quinta-feira, 2 de outubro de 2014

A INTERESSANTE HISTÓRIA DO MOTORISTA DE ÔNIBUS QUE DAVA AULAS INFORMAIS A UNIVERSITÁRIOS DA AVENIDA PAULISTA E QUE ERA NATURAL DE TAIPU-RN CHAMADO CICERO PEREIRA DA SILVA


          Quando a gente acha que não encontraria nada mais interessante pra publicar no blog eis que aparece uma história daquelas de arrepiar a coluna vertebral. Consultando a hemeroteca do jornal O Estado de S.Paulo, vulgo, Estadão me deparo com a história de Cicero Pereira da Silva, natural de Taipu-RN e motorista da viação Tupy, ônibus que fazia a linha aeroporto-Perdizes (linha 875m) na capital paulista. Da extensa matéria publicada no referido jornal extrai algumas considerações a cerca do personagem.Como tantos nordestinos, Cícero se mudou para São Paulo, na época da publicação da matéria (1998) já estava morando há 26 anos na metrópole paulistana.
         O mesmo andava o trajeto do ônibus, do inicio ao ponto final, ensinando aos passageiros, principalmente as crianças,s todos os osso do corpo humano.Ele era famoso por ensinar também sobre os mais diversos assuntos.
detalhe de Cicero Pereira ensinando no Ônibus em que era motorista na avenida Paulista, São Paulo-SP.

Print da matéria publicada sobre Cicero Pereira da Silva no jornal O Estado do São Paulo em 1998.


         Parar ao lado dele é sinônimo de aprendizado, dizia o texto da matéria ensinava a qualquer classe social e faixa etária, mas gostava mesmo de conviver com médicos, advogados e universitários.Chamado de doutor – “ um vulgo por que  eu não sou formado em nenhuma universidade”, dizia Cicero - ele se tornou um personagem  tão querido que a companhia, quando o escalava para outra linha, chegava a receber telefonemas de passageiros  que pediam a sua volta.
        O motorista-professor aprendeu tudo de forma autodidata. Teve de interromper os estudos poucos antes de prestar o vestibular para medicina. ”mas não ter ingressado em uma universidade não me desanimou e continuo estudando por conta própria”, dizia Cicero.Dono de uma capacidade para a retórica, ele não se contentava em guardar para si conhecimentos que adquiriu  a cada dia. “ tive muita sorte”, diz. “Não consegui diploma  mas nessa linha que passa pela Avenida Paulista,  pelo Mackenzie,  e  pela PUC, convivo com médicos, advogados e universitários”.
Os temas prediletos de Cicero eram a fauna e flora, mas em suas “aulas diárias”, a principal luta tem sido pelo uso correto da língua portuguesa, “outro dia aqui no ponto final, perguntei se alguém seria capaz de conjugar o presente do indicativo do verbo ter”, lembra. “ninguém conseguiu”.Depois de ficar calado disse: “que futuro terá uma pessoa que não consegue  conjugar um verbo simples como o ter?
         Apesar da fama nem todos viam Cicero com bons olhos, alguns passageiros achavam que ele estava bêbado, alguns companheiros de trabalho duvidavam de seu conhecimento, o habito fez a família se afastar, chegou a morar com uma irmão mas ela não aguentou seu costume de estudar até a madrugada.”eu ficava com a luz acesa até de madrugada, mas ela não gostava”, conta Cicero. “As vezes chego a dormir com os livros sobre a caixa toraxica”.Apesar de extremamente comunicativo não conseguiu se casar.Mas acho que viver enchendo a cabeça de informação é meu destino”, concluiu Cicero.
        Não conseguir apurar se o personagem desta história ainda está vivo e se ainda mora em São Paulo, no entanto, essa é uma daquelas histórias que merecem ser contadas dada sua importância para servir de exemplo aqueles que estão estudando, aqueles que são professores, médico, advogados etc.Seguir o exemplo de Cicero é essencial para que adquire o conhecimento, repassar aos outros, eis o exemplo de Cicero e de tantos outros professores anônimos espalhados pelo Brasil a fora.

        Agradeço caso alguém em Taipu saiba quem seja a família de Cicero Pereira da Silva.

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