terça-feira, 9 de dezembro de 2025

IMAGENS RARÍSSIMAS DE BAIXA VERDE


     Uma verdadeira relíquia encontramos que remete a história de Baixa Verde, atualmente João Câmara.
      Trata-se de duas imagens encontradas na revista Selecta .que retratam um aspecto da feira de Baixa Verde em 1916 e na outra imagem mostrando o engenheiro Antônio Proença (a direita sentado) no mesmo ano em companhia do potiguar Fernando Pedrosa (a esquerda), em algum lugar da Serra Verde examinando plantações de algodão. 
       Aquela época a chapada da Serra Verde, situada entre os municípios de Taipu, Angicos, Lajes, Touros e Macau, descontava como uma das mais promissoras regiões para plantações de algodão no Estado.
       Quanto a feira de Baixa Verde é desconhecida sua iniciação, porém, consta na lei orçamentária do município de Taipu em 1907 a despesa com a latada destinada a feira da povoação de Baixa Verde, sendo até o momento o registro mais antigo de sua existência.


Imagem colorizada por meio de tratamento digital de Inteligência Artificial.

Imagem restaurada por meio de tratamento digital de Inteligência Artificial.


Imagem colorizada por meio de tratamento digital de Inteligência Artificial 

Imagem original. Revista Selecta, 1916, p.31.

Imagem original.Revista Selecta, 1916, p.30.

 

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

SOBRE AS ESCAVAÇÕES EM VILA FLOR EM 1987


Em 29/11/1987 o jornal O Poti apresentou uma reportagem de Margareth Martins e fotos de Jorge Filho sobre as escavações que estavam acontecendo na cidade histórica de Vila Flor.

As imagens da referida reportagem ilustrava as escavações arqueológicas da praça da cidade que segundo a referida rerporter serviria para reconstituir o conjunto formado pela Casa de Câmara e Ifreja de Nossa Senhora do Desterro, do Covento da Ordem dos Camelitas, o qual era constituido da sede principal e mais uma escolam e hospital, datados dos séculos XVII e XVIII.

Os trabalhos de escavações foram iniciados em agosto de 1987, através de um convênio entre a Fundação Pró-Memória e a Universidade FEderal do Rio Grande do Norte-UFRN, e deveriam ser concluidos até março

de 1988.

Segundo a matéria apesar das escavações ainda estarem em fase inicial, já haviam sido descobertos detalhes, que poderiam reconstituir o conjunto arquitetônico, como por exemplo, a existência de uma rua entre o Cruzeiro e a fileira de casas atuais da cidade, onde há cerca  de 200 anos deveria haver um arruamento nativo.

Descobriu-se também que na base do Cruzeiro, existiu, provavelmente, um Capela primitiva em formato retangular, utilizada pelos Carmelitas antes da construção da Igreja de Nossa Senhora do Desterro, que fora restaurada no inicio da década de 1980 e tombada pelo IPHAN.

Segundo previsões da arqueóloga responsável pelo projeto, Gabriela Souto Maior, havia a perspectiva de se encontrar os restos dso alicerces do pelourinho, e de um arruamento situado em frente a igreja.

O documento histórico-arqueóogico, em elaboração pela equipe de Gabriela Souto Maior, era praticamente o primeiro realizado sobre a Missão Carmelita de Vila Flor.

Outro trabalho semelhante vinha sendo realizado no Vale do São Francisco, na área que seria inundada pela construção da Usina Hidrelétrica de Sobradinho onde outrora existiam 11 Missões Carmelitas.

Todo o material recolhido em Vila Flor, como restos de pequenos ossos, cacos de cerâmica, provavelmente de origem portuguesa, areia, pedras e acahdos diversos, estavam sendo acondicionados em sacos plásticos, marcados e guardados no térreo da Casa de Câmara, prédio também tombado pelo IPHAN.

Os arqueólogos deveriam dar maior intensidade ao trabalho de escavações entre janeiro e fevereiro de 1988, a fim de permitir a conclusão do mapeamento, que serviria de parâmetro para a reconstituição do conjunto arquitetônico a partir daquele ano de 1988.

A equipe era por cinco professores, todos arqueólogos, dois com doutorado, dois com mestrado e um em fase de pós-gradução.

O trabalho vinha sendo apoio direto da terceira regional da Fundação Pró-Memória, com sede em Fortaleza-CE e dirigida a época por Domingos Cruz Linheiros.

O grupo de arqueólogos apresentaria os estudos preliminares no auditório da Fundação José Augusto em Natal, no dia 01/12/1987.[ Fonte: O Poti,29/11/1987,p.11.

Passados 38 anos as perguntas que se fazem é:  a que conclusões chegou essa equipe de arqueólogos?; o que foi feito desse material que foi coletado nas escavações supramencionada? Que destino teve esse material? 

Recentemente nas ruínas da igreja de Estremoz do mesmo periodo da igreja de Vila Flor deu-se inicio escavações idênticas pela mesma UFRN.O questionamento que se faz é será que teremos o mesmo destino ignorado dos materiais coletados como se procedeu em Vila Flor que ninguém sabe o paradeiro dos materiais de valor histórico para a cidade.













sábado, 1 de novembro de 2025

SOBRE O ENSINO PÚBLICO E PARTICULAR EM TAIPU EM 1943

 

O ensino primário de Taipu estava sendo ministrado no ano de 1940 em seis escolas estaduais e quatro particulares, sendo três subvencionadas pelo governo do Estado.

As primeiras eram as Escolas Reunidas Joaquim Nabuco, na cidade, e as escolas isoladas que funcionavam nos povoados dos Barreto[1], Gameleira e Poço Branco[2] e nos lugares Belo Horizonte[3] e Pitombeira; as particulares subvencionadas estavam situadas nas fazendas Inhandú[4] e Riacho Fechado[5], e a particular não subvencionada, na cidade.

No ano de 1940, quando funcionou a mais uma escola  estadual, a matricula geral foi de 583 alunos, figurando o sexo masculino com 255 e o feminino com 328; as frequências medias foram de 397, 173 e 224, respetivamente.

As aprovações chegaram a 99 homens e 135 mulheres (234), cabendo as conclusões de curso, no total de 56, a 17 homens e 39 mulheres.

Não havia, em Taipú, outra espécie de ensino além do primário elementar e a prefeitura do município não mantinha, nem subvencionava, qualquer outra escola.


 

Fonte: Câmara, Anfilóquio. Cenários Municipais (1941-1942).Natal: Oficinas do D.E.I.P, 1943, p.394-395.



[1] Atual cidade de Bento Fernandes.

[2] Atual cidade de mesmo nome.

[3] Atualmente distrito do municipio de Bento Fernandes.

[4] Atualmente no municipio de Poço Branco.

[5] Atualmente no municipio de Bento Fernandes.

SOBRE A ESCOLA RUDIMENTAR DE PITOMBEIRA


A Escola Rudimentar de Pitombeira, criada em 1922, representou um marco importante na expansão do ensino primário no interior do Rio Grande do Norte. Inserida no contexto das políticas educacionais da Primeira República, sua fundação teve como objetivo atender às populações rurais afastadas dos centros urbanos, onde o acesso à instrução pública ainda era escasso.

Localizada no Engenho Pitombeira, no município de Taipu, a escola surgiu como resultado do esforço de autoridades locais e do governo estadual em ampliar a alfabetização e formar cidadãos aptos às demandas sociais e econômicas da época.

A criação da Escola Rudimentar de Pitombeira refletia o ideal de “civilização pelo ensino”, defendido pelas elites republicanas potiguares, que viam na educação um meio de integração nacional e de progresso moral. Seu funcionamento, ao longo das décadas seguintes, acompanhou as transformações do sistema escolar, sendo gradualmente incorporada à rede de ensino primário oficial com a introdução dos grupos escolares e, mais tarde, das escolas isoladas rurais.

A Escola Rudimentar de Pitombeira foi criada pelo  decreto nº 170, de 18 de maio de 1922

         Essa escola seria provida nos termos do art. 70, paragrafo 2º da Lei de Ensino então vigente, podendo igualmente ser nomeado, provisoriamente, para regê-la, professors diplomados, os quais receberiam em tal caso uma gratificação correspondente aos vencimentos dos professors de grupos escolares de 3ª classe, ou de escolas isoladas.[1]

         Pelo decreto nº 158, de 13 de junho de 1936 a escola isolada do Umari foi transferida para Pitombeira[2], indicando que até aquele ano a escola da Pitombeira não estava funcionando.

O modelo de “escola rudimentar” era simples: funcionava em prédios modestos, muitas vezes adaptados de casas particulares, e oferecia um currículo elementar voltado à leitura, escrita, cálculo e noções de civismo.

As professoras

O corpo docente geralmente era composto por um único professor, que ensinava todas as disciplinas a alunos de idades e níveis diferentes. As condições materiais eram limitadas — carteiras de madeira, lousa, alguns livros didáticos e o quadro de frequência. Mesmo assim, a escola desempenhava papel central na vida comunitária: além de educar, servia como espaço de reuniões, celebrações cívicas e ponto de referência cultural para os moradores.

         Em 21/01/1939 foi nomeado em carater efetivo a professor Elita Elina da Costa para escola isolada de Pitombeira.[3]

         A referida professora foi removida desta escola para a escola isolada de Morrinhos, em Papari, a 25/01/1940.[4]

Maria de Lourdes Reis de Oliveira foi nomeado efetivamente para reger a escola isolada de Pitombeira.[5]

         Francisca de Sá Bezerra, professora de 4ª classe, exercia o magistério na escola isolada de Pitombeira entre 1943 e 1945, quando Foi removida , a pedido, da escolas isolada de Pitombeira para o Grupo Escolar Presidente Roosevelt da povoação de Parnamirim.[6]

         Maria Oneida Rocha foi contratada para reger interinamente, como subsituta,  a Escola Isolada de Pitombeira, durante o impedimento da professora titular Francisca de Sá Bezerra.[7]

Importância da Escola Rudimentar de Pitombeira

Assim, a escola de Pitombeira de 1922 simboliza a fase pioneira da escolarização pública em áreas rurais do Rio Grande do Norte — um esforço modesto, mas decisivo, para inserir a educação no cotidiano de comunidades antes excluídas do projeto educacional republicano.

Apesar de não existir mais a Escola Rudimentar de Pitombeira simboliza um importante marco histórico do municipio de Taipu.


Aspectos da fazenda Pitombeira, antigo engenho de mesmo nome em Taipu




[1] Atos Legislativos e Decretos do Governo do Estado do Rio Grande do Norte,1922,p.437.

[2] Atos Legislativos e Decretos do Governo do Estado do Rio Grande do Norte,1936,p.517.

[3] A Ordem,21/01/1939,p.4.

[4] A Ordem,25/01/1940,p.4.

[5] A Ordem,26/09/1940,p.2

[6] A Ordem,04/08/1945,p.2

[7] A Ordem,25/02/1944,p.3.

sexta-feira, 31 de outubro de 2025

CONTRIBUIÇÕES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO MUNICIPIO PEDRO AVELINO

 

A escola primária masculina de Gaspar Lopes

         Segundo o relatório do governo do Estado de 1896 já existia naquele ano uma escola de instrução primária para o sexo masculino no arraial de Gaspar Lopes, a qual era mantida pela prefeitura do municipio de Angicos.[1]

         Já o relatório de 1900 indicava que o professor Francisco Januário Xavier de Menezes havia sido nomeado para a referida escola em 15/02/1896.

         Na quele ano de 1900 haviam sido matriculados 22 alunos sendo a frequencia de 18 alunos.[2]

         O relatório de 1905 indicava Gaspar Lopes já com a denomianção de povoação, indicando que já havia ali um lampejo de desenvolvimento.[3]

As Escolas Reunidas da povoação de Epitácio Pessoa

A década de 1930 marcou um período de reorganização do ensino público no Rio Grande do Norte, inserido nas políticas educacionais do governo estadual e nas diretrizes nacionais que buscavam modernizar a instrução primária.

Foi nesse contexto que, em 1934, surgiu em Pedro Avelino a instituição conhecida como Escolas Reunidas de Pedro Avelino, símbolo de avanço educacional e de centralização administrativa do ensino no interior potiguar.

A criação das Escolas Reunidas representou a transição entre o modelo das antigas escolas isoladas — unidades autônomas com um único professor — e o sistema mais estruturado dos grupos escolares.

As Escolas Reunidas , como o nome indica reuniam diferentes turmas sob uma mesma direção, com professores especializados e instalações comuns, visava racionalizar recursos e elevar o padrão pedagógico.

O decreto nº 724, de 04 de outubro de 1934 criou as Escolas Reunidas da povoação de Epitácio Pessoa, no muicipio de Angicos.

         De acordo com o art.1º do reeferido decreto:

         “São criadas na povoação de Epitácio Pessoa, do municipio de Angicos, duas escolas reunidas, as quais funcionarão no prédio ali construido pela Prefeitura de cooperação com o Governo do Estado”.[4]

O diretor feral do Ensino firmou acordo com a prefeitura de Angicos para a construção de um prédio destinado a Escolas Reunidas da povoação de Epitácio Pessoa, tendo já escolhido em abril de 1934 o local e aprovado a respectiva planta.[6]

         Em 27/04/1934 já se achava no local escolhido para a construção da referida escola o material necessário aos trabalhos tendo por isso o prefeito de Angicos ordenado o inicio da construção, de conformidade com o projeto apresentado.[7]

O prédio das Escolas Reunidas foi inaugurado com solenidade em 12/10/1934, reunindo autoridades locais, professores e moradores.


Escolas Reunidas de Epitácio Pessoa colorizada por Inteligência Artificial.

Escolas Reunidas de Epitácio Pessoa

Escolas Reunidas de Epitácio Pessoa. A Noite,19/01/1935,p.23.

Erguido em alvenaria simples, mas sólida, destacava-se na paisagem urbana de Pedro Avelino.

Suas salas amplas, janelas altas e pátio interno permitiam ventilação e luminosidade, elementos valorizados nas construções escolares da época. O mobiliário — carteiras duplas, quadros-negros e armários de madeira — seguia o padrão adotado pela Inspetoria Geral do Ensino.

A instituição abrigava tanto o curso elementar quanto o complementar, com meninos e meninas em classes separadas, refletindo os costumes educacionais do período. O currículo seguia as orientações da Secretaria de Educação do Estado, priorizando leitura, escrita, cálculo, história pátria, geografia, instrução moral e cívica, além de noções de higiene e trabalhos manuais.

Os professoras

Entre os primeiros educadores que atuaram nas Escolas Reunidas destacam-se mestres formados nas Escolas Normais de Natal, comprometidos com os ideais republicanos de civilização e progresso. Suas práticas combinavam disciplina rigorosa e métodos intuitivos, que buscavam estimular a observação e o raciocínio das crianças.

         Por ato do interventor federal no Rio Grande do Norte foi nomeada efetivamente para as Escolas Reunidas de Epitácio Pessoa, a professora Joanita Costa, diplomada pela Escola Normal do Estado.[8]

Em 20/07/1937 foi nomeada efetivamente a professora de 3ª classe Nair Trindade de Moraes, para as Escolas Reunidas de Epitácio Pessoa.[9]

         Em 27/07/1937 estava servindo interinamente nas Escolas Reunidas de Epitácio Pessoa a professora Josfa Sampaio Marinho.[10]

         Em 08/03/1938 foi designada a professora Josefa Sampaio Marinho que se achava em exercicio nas Escolas Reunidas de Epitácio Pessoa para substituir a professora Maria Plácida Fragoso, da mesma escola que se achava licenciada.[11]

O decreto assinada pelo interventor Mário Câmara atendia ao que havia representado o Diretor Geral do Departamento de Educação,Antonio José de Melo e Souza, no sentido de serem criadas duas escolas reunidas na povoação de Epitácio Pessoa, onde existia um edifício construído pela prefeitura de Angicos em cooperação com o Governo do Estado de acordo com o projeto fornecido pela Diretoria do referido departamento.

         O decreto nº 1.104, de 15 de outubro de 1942 deu a denominação de Professor Abel Furtado as Escolas Reunidas da vila de Epitácio Pessoa, do municipio de Angicos.[5]

O papel das Escolas Reunidas ultrapassava o campo do ensino. O prédio tornou-se centro de sociabilidade local, acolhendo festividades cívicas, solenidades religiosas e encontros comunitários. Datas como o 7 de Setembro e o Dia da Bandeira eram celebradas com desfiles, declamações e apresentações musicais, reforçando o sentimento de pertencimento nacional.

Com o passar dos anos, a instituição formou gerações que viriam a ocupar funções de destaque no município, consolidando-se como referência de educação pública no sertão.

Na década de 1950, acompanhando o crescimento populacional e as novas diretrizes da administração estadual, as Escolas Reunidas dariam origem ao Grupo Escolar de Pedro Avelino, marco da escolarização moderna no município.

Assim, a criação das Escolas Reunidas de Pedro Avelino em 1934 simboliza um momento de transição e esperança. Representou o esforço do Estado e da comunidade em construir um espaço permanente de instrução e cidadania, que projetaria o nome da cidade no mapa educacional do Rio Grande do Norte.

        

 



[1] Relatorio do Governo do Estado do Rio Grande do Norte,1896,p.90

[2] Relatorio do Governo do Estado do Rio Grande do Norte,1900,p.143.

[3] Relatorio do Governo do Estado do Rio Grande do Norte,1905,p.95

[4] Decretos do Governo do Estado do Rio Grande do Norte,1934,p.123

[5] Decretos do Governo do Estado do Rio Grande do Norte,1942,p.289

[6] Diario de Pernambuco, 16/04/1934,p.2

[7] Diario de Pernambuco, 27/04/1934,p.3

[8] Diário da Manhã,14/02/1935,p.5

[9] A Ordem,20/07/1937,p.2

[10] A Ordem,27/07/1937,p.1

[11] A Ordem,08/03/1938,p.1