Acidentes na estrada de ferro Natal Nova Cruz
A seguir alguns acidentes que ocorreram na estrada de Ferro Natal-Nova Cruz-RN, é obvio que não ocorreram só estes, mas dado a limitação da pesquisa e pela fato de não carecer de mencionar todos elegemos estes por razões que se segue.O primeiro acidente relatado foi o mais antigo encontrado em nossas pesquisas ocorreu em 1893.Os outros sinistros tem sua relevância por citarem estações como a de São José de Mipibu, a Penha, atual Canguaretama, a estação de Estiva, o desvio Pituaçu e Bélem, estes dois desvio eram desvios particulares de engenhos e usinas da região em que o trem ia lá para transportar cana.Segue o relato dos sinistros.
Da memória ferroviária da parada do Baldum da estrada de ferro Natal-Nova Cruz tem-se o sinistro ferroviário ocorrido naquela localidade em 22/01/1891.Segundo a matéria do jornal do Recife o trem regressava para Natal composto por 11 carro carregados de tijolos, caroços de algodão e outras mercadorias alem do pessoal indispensável a composição, sendo um maquinista, um foguista, condutor e dois guarda freios.O maquinista imprudentemente deu demasiada força a locomotiva de modo que ao chegar a declividade próximo a parada do Baldum, onde deveria-se diminuir a força, não foi possível, por que se tivesse dado contra vapor a locomotiva teria explodido. “o descarrilhamento deu-se de um modo horrível, ficando os trilhos arrancados, e entortados, sendo a machina e carros atirados a grande distancia”, em diligencia e informações colhidas resultou que “o sinistro não teve outra causa alem da imprudência do machinista pela força dada ao vapor e carreira vertiginosa em que vinha” que traduzindo para o português atual e compreensão dos distintos leitores pode se resumir que o descarrilhamento ocorreu por que o trem estava em alta velocidade.
O maquinista e o foguista foram encontrados sem vida no meio dos escombros, o condutor Virginio Garcia ( na matéria foi o único citado nominalmente) escapou com vida porem com sérias queimaduras por ter vindo próximo ao vapor que expelia a locomotiva.Os dois guarda freios pularam antes do descarrilamento e foram estes dois que prestaram socorro aos companheiros no desastre.Os mortos e feridos foram transportados para Nova Cruz num trem expresso que a companhia fez seguir para o lugar do sinistro (Jornal do Recife, 29/01/1891, p 2).
Entre o km 29 e 28 da ferrovia, na viagem do trem do horário
procedente da estação de Nova Cruz, no dia 21 de junho do ano passado [1893],
com destino a Natal, a locomotiva que conduzia o trem apanhou uma mulher e uma
criança e ambas contundiu gravemente, vindo a primeira a falecer, logo depois
de chegar ao hospital de caridade, para onde foi conduzida (Relatórios dos Presidentes dos Estados Brasileiros, 1894, p.
3).
No dia 09/03/1894, em
São José, onde achava o corpo do soldado José Alexandre do Carmo “dirigindo ao
rio para banhar-se com outros companheiros e querendo atravessar o leito da
estrada quando muito próximo vinha o trem, sucedeu ser apanhado pela locomotiva
e morreu instantaneamente” (Relatórios dos Presidentes dos Estados Brasileiros,
1894, p.4).
no dia 09/06/1894 o trem do horário da ferrovia, de viagem
para Natal procedente de Nova Cruz ao descer a ladeira do Pium, no km 30,
descarrilou, resultando do
descarrilamento ficaram diversas pessoas ferida.A causa do acidente foi
atribuída a grande velocidade me que estava o trem e pela imperícia ou
imprudência do maquinista Olímpio Alves
de Melo que foi imediatamente preso (Relatórios dos Presidentes dos Estados
Brasileiros, 1895, p 13).
No dia
19/10/1901 outro acidente ocorreu na estrada de Ferro Natal-nova Cruz.Desta vez
o sinistro ocorreu na estação da Penha, atual Canguaretama-RN.O acidente se deu
devido a uma manobra no desvio da estação da Penha num trem especial de cargas
que resultou no esmagamento da perna do guarda freios de nome José Pequeno, que
“dali foi imediatamente transportado
para esta capital [Natal] em trem especial, e recolhido ao Hospital de
Caridade, a fim de ser tratado naquele estabelecimento”.Das informações
apuradas do acidente constou-se que o acidentado ao tentar passar de um carro
para o outro com um “amarrado de canas” se desequilibrou vindo a cair entre os
dois carros que resultou no desastre causado pela imprudência da própria
vitima.Na mesma ferrovia no dia 26/10/1901 um trem que fora buscar carro vazios
no desvio do Engenho Pituaçu para carregá-los de cana em Estiva e Belém, “ao
chegar entre o km 68 e 69 no começo da ladeira de Goianinha, o brequista
Francisco Firmino, no momento de arrochar o breque, este largou a roda,
acontecendo de cair na linha o referido brequista, por cima do qual passou
imediatamente um carro vazio que esmagou esse infeliz em consequência do que
faleceu no mesmo dia” (Relatórios dos Presidentes dos Estados Brasileiros, 1901, p.14).
A imagem a baixo não tem qualquer relação com os acidentes citados a cima, é puramente ilustrativa.Foi publicada no Almanaque Tico Tico.
Fontes:
Relatórios dos Presidentes dos Estados Brasileiros,1894,1895,1901, Jornal do Recife, 29/01/1891 e Almanaque Tico Tico,1918.
Relatórios dos Presidentes dos Estados Brasileiros,1894,1895,1901, Jornal do Recife, 29/01/1891 e Almanaque Tico Tico,1918.
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