quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

A VILA DE PAU DOS FERROS EM 1864




         Segundo um relato de viagem publicado no jornal O Recreio de 1864 eis como o viajante descreveu a vila de Pau dos Ferros.
         Aquela vila acha situada ao norte do rio denominado Apodi; seu local é alguma coisa pedregoso, e pouco plano, e demasiadamente árido o seu solo.além da matriz, que não é lá das mais asseadas e que se acha ainda por acabar, não já uma só edifício que chame atenção de quem quer que por ali tenha de passar.A edificação, em geral de má construção, não excede a quarenta casas, algumas das quais são do tamanho,ou talvez, menores do que belixes do Iguarassú [?].
         A casa onde nos hospedamos foi a em que funciona a Câmara Municipal (uma das melhores) mandada preparar antecedentemente pelo reverendo Bernardino José de Queiroz  que nos tratou belissimamente, bem como os Srs majores Gurjão e Epifânio, pessoas mais notáveis daquela vila.
         Os proprietários do Termo só vem a Vila nos domingos a missa, ou por força de algum negócio especial e de importância, conservando-se todo o mais tempo em suas fazendas em derredor da mesma vila. (O RECREIO, 27/10/1864, p.2).
                                     Aspectos de Pau dos Ferros






quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

O AVISTAMENTO DO DISCO VOADOR EM MOSSORÓ EM 1952



         Em 27 de agosto de 1952 o jornal A Ordem replicou a matéria do jornal O Mossoroense de 24 de agosto de 1952 sobre o avistamento de um disco voador ocorrido na cidade de Mossoró.
         Eis o relato que foi exibido em ambos os jornais.
        Cerca das 22h30 de quinta-feira [21/08/1952] quando a turma de linha da Panair do Brasil S. A se aproximava das pistas para apagar as placas de iluminação após a decolagem de uma aeronave daquela empresa, foram vistos dois discos voadores sobrevoando o Aerporto.Inicialmente dois funcionários daquele serviço observaram um dos fenômenos luminosos que,muito embora silencioso, deu a entender que fosse o avião vindo de volta, uma vez que o estranho engenho aéreo se aproximava cada vez mais da cabeceira da pista a uma altitude que poderia calcular em cerca de quinhentos metros.


Vista aérea de Mossoró, 1957.Biblioteca IBGE.

         Aqueles rapazes ficaram sobressaltado ao perceberem não se tratar de um avião e sim de cousa que não conseguiam identificar.Diante daquele espetáculo correram a Estação de passageiros, onde se encontravam três funcionários da Panair.
         Com a chegada dos dois primeiros observadores dos já famoso discos , todos se puseram a observar o espaço quando constataram a presença de um outro daqueles incríveis e misteriosos aparelhos.Naquele momento a posição dos discos era a seguinte: um na cabeceira da pista N/E de nosso aeroporto e outro nas proximidades da torre da estação de Rádio da Panair.Em seguida, foram se aproximando um do outro em voo lento e em todos os sentidos, em constante zigue-zague, até que se encaminharam na direção da vila de Governador Dix Sept Rosado desaparecendo das vistas dos nossos observadores.


Catedral de Mossoró, 1957.Biblioteca IBGE.

         Quanto a sua iluminação nos informaram aqueles nossos amigos da Panair que o disco que o disco apresentava a iluminação no seu centro interior e irradia para as extremidades em várias cores distintas e quando  a luz desaparece se depreende do disco uma tênue nuvem de fumaça de pouca duração no espaço.Entre as pessoas que se encontravam no aeroporto e que presenciaram os fantásticos engenhos podemos apontar os Srs Antonio Barbosa de Lima e José Romão, funcioários do DAC e Enock Arrais Sobrinho, Luiz Gonzaga dos Santos, Luiz Preto, Otávio Lopes de Melo, Epifinio Reis de Melo (secretário), Tércio Agripino de Oliveira, funcionários da Panair e o Sr. Francisco Agripino (Gatinho), motorista que faz os serviços de autos da Companhia, além de outros.

Atual aeroporto de Mossoró.

         Alguns observadores ficaram apavorados, manifestando a impressão de que se tratavam de mistérios do Além ou cousa do sobrenatural.

  
Fonte: A Ordem, 27/08/1952, p.4.

SOBRE DISCOS VOADORES QUE APARECERAM NO INTERIOR DO RN EM 1952




Em 1952 o jornal A Ordem havia registrado o aparecimento de “estranhos objetos” que foram vistos em Cerro Corá, Areia Branca e Mossoró.
         Os OVNIS teriam sido observados em Cerro Corá no dia 25/08/1952 e visto a baixa altura.
         Segundo o referido jornal, um morador daquela cidade descreveu o OVNI com forma de bacia e margens vermelhas.
         Já entre Tibau e Areia Branca em direção ao mar foi visto em 26/08/1952 outro disco voador.O fenômeno foi observado por pessoas qualificadas, entre as quais o Sr. José Couto Dantas, industrial e político em Areia Branca, afirmava o jornal citado.
         “As noticias  que a respeito nos foram transmitidas merecem todo o crédito e são absolutamente seguras” dizia o jornal A Ordem.



Diante dos acontecimentos seria o caso de ser investigado pelas autoridades competentes o aparecimento que se estavam se repetindo com tanta frequência no interior do estado o “estranho fenômeno”, dizia ainda o mesmo jornal.
Em Mossoró foram vistos por aqueles dias de agosto de 1952 varios discos voadores. Em face disso, “não havia lugar para humoismo,é aceitar a realidade e verificá-la”, disse o jornal A Ordem.
informações vindas da então vila de Dix Sept Rosado diziam que o Sr. Manoel Crispim em companhia de diversas pessoas tratando dos misteres agrícolas em sua propriedade no sitio Pitombas entre as 08h00 e 09h00 da manhã avistou passa em grande velocidade de sul a norte um disco  que mais tarde foi visto na fazenda Mulungu a meio caminho ente Mossoró e Apodi.
      
Fonte: A Ordem,27/08/1952,p.1.

     De nossa parte "tudo conhecer, nada desdenhar" como disse São Paulo.

NOVA ESTAÇÃO DE EXTREMOZ ?



Em 1952 foi cogitado pela direção da Estrada de Ferro Sampaio Correia-EFSC a construção de um novo edifício para servir de estação do então distrito de Extremoz, a época pertencente ao município de Ceará-Mirim.
Segundo o jornal A Ordem, o engenheiro João Galvão,. Diretor da Estrada de Ferro Sampaio Correia, em viagem de inspeção a linha Natal- Oscar Nelson, em construção teve a ocasião de verificar a necessidade  de ser construído um prédio para a estação de Extremoz, de vez que o ali existente não satisfazia mais o intenso movimento de passageiros daquela estação.
         Ainda de acordo com o referido jornal, o diretor da EFSC determinou que fosse iniciada a construção da estação, estando para esse fim, sendo elaborados planta e orçamento, devendo os serviços serem iniciados em breve.
         A população daquela localidade recebeu com satisfação essa determinação do engenheiro João Galvão, diretor da EFSC.
         A ideia, porém, ficou apenas no campo das boas intenções, pois a estação nunca fora aumentada, tão pouco se concretizou a construção de um novo prédio para estação de Extremoz.

                                    A estação de Extremoz


         Atualmente a estação de Extremoz faz parte do sistema norte de trens urbanos da CBTU.O prédio, passou por algumas adaptações estruturais mas não perdeu suas características arquitetônicas originais, que datam de sua inauguração em 13/06/1906 pela Estrada de Ferro Central do  Rio Grande do Norte.
         O prédio da estação ferroviária faz parte do patrimônio histórico e cultural daquela cidade.


Fonte: A Ordem, 19/09/1952,p.4.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

A SAGRAÇÃO, CHEGADA E POSSE DO SEGUNDO BISPO DE NATAL




         O segundo bispo de Natal foi dom Antonio dos Santos Cabral, sergipano de Propriá, tomou posse em 30/05/1918 e ficou a frente do bispado natalense até 1922 quando foi transferido para a Arquidiocese de Belo Horizonte-MG.

A   cerimônia de sagração do segundo bispo de Natal
         A cerimônia de sagração do segundo bispo de Natal, Dom Antonio dos Santos Cabral, realizou-se solenemente na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, as 09h00 do dia 14/04/1918, após a chegada do cardeal Arcoverde, arcebispo do Rio de Janeiro.
         O templo estava faustosamente ornamentado, logo dando inicio o solene cerimonial. (REVISTA DA SEMANA, 1918, p.36).
         Serviram com assistentes do novo bispo os arcebispos d. Sebastião Lema, de Olinda e Recife e dom Claudio Ponce de Leão, de Manaus.Esteve presente também a celebração o monsenhor Benedito de Souza, bispo eleito de Vitória-ES alem de outras autoridades eclesiásticas.
Serviu de paraninfo do novo prelado o Dr. Moacyr Ribeiro Leite. (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 14/04/1918, p.5).

             Cerimônia de sagração do segundo bispo de Natal



REVISTA DA SEMANA, 1918, p.36.

A recepção de dom  Antônio

         No  dia 29/05/1918 pelo trem horário da Great Western chegou a capital potiguar Dom Antonio dos Santos Cabral, bispo de Natal, sendo pomposamente recebido pela população católica, tendo comparecido a estação da Ribeira, o governador Ferreira Chaves, autoridades e associações religiosas.
      O comércio fechou.Na catedral, dom Antonio falou eloquentemente saudando o povo.No dia seguinte, o bispo tomaria posse do cargo de segundo bispo de Natal, devendo a noite realizar-se um banquete.(DIÁRIO DE PERNAMBUCO,30/05/1918,p.1).
         No dia 29/05/1918 pelo trem horário da Great Western chegou em solo  potiguar Dom Antonio dos Santos Cabral, bispo de Natal, sendo pomposamente recebido pela população católica.
As primeiras manifetações de simpatia e apreço no território potiguar ao estimado bispo começou em Nova Cruz.Ali a aproximação do trem que conduzia o prelado fenderam ao ar estrondosa girândolas de foguetes, tocando na estação as bandas de músicas daquela vila.
O padre Luiz Adolfo, vigário da freguesia, cumprimentou o bispo sendo acompanhado por grande número de fiéis que ofertaram flores ao querido antiste. Em Montanhas, dom Antonio também foi alvo de carinhosa manifestação de apreço.
na vila de Pedro Velho, o bispo foi recebido pelo padre Leôncio Fernandes em companhia de grande número de fiéis.Na Penha, Dom Antonio foi recebido pelo vigário Moisés Ferreira que lhe ofereceu lauto almoço,s endo traçadas várias saudações.Grande massa popular aguardava o prelado natalense.
         Em nome do jornal A Repúlbica, dom Antonio foi saudado pelo Dr. Alberto Roselli que pronunciou eloquente discurso apresentando ao bispo votos de boas-vindas.
         À  saída do trem foram queimadas girândolas de foguetes.
         Em Goianinha, dom Antonio foi saudado pelos chefes locais os coronéis Luis Gonzaga Barabalho e Manoel Otoni de Araújo Lima, além de grande massa popular.
    Em Papari, o monsenhor Antonio Xavier de Paiva e crescido número de fiéis cumprimentaram o bispo de Natal, acompanhando-o até a parada de São José de Mipibu onde se encontrava grande massa popular.A banda de música local executou vários números do seu repertório.
         Em Natal, dom Antonio Cabral foi recebido pelo desembargador Ferreira chaves e altas autoridades civis e militares, pelo monsenhor Alfredo Pegado, governador do bispado, pela comissão dos festejos, composta por Teotonio Freire, Hemetério Fernandes, Joaquim Inácio, Antonio Soares, Heitor Pinto, Otávio Varela, Fábio Rino, Moisés Soares, Manoel Dantas, por várias corporações religiosas,irmandades, imprensa e povo.
         A banda de música do Batalhão de Segurança tocou uma marcha triunfal, sendo dada por essa ocasião uma salva de 21 tiros de canhão.
         Em um dos salões da estação da Great Western recebeu o bispo os cumprimentos de várias autoridades e pessoas gradas e de uma comissão do 4º batalhão de caçadores composta dos capitães João Augusto, João Batista Monteiro e tenente Lemos Cunha.
         Já paramentado e sob pálio conduzido por irmãos do SS Sacramento, dom  Antonio Cabral apareceu a porta principal, dando ao povo a sua benção apostólica, sendo acolhido por estrondosa salva de palmas.
        Formou-se  o imponente prestito no qual tomaram parte várias associações religiosas, todas as irmandades, o governador do Estado, altas autoridades e grande massa popular, tocando a banda de música do Batalhão de segurança.
         Durante o trajeto, dom Antonio recebeu as mais inequívocas provas de estima sendo aclamadíssimo.
         Ao som de hinos litúrgicos entoados no coro, o bispo deu entrada no solio episcopal e tendo o governador do Estado e altas autoridades ocupado os lugares que lhes estavam destinados, foi o bispo saudado pelo padre Pedro Paulino, que proferiu substanciosa oração sacra.Dom Antonio Cabral pronunciou uma eloquente oração  sacra, agradecendo aquelas provas inequívocas de ternura e regozijo com o qual saudava o povo natalense.Depois da cerimônia religisosa, o bispo se recolhe ao palácio episcopal onde foi servido um jantar intimo.
A recepção e posse de Dom Antonio dos Santos Cabral na diocese de Natal, tiveram o cunho de um brilhantismo nunca visto nesta capital, segundo o correspondente do jornal Diário de Pernambuco.
         De acordo com o mesmo jornal, compareceram a estação central da Great Western na Ribeira desde mais alta autoridade do Estado até o mais humilde filho de Deus.

A  cerimônia de posse
       A cerimônia de posse realizou-se no dia seguinte as 09h00.A catedral, quando deu entrada o bispo apresentava um aspecto lindo, dando o maior realce a profusão de luzes e de flores arcadas artisticamente dispostos pelas arcadas e tribunas.No altar-mor achava-se o governador do Estado, com seu ajudante de ordens e secretário e vária autoridades em lugares distintos.
       O cônego Estevam Dantas, secretário interino  do bispado, abriu a cerimônia com a leituras das cartas apostólicas em que se encontrava a designação de dom Antonio dos Santos Cabral para o bispado de Natal.
        Em seguida o cônego Estevam procedeu a leitura do auto de posse, o qual foi firmado por Dom Antonio, por vários eclesiásticos, o governador do Estado e outras pessoas gradas.Aos o ato, foi celebrada com solenidade pelo bispo a missa de Corpus Christi, pontifical, acompanhada a grande orquestra do centro musical de Natal.
         A missa foi finalizada as 12h30 com a benção pontifical.Nesta ocasião foi queimada uma salva de 21 tiros.
         As 17h00 após a procissão de Corpus Christi percorreu várias ruas da Cidade alta, com extraordinário acompanhamento.Ao recolher, foi cantado na catedral solene Te Deum laudamus.
         O padre Manoel Ramalho proferiu um belíssimo sermão alusivo ao ato.Terminado o Te Deum grande massa popular acompanhou o bispo até o palácio episcopal erguendo calorosos vivas a Dom Antonio, ao mons. Alfredo Pegado, a religião católica e a pátria.
         As 19h30 teve lugar um banquete de 60 talheres oferecido ao bispo dom Antonio dos Santos Cabral no colégio Santo Antonio.
         O salão do banquete achava-se artisticamente ornamentado e iluminado.Em uma mesa em forma de L tomaram assento nos lugares de honra, o bispo diocesano que tinha aos lados o governador Ferreira Chaves, o representante especial do arcebispo metropolitano D. Adauto de Miranda, bispo da Paraiba, o mons. Alfredo Pegado e vários outros cavalheiros de destaque.
         O mons. Alfredo Pegado ofereceu o banquete a dom Antonio e depois de muitas outras considerações, o mons. Alfredo Pegado ergueu sua taça de honra ao bispo diocesano e o governador Ferreira Chaves.
         Em seguida falou o mons. Sabino Coelho, representante  do arcebispo metropolitano dom Adauto, que pronunciou eloquente discurso.
     Aclamado pelo assistentes o dr. Oscar Brandão pronunciou um longo improviso erguendo sua saudação ao bispo Dom Antonio Cabral, em nome do povo do Estado.
     Em seguida usou da palavra o novo antiste que agradeceu comovido aquelas manifestações. Durante o banquete tocou a orquestra do Centro musical em em frente ao Colégio Santo Antonio fez retreta a banda de música do Batalhão de Segurança.
O bispo diocesano continuou a receber da sociedade natalense as mais elevadas demonstrações de carinho e apreço.
        Ao Paço Episcopal afluiu muitas famílias e cavalheiros em visita ao novo prelado de Natal.  (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 08/06/1918,p.2).