domingo, 21 de setembro de 2025

OS POÇOS DA IFOCS EM PEDRA GRANDE

 

         A zona agrícola e pastoril de Pedra Grande foi aos poucos sendo valorizada pelo surto do algodão na Serra Verde.

         Segundo o Diário de Pernambuco em 08/06/1938 foi inaugurado o poço público Pedra Grande, no municipio de Baixa Verde.

         A princípio a região pertenceu ao município de Touros, passando ao município de Baixa Verde  com a criação deste em 1928, onde Pedra Grande figurou como distrito até  1954 quando passou a jurisdição de São Bento do Norte com a criação deste, do qual fora desmembrado em 04/04/1963.

         Tradicionalmente, o abastecimento dependia de cacimbas, barreiros e pequenas fontes sazonais. Contudo, essas soluções eram frágeis diante das secas prolongadas que marcavam a vida no semiárido. Foi nesse contexto que, a partir da década de 1930, a IFOCS.

         Em Pedra Grande e demais localidades que atualmente integram o território desse municipio alguns poços foram perfurados na década de 1930 e ali contirbuiram para a fixação da população e o desenvolvimento da cultura algodoeira.

         Os primeiros poços tubulares em Pedra Grande surgiram como parte de uma política federal de combate à seca que buscava levar água potável às comunidades rurais e vilarejos mais isolados

         Ao tomar posse o novo prefeito de São Bento do Norte declarou que providenciaria, na medida do possível, a instalação de bombas compressoras para abastecimento d’água no interior do municipio, especialmente nas povoações de Pedra Grande e São Miguel.[1]

         Assim como nos demais locais um elemento marcante dos poços tubulares de Pedra Grande foi a instalação de cataventos metálicos para bombear a água. A escolha era lógica: a região, conhecida por seus ventos fortes e regulares, oferecia as condições ideais para esse tipo de tecnologia.

         As torres altas dos cataventos passaram a fazer parte da paisagem pedragrandense, funcionando como marcos visíveis a longas distâncias. O movimento constante das hélices simbolizava não apenas a modernização tecnológica, mas também a esperança de sobrevivência em meio às adversidades do clima.

         Os poços tornaram-se pontos de apoio para viajantes e tropeiros que circulavam entre Pedra Grande, São Miguel do Gostoso, Jandaíra e João Câmara, consolidando o município como parte de uma rede de abastecimento regional.

 



[1] O Poti, 03/02/1955, p.4.

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