Esse ramal foi planejado como
linha de penetração na zona flagelada pela seca no nordeste o qual deveria ligar
a região dos brejos da Paraíba ao sertão deste estado e também do Rio Grande do
Norte.Partindo de Guarabira ( a época conhecida ainda por Independência) deveria
alcançar a cidade de Picuí já na divisa com o Rio Grande do Norte.
Era considerada por isto como obra complementar das que
foram previstas no art.1º lei nº 3.965, de
25 dezembro de 1919.A construção desse ramal foi conforme aviso nº 475 de 10 agosto de 1920 submetida a
Inspetoria Federal das Obras Contra as Secas-IFOCS, atual DNOCS.
A
construção do ramal
De acordo com o Relatório do Ministério de Viação e Obras
Públicas em 1921 a IFOCS mandou proceder aos estudos para modificar o traçado
no último trecho em que se tinha de realizar a escalada da serra da Borborema,
pelo norte da Paraiba,e penetrar no vale do rio Curimataú e na região das minas
de Picui.
Para resolver sobre o melhor traçado nas proximidades da
cidade de Bananeiras, teve-se de fixar uma variante que, partindo de um ponto convenientemente
escolhido no antigo traçado, se aproximasse,tanto quanto possível, daquela
cidade, aproveitando a maioria das obras de arte que já haviam sido construídas e do movimento de
terra.
A linha projetada tinha um total de 7.730 metros em
desenvolvimento naquele ano de 1921, dos quais mais de 48% em curvas circulares
de 120m de raio, combinada com rampas máximas de 2%, havendo entre curvas de
raio mínimo consecutivas tangentes de sentidos opostos inferiores a 27 metros.
De acordo com o projeto,
em 18/11/1920 a locação estava sendo executada.Foram aprovados em 10/05/1921 os estudos de uma sub-variante,
que permitiu localizar a estação de Bananeiras num ponto mais aproximado da
cidade, desaparecendo os embaraços que desde junho de 1920 vinham dificultando
o prosseguimento dos serviços.
A construção da estação de Bananeiras já estava em adiantada
construção, toda projetada com suas dependências, em meia encosta, de sorte
que, para completar a sua esplanada, foi preciso suprir a falta de terras com a
abertura de um empréstimo. Isto foi necessário para aumentar a extensão da
esplanada e melhorar o traçado,
substituindo a curva projetada (de 11º 30’) de acesso para a estação, por outra
de raio mais elevado, de cerca de 110 metros.O projeto e orçamento, no valor de
136:872$, da estação de Bananeiras e suas dependências, fora aprovados pelo
decreto mº 14.992, de 12 de setembro de 1921.
Para o acabamento integral da estação de Manitu faltava a
instalação de dois aparelhos de mudança de via e a cobertura da plataforma. (RMVOP,
1921, p.300).
A perfuração do túnel sob a garganta da serra da Viração só foi
atacada em novembro de 1921, tendo sido lenta e laboriosa, devido a
circunstância de ter sido encontrado rocha viva de extrema dureza e terra em
uma mesma seção transversal da galeria de avanço do túnel.A rocha atingiu a
meia altura da seção, enquanto que a terra fechou a parte mais elevada.
A medição dos trabalhos deste ramal foram realizados pela
GWBR tendo sido por ela abandonados por inexecução de contrato.
No final de dezembro de 1921 a extensão total da linha
assentada elevara-se a 9.580m, dos quais 8.520m assentados durante aquele ano
de 1921.
De acordo com o citado relatório, a região era muito
cultivada, sendo quase totalmente desprovida de matas grossas, donde a
dificuldade de obtenção de dormentes, os quais 40% foram adquiridos na zona da
caatinga e no litoral do Estado paraibano.
Toda a terraplenagem já se achava quase toda concluída,
ascendendo a um total de 110.996,34m³ o volume integral escavado durante o ano
de 1921.
Em junho e outubro de 1921, respectivamente, foram iniciadas
as construções de Manitu e Bananeiras, esta com o seu armazém isolado para
carga.O assentamento dos trilhos em Bananeiras foi intensificado somente em
junho de 1921 quando as condições locais permitiram a realização dos trabalhos pelas
turmas de cassacos.
A comissão
construtora da Estrada de Ferro Guarabira a Picui também procedeu aos estudos
de uma estrada carroçavel ligando a cidade de Bananeiras aos povoados de
Borborema e Pirpirituba, com a extensão total de 24 km, e os de uma outra
ligando a estação de Manitu ao povoado de Pilões, com a extensão total de 2,3
km.
(RMVOP, 1921, p.441-442).
A
linha telegráfica
A medida que prosseguiam os trabalhos de assentamento da
linha, foram sucessivamente instalados e desenvolvidos os serviços de
construção da linha telegráfica, os quais, em dezembro de 1920, já estavam
próximos da conclusão.Foram estendidos 10.000m de fios simples e empregados 110
postes de trilhos velhos. (RMVOP, 1921, p.301).
A baixo imagens da construção da Estrada de Ferro de Guarabira a Picui publicada pela revista Ilustração Brasileira em 1922.
Estação de Manitu |
Pontilhão no riacho Camucá |
Obras de construção da Estrada de Ferro de Guarabira a Picui |
Aspectos de Bananeiras em 1922. |
Boca do túnel na serra da Viração. |
Estação de Bananeiras |
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