terça-feira, 11 de maio de 2021

SOBRE A EFCRGN EM 1914


De acordo com o Jornal do Comércio ativaram-se os trabalhos de construção da

Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte e dentro de 3 anos seria vencido o trecho entre Lajes e Currais Novos. Tratava-se do ramal iniciado em Lajes e que deveria chegar a Caicó pelos contrafortes da Serra da Borborema o qual havia sido uma modificação do projeto original da referida ferrovia.Naquele ano de 1914 haviam 1.700 trabalhadores localizados nesse trecho em construção e duas perfuratrizes escavando túneis em rocha em plena atividade e cogitando a empresa arrendatária da EFCRGN aumentar o número de operários e continuar provendo a construção da ferrovia do material necessário à uma maior produção.

         Estava atacado também o trecho de 4 km do ramal de Macau, que dadas as condições topográficas do trecho viria a ser concluído em 2 anos (JORNAL DO COMÉRCIO,16/08/1914,p.1).O referido ramal partia igualmente de Lajes em e deveria ter seu ponto terminal na cidade de Macau, porém, a linha só atingiu esta cidade 52 anos depois de iniciado ramal que se quer fora previsto no projeto original da EFCRGN. Esse trecho ferroviário era uma aspiração antiga dos salineiros de Macau e teve seu projeto apresentado inicialmente em 1889 como uma ferrovia autônoma e não ramal de outra, tendo esta ferrovia a finalidade de escoamento do sal de Macau pelo interior das então províncias do Rio Grande do Norte, Paraíba e finalizando as margens do rio São Francisco na província de Pernambuco.

         Em 1917 o ministro da viação recomendou novamente a inspetoria de estradas de ferro que autorizasse o trafego mútuo na linha de junção entre a Great Western e a EFCRGN, já tendo assinado o aviso nesse sentido, aprovando o acordo feito entre as duas companhias.

         Tal acordo foi realizado para que os trens da EFCRGN pudesse trafegar no trecho entre o km 4 nas Quintas e a estação da GWBR na Ribeira depois que se inaugurou a ponte de Igapó sobre o rio Potengi o qual permitia os trens da EFCRGN fazer o percurso de ambas as margens do rio sem precisar fazer a baldeação por barcaça como era realizado desde a inauguração da EFCRGN em 1906.

       A baixo imagens das obras que foram realizadas no ramal de Lajes a Currais Novos entre 1911 e 1920.Atualmente as obras abandonadas se localizam entre os municípios de Lajes e Cerro-Corá.





















SOBRE A CAPELA DOS SANTOS REIS MAGOS NA LIMPA

 

        A devoção popular aos Santos Reis Magos teve inicio no Rio Grande do Norte com a capela a eles dedicada no Forte construído na barra do rio Potengi inaugurado em 06/01/1598[1].Até a construção da igreja matriz de Nossa Senhora da Apresentação na Cidade Alta, a capela do forte dos Reis Magos foi o único templo católico existente em Natal. Há quem diga que até tenham sido eles o padroeiro da cidade em cujo documentos antigos se cita a “Cidade dos Reis” em referência a capital potiguar.

         A devoção cresceu e se tornou imprescindível que se construísse uma capela fora do Forte dos Reis Magos e para isso foi escolhido a Praia da Limpa, o qual daria lugar ao atual bairro de Santos Reis em Natal.

         Segundo o jornal A República começaram em 10/08/1902 os trabalhos de construção da ermida dos Santos Reis Magos, que eram, até então venerados no Forte de mesmo nome situado à entrada da barra da Capital potiguar.

         O local escolhido para a edificação do novo templo não poderia ser mais apropriado, disse ainda o referido jornal,pois a ermida dos Santos Reis Magos ficaria dominando a cidade,do alto do Monte, e por certo velaria pela paz e pela tranquilidade da população natalense.

         De acordo com o Jornal A República esperava-se a inauguração da ermida dos Santos Reis Magos para o dia 06/01/1903 durante os festejos a eles alusivas. (A REPÚBLICA, 11/08/1902, p.4).

      Corria o ano de 1910  e a primitiva capela ao que parece ainda estavaemsua fase inicial de construção. De acordo com o Jornal do Comércio com grande concorrência de espectadores, realizou-se naquele ano no Teatro Carlos Gomes (atual Alberto Maranhão) uma sessão cinematográfica da empresa Cinema Natal “em beneficio da capela que se vai erigir na praia da Limpa para os Santos Reis” (JORNAL DO COMÉRCIO, 29/04/1910, p.4).

O mesmo jornal indica que no final daquele ano de 1910 teve bom êxito a quermesse realizada na praça Augusto severo em beneficio da construção da capela dos Reis Magos na praia da Limpa (JORNAL DO COMÉRCIO, 02/12/1910,p.4).

         Não encontramos maiores informações sobre o andamento da construção da capela dos Reis Magos na praia da Limpa, contudo, o Almanaque Laemert, cita já a Capela dos Santos Reis na Limpa em 1917 (ALMANAQUE LAEMMERT: ADMINISTRATIVO, MERCANTIL E INDUSTRIAL, 1917, p.1223).

        Em 06/01/1917 realizou-se a tradicional festa religiosa em honra dos Santos Reis na praia da Limpa, com missa solene sendo o celebrante o Pe. Marcos Santiago e segundo o Diário de Pernambuco teve grande concorrência a missa celebrada na capela da Limpa, onde durante todo o dia foi grande e constante a romaria ao pequenino templo em que eram veneradas as imagens dos Magos do Oriente (DIÁRIO DE PERNAMBUCO,13/01/1917,p.2).A julgar pela solenidade da missa se presume que a capela já estava concluída e apta a celebrar os atos litúrgicos.

Em 1920 o Jornal do Comércio cita que realizou-se a tradicional festa dos Reis Magos havendo missa cantada pelo Pe. Pedro de Paula Barbosa e acompanhada à orquestra pela Congregação Mariana, sob a regência do professor Oscar Oliveira (JORNAL DO COMÉRCIO, 29/01/1920, p.1). 

         No ano seguinte o referido jornal cita nova missa solene realizada na capela da praia da Limpa, onde eram venerados os Santos Reis Magos (JORNAL DO COMÉRCIO, 09/07/1921, p.1).São assim, os registros mais antigos dos festejos realizados na praia da Limpa, atual bairro Santos Reis em Natal na nova capela a eles dedicada.

O Jornal do Recife fez a seguinte descrição da festa de Santos Reis na Limpa em 1923:

“Realiza-se a 6 do corrente na praia da Limpa, a tradicional festa em homenagem aos Reis Magos.Pela animação parece-nos que se revestirá de muita alegria a festividade em que as tradições imprimiram em cunho particularmente agradável pelo seu pitoresco  e poético”.

Ainda de acordo com o mesmo jornal, a festa realizou-se com o maior brilhantismo, mais que em todos os anos anteriores teve uma considerável concorrência.

Milhares de pessoas passaram o dia na aprazível praia, em barracões e botequins ali armados “Não houve perturbações da ordem pública, apesar do intenso culto prestado aos Deus Baocho pelos milhares de amantes da folia”.

Ocorreu na noite anterior um incêndio na grama seca da praia da Limpa, devastando ao que constavam dezenas de palhoças e botequins armados (JORNAL DO RECIFE, 11/01/1923, p.3).

     Contudo, a festa crescia em quantidade de pessoas e em prestigio sendo um dos acontecimentos mais aguardados durante os festejos de final de ano na Capital Potiguar.Diante disso se fez necessários se construir uma nova capela para acolher com mais decência o afluxo de pessoas que participavam da festa dos Santos Reis.




         Foi então que em 1936 tem inicio a construção da nova capela dos Santos Reis na praia da Limpa em Natal.De acordo com o jornal  A Ordem em 18/10/1936 as 16h00 foi realizada a cerimônia da benção da nova capela dos Santos Reis Magos na Limpa, a qual havia sido ultimamente reconstruída, em local próximo ao da primeira. Foi oficiante o Mons. Alfredo Pegado.

         A comissão encarregada da reconstrução da capela convidava o povo em geral para assistir a referida benção e a trasladação das imagens dos Santos Reis Magos que estavam guardadas na capela da Colônia de Pescadores José Bonifiácio, para a nova capela na Limpa. Nessa procissão também seria introduzida a imagem de São Pedro, patrono dos pescadores, na referida capela (a ORDEM,18/10/1936,p.4).


Aspectos da antiga capela da Limpa.


         Em 15/02/1946 realizou-se na Capital Potiguar uma romaria de penitência à tradicional capela dos Santos Reis Magos, na Limpa, promovida por diversos fiéis, em ação de graças por ter sido Natal isenta dos bombardeios aéreos da Segunda Guerra Mundial.

      A romaria partiu do Patronato da Medalha Milagrosa, na Cidade Alta, as 04h30, acompanhada de capelão Luiz Adolfo e de fiéis, havendo as 06h00, na capela dos Santos Reis, missa de comunhão geral.

         As Irmãs de Caridade convidavam por meio do jornal A Ordem o povo católico de Natal, para participar dessa romaria, em ação de graças ao milagrosos Reis do Oriente “que mais uma vez livraram a nossa terra das investidas dos inimigos ateus e perversos” (A ORDEM,14/02/1946,p.4).

  Ainda de acordo com o jornal A Ordem em 1950 o vigário da paróquia do Senhor Bom Jesus das Dores da Ribeira, Pe. José estava paulatinamente ampliando a capelinha dos Santos Reis na Limpa, com a ajuda da caridade cristã.

         De acordo com o citado jornal: “é a esses inspirados e intrépidos observadores dos astros, que entr nós são vigilantes perpétuos e intemeratos defensores desta nossa Natal, que há quase dois séculos nos guardam na Santa paz do Senhora, que o Pe. José quer acomodá-los em condigna morada e oferecer-nos simultaneamente conforto a nossas preces ali na Limpa” (A ORDEM,28/11/1950, p.4).

         Em 1964 foi criada a paróquia de Santos Reis, posteriormente transferida a sede para a igreja da Sagrada Família nas Rocas.

         Os Santos Reis Magos são os co-padroeiros da cidade do Natal, capital potiguar e a festa atrai a cada ano milhares de fiéis ao pequeno santuário a Eles dedicado no bairro homônimo. A Data de 06/01 é feriado municipal na capital potiguar.



Aspectos externos e internos do Santuário dos Santos Reis em Natal.


Assim, a primeira capela da praia da Limpa foi construída em 1910, a segunda em 1936 e a terceira em 1950.

As imagens que adornam o santuário são ainda as originais doadas pelo rei de Portugal D. José I em 1775.


[1] Na realidade a solenidade que se comemora no dia 06 de janeiro  pelo calendário litúrgico da Igreja Católica é a solenidade da Epifania do Senhor em cuja visita dos três reis do Oriente simboliza a manifestação de Jesus ao mundo, os três reis representam os três continentes até então conhecidos, a Ásia, a África e a Europa.

sábado, 1 de maio de 2021

SOBRE A ENCAMPAÇÃO DA ESTRADA DE FERRO DE NATAL A NOVA CRUZ COM A EFCRGN EM 1926


         Em novembro de 1926 apareceu um artigo de Dioclécio Duarte (que viria mais tarde a ser deputado federal) a respeito da encampação do trecho ferroviária de 121 km entre Natal e Nova Cruz, à época sob concessão da GWBR, com a Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte.

De acordo com o referido, artigo, unidos ambos os trechos com uma nova denominação de Viação Norteriograndense, haveria, além de outras vantagens, a conveniência de uma única estação central, aproveitando-se para tal finalidade o edifício da Great Western, que poderia ser adaptado às condições exigidas para tanto (O JORNAL, 09/12/1926, p.2).

Dioclécio Duarte procurou ouvir a opinião do engenheiro Hermelindo Lins, diretor da EFCRGN, a respeito da conveniência  de colocar, sob a mesma administração, o trecho de Nova Cruz a Natal e o da EFCRGN.Esta também era a opinião de Assis Ribeiro, superintendente da GWBR, assim como do engenheiro Eugenio Gudim (Gondim?), representante dos acionistas ingleses, nãos endo estranho a tal resolução o chefe da Inspetoria Federal das Estradas.

         Segundo o referido artigo, as excelentes instalações construídas na praça Silva Jardim, se encontravam numa situação contrária às comodidades do público, prestando-se, entretanto, de uma forma magnífica, para a Escola de Aprendizes Marinheiros.

         Eram dois edifícios de propriedade do Governo Federal, e, consequentemente, fácil seria a permuta, ficando os prédios onde funcionava aquela Escola servindo de armazém e oficinas, que eram tão necessárias a Estrada de Ferro, sobretudo devido a situação terreno.

, este, tomando em consideração a sua insalubridade e as extraordinárias despesas reclamadas no conserto de outros defeitos, para torná-lo uma vila adequada a aprendizagem de meninos, tornava-se absolutamente desaconselhável.

         Com as obras do porto de Natal, em breve teria na barra 32 pés, e, assim qualquer navio poderia entrar,, devendo  a Escola de Aprendizes Marinheiros, ficar próxima a base naval, o que constituía mais um argumento contra a sua situação aquela época.

         “De forma alguma Refoles poderá servir de base naval, porque é montanhoso ou é alagadiço, acrescendo ainda a circunstância de que as águas têm pouco fundo para os grandes navios”, escreveu Dioclécio Duarte no citado artigo (O JORNAL, 09/12/1926, p.2)..

         Entretanto, segundo o mesmo Dioclécio Duarte, ninguém discutia as vantagens de serem os terrenos do Refoles aproveitados para a utilização a cima referida, como por outro lado, ninguém contestava o lucro que adviria a Escola de Aprendizes Marinheiros, caso fosse transferida para um local de clima mais ameno e onde pudessem os alunos observar uma vida mais militar e mais marítima, de acordo com os ensinamentos práticos que devem receber para a completa eficácia da profissão que desejavam seguir.

         Não fugiam desse parecer os oficiais da Marinha que tinham desempenhado as funções de diretores da Escola de Aprendizes Marinheiros, como, na outra hipótese, os engenheiros que estudaram o problema da EFCRGN, quase todos, pleiteavam a solução mencionada por Dioclécio Duarte, como a realmente compatível com os interesses unanimes da coletividade.

         Sem entrar em muitos detalhes, o engenheiro Hermelindo Lins, externou o aspecto pela qual enxergava a questão vendo que a transferência da Escola de Aprendizes Marinheiros do Refoles era uma medida que se impunha, e, afastada a ideia da linha de contorno, unir o trecho de Nova Cruz à EFCRGN, era para os interesses do Estado de alta convencia, ao mesmo tempo, que, centralizando a administração facilitaria a reciprocidade das vantagens.

Considerações

         - O trecho ferroviário de 121 km entre Natal e Nova Cruz sempre foi deficitário desde sua inauguração em 27/02/1881 ainda no regime imperial e sendo o Rio Grande do Norte província. A razão dos constantes déficits era a baixa demanda de passageiros, embora a ferrovia se conectasse a outras ferrovias dos estados vizinhos da Paraíba e Pernambuco, a partir de 1904, e do erro do traçado que passava longe dos grandes centros produtores agrícolas da região e ainda a não construção do Engenho Central de São José de Mipibu que em muito deveria contribuir para as poucas rendas avindas do transporte de mercadorias da referida ferrovia, por isso o interesse de ambas as partes em se fazer a encampação. Na realidade a GWBR queria se livrar do problema que era o trecho Natal a Nova Cruz devolvendo-o ao governo federal.

         - O parque ferroviário da EFCRGN da Esplanada Silva Jardim composto da estação central, rotunda, armazéns e oficinas, ficava distante do centro comercial da Ribeira, embora estivesse localizado neste mesmo bairro. Para conectar esse parque ao porto foi preciso se fazer uma linha de contorno que passava por dentro da zona urbana da Ribeira e, sobretudo na Rua do Comércio, atual Rua Chile, causando grandes inconvenientes ao trânsito pela passagem dos trens e aos comerciantes nas proximidades da linha. Esta obra foi considerada um grande erro de engenharia em Natal.

         - A estação central da Esplanada Silva Jardim nunca funcionou como tal mesmo tendo sido inaugurada, pois, o trafego se concentrava por conveniência na estação provisória da EFCRGN na rua do Comércio próximo ao porto.

         - A Escola de Aprendizes Marinheiros apesar da insalubridade do terreno à época, foi de fato instalada no Refoles, onde atualmente se situa o Distrito Naval. A linha EFCRGN passava por dentro do terreno da referida escola, causando grandes inconvenientes a ambos, pela perturbação dos alunos à passagem dos trens e pelas manobras destes que deviam se fazer naquela região para evitar-se maiores problemas a Escola. Até hoje causa estranheza a linha passar por dentro do Distrito Naval.

         - Como se sabe, somente em 1939 foi que o Governo Federal fez a encampação do trecho de Natal a Nova Cruz ao da EFCRGN, contudo, não houve mudança de nomenclatura, passando a ferrovia a tomar o nome dessa última. Curiosamente, no passado, era desejo da Estrada de Ferro de Natal a Nova Cruz fazer da linha de Natal a Ceará-Mirim seu ramal, coisa que nunca foi feita.

         - Com a encampação, o tráfego de passageiros e cargas ficou concentrado na estação da Praça Augusto Severo, que era a estação central da GWBR, já o prédio da Esplanada Silva Jardim passou a concentrar somente os serviços administrativos da EFCRGN.

Dioclécio Duarte, autor do artigo mencionado a cima.


sexta-feira, 30 de abril de 2021

DIRETORES DA EFCRGN ENTRE 1904 E 1989

 

DIRETORES DA EFCRGN ENTRE 1904 E 1989

Por João Santos

 

         Ao longo os cargos de direção na Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte tiveram as seguintes designações: Engenheiro Chefe, Superintendente, Diretor, Delegado Regional. A seguir o elenco dos diretores da EFCRGN.

 

Período

Nome

Observação

1904 - 1905

José Matoso Sampaio Correia

Engenheiro

1905-1909

Eugênio Ramos Carneiro da Rocha

Engenheiro[1]

1907-1908

José Luiz Batista

Engenheiro/interino[2]

 

 

 

1908-1913

-José Antônio da Costa Junior 

- Décio Fonseca

 -Otávio Moreira Pena

-Luciano Martins Veras

Engenheiro

 Engenheiro civil e geógrafo[3]

Engenheiro

 Engenheiro/Interino

1914-1916

José Antonio da Costa Junior

Engenheiro

 

 

1917

 

-José Domingues da Silva

 

- Edmundo Varela

Engenheiro[4]

 

Engenheiro[5]

 

1918-1920

Pedro G. de Almeida

Engenheiro

1920-1923

João Ferreira de Sá e Benevides

Engenheiro civil[6]

1923-1924

Getúlio Lins da Nóbrega

Engenheiro

1924-1930

Hermelindo de Barros Lins

Engenheiro[7]

1930

Alberto Candido Martins

Engenheiro[8]

1931-1932

Frederico d’Ávila Bittencourt Melo

Engenheiro[9]

1931-1933

Norberto Paes

Engenheiro[10]

 

1934

-Heitor Teixeira Brandão

-Eduardo Rios Filho

Engenheiro[11]

 Engenheiro[12]

1940-1941

José Soares Espinheira

Engenheiro[13]

1941-1944

Antonio Carlos Zamith

Capitão/major

1944

Armilo Rodrigues Monteiro

Engenheiro[14]

1944-1947

Álvaro Cunha Melo

Engenheiro[15]

1947-1950

Hélio Lobo

Engenheiro[16]

1951

José Nicodemos Silveira Martins

Engenheiro[17]

1951-1955

João Galvão de Medeiros

Engenheiro[18]

 

 1955

-Moacir Maia

 -Edilson Medeiros da Fonseca

Engenheiro

Substituto/interino[19] 

Engenheiro[20]

1956-1957

José Henrique Bittencourt

Engenheiro[21]

1958-1959

José Manoel Wanderley

Engenheiro agrônomo[22]

1960-1963

Waldo Sette de Albuquerque

Engenheiro/major[23]

1962

José Sotero Sobrinho

Interino

 

1963-1964

-Hebert Maranhão

-Paulo Feitosa

Engenheiro[24]

 Engenheiro[25]

1964-1975

Marco Aurélio Cavalcante de Albuquerque

Engenheiro[26]

 

1975

-José Dias Fernandes

-Francisco Araújo de Souza

  

Engenheiro civil

1975-1979

  Francisco Araújo de Souza

Engenheiro civil

1980-1989

Marco Aurélio Cavalcante de Albuquerque

Engenheiro

 

         De 1904 a 1989 foram listados 38 diretores na administração da EFCRGN, tendo sido em média 2 anos o tempo de permanência no cargo.O que mais tempo passou na direção da EFCRGN foi o engenheiro Marco Aurélio Cavalcante de Albuquerque, que somadas as duas vezes que ocupou o cargo contabiliza 20 anos, seguem-se os engenheiros João Galvão de Medeiros e Alberto Candido Martins, ambos com 6 anos.

De 1904 a 1908 foi período de Comissão de Obras e Construção contra os Efeitos da Seca no RN.

Entre 1908 e 1921 ocorreu o período de concessão. Inicialmente a concessão foi feita a empresa Gouveia & Soares, em seguida a Proença e Gouveia que por sua vez alterou o nome para Companhia de Viações e Construções.

A partir de 1920 houve o retorno ao controle do Governo Federal. Ao retornar ao controle do governo a EFCRGN passou a integrar a Inspetoria Federal das Estradas e depois ao Departamento Nacional das Estradas de Ferro.Em 1939 houve a encampação do antigo trecho administrado pela GWBR entre Natal e Nova Cruz passando este a integrar a EFCRGN.

Em 1950 ocorreu a mudança de nomenclatura (Estrada de Ferro Sampaio Correia).

Em 1958 houve a incorporação a Rede Ferroviária do Nordeste e posteriormente a RFFSA.

A partir de 1964 houve reformulação administrativa na RFN, extinguindo-se as delegacias regionais de Natal e Mossoró, sendo esta um simples ramal da RFN e aquela um Distrito da RFN com sede em Recife.

         Perdão pelos erros e omissões.

Concluído em 29/04/2021.



[1] ”O Sr. Lauro Muller, ministro da indústria, recebeu um telegrama do Dr. Carneiro da Rocha, engenheiro chefe da Estrada de Ferro de Penetração, no Rio Grande do Norte, comunicando que, de acordo com os desejos de S. Ex., será inaugurado, com a presença do Dr. Afonso Pena, o primeiro trecho, que vai do Natal a Ceará-Mirim” (GAZETA DE NOTICIAS, 13/06/1906,p.1).

[2] ”Em vista do telegrama que recebeu do engenheiro José Luiz Batista, chefe da comissão construtora da Estrada de Ferro Ceará-Mirim e relativamente a grande quantidade de famílias que, acossadas pela fome e pal sede, emigram dos sertões do Rio Grande do Norte e do Ceará e estão acampadas ao longo da linha férrea em construção naquela zona, o Sr. Miguel Calmon, ministro da indústria mandou aumentar de 500 para 1.000 contos de réis a verba concedida ao referido engenheiro para a construção da mesma via férrea” in: O Apostolo,07/07/1907, p.3 “A estrada avançou depois disso até Taipu, no quilômetro 52, sendo atualmente chefe da construção o engenheiro José Luiz Batista” in: O Paíz, 16/10/1908,p.1.

[3] “Décio Fonseca, diploma de engenheiro geógrafo, passado pela Escola de Engenharia do Estado de Pernambuco” in: Relatório do Ministério da Viação e Obras Públicas, 1915,p.432.

[4] Conforme publicado na A República em 01/03/1917 “assumiu ontem a superintendência da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte, o ilustre engenheiro, dr.s José Domingues da Silva, chegado há dias nesta capital, com sua Exm. família” in: Pacotilha, 27/03/1917, p.4.

[5] ”Tomou posse do cargo de superintendente da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte, o dr. Edmundo Varela” in: Jornal do Comércio, 23/09/1917, p.1.

[6] Nomeado em 05/06/1920, conforme O Paíz, 05/06/1920, p.4, já em 1922 se dizia no Diário de Noticias: ”O Sr. Ministro da viação baixou portarias, em data de ontem, exonerando,  a pedido, o engenheiro João de Sá e Benevides, do cargo de diretor da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte e nomeou, para esse cargo o engenheiro de 1 classe da Inspetoria Federal de Estradas, Getúlio Lins da Nóbrega” in:  Gazeta de Noticias, 14/01/1922, p.3.

[7] A noite, 24/04/1926, p.3

[8] “Natal, janeiro de 1930- O Sr. Alberto Candido Martins, chefe da divisão da Estrada de Ferro S. Luiz-Teresina, foi nomeado pelo Sr. ministro da viação para exercer o cargo, em comissão, de diretor da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte” (o paíz, 23/02/1930,p.10).

[9]  ”Na pasta da viação. Exonerando, a pedido, o engenheiro da Inspetoria Federal das Estradas, Frederico d’Ávila Bittencourt Melo, do cargo, em comissão, de diretor da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte” in: A Batalha, 26/07/1932, p.4.

[10]“nomeando, em comissão, para diretor da referida Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte, o engenheiro da mencionada inspetoria, Norberto da Silva Paes” in: A Batalha, 26/07/1932, p.4.

 “Natal, 29- causou grande constrangimento nos meios ferroviários, a remoção para o Maranhão, do engenheiro Norberto Paes, diretor da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte” (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 30/11/1933, p.12).

[11] “Assumiu as funções de diretor da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte, o engenheiro Heitor Teixeira Brandão” (DIÁRIO DE PERMANBUCO, 05/01/1934, p.4).

[12] “Em vista das solicitações feitas pela Associação Comercial de Natal, ao Dr. Eduardo Rios Filho, diretor da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte com o fim especial de atender ao comércio desta praça [...]” (DIÁRIO DE PERMABUCO, 05/12/1934, p.8).

[13] “oficio do Sr. José Soares Espinheira, diretor da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte. Fazendo uma comunicação.Responda-se e arquive-se”. (A ORDEM, 04/11/1940, p.4).

[14] ”[...] nomeando Armilo Rodrigues Monteiro, engenheiro, classe I para exercer interinamente, como substituto, o cargo de diretor da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte” (O JORNAL, 30/08/1941, p.6).

[15] “o presidente da República assinou decreto exonerando do cargo, em comissão, de diretor da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte, o engenheiro Álvaro da Cunha e Melo e nomeando o engenheiro Hélio Lobo, para substituí-lo” (A MANHÃ, 04/05/1947, p.8).

[16] “assumiu seu cargo o novo diretor da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte, engenheiro Hélio Lobo” (A NOITE, 09/06/1947, p.24).

[17] Citado em Correio paulistano, 28/03/1951, p.3. Nomeado em 28/03/1951.

[18] A Ordem, 06/04/1951, p.4.

[19]  “assumiu a direção da Sampaio Correia, na qualidade de diretor substituto, o engenheiro Moacir Maia, tendo o ato de transmissão se revestido de simplicidade com a presença de todos os chefes de serviços, auxiliares e operários” (O POTI,11/01/1955,p.8).

[20] “foi assinado o decreto exonerando o engenheiro João Galvão de Medeiros, do cargo de Diretor da Estrada de Ferro Sampaio Correia no Rio Grande do Norte, e nomeando para subistitui-lo o engenheiro Edilson Medeiros da Fonseca” (O Poti, 19/01/1955, p.1). o referido engenheiro foi nomeado em 18/01/1955.

[21] Tomou posse no cargo em 28/02/1956, in: O Poti, 29/02/1956, p.8.

[22] “Como já é do conhecimento público, em solenidade presidida pelo engenheiro Lauritson Pessoa Monteiro, presidente da Rede Ferroviária do Nordeste S.A., assumiu ontem, as funções de Delegado  dessa Rede Junto a Estrada de Ferro Sampaio Correia, o Dr. José Manoel Wanderley Filho”. (O POTI, 10/01/1958, p.8). A nomeação de um engenheiro agrônomo e não civil causou estranheza ao Clube de Engenharia.

[23] O engenheiro José Bittencourt fez a transição de diretor para delegado na administração da Estrada de Ferro Sampaio Correia com a incorporação a Rede Ferroviária do Nordeste a partir de 1958, doravante os sucessores seriam nomeados delegados regionais da RFN em Natal.

[24] “Assumiu, ontem, o novo delegado da Rede Ferroviária do Nordeste, em Natal, o engenheiro Hebert Maranhão [...]” (DIÁRIO DE NATAL, 07/02/1963, p.8). Convidado assumir a Estrada de Ferro Leopoldina, no  Rio de Janeiro,  em 1963, foi preso nos desdobramentos da Intervenção Militar de 1964 conforme O POTI, 03/05/1964, p.5.

[25] Substituto de Heber Maranhão também foi preso em Natal nos desdobramentos da Intervenção Militar de 1964. Citado em O Poti, 03/05/1964, p.5.

[26] Nomeado em 01/04/1964.