domingo, 19 de maio de 2019

FUNDAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO RURAL DE TAIPU



         Em 03/06/1952 foi fundada a Associação Rural de Taipu, numa reunião presidida pelo prefeito do município Luiz Gomes da Costa e a que compareceram numerosos agricultores do município.
        Debatidos e esclarecidos diversos problemas que diziam respeito o interesse da classe ruralista de Taipu bem como da própria organização dessa sociedade, dei eleita e empossada logo após, a seguinte diretoria da Associação Rural de Taipu:
Presidente: Antonio Alves da Rocha.
1º vice-presidente: Adão Marcelo da Rocha.
2º vice-presidente: Joaquim Teixeira da Silva.
1º secretário: Celso Alves da Rocha.
2º secretário: Antonio Soares da Rocha.
1º Tesoureiro: Luiz Gomes da Rocha.
2º tesoureiro: Manoel Elias dos Santos.
Comissão fiscal: Manoel Nazareno Nogueira, Sebastião Dias da Silva e Boaventura da Rocha.Suplentes: Nilo Gomes da Costa, Francisco Pinheiro e Manoel Avelino dos Santos.

Fonte: Diário de Natal, 06/06/1952, p.1.




       Não tenho informações de onde foi a sede dessa associação em Taipu.

O GRANDE HOTEL DE NATAL


O Grande Hotel de Natal foi um empreendimento do governo do estado por meio da prefeitura do Natal que marcou a paisagem da Ribeira na década de 1940/50.O então interventor federal Rafael Fernandes quis demonstrar por meio do Grande Hotel de Natal que a capital potiguar havia superado o episódio da Intentona Comunista quando a cidade esteve sob domínio comunista por 72 horas ao passo que resolvia um problema estrutural da capital que era a falta de hotel para os viajantes e transeuntes de passagem pela terra potiguar.
Sua história se inicia ainda no ano de 1935 com a aquisição do terreno pelo governo do estado no entorno da Praça Leão XIII no bairro da Ribeira em Natal.No ano seguinte foi aberta concorrência pelo governo do estado para empresas interessadas em tocar a obra e arrendar o Hotel porém nenhuma empresa se interessou e o estado teve que tocar a obra por conta própria.
O projeto arquitetônico foi encomendado ao engenheiro francês radicado no Recife George Henry Munier que havia também elaborado o projeto da nova catedral de Natal em estilo neogótico em 1933. 
Com a presença do então governador do estado e demais autoridades realizou-se em 15/08/1936 a cerimonia do lançamento da pedra fundamental do Grande Hotel que seria erguido na Praça Leão XIII, na Ribeira.Na ocasião falou o dr. Renato Dantas sobre a significação do ato. (A ORDEM, 13/08/1936, p.4).
Em seu discurso disse Dioclécio Duarte:
Inicia-se hoje o edifício do Grande Hotel de Natal.Será um prédio moderno adaptado as condições da nossa capital e que resolve um problema que vinha exigindo inadiável solução, dada a carência de um estabelecimento desse gênero a altura do desenvolvimento de Natal, “cais da Europa”, como a chamou o ex ministro da Viação, Sr. Victor Konder.
Trata-se de um empreendimento que o Estado vai realizar através da Prefeitura da capital para que se objetive no terreno material esse surto novo de reerguimento que a política do atual governo do Rio Grande do Norte implantou.
Se na hora presente sob os céus potiguares há garantia para todos os direitos, reina nos lares a tranquilidade, nas cidades e nos campos, respeitada a lei, se respira a plenos pulmões a liberdade, nas oficinas há o império da ordem, no governo predomina a constante e perpétua vontade de dar a cada um o que é seu, no sentido romano da justiça, sua operosidade e o seu deSejo de servir a nossa terra.E para isto conta em primeiro lugar, com o apoio integral da opinião pública, dos que se alegram com o progresso da nossa querida terra, e em seguida com o concurso entusiasmático, o zelo e a dedicação a toda prova dos seus auxiliares entre os quais o jovem e competente profissional a quem se vai entregar a construção desta obra.
Essa parte do discurso diz respeito ao acontecimento ocorrido no ano anterior da Intentona Comunista em que a cidade de Natal esteve sob domínio comunista por 72 horas e o caos instalado pelos mesmos no interior do estado.
E se dirigiu ao governador dizendo:
Peço a V. Excia que proceda ao assentamento da primeira pedra deste melhoramento que Natal vai dever à sua patriótica  e esclarecida visão de estadista a quem o destino reservou a missão histórica de inaugurar uma nova fase para o Rio Grande do Norte.  (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 15/08/1936, p.10). 
Projeto do Grande Hotel exposto no jornal Diário de Pernambuco em 1936
Fonte: Diário de Pernambuco, 19/09/1936, p.3.
           Abaixo o arquiteto George Henry Munier (sentado de terno) o idealizador do edifício do Grande Hotel de Natal em entevista ao jornal Diário de Pernambuco.

                              Fonte: Diário de Pernambuco, 19/09/1936, p.3.

Em 20/01/1937 prosseguiam os trabalhos de construção do Grande Hotel de Natal estando o edifício com a conclusão da sub-fundação. Toda a alvenaria era de embasamento, assegurando assim a solidez do prédio. (DIÁRIO DE NOTICIAS, 24/01/1937, p.2) e em 06/05/1937 foi concluída a cobertura do pavimento térreo do Grande Hotel de Natal.
A construção esteve sob a direção do engenheiro e prefeito da capital Gentil Ferreira que em 29/07/1937 concluiu a segunda placa de cimento armado do Grande Hotel.Segundo o Diário de Pernambuco reinava a satisfação em todos a cidade pelo andamento dos serviços desta obra que estava sendo efetuada pelo governo do estado (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 29/07/1937,p.5).
No mesmo ano de 1937 o prefeito da capital potiguar havia adquirido um elevador com capacidade para 600 km para ser instalado no edifício do Grande Hotel de Natal.
Em 1938 o governo do estado abriu edital de concorrência para o prosseguimento das obras e exploração do Grande Hotel que seria inaugurado em outubro daquele ano. O arrendamento seria de 5 a 15 anos.O edifício seria entregue com todo mobiliário e instalações necessárias e teria um fiscal permanente do governo para fiel cumprimento do contrato.
Projeto do Grande Hotel apresentado no jornal Diário de Noticias em 1937
Fonte: Diário de Notícias, 29/04/1937,p.3.

As obras prosseguiram até que em 1939 foi inaugurado e ao que tudo indica em 1938 já havia sido concluído, pois em 01/01/1938 as 08h00 o prédio do Grande Hotel esteve exposto a visitação pública para “quantos queiram percorrer suas dependências”.
(A ORDEM, 31/12/1938, p.1).
Conforme se lia no jornal A Ordem em 13/05/1939 “hoje, o prefeito Gentil Ferreira fará a entrega solene do majestoso prédio do Grande Hotel, construído pelo Governo do Estado, sob a sua direção técnica, ao Departamento de Agricultura e Obras Públicas”.O prefeito Gentil Ferreira fez uma exposição dos trabalhos realizados até aquele momento no Grande Hotel.O prédio foi entregue a Dioclécio Duarte, diretor do Departamento de Obras Públicas.(A ORDEM, 13/05/1939, p.4).
Conforme o Diário de Pernambuco o Grande Hotel de Natal era um estabelecimento que muito vinha contribuindo para o melhoramento da capital potiguar, “pois, o forasteiro pode encontrar um estabelecimento em nada inferior aos melhores do gênero” (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 10/08/1941, p.5).

                      O Grande Hotel na década de 1940



Em 1944 o governo abriu concorrência para o arrendamento do Grande Hotel pelo prazo de 5 anos, devendo os interessados fazer uma caução de 10.000 cruzeiros em moeda ou apólices.
O Grande Hotel foi durante a II Guerra Mundial o ponto de encontro de altas autoridades civis e militares que transitaram por Natal e pelos soldados que estavam em serviço na Base Aérea de Parnamirim, frequentando os bailes e o cassino que lá havia.


                      O Grande Hotel na década de 1940/50

Fonte: Revista Fon fon, 1948.

Fonte: Revista Careta, 1954.



O Grande Hotel atualmente















sexta-feira, 17 de maio de 2019

INSTALAÇÃO DE NOVO MAQUINÁRIO DA FÁBRICA DA COCA COLA EM PARNAMIRIM



Em 1944 o jornal  americano Foreign Ferry News anunciava as novas instalações da fábrica da Coca-Cola em Parnamirim Field para atender a demanda pela bebida na Base Aérea de Parnamirim.
Eis o texto encontrado no referido jornal seguido da tradução.

Parnamirim   GI’s to Swin in Coca-Cola
         Ice cold Coca Cola – the kind GI’s dream about- Will GO on sale at the Post Exchange within the nest few weeks, it was announced this week.The Coca Cola people are installing a beverage planto n the base and the output Will be sufficient to satisfy all requirements.
         The new plant, completely equipped with the newst machinery, is being installed in buliding 309.When it goes into operation late next month there Will be enough “coke” suppled so tha it will no longer be necessary to limit the sale in any way.
         GI’s Will be able to pull on a “coke” at any hour.
         The Post Exchange is making onde request – IF there areany old empty “coke” bottles lying around, bring them to the PX.An uniterrupted suplly of Coca Cola depends lagerly on bottling facilities.When “coke” do go on sale, botties must remain on the premises.
Fonte:  Foreign Ferry News,18/06/1944,p.4.

Tradução
         De antemão nos perdoe o dileto leitor pela tradução feita pelo Google Tradutor, foi o que teve para o momento.

Parnamirim GI's para nadar na Coca-Cola
Coca-Cola gelada - o tipo de sonho do GL[1] - estará à venda no Post Exchange dentro de algumas semanas, foi anunciado esta semana. O pessoal da Coca Cola está instalando uma bebida na base[2] e a produção será suficiente para satisfazer todos os requisitos.
A nova fábrica, completamente equipada com a nova maquinaria, está sendo instalada na fábrica[3]. Quando entrar em operação no final do mês que vem, haverá coque suficiente para que não seja mais necessário limitar a venda de forma alguma.
GL’s será capaz de puxar uma "coca" a qualquer hora.
O  Post Exchange está fazendo um pedido - SE existirem velhas garrafas vazias de "coca-cola" espalhadas, trazê-las para o PX.Um suprimento ininterrupto da Coca Cola depende generosamente das instalações de engarrafamento.Quando o "coca-cola" é vendido, os engarrafamentos devem permanecer nas instalações.

Fonte: Foreign Ferry News, 18/06/1944, p.4.



[1] Não sei do que se trata a sigla.
[2] Base Aérea de Parnamirim.
[3] O novo maquinário seria instalado no prédio da fábrica da Coca-Cola em Parnamirim, assim o entendi do texto original.

APROVAÇÃO DO ORÇAMENTO DO PROLONGAMENTO FERROVIÁRIA DE SÃO RAFAEL A JUCURUTU



         Segundo telegrama da Agencia Meridional, o Ministério da Viação aprovou o projeto e orçamento no valor de 22 mil cruzeiros, para  construção do prolongamento de São Rafael a São Miguel de Jucurutu na Estrada de Ferro Sampaio Correia, na extensão de 25,440 km, devendo a despesa correr por conta orçamentária.
         Na Estrada de Ferro Sampaio Correia, como se sabia estavam em curso as obras de construção do trecho Angicos a São Rafael.Nesse trecho estava terminada a construção da extensão de Angicos a Oscar Nelson com tráfego já iniciado.O restante se encontrava com terraplenagem concluída, faltando a construção da ponte sobre o rio Caraú para o recebimento dos trilhos.
         Com a aprovação pelo ministro da Viação do projeto de construção do prolongamento de São Rafael a Jucurutu, a EFSC se aproximava da cidade de Caicó, terminal de um plano que constituía antiga aspiração das populações do interior, de verem um dia Natal ligada pelos trilhos a capital da zona do Seridó.

Fonte: Diário de Natal, 02/08/1951, p.6.

PANORAMA DE TAIPU EM 1950



         Eis um panorama do município de Taipu em 1950 segundo o correspondente Luiz Gomes do jornal A Ordem.

Comissão censitária municipal
         Presente autoridades, famílias e numerosa assistência, foi solenemente instalada na cidade, as 10h00 do dia 06/04/1950 a Comissão Censitária Municipal do município de Taipu, a qual tinha a principal finalidade auxiliar ao IBGE e a Agência Municipal de Estatística local no preparo da opinião pública em favor do Recenseamento Geral de 1950.
A solenidade realizou-se no edifício da Prefeitura  e foi presidida pelo prefeito Francisco de Oliveira Fontes, presidente da referida Comissão.Usaram da palavra o padre Miguel Guimarães Nunes, vigário da paróquia e o Sr. Adolfo Paulino Figueiredo, Agente de Estatística, ambos mostrando o valor e a finalidade altamente patriótica da colaboração de todos mormente daqueles que integravam em cada Comuna as Comissões Censitárias, sobre cuja composição e objetivos, fez o Sr. Adolfo Figueiredo detalhada exposição.A solenidade decorreu num ambiente de inteira simpatia e entusiasmo em prol da causa censitária, tudo indicando que os trabalhos do Recenseamento de 1950  iniciado  em 01/07/1950 chegaria ao seu término coroado de completo êxito.

Inverno
         Continuava a chover intensamente naquele ano de 1950 no município de Taipu. As chuvas de março totalizaram 307 milímetros, sendo provável que essa cifra fosse ultrapassada no mês de abril.Reinava animação e otimismo no seio da numerosa classe de agricultores, pois, em face do bom estado das lavouras, tudo indicava que 1950 proporcionaria aos sertanejos compensadora safra, a qual contudo, para que fosse plenamente assegurada, fazia-se mister que as chuvas se prolongassem até junho.

Casamento
         Realizou-se na cidade de Taipu no dia 25/03/1950 o enlace matrimonial do acadêmico Jader Torquato do Rego, filho do Sr. Gaudêncio Torquato do Rego, com a senhorinha Maria Inês de Mesquita, filha do Sr. Francisco Oliveira Fontes, prefeito municipal e de sua consorte dona Ana de Mesquita Fontes.
O casamento foi celebrado na residência dos pais da noiva e constituiu acontecimento de marcante significação social, tendo ao mesmo tempo comparecido avultado número de famílias e pessoas de destaque não só do meio social taipuenses como também  do municípios vizinhos.
O ato religioso foi celebrado pelo padre Miguel Guimarães Nunes, servindo de testemunhas pelo noivo o Sr. Ananias Alves de Figueiredo e dona Francisca Nunes Torquato e pela noiva o Sr. Alexandre Fernandes e sua esposa dona Vescia Fernandes. O casamento civil foi presidido pelo juiz municipal em exercício Israel Gomes e teve como testemunhas por parte do noivo o Sr. Adolfo Paulino Figueiredo e a senhorinha Maria Nilza Fernandes e pela noiva o Sr. Primo Fernandes e sua filha senhorinha Maria Aparecida Fernandes.
A todos os presentes a família Fontes dispensou fidalgo acolhimento comprovando mais uma vez a sua proverbial hospitalidade.Os recém-casados que eram elementos de projeção no meio social taipuense receberam dos seus parentes, amigos e admiradores inúmeras felicitações.

Vida religiosa
         Com muita ordem e piedade realizou-se na igreja matriz da cidade durante o mês de março de 1950, os exercícios espirituais comemorativo ao mês de São José, cuja festa naquele ano foi celebrada no dia 26, com a presença de crescido número de fiéis.
         Assinava as notas o correspondente Luiz Gomes em 12/04/1950.
          
Matriz de Taipu onde se deu os exercícios do mês de São José em 1950 

                           Aspectos da rua principal de Taipu em 1954




Fonte:  A Ordem, 27/04/1950, p.4.