segunda-feira, 1 de março de 2021

SOBRE A VISITA DO GOVERNADOR FERREIRA CHAVES EM TAIPU #TAIPU130ANOS #6

 

O então governador do estado o Desembargador Joaquim Ferreira Chaves que retornava do sertão do estado para a capital em trem especial da EFCRGN foi recebido e festejado pela população de Taipu naquele ano de 1917.

Segundo se lia no jornal Diário de Pernambuco o governador Ferreira Chaves em companhia da sua família, quis “testemunhar o grau de elevada estima e grande apreço em que é tido no seio daquela laboriosa gente” (DIÁRIO DE PERNAMBUCO 1917, p.4).

         O trem em que estava presente o governador chegou as 10h00 na estação de Taipu onde um extraordinário número de amigos e correligionários aguardava a chegada do governador na plataforma da estação entre ruidosas aclamações (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 1917, p.4).

Governador Joaquim Ferreira Chaves esteve em Taipu em 1917.

          O coronel Pedro Guedes, chefe político de Taipu, ofereceu um almoço ao governador Ferreira Chaves, na ocasião o governador foi saudado pelo major João Miranda, em nome dos agricultores e por Sebastião Fernandes em nome da Intendência.

         A todos o governador Ferreira Chaves agradeceu “em frases eloquentes significando a sua satisfação e o seu agradecimento por tão carinhosa manifestação de simpatia” (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 1917, p.4).

SOBRE ACONTECIMENTOS EM TAIPU ENTRE 1911 E 1917 #TAIPU130ANOS #5

 

Em 1911 havia 10 negociantes de fazendas a retalhos, 13 negociantes de molhados e miudezas, 27 agricultores e lavradores e 14 criadores.

Na indústria havia 4 máquinas de descaroçar algodão que tinham como proprietários: Alfredo Edeltrudes de Souza, João Gabriel Campos, João Gomes da Costa e Teófilo Furtado.

No ano de 1913 também começaram a aparecer as localidades do município de Taipu no guia postal dos Correios, são elas: Gameleira (povoado), Ingá (fazenda), Sipó  (fazenda), Tronco (logradouro) Umari (logradouro), Xavier (arrabalde).Naquele ano o número de negociantes de fazendas a retalhos se elevou 24 comerciantes. Agricultores e lavradores eram 28.

Pela Inspetoria de Obras Contra as Secas-IFOCS até 21 de julho de 1913 haviam sido instalados 21 açudes no município de Taipu entre públicos e particulares. (JORNAL DO COMÉRCIO, AM, 18/11/1913, p.3).


Aspectos de Taipu em 1912.Acervo Antônia Viana.

        Se a data da foto estiver correta trata-se de uma das mais antigas imagens de Taipu. Na foto uma celebração religiosa no adro da igreja de Nossa Senhora do Livramento, ainda capela, um ano antes de ser elevada a categoria de matriz.

         É possível vê ainda outros aspectos do centro de Taipu, como o cercado a frente da igreja onde seria posteriormente construída a praça Dez de Março, os postes no entorno da igreja. A esquerda da foto a casa que foi de Odraci Soares ainda não havia sido aumentada com o ponto comercial que ali havia.

       Em 1914 foi instalada a coletoria de rendas de Taipu cujo prédio se situava onde atualmente está o Centro Pastoral da paróquia.

O segundo prédio da direita para a esquerda era onde estava a Coletoria de Rendas de Taipu. O prédio foi doado pelo governo do estado em 1985 para a paróquia que construiu no local o Centro Pastoral.


Com a criação do município de Lajes em 1914 o município  de Taipu passou a ter seus limites na porção oeste com este novo município figurando assim até 1928.

        Em 1917 foi confirmada a existência da praga da lagarta rosada nos campos de algodão do Estado, principalmente nos municípios de Taipu, Santa Cruz e Macaíba, de onde foram enviadas noticias documentadas sobre a praga.

         O professor Green havia mostrado ao jornal A República vários exemplares da lagarta rosada que foram apanhados no municipio de Taipu, onde os prejuízos por ela causados na safra do ano de 1916 foram muito sensíveis. (JORNAL DO COMÉRCIO, AM,13/11/1917,p.1).

        Pela Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas-IFOCS foi concluída a perfuração de um poço público na vila de Taipu.

         Esse poço tinha 37 m de profundidade e capacidade para fornecer 4.000 litros de água por hora. Estava aparelhado com um moinho tipo ‘Gloosier’, o qual era acionado por uma bomba de tubos de sucção e de descarga de 4 e 2 polegadas respectivamente, além disso havia um reservatório de ferro, com capacidade para 5.000 litros, ligado a um chafariz munido de torneiras.

         De acordo com as formalidades regulamentares, a IFOCS fez a entrega do poço à intendência de Taipu, a qual caberia a responsabilidade de bem conservá-lo e fornecer água a qualquer pessoa, desde que seja para um fim útil, ou para ocorrer a necessidade domésticas ficando aquela repartição exonerada inteiramente de todo e qualquer conserto, reparo ou obra complementar de que viesse necessitar o poço. (GAZETA D E NOTICIAS 20/11/1917, p.6).

Poço artesiano de Taipu onde atualmente está a escola Prof. Francisca Avelino.


       A imagem a cima mostra o local onde foi construído o poço artesiano da IFOCS em 1917. O local é atualmente a praça Adão Marcelo e a Escola Municipal Francisca Avelino.

SOBRE OS ANOS DE 1909 E 1910 #4

 

 No ano de 1909 existiam em Taipu 11 negociantes de fazendas a retalhos sendo eles: Alfredo Edeltrudes de Souza, Candido Ferreira de Miranda, Francisco Correia, João Batista Furtado, João Leite da Fonseca, João Soares da Silva Filho, Joaquim Ferreira Junior, José Soares da Silva, Josino Furtado, Manoel Herodoto de Miranda, Miguel Soares da Silva.

Os negociantes de molhados e miudezas eram igualmente 11, sendo eles: Francisco Bezerra da Silva, Ismael, Mauricio da Silveira, João Gabriel Campos, Joaquim Alves da Rocha, Joaquim Pequeno de Morais, Júlio Leite da Fonseca, Luís Inácio de Melo, Rosendo Leite da Fonseca, Silvino Raposo de Oliveira Câmara, Simplício Ribeiro da Silva, Vicente Ferreira de Paula.

Em profissões diversas estavam ocupados Eduardo Davim (funileiro), Joaquim Damásio (sapateiro), Manoel Ramos de Araújo (pedreiro), Manoel Avelino dos Santos ( ferreiro).

 Os agricultores e lavradores eram 21 sendo eles: Antônio, Ferreira de Miranda Câmara, Dionísio Marques Moreira, João Ferreira de Miranda Câmara, João Gabriel Campos, João Gomes da Costa Primo, João Gomes da Costa, Joaquim Ferreira de Miranda Câmara, José Antônio da Câmara, José Francisco Ribeiro Tandim, José Joaquim de Vasconcelos, Laurentino Maria de Oliveira, Manoel Eugênio de Andrade, Manoel Pequeno de Morais, Manoel Santiago, Miguel Eustáquio da Cruz, Miguel Ferreira da Câmara, Pedro Guedes de Paiva Fonseca, Pedro Soares da Câmara, Raimundo Batista, Tertuliano Marques de Souza Moreira e Theófilo Furtado de Mendonça e Menezes.

E os criadores eram 8 sendo este: Alexandre Roiz da Rocha, Alexandre Roiz da Silveira, Alfredo Edeltrudes de Souza, Joaquim Alves da Rocha, José Ferreira de Miranda Câmara, Manoel Eugênio Pereira de Andrade, Pedro de Oliveira Correia, Pedro José de Carvalho.

O ano de 1910 foi de inverno intenso que causaram prejuízos no município de Taipu, como o trafego ferroviário entre Itapassaroca e Taipu que ficou interrompido devido as enchentes que houve nesse trecho. Os prejuízos ocasionados pela cheia em todo o vale do rio Ceará-Mirim eram consideráveis. Já o açude de Taipu estava ameaçando arrombar, causando grade pânico aos moradores vizinhos. (JORNAL DO COMÉRCIO, 29/04/1910, p.4).

Cheia do rio Ceará-Mirim em 1964.
As cheias sempre causaram grandes prejuízos em Taipu até ser construída a barragem de Poço Branco.


Em 1910 são citados os funcionários da Intendência municipal os quais eram João Ferreira de Miranda Câmara, secretário, Manoel Candido da Câmara, fiscal, João Cassiano do Nascimento, procurador e João Vicente Ferreira, porteiro.

         Ainda naquele ano de 1910 o governador Alberto Maranhão realizou uma excursão pela EFCRGN para realizar inspeção nos trabalhos em andamento além da vila do Taipu.O governador esteve acompanhado pelo diretor da EFCRGN, o engenheiro Décio Fonseca, outras autoridades e funcionários. (JORNAL DO COMÉRCIO, 14/09/1910, p.4).

          A referida ferrovia já estava com 77 km construídos, dos quais 22 km entre Ceará-Mirim ao fim da linha, como trilhos novos.

         O trem onde seguiu a comitiva com o governador parou além da estação de Taipu, a fim de ser examinada a ponte sobre o rio Ceará-Mirim que estava em construção na localidade do Umari, distante 4 km da vila, a qual media 150 metros de comprimento sobre 6 pilares de pedra.


Engenheiro Décio Fonseca, chefe da EFCRGN, o qual esteve em Taipu acompanhando o governador Alberto Maranhão em visita as obras de construção do trecho entre Taipu e Baixa Verde em 1910.


         A previsão para a conclusão das obras na ponte era até setembro de 1910 quando se pretendia inaugurar a nova estação que ficava além desta ponte, em Baixa Verde.Havia ainda ao longo da linha muitos melhoramentos que havia acabados de ser introduzidos naquele trecho da ferrovia.

         Em 1910 também houve um estudo para se construir um canal para desviar as águas do rio Ceará-Mirim na proximidade de Taipu cujo objetivo era desviar as enchentes para a bacia do rio Mudo (SENA, 1972, p. 338), e assim amenizar os efeitos causados pelas frequentes enchentes do rio Ceará-Mirim que causavam estragos em Taipu e nos vales açucareiros da vizinha cidade de Ceará-Mirim.

Já em dezembro de 1910 foi instalada a estação de medição pluviométrica de Taipu (JORNAL DO COMÉRCIO, AM, 31/12/1910, p.4).



domingo, 28 de fevereiro de 2021

SOBRE ESTATÍSTICAS E OUTRAS NOTICIAS NO INÍCIO DO SÉCULO XX EM TAIPU #3

 

           O município despendeu a quantia de 1.600$000 em 1906 com uma casa que servia de mercado público, e 600$0000 réis com uma cacimba que abastecia de água potável a população da vila e arredores.

Receitas e despesas

Orçamento da intendência de Taipu entre 1891 e 1903

Ano

Receita

Despesa

1891

588$270

588$130

1892

1:091$110

937$100

1893

1:540$600

1:521$100

1894

1:325$020

1:356$520

1895

723$000

1:896$660

1896

2:114$900

2:110$000

1897

1:238$700

1:046$450

1898

1:725$500

1:711$050

1899

2:002$020

2:002$020

1900

2:445$300

1:942$120

1901

3:000$000

3:484$993

1902

3:210$000

3:440$333

1903

2:845$000

2:608$333

Fonte: relatório, 1905, p.75-78.

O orçamento para o ano de 1905 foi o seguinte: Receita: 3:020$000.Despesa: 3:020$000 (RELATÓRIO, 1905, p.30).

Segundo o relatório do governo do estado de 1906 haviam no município de Taipu 61 fazendas de gado vacum, cuja as rezes se encontrava em número reduzido em virtude das consequências da seca (RELATÓRIO, 1906, p.40).

Ainda de acordo com o citado relatório haviam 20 casas comerciais, todas de pequeno giro e a indústria aparecia com 7 máquinas de descaroçar algodão, sendo 4 movidas a vapor que em anos favoráveis, a produção podia ser calculada em 4 mil sacos de lã e cujo transporte da produção era feito por animais. (RELATÓRIO, 1906, p.40).

Antigo casario em Taipu, atual rua Salvina Soares de Miranda.


Já o orçamento para aquele ano de 1906 foi este: Receita: 3:890$000. Despesa: 3:820$000 (RELATÓRIO, 1906, p.40).

A construção do trecho entre Itapassaroca e Taipu havia se iniciado logo após a inauguração da estação de Itapassaroca que ocorreu em 15/11/1906.

Uma comitiva de jornalista a convite do engenheiro José Luiz Batista, chefe da construção da EFCRGN, visitaram o trecho em construção na seção de Itapassaroca a Taipu em 06/11/1907 poucos dias antes da inauguração do referido trecho.

O objetivo principal da viagem era ver o que se estava fazendo na construção da ferrovia além de Itapassaroca.

O trecho em construção de Itapassaroca a Taipu numa extensão de 11 km estava com quase todo o leito pronto faltando apenas terminar algumas obras de arte das 25 que estavam previstas no trecho e concluir o movimento de terras nos 2 km antes da vila de Taipu. (A REPÚBLICA, 1907, p.2).

         Segundo dados de estatística geral da produção do Estado, organizada pela Sociedade Agrícola do Rio Grande do Norte em 1908 o município de Taipu possuía 3.100 reses de gado vaccum, 13.419 caprinos e produziu 320.000 kg de algodão e 15.000 kg de pequena (BARROS, 1908, p.33).

O governador do Estado, Antônio José de Melo e Souza, publicou em 02/09/1907 o orçamento votado pela Intendência Municipal da Vila de Taipu e que deveria vigorar no exercício financeiro do ano de 1908.

A Lei nº 17 de 10 de setembro de 1907 orçava a receita e fixava a despesa do município de Taipu para o exercício de 1908.

Conforme o Art. 1 da citada lei a receita do município para o exercício de 1908, foi orçada na quantia de 3:970$000.

         Já o Art. 2 constava a despesa do município do Taipu no exercício de 1908 fixada na importância de 3:910$000.

SOBRE OS PRIMEIROS ATOS ADMINISTRATIVOS DO MUNICÍPIO DE TAIPU #2


        Não encontramos os primeiros atos administrativos expedidos pela Intendência municipal de Taipu. Sabe-se, porém, que em 1892 a Intendência elaborou e votou a lei de criação do distrito de Baixa Verde, com sede na povoação de mesmo nome.

         houve logo após a emancipação política de Taipu entendimentos com a intendência de Jardim de Angicos a respeito da cobrança de impostos entre ambos os municípios.

Um dos primeiros ato estaduais que tocam ao município de Taipu em seus primórdios diz respeito a transferência do professor primário, o capitão Joaquim José de Carvalho Pinto, transferido da vila de Flores (atual Florânia) para a vila de Taipu.

         Segundo o jornal O Povo a remoção do citado professor se deu de forma acintosa por causa do professor não acompanhar a política reacionária e antidemocrática do governador Miguel Castro. Ainda de acordo com o citado jornal o professor Joaquim José de Carvalho Pinto não aceitou a transferências permanecendo ensinando de forma particular aos alunos da vila de Flores. (O POVO, 19/07/1891, p.2).

     A secretaria do governo enviou oficio ao Conselho da Intendência do Taipu, recomendando que dentro dos limites pertencente a esse município conforme constava no decreto nº 55 de 04 de outubro de 1890, segundo o qual não deveriam ser cobrados os dízimos (impostos do gado) e mais direitos por aquele município. (RIO GRANDE DO NORTE, 13/09/1891, p.1).

         O relatório do governo do estado de 1896 dizia apenas sobre o município de Taipu que pertencia a comarca do Ceará-Mirim e não era distrito judiciário. O mesmo relatório dizia ainda que não havia sido possível reunir dados históricos e geográficos sobre Taipu. (RELATÓRIO..., 1896, p.88).

Um ofício de 16 de maio de 1902 comunicou que na ata da sessão a Intendência municipal do Taipu daquele dia fora consignado um voto der profundo pesar em virtude do trágico falecimento do aeronauta e deputado potiguar Augusto Severo ocorrido em 12/05/1902 em Paris. (A REPÚBLICA, 11/06/1902, p.4).

Aspectos do casario antigo de Taipu.