segunda-feira, 12 de novembro de 2018

EM ALUSÃO AOS 90 ANOS DO RAID ENTRE ROMA E NATAL


      Este ano de 2018 fazem 90 anos da façanha realizada pelos aviadores italianos Carlo del Prete  e Arturo Ferrarin de realizarem o raid (travessia) entre a Roma e Natal.
      No dia 05/07/1928 estes pilotos alcançaram a costa potiguar, provenientes de Roma, após um voo de mais de 49 horas, sem escalas, perfazendo uma distância de mais de 7.000 km.O avião aportou em Touros avariado tendo os pilotos sendo resgatados e socorridos pelos nativos daquela cidade do litoral potiguar.
    Aliás, um adendo. O Rio Grande do Norte tem uma tradição histórica em eventos desse tipo nas três modalidades, ou seja, no ar, no mar e na terra. Explico.
     Em 1922 aconteceu o raid náutico entre Natal e a cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil, feita por 12 marinheiros em uma canoa rústica de pesca.
     Já em 1923 foi a vez de 5 escoteiros de Natal com idades entre 15 e 18 anos realizarem o raid a pé entre Natal e São Paulo, passando pela capital federal.
      E em 1928 esse raid aéreo que não foi feito por nativos, mas que ocorreu em terras potiguares. Sobre estes dois raids temos também postagens.

Arturo Ferrarin e Carlo Del Prett no escritório da Companhia Latecoere em Natal em 06/07/1928. 
O Malho, 1928, p.30.

           O avião Savóia-Marchetti em Roma. Fotografia trazida pelos aviadores.
O Malho, 1928, p.31.
 
Outro aspecto do possante avião no campo de aviação em Roma no dia da partida para o Brasil. 

O Malho, 1928, p.31.
Em Roma o duce entre os aviadores Ferrarin e Del-Prett no dia da partida para o grande raid.

                                                   O Malho, 1928, p.31.
No campo de aviação de Parnamirim após a chegada ao Brasil.

                                                                     O Malho, 1928, p.31.


Ferrarin e Del Prett no palácio da prefeitura de Natal. Aos gloriosos aviadores foram entregues os títulos de cidadãos natalenses. 
O Malho, 1928, p.36.

O Savoia ao ser transportado de Touros para Natal. 
O Malho, 1928, p.36.

Em destaque Carlo del Prette, o glorioso aviador junto ao aparelho que o vitimou. No centro da imagem o governador Juvenal Lamartine entre Ferrarin e Del Prette durante o almoço que lhes foi oferecido em Natal. 

O Malho, 1928, p.39

Del  Prette a bordo no Rio Grande do Norte, durante a visita ao governador Juvenal  Lamartine e Del Prette entre os membros da colônia italiana em Natal.


                                                                     O malho,1928,p.39.

            Quando os aviadores conquistaram o primeiro raid.

O Malho, 1928, p.37.


         A primeira fotografia de Ferrarin e Del Pret feita no Brasil.


O Malho, 1928, p.37.

       O Savoia em Roma pronto para partida inicial do raid.

O Malho, 1928, p.37.

         O Savoia-Marcheti ancorado em águas brasileiras

O Malho, 1928, p.37.

       Os aviadores em companhia do governador do Rio Grande do Norte Juvenal Lamartine e com pessoas de destaque no Rio Grande do Norte, respectivamente.


O Malho, 1928, p.37.
O acidente e morte de Del Prette
Após as homenagens que estavam recebendo Ferrarin e Del Prette acabavam de tomar parte no almoço que lhes fora oferecido na Ilha do Governador quando ocorreu um acidente com os aviadores no Rio de Janeiro do qual saiu gravemente ferido Dell Prett que veio a falecer logo  depois de ter amputado uma das pernas. O acidente ocorreu no dia 07/08/1928 e Del Prette morreu no dia 16/08/1928.
Fotografia feita na homenagem na Ilha do Governador antes do acidente com os aviadores e o avião Savoia-Marchetti sendo examinado pelos aviadores para o voo de experiências que resultou no acidente.


Fon fon, 1928,p.49.

Outra imagem feita minutos antes do trágico acidente com Ferrarin Del Prett e o mecânico brasileiro Raul Inácio de Medeiros. 

Fon fon, 1928,p.51.

A baixo Carlo Del Prett sendo socorrido para a Casa de Saúde São Sebastião.


Fon Fon,1928,p.57.

Ferrarin em recuperação na casa de Saúde São Sebastião ao lado do vice presidente da república Melo Viana e do embaixador da Itália Sebastião Attolico recebendo mensagem que lhe foi enviada pelo povo de Barbacena-MG.



                                                         Fon fon, 1928,p.51.

         Cortejo fúnebre de Carlo Del Prett pelas ruas do Rio de Janeiro.

Excelsor, 1928,p.39.

     Arturo Ferrarin e o embaixador italiano a frente do cortejo fúnebre em homenagem a seu companheiro de aviação.


      O içamento do caixão de Carlo Del Prett a bordo do navio Conte Rosso que  levaria o aviador de volta morto a Itália.

Excelsor, 1928,p.39.

        O presidente da república Washington Luís o embaixador da Itália e o aviador Ferrarin quando foi receber as homenagens dos governos brasileiro e italiano.A homenagem foi logo após a morte de Del Prette.

O Malho,1928,p.49.

             Caricaturas de Del Prette e Ferrarin feitas por Schipani. Respectivamente.



OBRAS DO PORTO DE NATAL ENTRE 1905 E 1908


O problema do melhoramento do porto consistia no seguinte: fixação das dunas, dragagem de uma canal direto, arrasamento de 180 m de recifes de largura variável de 20 a 50 m.O projeto foi organizado em 1891 pelo engenheiro Afonso Henrique de Souza Gomes, a  convite do Estado, começou a ser posto em execução, uma vez aceito pelo Governo Federal em 1895 quando,tendo a frente o mesmo engenheiro, foi nomeada a comissão  de Melhoramentos do Porto. Surpreendidos pela morte em março de 1896 conseguiu apenas o engenheiro Souza encetar a fixação das dunas; sendo esse serviço prosseguido insistentemente pelo engenheiro Gaspar Nunes Ribeiro que ao mesmo tempo se preocupou com a consolidação das margens marítimas fluviais.
Em 1902 nomeado chefe da Comissão o engenheiro Antônio Pereira Simões, que com pequenas ampliações aceitou o projeto Souza Gomes, foi inaugurado o serviço de dragagem e em 1906 encetado o arrasamento e o desentulho do recife interno chamado de Baixinha.
Fora no entanto, muito diminuta a verba obtida na distribuição do ano de 1906 para as obras de melhoramento do porto de Natal, sendo que permitiu apenas a eliminação de 10 metros do recife da Baixinha naquele ano.
Para 1907 graças aos esforços combinado entre os representantes do estado, chefiadas pelo senador Pedro Velho e tendo o apoio pleno do ministro da viação e obras públicas Lauro Muller, foram distribuídos 259:000$000 que permitiram ao engenheiro Pereira Simões a munir-se de aparelhagem aperfeiçoada e atacar na altura devida tão importante serviço merecendo nisto a aprovação plena do então atual ministro Miguel Calmon para quem as obras desse proto tinham merecido particular  atenção.

Na imagem a baixo o paquete Brasil encalhado as 11h30 da noite do dia 27/03/1905 nos recifes do forte do Reis Magos fora da barra do Natal. 

O Malho,1905, .p.13

        Vista do ancoradouro interno do porto de Natal, mostrando parte da cidade. O porto do Natal estava sendo objeto de obras hidráulicas que o tornariam um dos melhores da costa do nordeste. 

O Malho, 1907, p.33.

Transmissão de eletricidade da esplanada da Fortaleza dos Reis Magos para explodir uma bomba de dinamite colocada numa fenda submersa dos recifes da Baixinha a c 500 metros de distância.Impulsionadas com a entrada de Tavares de Lira para o ministério da viação e obras públicas, as obras do porto do Natal prosseguiram com celeridade, dando lugar a estas cenas de força de progresso segundo se lia na revista O Malho.

O Malho,1907,p.23.

Na imagem vê-se a velha fortaleza colonial com seus carcomidos canhões  que figuravam "como testemunha do passado perante os surtos da eletricidade e da dinamite que faziam voar rochedos, abrindo canais para costeiros e transatlânticos. -Pum! E Ivã o progresso’!.Dizia a legenda da foto na revista o Malho.

Engenheiro chefe e seus engenheiros auxiliares terminando o preparo de uma bomba de dinamite de 32 kg no quadro interno da fortaleza dos Reis Magos.(O MALHO, 1907, p.32).

O Malho,1907,p.11.

        A imagem faz alusão ao recuo de mais 30 metros da boia que marcava o extremo sul da Baixinha, o que importava em dizer que se achavam já arrasados e desentulhados 40 metros desse recife, tanto quanto exigira o comandante Vidal de Oliveira para que no porto interno da progressiva capital potiguar entrassem sem perigo, todos os vapores do Lloyd Brasileiro.
A divisão naval sob o comando do contra-almirante Alves Câmara havia entrado há poucos dias no porto e felicitou vivamente o governador do estado ter podido fundear no porto interno. Isso comprovava a importância dos melhoramentos realizados. (O MALHO,1907,p.8).

Vista de uma parte do porto do Natal mostrando as divisões navais brasileiras que ali chegaram “provando, por conseguinte que o porto da capital do Rio Grande do Norte não é tão feio como o pintam...” (O  MALHO, 1908, p.31).

O Malho, 1908, p.31.

Pontão Lauro Muller com a aparelhagem completa do pilão de Lobnitz e a draga ‘Prestman’ de 5 toneladas destinados ao arrasamento da Baixinha.O prosseguimento metódico dessa obra faria do porto da Capital do Rio Grande do Norte um dos melhores do Brasil, dizia a legenda da foto publicada na revista O Malho. 

O Malho, 1908, p.2.

         Na imagem a seguir o testemunho do recuo da Baixinha de mais de 30 metros ao norte eliminando a aspereza da curva reversa e melhorando a entrada da barra.
No plano superior a esquerda do grupo estava o governador Antônio de Souza tendo a sua direita o capitão Joaquim Anselmo, ajudante de ordens da capitania do porto; Armando Alvim e Ricardo Barreto.
No plano central, da esquerda para a direita: Eloi de Souza, deputado federal, coronel Pedro Soares,inspetor do Tesouro Estadual, o engenheiro Antônio Pereira Simões, chefe da comissão de melhoramento do porto; capitão Jeremias Pinheiro, auxiliar técnico da comissão, Domingos Barros, Sergio Barreto e capitão corveta Arthur Alvim, capitão do porto.
No primeiro plano, da direita para esquerda: Manuel Dantas, redator do jornal A República,Amorim Teixeira e Otávio Arantes, engenheiros auxiliares da comissão de melhoramentos do porto.

O Malho,1907,p.23.

    Na imagem a baixo imersão de uma bomba de dinamite sob os recifes da baixinha utilizado-se um escafandro.
O Malho, 1907,24.

Draga de alcatruzes Miguel Calmon aprofundando o ancoradouro da Alfândega, no porto interno de Natal a fim de que pudessem acostar as pontes de descarga os vapores de maior calado que estavam demandando. Esta draga, denominada então de ‘5 de agosto’ estava no porto da Paraíba fora de serviço  e foi mandada entregar pelo ministro da viação a Comissão de Melhoramento do Porto de Natal.O porto de Natal era considerado pelo comandante Guimarães, do Lloyd Brasileiro como um dos mais vastos do Brasil.

O Malho,1907, p.29.

A baixo o panorama do porto.Draga de cofre dobradiça ‘Souza Gomes’ do construtor Priestman desentulhando a pedra quebrada dos recifes internos da Baixinha na  barra do porto e a descarregar do entulho no porão dos batelões..Imagem feita pelo engenheiro auxiliar da comissão Otávio Arantes.
  


                                                                Kosmo, 1906, p.46.

Charge em que mostra uma conversa entre os ministros Miguel Calmon e Tavares de Lira.
O Malho,1907, p.11.

    

A ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE ALMINO AFONSO


A estação de Almino Afonso estava localizada no km 175 da ferrovia e foi inaugurada em 30/09/1937. O povoado se chamava inicialmente Caieiras, mas à época da instalação da estação já tinha o nome atual.
Em 1941 foi inaugurado mais um trecho da Estrada de Ferro de Mossoró “cuja influência no desenvolvimento da riqueza daquela região está fazendo sentir com maior eficiência”. (A MANHÃ, 04/02/1941, p.4) dizia a referida publicação.
Até 1942 a EFM havia sido concluído o trecho entre Caraúbas e Almino Afonso. No mesmo ano foi aberto um credito de 7 mil contos para as obras do prolongamento da Estrada de Ferro de Mossoró até Boa Esperança.
                   A estação de Almino Afonso
Fonte: Autoria e data desconhecidas. Acervo do autor.
A imagem mostra a estação de Almino Afonso ainda operante. Os trens de passageiros no ramal aparecem nos guias até 1979, possivelmente eles tenham andado de fato alguns anos mais.
               A estação de Almino Afonso


Fonte: Adriano Perazzo, 2009.

A imagem mostra a estação de Almino Afonso em estado de ruínas em 2009.
De acordo com os guias de horários, os trens de passageiros pararam nesta estação de 1937 a 1989. Desativada a estação ficou em estado de abandono sem serventia alguma para a comunidade.
              A estação de Almino Afonso











Fonte: Acervo do autor.


Em 2018 a estação de Almino Afonso continuava em estado de abandono, havendo iniciativas para que seja restaurada e transformada em casa de cultura.

Almino Afonso a época da inauguração da estação ferroviária
Quando a estação ferroviária foi inaugurada em 1937 Caieras era distrito de Patu, tinha a época da inauguração da estação ferroviária uma população estimada em 3.500 habitantes. 

 Aspectos de Almino Afonso na década de 1970
Acervo do autor.

A ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE ALEXANDRIA



A estação de Alexandria estava localizada no km 224 da Estrada de Ferro de Mossoró e foi inaugurada 29/12/1951.
No Rio Grande do Norte é a estação terminal dessa ferrovia e desta cidade prossegue até Souza-PB. 
Demorou-se 48 anos para que os trilhos chegassem a Alexandria.Como é sabido, historicamente as grandes obras de melhoramento no território potiguar demoram uma Era e um dia para serem concluídas. 
Em 1950 já estava concluído o prolongamento da Estrada de Ferro de Mossoró até Alexandria e esperava-se em breve a inauguração da linha Mossoró-Alexandria e prosseguia além de Alexandria em direção a Santa Cruz já no território paraibano muito próximo de Souza que era o ponto terminal desse prolongamento para entroncamento com a Rede de Viação Cearense-RVC.
Esperava-se quando fosse inaugurado este trecho trouxesse muitos benefícios trariam para aquele município, especialmente na parte de transporte e comunicação.(A ORDEM, 01/03/1950, p.4).


                  Casas de turma em Alexandria
Fonte: Diário de Pernambuco, 05/09/1950, p.5.
A imagem mostra as casas de turmas construídas em Alexandria pela administração da EFM.
Segundo publicado no jornal Diário de Pernambuco, numa espécie de propaganda do governo do presidente Gaspar Dutra, prosseguiam com muita intensidade os trabalhos de construção da EFM cujo percurso total seria de 300 km na qual seu termino se aproximava graças as providencias do governo federal (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 05/09/1950,p.5).
Foi adquirida pela direção da EFM em 1949 duas modernas e luxuosas automotrizes, um possante guindaste, um torno, bem como 18 km de trilho para os trabalhos do prolongamento. (A ORDEM, 05/08/1949, p.1).
                      Automotriz da EFM
                                Fonte: Diário de Pernambuco, 05/09/1950, p.5.
A imagem a cima mostra uma das automotrizes adquiridas pela administração da EFM e que iriam resolver em parte o trafego de passageiros.
Enquanto não inaugurasse o trecho ferroviário de Mumbaça a Alexandria  a direção  da EFM decidiu fazer trafegar aos sábados um trem misto até a estação de Alexandria iniciado em  01/11/1950.
       O chamado Trem Horário de sábado partia de Mossoró as 07h45 da manhã, devendo chegar a Alexandria as 11h00. (A ORDEM, 10/11/1950, p.4).
    A volta partia as 06h00 das terças, quintas e sábados chegando a Mossoró as 11h35. (A ORDEM, 08/06/1951).
    Em vista dessa deliberação o diretor da EFM comunicava que o Trem Horário dos sábados seria antecipado em todas as estações intermediárias do trecho percorrido pela EFM.
Automotriz da EFM
De acordo com os guias de horários e informações, os trens de passageiros circularam na estação de Alexandria até 1989.
Sua arquitetura remete as estações precedentes a partir da estação de Patu.
                 A estação de Alexandria


A imagem a cima mostra a estação de Alexandria ainda com suas cores originais.A estação tinha como cartão postal ao fundo a serra da Barriguda.

               A estação de Alexandria






Atualmente está totalmente restaurada e bem conservada, porém, sem trilhos, retirados há muito. Ignora-se a utilização do prédio. Alexandria é o ponto final da ferrovia Mossoró RN-Souza-PB no estado do Rio Grande do Norte que segue daí rumo a Paraíba.

Alexandria a época da inauguração da estação ferroviária
    O Censo de 1950 registrou uma população de 15.351 habitantes no município de Alexandria. Na cidade, no entanto, eram apenas 1.505 habitantes. O município tinha 750 km² de extensão territorial.
    A agricultura era a maior fonte de riqueza do município cuja principal cultura era o algodão. Cultivava ainda milho, feijão, arroz, banana, cana-de-açúcar. O algodão era exportado para Mossoró e Campina Grande.


domingo, 11 de novembro de 2018

RELÍQUIA SOBRE A IGREJA DE EXTREMOZ


      
          O conhecimento não tem sentido se não é repassado, por isso compartilho com todos os leitores do blog um achado fotográfico raríssimo o qual me causou profunda emoção.Trata-se de uma imagem de um procissão na vila de Extremoz onde é possível vê a igreja ainda em pé e sendo utilizada para a liturgia.A foto foi publicada na revista O Malho em 1923. 
       A legenda da foto dizia que eram romeiros voltando da Vila de Extremoz onde foram ouvir missa no dia da festa do Santo Padroeiro. Dizia ainda que “junto a igreja existem as grandes escavações feitas em procura de fantásticas riquezas ali deixada pelos frades holandeses há anos atrás”.Há dois erros no tocante a nacionalidade dos religiosos nessa afirmação.Primeiro que não era holandeses os religiosos que em Extremoz habitavam mas sim padres da Companhia de Jesus, os chamados jesuítas, que evidentemente não eram frades  e sim padres (sacerdotes).
     No entanto há a confirmação das escavações que estavam acontecendo no complexo arquitetônico religioso de Extremoz que foi criminosamente destruído pela cobiça e interesse de pessoas que acreditavam que em baixo dos alicerces havia tesouros guardado pelos padres jesuítas.Pura ignorância, pra não dizer estultícia já que sabido historicamente comprovado que os jesuítas foram expulsos do Brasil e tiveram seus bens confiscados pelo Marquês de Pombal e quase não conseguiram navios que os quisesse levá-los de volta a Europa tamanha era a falta de recursos financeiros que a pilhagem de Pombal os deixou, como se diz no bom português estavam com uma mão na frente e outra atrás.



                                                      Igreja matriz de Extremoz
O Malho, 08/09/1923, p.

      Em matéria publicada no jornal A noite em 1915 se dizia que o antigo convento dos padres jesuítas da vila de Extremoz estava em ruínas (A NOITE, 1915 p. 6). Os padres da Companhia de Jesus data do século XVII e estiveram presente naquela freguesia até o ano de 1759 quando por decreto do Marquês de Pombal todos os jesuítas foram expulsos do Reino de Portugal, um ano depois foi criado o município e a freguesia de Vila Nova de Extremoz[1].
         O complexo de edifícios religiosos erguidos pelos jesuítas constava de uma igreja dedicada a Nossa Senhora dos Prazeres e São Miguel, um convento anexo a igreja, que era a residência dos padres, um hospício que à época tinha finalidade diferente do que indica a palavra, era local de pouso de viajantes, espécie de hospital e abrigo para pessoas pobres, havia ainda uma cruzeiro em frente a igreja e entre esta e o cruzeiro uma imensa praça. Tal complexo deu início a vila de Extremoz onde ao redor dessa igreja surgiram as primeiras casas da vila na margem esquerda da lagoa.
      Atualmente restam apenas algumas paredes da antiga igreja de Extremoz que é tombada como patrimônio histórico.Pela importância simbólica para a história do Rio Grande do Norte e como reparação histórica a Fundação José Augusto deveria fazer um projeto de reconstrução da igreja como foi feito com o Patio do Colégio de São Paulo também dos jesuítas que foi reconstruído e hoje abriga um importante eponto turístico da capital paulista.



[1] A toponímia deve-se a Estremoz, uma cidade portuguesa no Distrito de Évora, na região do Alentejo, sub-região do Alentejo Central. Conhecida internacionalmente pelas suas jazidas de mármore branco, o chamado Mármore de Estremoz