Parazinho surgiu numa
região de difícil acesso a água potável, essencial em qualquer aglomerado
humano para a sua sobrevivência.
A região no entanto, era propicia a plantação
da cultura do algodão. Para resolver o problema do acesso a água o Governo
Federal por meio da Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas-IFOCS (atual
DNOCS), perfurou vários poços na região mais assolada pelas secas, muitos na
região que atualmente compreende o território do município de Parazinho.
Pertencente inicialmente ao municipio
de Taipu, passou a jurisdição de Baixa Verde a partir de 1928 com a criação
dste municipio.
O relatório do prefeito João Câmara de Baixa Verde em 1930 apontou que
na povoação de Parazinho havia um poço movido por um motor a gás pobre, que
apesar de ser propriedade particular, muito vinha concorrendo para o desenvolvimento
agrícola da Região [1]
A região de Parazinho tinha escassez de
água potável necessária a fixação do povo que já habitava aquelas terras onde
se plantava algodão. Foi a construção do poço “Quixabeira”, no povoado de
Parazinho que permitiu o acesso ao precioso liquido naquela região.
O poço tubular foi construído pela
Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas-IFOCS (atual DNOCS) constando de um
catavento, reservatório em alvenaria e cimento armado, com capacidade para
80.000 litros e um chafariz.[2]
Segundo o citado jornal, Parazinho era um dos maiores centros produtores da Serra Verde, tendo o povoado se formado depois da construção do poço e já em 1935 possuía mercado público e boa feira aos domingos.
Poço Quixabeira em Parazinho
Fonte: A Noite.Suplemento: seção de rotogravuras, 1935.
O mesmo poço em imagem colorizada por IA.Colorização: João Santos, 2025.
Em
1937 engenheiro Francisco Ramalho, fiscal do Serviço de Poços, deu conhecimento
ao Governo do Estado, que foi concluída a perfuração do poço “Parazinho”,
situado no povoado de mesmo nome, no município de Baixa Verde, tendo o referido
poço a profundidade de 86,40m, revestimento com tubos de 64,68m, nível estático
de 47,60m, vazão de 2.680 litros/h e qualidade de água calcária.[3].
Em
1942 a firma João Câmara & Irmãos requereu a Inspetoria de Obras Contra as
Secas a perfuração de poços tubulares pelo regime de cooperação em propriedades
situadas no município de Baixa Verde.
Foram aprovados os orçamentos para a perfuração de poços em Parazinho, Três Irmãos, Viração, São Geraldo, Pereiras e Cabeço Vermelho.[4]
A perfuração de poços tubulares na região começou a ganhar força sobretudo no século XX, quando órgãos estaduais e federais, como o DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), passaram a investir em tecnologias para minimizar os efeitos da seca.
Parazinho
foi uma das localidades existentes na região do Mato Grande beneficiada pela ação
da Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas-IFOCS em cooperação com o
Governo do Estado com perfuração de poços tubulares, os quais permitiu a fixação
da população e o combate à seca.
Importância social
Abastecimento
humano: em comunidades rurais isoladas, os poços tubulares muitas vezes eram a
única fonte de água potável, reduzindo a dependência de carros-pipa.
Fixação
no território: a disponibilidade de água ajudou a diminuir o êxodo rural,
permitindo que famílias permanecessem em suas terras mesmo nos períodos de
estiagem prolongada.
Uso
comunitário: vários poços eram de uso coletivo, equipados com bombas manuais ou
motobombas movidas a diesel, depois substituídas por sistemas elétricos e, mais
recentemente, por energia solar.
Situação atual
Ainda
hoje os poços tubulares continuam sendo uma das principais estratégias de
acesso à água na região.
Algumas
estruturas dos antigos poços da IFOCS ainda podem ser vistos na região do
municipio de Parazinho.Eles tem uma importância histórica e cultural importante
para a memória sociocultural daquela municipio.
Placa do poço Quixabeira com datação de 1934.Foto: Aldo Torquato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário