A situação política no Rio
Grande do Norte não andava nada boa pelos idos de 1934. Segundo o jornal Diario
de Noticias, do Rio de Janeiro, em edição de 7 de dezembro de 1934 dizia que a policia
havia pintado de pixe as casas dos adversários do interventor do estado do Rio Grande
do Norte Mário Câmara em Taipu.
Para melhor ter uma ideia de
quem foi Mario Camara e como estava o Rio Grande do Norte na década de 1930 no
que se refere a política eis um texto que garimpei e adaptei do jornal Tribuna
do Norte:
Mário Leopoldo Pereira da
Câmara (Natal, 3 de setembro de 1891 — Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 1967)
foi um advogado e ministro brasileiro.Foi interventor federal no Rio Grande do
Norte, de 2 de agosto de 1933 a 27 de outubro de 1935.Foi ministro da Fazenda,
de 11 de outubro de 1955 a 31 de janeiro de 1956, nos governos Café Filho,
Carlos Luz e Nereu Ramos.
Mário Câmara havia sido designado
para executar a missão de pacificar o Rio Grande do Norte, formando uma aliança
com o Partido Popular, o mais forte do Estado.Entretanto, apesar de sua
eficiência como administrador, Mário Câmara permitiu que crescesse o clima de
agitação e de violência. João Medeiros Filho, traçando o seu perfil afirma:
"Mário Câmara era um administrador honesto. Depois, foi envolvido pelos
políticos profissionais, fincando alucinado pelo poder. Daí a violência que
caracterizou o final do seu governo".Em vez de se unir às forças
tradicionais, terminou fazendo uma aliança com Café Filho, com o fim de derrubar
o Partido Popular.
O Rio Grande do Norte viveu, então, um clima de agitação nunca
antes experimentado em sua história, incluindo assassinatos, espancamentos etc.
Em síntese, como administrador, Mário Câmara fez várias obras
(construir 43 prédios escolares, abriu estradas etc.), porém "com esse
homem caiu sobre a terra potiguar a maldição terrível da desunião política, que
fez desencadear a mais torpe campanha eleitoral de 1934",afirma Tarcísio
Medeiros. Como uma conseqüência desse clima de
agitação, se pode apontar a intentona comunista de 1935, assunto pra outra
hora.
Voltado ao ocorrido em Taipu, dos males o menor,
apesar da violência exercida por Mario Camara para se manter no poder em Taipu
houve apenas esse ocorrido da pichação das casas de seus adversários políticos no
município.Em outras cidades do RN a
situação foi bem mais traumática com mortes e perseguições.
Fonte: Jornal Diario de
Noticias, 1934, p. 3
Jornal Tribuna do Norte,
Natal, Cadernos especiais, História do Rio Grande do Norte fascículo 10
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