O segundo
bispo de Natal foi dom Antonio dos Santos Cabral, sergipano de Propriá, tomou
posse em 30/05/1918 e ficou a frente do bispado natalense até 1922 quando foi
transferido para a Arquidiocese de Belo Horizonte-MG.
A cerimônia de sagração do segundo bispo de
Natal
A cerimônia de sagração do segundo
bispo de Natal, Dom Antonio dos Santos Cabral, realizou-se solenemente na
Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, as 09h00 do dia 14/04/1918, após a
chegada do cardeal Arcoverde, arcebispo do Rio de Janeiro.
O templo estava faustosamente
ornamentado, logo dando inicio o solene cerimonial. (REVISTA DA SEMANA, 1918, p.36).
Serviram com assistentes do novo bispo
os arcebispos d. Sebastião Lema, de Olinda e Recife e dom Claudio Ponce de
Leão, de Manaus.Esteve presente também a celebração o monsenhor Benedito de
Souza, bispo eleito de Vitória-ES alem de outras autoridades eclesiásticas.
Serviu
de paraninfo do novo prelado o Dr. Moacyr Ribeiro Leite. (DIÁRIO DE PERNAMBUCO,
14/04/1918, p.5).
Cerimônia de sagração do segundo bispo de Natal
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REVISTA DA SEMANA, 1918, p.36. |
A recepção de dom Antônio
No dia 29/05/1918 pelo trem horário da Great
Western chegou a capital potiguar Dom Antonio dos Santos Cabral, bispo de
Natal, sendo pomposamente recebido pela população católica, tendo comparecido a
estação da Ribeira, o governador Ferreira Chaves, autoridades e associações
religiosas.
O comércio fechou.Na catedral, dom Antonio falou eloquentemente
saudando o povo.No dia seguinte, o bispo tomaria posse do cargo de segundo
bispo de Natal, devendo a noite realizar-se um banquete.(DIÁRIO DE PERNAMBUCO,30/05/1918,p.1).
No dia
29/05/1918 pelo trem horário da Great
Western chegou em solo potiguar Dom
Antonio dos Santos Cabral, bispo de Natal, sendo pomposamente recebido pela
população católica.
As
primeiras manifetações de simpatia e apreço no território potiguar ao estimado
bispo começou em Nova Cruz.Ali a aproximação do trem que conduzia o prelado
fenderam ao ar estrondosa girândolas de foguetes, tocando na estação as bandas
de músicas daquela vila.
O
padre Luiz Adolfo, vigário da freguesia, cumprimentou o bispo sendo acompanhado
por grande número de fiéis que ofertaram flores ao querido antiste. Em Montanhas,
dom Antonio também foi alvo de carinhosa manifestação de apreço.
na
vila de Pedro Velho, o bispo foi recebido pelo padre Leôncio Fernandes em
companhia de grande número de fiéis.Na Penha, Dom Antonio foi recebido pelo
vigário Moisés Ferreira que lhe ofereceu lauto almoço,s endo traçadas várias
saudações.Grande massa popular aguardava o prelado natalense.
Em nome do jornal A Repúlbica, dom Antonio
foi saudado pelo Dr. Alberto Roselli que pronunciou eloquente discurso
apresentando ao bispo votos de boas-vindas.
À saída do trem foram queimadas girândolas de
foguetes.
Em Goianinha, dom Antonio foi saudado
pelos chefes locais os coronéis Luis Gonzaga Barabalho e Manoel Otoni de Araújo
Lima, além de grande massa popular.
Em Papari, o monsenhor Antonio Xavier
de Paiva e crescido número de fiéis cumprimentaram o bispo de Natal,
acompanhando-o até a parada de São José de Mipibu onde se encontrava grande
massa popular.A banda de música local executou vários números do seu
repertório.
Em Natal, dom Antonio Cabral foi
recebido pelo desembargador Ferreira chaves e altas autoridades civis e
militares, pelo monsenhor Alfredo Pegado, governador do bispado, pela comissão
dos festejos, composta por Teotonio Freire, Hemetério Fernandes, Joaquim
Inácio, Antonio Soares, Heitor Pinto, Otávio Varela, Fábio Rino, Moisés Soares,
Manoel Dantas, por várias corporações religiosas,irmandades, imprensa e povo.
A banda de música do Batalhão de
Segurança tocou uma marcha triunfal, sendo dada por essa ocasião uma salva de
21 tiros de canhão.
Em um dos salões da estação da Great
Western recebeu o bispo os cumprimentos de várias autoridades e pessoas gradas
e de uma comissão do 4º batalhão de caçadores composta dos capitães João
Augusto, João Batista Monteiro e tenente Lemos Cunha.
Já paramentado e sob pálio conduzido
por irmãos do SS Sacramento, dom Antonio
Cabral apareceu a porta principal, dando ao povo a sua benção apostólica, sendo
acolhido por estrondosa salva de palmas.
Formou-se o imponente prestito no qual tomaram parte
várias associações religiosas, todas as irmandades, o governador do Estado,
altas autoridades e grande massa popular, tocando a banda de música do Batalhão
de segurança.
Durante o trajeto, dom Antonio recebeu
as mais inequívocas provas de estima sendo aclamadíssimo.
Ao som de hinos litúrgicos entoados no
coro, o bispo deu entrada no solio episcopal e tendo o governador do Estado e
altas autoridades ocupado os lugares que lhes estavam destinados, foi o bispo
saudado pelo padre Pedro Paulino, que proferiu substanciosa oração sacra.Dom Antonio
Cabral pronunciou uma eloquente oração sacra, agradecendo aquelas provas inequívocas de
ternura e regozijo com o qual saudava o povo natalense.Depois da cerimônia religisosa,
o bispo se recolhe ao palácio episcopal onde foi servido um jantar intimo.
A
recepção e posse de Dom Antonio dos Santos Cabral na diocese de Natal, tiveram
o cunho de um brilhantismo nunca visto nesta capital, segundo o correspondente
do jornal Diário de Pernambuco.
De acordo com o mesmo jornal,
compareceram a estação central da Great Western na Ribeira desde mais alta
autoridade do Estado até o mais humilde filho de Deus.
A cerimônia de posse
A cerimônia
de posse realizou-se no dia seguinte as 09h00.A catedral, quando deu entrada o
bispo apresentava um aspecto lindo, dando o maior realce a profusão de luzes e
de flores arcadas artisticamente dispostos pelas arcadas e tribunas.No
altar-mor achava-se o governador do Estado, com seu ajudante de ordens e
secretário e vária autoridades em lugares distintos.
O cônego Estevam Dantas, secretário
interino do bispado, abriu a cerimônia com
a leituras das cartas apostólicas em que se encontrava a designação de dom
Antonio dos Santos Cabral para o bispado de Natal.
Em seguida o cônego Estevam procedeu a
leitura do auto de posse, o qual foi firmado por Dom Antonio, por vários
eclesiásticos, o governador do Estado e outras pessoas gradas.Aos o ato, foi celebrada com solenidade
pelo bispo a missa de Corpus Christi, pontifical, acompanhada a grande
orquestra do centro musical de Natal.
A missa foi finalizada as 12h30 com a
benção pontifical.Nesta ocasião foi queimada uma salva de 21 tiros.
As 17h00 após a procissão de Corpus
Christi percorreu várias ruas da Cidade alta, com extraordinário
acompanhamento.Ao recolher, foi cantado na catedral solene Te Deum laudamus.
O padre Manoel Ramalho proferiu um belíssimo
sermão alusivo ao ato.Terminado o Te Deum grande massa
popular acompanhou o bispo até o palácio episcopal erguendo calorosos vivas a
Dom Antonio, ao mons. Alfredo Pegado, a religião católica e a pátria.
As 19h30 teve lugar um banquete de 60
talheres oferecido ao bispo dom Antonio dos Santos Cabral no colégio Santo
Antonio.
O salão do banquete achava-se artisticamente
ornamentado e iluminado.Em uma mesa em forma de L tomaram
assento nos lugares de honra, o bispo diocesano que tinha aos lados o
governador Ferreira Chaves, o representante especial do arcebispo metropolitano
D. Adauto de Miranda, bispo da Paraiba, o mons. Alfredo Pegado e vários outros
cavalheiros de destaque.
O mons. Alfredo Pegado ofereceu o
banquete a dom Antonio e depois de muitas outras considerações, o mons. Alfredo
Pegado ergueu sua taça de honra ao bispo diocesano e o governador Ferreira
Chaves.
Em seguida falou o mons. Sabino Coelho,
representante do arcebispo metropolitano
dom Adauto, que pronunciou eloquente discurso.
Aclamado pelo assistentes o dr. Oscar Brandão
pronunciou um longo improviso erguendo sua saudação ao bispo Dom Antonio
Cabral, em nome do povo do Estado.
Em seguida usou da palavra o novo
antiste que agradeceu comovido aquelas manifestações. Durante o banquete tocou
a orquestra do Centro musical em em frente ao Colégio Santo Antonio fez retreta
a banda de música do Batalhão de Segurança.
O bispo
diocesano continuou a receber da sociedade natalense as mais elevadas
demonstrações de carinho e apreço.
Ao Paço Episcopal afluiu muitas famílias
e cavalheiros em visita ao novo prelado de Natal. (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 08/06/1918,p.2).