sábado, 2 de outubro de 2021

A VIDA POLÍTICA E ADMINISTRATIVA DO MUNICÍPIO DE ESTREMOZ #1

 

“E pela hora do crepúsculo saudoso, como em profética visão, eu vi Estremoz renascer como Fênix, das suas cinzas, transformada no pomar festivo da cidade, no celeiro farto do povo, em estância preferida do verão”.

Dom José pereira Alves, 3º bispo de Natal.



De acordo com a sessão do parlamento brasileiro em 08/10/1827 a população da província do Rio Grande do Norte foi contabilizada em 48.917 habitantes. Naquela mesma sessão foi apresentado um requerimento para a criação de uma aldeia de índios tirados da vila de Estremoz. (ANAIS DO PARLAMENTO BRASILEIRO, 1827, p.108). O referido decreto não fornecia maiores informações sobre o requerimento.

Em 16/12/1829 o jornal Diário de Pernambuco apresentou um anúncio de venda de propriedade em Estremoz, segundo o qual dizia:

         Vende-se 3 léguas de terra, no lugar do Cururu, Termo da Vila de Estremoz da Província do Rio Grande do Norte, muito fresca, e próprias para criar Gado, com todas as proporções para se dividirem em duas ótimas Fazendas; [tratar] na rua da Cruz nº 57,ou a Manoel José da Silva Braga, na Prensa do Algodão no Forte do Mato.(DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 16/12/1829, p.3.Grifo nosso).

         Na sessão do dia 28/07/1832 foi aprovada a proposta do Conselho Geral da Província do Rio Grande do Norte dividindo em duas a freguesia da vila de Estremoz (O TEMPO, 01/09/1832, p.4).

A Comissão de Instrução Pública da Assembleia Geral Legislativa aprovou em 07/08/1830 a proposta do Presidente da Província do Rio Grande do Norte a cerca da criação de escolas na província na qual se dizia em seu artigo 5º que haveria Escolas primárias na Povoação de São Gonçalo, na Vila de Estremoz, na Povoação de Touros, na Vila do Príncipe e na Povoação do Acari, dentre outras deliberações (DIARIO DA CAMARA DOS SENADORES DO IMPERIO DO BRASIL (RJ), 1830, p.2).

De acordo com o jornal A Verdade em 1834 a vila de Estremoz ainda carecia do Conselho de Jurados  (A VERDADE, 14/01/1834, p.2).

Em 31/03/1840 foi publicado o edital da presidência da província no qual se haveria de arrendar em hasta pública dois lotes de terras dos próprios nacionais, existentes no rio Ceará-Mirim do município da Vila de Estremoz, na qual compreendiam algumas baixas confrontando com as várzeas do rio. (O PUBLICADOR NATALENSE, 11/04/1840, p.2).

Segundo o relatório do presidente da província José Joaquim Soares da Câmara havia adquirido concessão pela lei provincial de 08de novembro de 1842 para construir uma ponte no rio Maxaranguape do município de Estremoz, porém ainda em 1843 o mesmo não havia feito a obra. (RELATÓRIO..., 1843, p.10).Em 1843  José Bento da Fonseca constava como professor primário em Estremoz (relatório, 1843,p.14

      De acordo com o jornal Diário do Rio de Janeiro não havia nada do que se queixar quanto a tranquilidade na província do Rio Grande do Norte, a não ser os desmandos do ex-diretor dos índios que quando ainda em exercício tentara perturbar a ordem em Muriú, distrito de Estremoz, mas que foi imediatamente chamado à orbita dos seus deveres por 20 praças que a presidência  fez marchar para aquele lugar. (DIÁRIO DO RIO DE JANEIRO, 05/10/1847, p.1).

      De acordo com o jornal O Nortista em Estremoz foi nomeado como subdelegado “uma das 1ª notabilidades daquele lugar o distinto Sr. de engenho e fazendeiro, Manoel Varela do Nascimento.(O NORTISTA, 19/10/1849, p.3). O mesmo viria a ser mais tarde o Barão do Ceará-Mirim.

Segundo o relatório de 1849 eram 1.6467 votantes e 31 eleitores (RELATÓRIO..., 1849, p.39).

       O mesmo jornal registrou que em Estremoz naquele mesmo ano foram qualificados 1.600 votantes e na igreja da vila se fez publicar a respectiva lista, mas no livro foi feito o lançamento com a exclusão de mais de 400 votantes e viciaram os nomes dos demais.

       Os Nortistas se apresentaram com energia na eleição exigindo que a mesa recebesse as listas dos qualificados. O presidente da província mandou para Estremoz uma força policial no dia da eleição para garantir a ordem do preito. (O NORTISTA, 08/08/1849, p.1). Segundo o relatório do presidente da província de 1849 havia cadeias arruinadissimas e poucos seguras nas vilas de Estremoz, Vila Flor, Príncipe, Acari e Portalegre.

Eis os eleitores da freguesia de Estremoz em 1849

Nº de ordem

Eleitor

1

Francisco de Souza Xavier.

 

2

Antonio Francisco Cabral de Macedo.

 

3

Jerônimo Cesar de Andrade

 

4

Lourenço José da Costa

5

Francisco Bernardo Gouveia

6

André de Paiva Ferreira e Albuquerque Junior

7

Inácio Tolentino de Paiva

8

Major Antonio Alexandrino de Paiva

9

Antonio Manoel de Medeiros

10

José Rodrigues da Silveira

11

Antonio de Barros Pereira

12

Manoel Teixeira da Silva

13

Francisco de Araújo Viana

14

Tem. Cel. Francisco Xavier de Souza Sobral

15

Joaquim de Medeiros Velho

16

Emidio Henrique de Paiva

17

Bento José Teixeira

18

Cel. André de Paiva Ferreira e Albuquerque

19

Joaquim José de Medeiros Velho

20

João Vimarano de Paiva

21

José Francisco Xavier de Souza

22

Francisco Xavier da Silva

23

José Francisco de Sá Bezerra

24

Francisco Xavier de Goes

25

Major Francisco Pereira de Brito

26

Joaquim José da Costa

27

Salvador de Araújo Correia

28

Serafim da Rocha Freire

29

João Vieira de Melo

30

José Lopes de Vasconcelos

31

Manoel José de Araújo

Fonte: o sulista, 15/09/1849, p.4

      Em 1850 haviam 63 meninos matriculados na escola primária de Estremoz, (RELATÓRIO..., 1850, p.28).

Antiga igreja e convento dos Jesuítas em Estremoz.



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