p.1).
Em Macau
Em Macau o disco voador também foi visto no dia 03/09/1947 conforme registrou a edição do jornal A Ordem.
No relato do motorista e proprietário de uma automóvel, o Sr. Francisco das Chagas, residente na rua Amaro Cavalcanti, nº58, naquela cidade, afirmava ele:
Com absoluta segurança, que na noite de 30 de julho, cerca de 19,40 horas, viajando em meu automóvel entre Francisco Martins e Barreiras, vi a pequena altura uma bola de cor azulada refletindo sobre a terra grande clarão.Sua direção era vertical e desapareceu moementos depois, sem que se visse o rumo tomado” ( A Ordem, 03/09/1947/p.2).
Para atestar que seu relato era verdadeiro Francisco das Chagas apresentou como testemunhas do ocorrido em Macau os funcionários da prefeitura José Dias e o seu ajudante que o acompanhava na viagem, não nomeado no relato do jornal.
Disse ainda Francisco das Chagas concluindo seu relato que “todos ficamos certos de se tratava de um disco voador que perdeu o seu raio de ação naquela localidade” (op. Cit). Francisco das Chagas alegava que por se tratar de uma informação que julgavam absolutamente exata pedia para que fosse publicada no referido jornal.
Os ovnis continuam aparecendo
Os relatos de objetos voadores misteriosos só voltam a serem relatados em 1952. Neste ano foram vistos em Cerro Corá, Areia Branca e Mossoró.
Em Cerro Corá o disco voador foi visto em 25/08/1952 tendo sido avistado a baixa altura tendo sido descrito por uma pessoa da cidade como uma bacia com margens vermelhas. (A ORDEM, 27/08/1952, p.1). Entre Tibau e Areia Branca um disco voador foi visto em 26/08/1952 sendo o objeto se movimentando em direção ao mar. O jornal a ordem diz que o fenômeno foi visto por pessoa qualificada do lugar, dentre elas o Sr. José Couto, industrial e político em Areia Branca segundo o jornal “as noticias que a respeito nos foram transmitidas merecem todo crédito e são absolutamente seguras” (A ORDEM, 27/08/1952, p.1), diante disso o caso deveria ser investigado pelas autoridades competentes visto que tais fenômenos vinham se repetindo cm frequência pelo interior do estado.
Em Mossoró os ocorridos com o avistamento de objetos voadores misteriosos haviam sido visto recentemente sendo vários discos voadores avistados e segundo o jornal A Ordem “em face disso, não há lugar para humorismo: é aceitar a realidade e verificá-la” ( A ORDEM, 27/08/1952, p.1).
Os relatos dos discos voadores visto em Mossoró foram também publicados pelo jornal local O Mossoroense, de onde o jornal a Ordem extraiu o relato ali ocorrido.
Segundo foi publicado no Mossoroense por volta das 22h30 quando a turma da Pan Air do Brasil S.A se aproximava da pista para apagar as piraeas de iluminação, após a decolagem de uma aeronave daquela empresa, foram vistos dois discos voadores sobrevoando o aeroporto.
Inicialmente dois funcionários observaram o fenômeno luminoso que embora em silencio, pensou que se tratasse de um avião retornando ao aeroporto, os funcionários estranharam que o objeto voador se aproximava cada vez mais da pista numa altura de aproximadamente 500 metros deixando os funcionários sobressaltados e percebendo então que não se tratava de um avião, mas sim de algo que eles não conseguiam identificar. (A Ordem, 28/08/1952, p.4).
Com medo os dois funcionários correram para a estação de passageiros onde estavam mais três funcionários, todos eles avistaram outros objetos voadores se aproximarem do aeroporto. Uns se movimentavam rapidamente, outros mais lentos e em zigue-zague.Os objetos voadores se dirigiram em sentido a então vila de Dix Sept Rosado desparecendo da vista deles.
Os funcionários da Pan Air relataram ainda que os objetos apresentavam iluminação em seu interior que irradiava para as extremidades em varias cores e quando a luz desaprecia era vista uma nuvem de fumaça se desprendendo do objeto ficando esta fumaça pouco tempo no espaço.
As pessoas que observaram o fenômeno ficaram apavoradas e pensavam se tratar de coisas do além ou coisas sobrenaturais.
Na vila de Governador Dix Sept Rosado no dia 25/08/1952 o Sr. Manoel Crispi em companhia de outras pessoas avistaram um disco voador entre 08h00 e 09h00 no sitio Pitombas.
O objeto passou em alta velocidade na direção sul-norte e mais tarde o objeto também foi visto na fazenda Mulungu a pouca distância de Apodi. (A Ordem, 28/08/1952, p.4).Segundo o jornal não restava mais dúvidas da ocorrência dos discos voadores em território potiguar e sendo bem possível que outros discos voadores tornassem a serem vistos pelos céus do estado.
Em 1952 outro disco voador foi visto em Angicos e dessa vez o relato foi bem mais interessante, pois o objeto teria caído ali.
Segundo o jornal a ordem a noticia “verdadeiramente atômica” era que teria caído um disco voador em Angicos, as primeiras informações colhidas as pressas pelo jornal inclusive ouvindo os funcionários da Estrada de Ferro Sampaio Correia e passageiros do trem horário procedente dali.
Foram feitas várias expedições de curiosos ao local do ocorrido, inclusive o prefeito da cidade. O Sr. Pedro Moura, proprietário do local onde teria caído o estranho objeto confirmou ao jornal que um vaqueiro, homem sério, havia dado a notícia de ter encontrado um corpo estranho grande, de cor branca e que o cobrira com ramos. Mas ele, proprietário, não deu maior importância e veio para Natal. O sr. Pedro Moura soube então que foi uma caravana ao local para vê o objeto. A notícia causou sensação na cidade de Angicos.
O jornal procurou explicações do exército mais não recebeu nenhuma informação a respeito do fato sendo a notícia olhada com reservas. Ao meio dia o comandante da guarnição que as notícias que chegavam eram meras suposições e nada tendo recebido de positivo vindo de Angicos.
O mesmo disse o agente da estação Arlindo Varela da Estrada de Ferro Sampaio Correia que afirmou que qualquer notícia sobre a queda de um disco voador no município era destituída de fundamento e que a notícia fora dada por pessoas sem responsabilidades (A Ordem, 17/09/1952, p.1.).
Em Natal, o professor Aureliano Medeiros Filhos havia fotografado um disco voador no Tirol quando vinha de uma viagem de Parnamirim quando subitamente viu um troço brilhando no céu e voando com grande velocidade. Pegou a sua máquina fotográfica,mirou o objeto e disparou.Havia gravado pela primeira vez, em Natal, a fotografia de um disco voador.Foi uma sensação na cidade e houve muita gente que não queira acreditar no que viu. (O POTI, 29/10/1954,p.7).
Em Assu várias pessoas disseram presenciar a passagem de corpos luminosos pelos céus da cidade (O POTI, 07/11/1954, p.3).
Era a época de naves interplanetárias.Não se sabe se por ironia ou por convicção mesmo, mas o jornal terminou a nota dizendo “é possível que os objetos incandescentes que voavam a grande altura e com enorme velocidade, venha a ser um transporte dos venusianos ou dos habitante de Marte” (op. Cit).
Em Mossoró várias pessoas haviam presenciado a passagem de um disco voador por volta das 10h30 no dia 20/12/1954.Dentre estas pessoas estavam Gabriel Fernandes Negreiros e Wilson Guerra Mendes do alto comércio da cidade e o jornalista Rafael Negreiros. (O POTI, 21/12/1954, p.8).
Os relatos de avistamentos de discos voadores pelos céus do Rio Grande do Norte escasseiam por volta do final da década de 1950 e por toda a década seguinte não se vê nenhum relato de aparição de tais fenômenos nos jornais da capital potiguar, como o Diário de Natal e o Poti.
Nas próximas postagens continuaremos no assunto nas décadas seguintes.


Nenhum comentário:

Postar um comentário