segunda-feira, 7 de abril de 2014

Noticia pitoresca da política potiguar em Taipu


             A situação política no Rio Grande do Norte não andava nada boa pelos idos de 1934. Segundo o jornal Diario de Noticias,  do Rio de Janeiro, em  edição de 7 de dezembro de 1934 dizia que a policia havia pintado de pixe as casas dos adversários do interventor do estado do Rio Grande do Norte Mário Câmara em Taipu.
             Para melhor ter uma ideia de quem foi Mario Camara e como estava o Rio Grande do Norte na década de 1930 no que se refere a política eis um texto que garimpei e adaptei do jornal Tribuna do Norte:
Mário Leopoldo Pereira da Câmara (Natal, 3 de setembro de 1891 — Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 1967) foi um advogado e ministro brasileiro.Foi interventor federal no Rio Grande do Norte, de 2 de agosto de 1933 a 27 de outubro de 1935.Foi ministro da Fazenda, de 11 de outubro de 1955 a 31 de janeiro de 1956, nos governos Café Filho, Carlos Luz e Nereu Ramos.
            Mário Câmara havia sido designado para executar a missão de pacificar o Rio Grande do Norte, formando uma aliança com o Partido Popular, o mais forte do Estado.Entretanto, apesar de sua eficiência como administrador, Mário Câmara permitiu que crescesse o clima de agitação e de violência. João Medeiros Filho, traçando o seu perfil afirma: "Mário Câmara era um administrador honesto. Depois, foi envolvido pelos políticos profissionais, fincando alucinado pelo poder. Daí a violência que caracterizou o final do seu governo".Em vez de se unir às forças tradicionais, terminou fazendo uma aliança com Café Filho, com o fim de derrubar o Partido Popular.
          O Rio Grande do Norte viveu, então, um clima de agitação nunca antes experimentado em sua história, incluindo assassinatos, espancamentos etc.
Em síntese, como administrador, Mário Câmara fez várias obras (construir 43 prédios escolares, abriu estradas etc.), porém "com esse homem caiu sobre a terra potiguar a maldição terrível da desunião política, que fez desencadear a mais torpe campanha eleitoral de 1934",afirma Tarcísio Medeiros. Como uma conseqüência desse clima de agitação, se pode apontar a intentona comunista de 1935, assunto pra outra hora.
Voltado ao ocorrido em Taipu, dos males o menor, apesar da violência exercida por Mario Camara para se manter no poder em Taipu houve apenas esse ocorrido da pichação das casas de seus adversários políticos no município.Em outras cidades do RN  a situação foi bem mais traumática com mortes e perseguições.

Fonte: Jornal Diario de Noticias, 1934, p. 3

Jornal Tribuna do Norte, Natal, Cadernos especiais, História do Rio Grande do Norte fascículo 10

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