A chegada da ferrovia ao
território do distrito de Baixa Verde foi inegavelmente o divisor de águas de
sua existência. Há Baixa Verde antes e depois da estrada de ferro. Sendo assim,
vamos a ela nos dedica a partir de agora.
A ferrovia em questão é a Estrada
de Ferro Central do rio Grande do Norte, inaugurada em 13/06/1906 cujo projeto pretendia ligar o porto de Natal ao
sertão potiguar estendendo seus trilhos da capital até a cidade de Caicó.
Em 15/11/1907 a Estrada de Ferro
Central do Rio Grande do Norte chegava ao território do município de Taipu com
a inauguração da estação da Vila do Taipu e da parada da Pitombeira.
Até 20/08/1908 a EFCRN esteve sob
administração federal.O processo da concorrência foi aberto pelo edital de 14
/05/1908 cuja finalidade pretendia atrair empresas interessadas em continuar a
construção da ferrovia.
Por meio do Decreto Nº 7.074, de
20 de Agosto de 1908 foi autorizado o contrato da construção do trecho da
Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte compreendido entre Taipu e
Caicó.
O artigo único do referido decreto dizia
que “fica o Ministro da Indústria, Viação e Obras Publicas autorizado a contratar
com Luiz Soares de Gouvêa a construção do trecho da Estrada de Ferro Central do
Rio Grande do Norte, compreendido entre Taipu e Caicó”. (CÂMARA DOS DEPUTADOS,
2018).
Já o Decreto Nº 7.164, de 5 de
Novembro de 1908 transferia para a razão social Proença & Gouvêa o contrato
de construção do trecho da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte,
compreendido entre Taipu e Caicó.
O Presidente da República havia
assim atendido ao que requereu Luiz Soares de Gouvêa, contratante da construção
desse trecho da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte.
Foi então baixado o Decreto Nº
7.186, de 19 de NOVEMBRO de 1908 pelo qual o Governo Federal contratava com a
razão social Proença & Gouvêa o arrendamento da Estrada de Ferro Central do
Rio Grande do Norte.
Ficava assim contratado com a
razão social Proença & Gouvêa o arrendamento da Estrada de Ferro Central do
Rio Grande do Norte, desde o seu ponto inicial, na cidade de Natal, até o
terminal do trecho compreendido entre Taipu e Caicó.
Dentre as Cláusulas a que se
referia o decreto n. 7186, estava o arrendamento feito pelo prazo de 60 anos, a
contar da data da assinatura do contrato e teria por objeto:
a) a estrada de ferro atualmente em
trafego entre Natal e Taipu, com os seus respectivos 56 km;
b) as respectivas estações, escritórios, armazéns,
depósitos e mais edifícios e dependências da estrada;
c) os novos trechos constituídos á medida
que forem sendo entregues ao trafego, compreendidos entre Taipu e Caicó, do
qual tratava o decreto n. 7074, de 20 de
agosto de 1908.
O DECRETO nº 9.172, de 4 de
dezembro de 1911 autorizava a revisão dos contratos de 15 de outubro de 1908 e
20 de março de 1909 para a construção e o arrendamento da Estrada de Ferro
Central do Rio Grande do Norte segundo o projeto de 1905, de modo a estabelecer
a ligação com a rede de Viação Férrea do Ceará,
Dentre as cláusulas a que se
referia o decreto n. 9.172, estava o arrendamento da
Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte, até aquela data em trafego
entre Natal e Baixa Verde, com o desenvolvimento de 84 km, com as respectivas
estações, escritórios, armazéns, depósitos e demais edifícios e dependências da
estrada.
Constava também o arrendamento
dos novos trechos construídos á medida que forem sendo entregues ao trafego, compreendidos
entre a estação de Baixa Verde e a cidade de Milagres, no Estado do Ceará,
passando por Lajes e Caicó e o ramal de Lajes a Macau.
A revisão do traçado no trecho compreendido
entre Lajes e Caicó, adotando a diretriz mais conveniente, subordinada ás
condições técnicas.
Previa ainda a conclusão da construção
das obras já aprovadas para a estação inicial e mais dependências em Natal; do
trecho de Natal a Igapó, compreendendo a ponte sobre o rio Potengi, dos trechos
de Baixa Verde a Lajes e de Lajes a Caicó; assim como das obras novas necessárias
ao melhoramento das condições técnicas e completo acabamento do trecho em
trafego entre Natal e Taipu e substituição do material fixo nesse trecho.A
construção do prolongamento de Caicó a Milagres e do ramal de Lajes a Macau.
O Decreto nº 8.765, de 31 de Maio
de 1911 transferia para a Companhia de Viação e Construções os contratos de 15
de outubro de 1908 e 20 de março de 1909, para construção e arrendamento da
Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte, conjuntamente a caução de
50:000$000.
Atendendo ao que requereu João
Proença, cessionário de Proença & Couvêa, contratante da construção e
arrendamento da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte, ficando deste
modo a mencionada companhia subrogada em todos os direitos e obrigações
decorrentes dos referidos contratos.
Já o Decreto nº 14.136, de 10 de
Abril de 1920 declarava rescindido o contrato de construção e arrendamento da
Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte, a que se refere o decreto n.
9.172, de 4 de dezembro de 1911.
Tendo em vista a exposição de
motivos que lhe foi apresentada pelo ministro da, Viação e Obras Publicas,
relativamente á execução do contracio firmado em 18 de dezembro de 1911 com a
Companhia de Viação e Construções, para a construção c arrendamento da Estrada
de Ferro Central do Rio Grande do Norte, decretava resolvida a rescisão do
contrato de arrendamento e construção da Estrado de Ferro Central do Rio Grande
do Norte firmado em 18 de dezembro de 1911 com a Companhia do Viação e
Construções, e a que se referia o decreto n. 9.172, de 4 do mesmo mês.
Feita a rescisão, o Governo
pagaria á Companhia de Viação e Construções a indemnização de 4.248:855$300
(quatro mil duzentos e, quarenta e oito contos oitocentos e cinquenta e cinco
mil e trezentos réis) por lucros cessantes das construções: a importância das
medições dos trabalhos executados e ainda não incluídos em medição; a
importância relativa ao valor dos materiais, ferramentas, instalações
utilizaveis, quer do trafego, quer da construção, pertencentes á, companhia: bem
assim restituirá, não só a importância de 2.828:361$139 (dois mil oitocentos e
vinte e oito contos trezentos e sessenta e um mil cento e trinta a nove réis)
correspondente á parte do capital reconhecido pelo Governo e ainda não
amortizada, como a caução que se achar em deposito no Tesouro para garantia da
execução do contrato.
Pelo decreto a Companhia de Viação e
Construções suspenderia desde já os serviços de construção e desistiria de,
quaisquer reclamações passadas, presentes ou futuras, concernentes aos
contratos vigentes, declarando-se plenamente quite e satisfeita com os
recebimentos dado pelo Governo.
A Estrada de Ferro Central do Rio
Grande do Norte passaria á administração do Governo, ficando subordinada á
Inspetoria Federal das Estradas a partir de então.
O projeto de atingir a cidade de
Caicó nunca foi realizado, ficando a ponta dos trilhos até a cidade de São
Rafael.
A mudança do traçado, as secas
periódicas, a falta de pessoal para trabalhar na construção, foram alguns do
fatores alegados pela Companhia para não avançar na construção da ferrovia.
Em 1939 ocorreu a fusão da
Estrada de Ferro com a Estrada de Ferro Natal a Nova Cruz, encampada pelo
Governo terminado o contrato de arrendamento com GWBR. Em 1950 a EFCRN passa a
se chamar Estrada de Ferro Sampaio Correia.
A ferrovia chegou a ter 380 km de
extensão divididos em 3 grandes seções. O tronco principal entre Natal e Lajes,
o ramal de Lajes a Macau e o ramal de Lajes a São Rafael, suprimido este na
década de 1960, terminando assim na cidade de Angicos.
A EFCRN percorria 13 cidades e
inúmeras localidades ao longo da via, partindo de Natal atingia Extremoz,
Ceará-Mirim, Taipu, Baixa Verde, Pedra Preta, Lajes, Fernando Pedroza 9ex São
Romão), Angicos, São Rafael, Pedro Avelino (ex Epitácio Pessoa e Demétrios
Lemos), Afonso Bezerra e Macau.Foi responsável pelo crescimento e
desenvolvimento econômico dessas cidades.
De construção longa cuja o final
só ocorreu em 1962 com a inauguração da estação de Macau, ao longo de sua
existência alternou sua administração entre a iniciativa priva e o Governo
Federal.
Além do transporte de
passageiros, a EFCRN transportava as riquezas cultivadas ao longo do seu
traçado, como a produção canavieira no vale do Ceára-Mirim, minerais como
cimento, argila, mármores, granito, gado, algodão, cereais, madeiras entre
outras nas demais zonas sertão adentro e o sal extraído na região salineira,
sobretudo de Macau.
Exercendo a função social de
socorrer em tempos de calamidade pública, a EFCRN transportava água retirada da
lagoa de Extremoz conduzindo as cidades atingidas pelas secas prolongadas como
Baixa Verde, Pedra Preta, Pedro Avelino, Lajes, Angicos.
O transporte de passageiros foi
oferecido até 1979, já o transporte de cargas durou até 1997 quando o ramal
Natal-Macau foi desativado, desde então não trafega mais trens pela ferrovia.
A inauguração da
estação de Baixa Verde
O distrito de Baixa Verde pertencia ao município Taipu a época da chegada da ferrovia.O município de Taipu tinha em 1910 cerca de 12.000 habitantes, a maioria vivendo em sítios e fazendas, a vila e sede municipal pouco mais de 1.200 moradores.Eram os maiores núcleos populacionais o distrito de Baixa Verde, Poço Branco, Gameleira, Boa Vista, Contador.
O traçado da ferrovia que pretendia atingir o sertão potiguar até a cidade de Caicó passava além de Taipu pelo distrito de Baixa Verde.
Eis como se deu a inauguração da estação ferroviária do distrito de Baixa Verde.
O distrito de Baixa Verde pertencia ao município Taipu a época da chegada da ferrovia.O município de Taipu tinha em 1910 cerca de 12.000 habitantes, a maioria vivendo em sítios e fazendas, a vila e sede municipal pouco mais de 1.200 moradores.Eram os maiores núcleos populacionais o distrito de Baixa Verde, Poço Branco, Gameleira, Boa Vista, Contador.
O traçado da ferrovia que pretendia atingir o sertão potiguar até a cidade de Caicó passava além de Taipu pelo distrito de Baixa Verde.
Eis como se deu a inauguração da estação ferroviária do distrito de Baixa Verde.
Na edição do dia 22/09/1910 do Jornal do Comércio do Rio de Janeiro se
lia que tinha sido autorizada a abertura da estação de Baixa Verde (JORNAL DO
COMÉRCIO, 22/09/1910, p.1)
Sobre a inauguração da
estação do distrito de Baixa Verde assim o jornal A República descreveu a
solenidade (A REPÚBLICA, 13/10/1910, P.1):
As 07h30 da manhã partia
desta cidade [Natal] o trem inaugural conduzindo alem do Dr. Alberto Maranhão,
governador do Estado, Drs. Costa Junior e Décio Fonseca, engenheiro-chefe e
subchefe da firma construtora e comissão fiscal do Governo, composta pelos Drs.
Veras, Benevides, Cartaxo, grande número de convidados, representando esta
folha o nosso companheiro Dr. Salomão Filgueira.
No Ceará-mirim o trem
recebeu ainda muitos excusionistas, chegando a Baixa Verde, a estação a ser
inaugurada as 11h15 ao espocar de uma grande girândola de foguetes.
No trecho inaugurado o trem
se deteve várias vezes, a fim de serem admirados os trabalhos realizados ao
longo da linha que são numerosos.
A obra de arte mais
importante do trecho é a ponte sobre o rio Ceará-Mirim com cinco vãos de 30
metros cada um, formando um vão total de 150 metros.Os encontros e o pilares
são construídos de alvenaria ordinária rejuntada,sendo de cantaria os
capeamentos e pedras de viga.Na altura de 6 metros está assentada a superestrutura
metelica.
Existe ainda no trecho
inaugural uma ponte de 8 metros sobre o rio Bravo, 2 pontilhões sobre os
riachos Carrapicho e Samambaia e 37 bueiros todos construídos de pedras e dois
açudes que foram construídos ao longo da linha,sendo que o situado em Melancias
tem bastante água.
Cerca do meio-dia, num
galpão rústico, armado a beira da estrada foi servido um opíparo banquete aos
convidados.
Au champagne[1],
ergueu-se o dr Sá e Benevides, da comissão fiscal e declarou inaugurada a
estação de Baixa Verde.
O discurso do Dr. Benevides
foi entusiástico, salientando o esforço da firma construtora em prol do
progresso riograndense e a sábia orientação dos políticos de nossa terra Drs.
Alberto Maranhão e Tavares de Lyra, aos quais saudou.
O Dr. Alberto Maranhão
pronunciou em seguida eloquente palavras de aplausos aos engenheiros da
Estrada de Ferro Central.
Foram erguidos vários
brindes, do Dr. Virgilio Bandeira aos Drs. Alberto Maranhão e Tavares de Lyra,
do Dr. Décio Fonseca agradecendo em nome da empresa, Dr. Alfredo Arduini, ao
Dr. João Proença, etc.
O trem, terminado o almoço,
regressou a estação da Coroa onde chegou as 17h30.
Era grande a concorrência
do povo em Baixa Verde,, notando-se geral contentamento pela inauguração.
O trem inaugural achava-se
festivamente ornamentado, sendo puxado pela grande locomotiva com velocidade de 15 quilometros por hora.
A empresa pretendia
inaugurar em dezembro, mas um grande trecho da ferrovia.
Estava, pois, inaugurado o
trecho entre Taipu e Baixa Verde elevando-se a 83,554 km a Estrada de Ferro
Central do Rio Grande do Norte, sendo 56 km entre Natal e Taipu e 27 km entre
Taipu e Baixa e Verde.
Provisória ou
definitiva?
Os relatos
históricos dizem que a estação de Baixa Verde foi inaugurada de forma
provisória como no relatório do Ministério Da Viação e Obras Públicas que dizia
em 1911 que “foi, provisoriamente inaugurada em 12 de outubro de 1910 a estação
de Baixa Verde, ainda não concluída, situada no quilometro 83.554 de Natal e na
cota 62 metros”. (BRASIL, 1911, p.58).
Há quem diga ainda que a estação funcionava em uma vagão, no entanto, é
estranho o relatório contradizer o relato do jornal A República, quando houve
uma solenidade na qual esteve presente altas autoridades, inclusive o governador
do estado, com um trem especial sendo destinado ao evento para se inaugurar um
vagão que serviria de estação provisória.
Repercussão da
inauguração
Além do jornal local A República a inauguração da estação ferroviária de
Baixa Verde também ecoou em outros jornais, com ocorreu na pequena nota do Jornal
do Comércio (RJ) que assim noticiou a inauguração da estação de Baixa Verde:
“presente o engenheiro fiscal da Estrada de Ferro e altos funcionários, foi
inaugurada hoje a estação de Baixa Verde, cerca de 50 quilômetros da linha. Foram
muito aclamados os nomes dos Sr. Presidente da República, Ministro da Viação
e Governador do Estado.A população está satisfeitíssima”
(JORNAL DO COMÉRCIO, 13/10/1910, p.2).
Já a nota do jornal o Paiz foi a seguinte: “Natal, 13, Foi ontem
inaugurado um trecho de 50 quilômetros
da ferrovia Central do Rio Grande do Norte, até Baixa Verde, compreendendo uma
grande ponte sobre o rio Ceará-Mirim.Estiveram presente o governador e grande
número de convidados” (O PAIZ, 14/10/1910, p.4). Na verdade foram 28,600 km
inaugurados e não os 50 km relatados no jornal.
Em 1912 haviam sido construídos mais 17,300 km entre Baixa Verde e
Cardoso construindo-se ali uma parada.
Ainda sobre a
estação
A estação de Baixa Verde mede 14m de largura por 18m de comprimento. A
plataforma tem uma extensão de 34 metros. Construída em estilo chalé, com
telhado duas águas com caimento em alpendre sobre o vão da plataforma de
embarque e desembarque. As portas e janelas apresentam-se em estilo arqueado.
Em suas dependências físicas ficavam a agência, bilheteria, telegrafo,
escritório administrativo, alojamento de funcionários, armazéns. Separado do
corpo da estação foi construído mais outro armazém na década de 1940.
Havia o transporte de passageiros e de cargas, sendo Baixa Verde um
entreposto regional de mercadorias, sobretudo do algodão nas décadas de
1930/1940.
Os trens de passageiros faziam o percurso Baixa Verde-Natal as segundas,
quartas e sextas e o percurso inverso as terças, quintas e sábados. Havia ainda
o trem que transportava passageiros para Lajes e São Rafael, estação terminal
da ferrovia até 1964 quando foi desativado o ramal São Rafael-Angicos. Com a
abertura do ramal Lajes-Macau em 1962 havia também transporte de passageiros
para aquela cidade terminal do ramal.
O trafego de transporte de passageiros foi aberto logo após a inauguração
da estação e durou até 1979 quando o serviço foi desativado.
O transporte de cargas
durou até 1997 quando o ramal foi desativado, desde então não circulam mais
trens pelo trecho ferroviário.
A estação ferroviária de
Baixa Verde é um símbolo histórico da atual cidade de João Câmara.
Estação Ferroviária de João Câmara (ex Baixa Verde)
Estação de João Câmara, 2015.Fonte: João Batista dos Santos. |
Estação de João Câmara, 2015.Fonte: Google Earth. |
Estação de João Câmara, 1953.Fonte: acervo IAPHAAC. |
Estação de João Câmara, 1986.Fonte: jornal o Poti. |
Estação de João Câmara,2015.Fonte: Google Earth. |
Fachada da Estação de João Câmara, 2015.Fonte: João Batista dos Santos. |
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Referências
CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2018
JORNAL DO COMÉRCIO, Rio de Janeiro, 1910.
A REPÚBLICA, Natal, 1910.
BRASIL, Relatório do Ministério de Viação e
Obras Públicas, Rio de Janeiro, 1911
O PAIZ, 14/10/1910
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