“E
pela hora do crepúsculo saudoso, como em profética visão, eu vi Estremoz
renascer como Fênix, das suas cinzas, transformada no pomar festivo da cidade,
no celeiro farto do povo, em estância preferida do verão”.
Dom José Pereira
Alves, 3º bispo de Natal.
A
Vila de Estremoz foi criada por Alvará de 06 de junho de 1755, tendo sido
instalada em 03 de maio de 1760.
A
transferência de sede para a povoação da Boca da Mata, com a denominação de
Ceará-Mirim, ocorreu pela lei provincial nº 321 de 18 de agosto de 1855, sendo
essa lei revogada pela de nº 345 de 04 de setembro de 1856 e restabelecida a
lei nº 321 pela de nº 370 de 31 de julho de 1858 quando se deu nessa data a
instalação da nova sede municipal em Ceará-Mirim. Pela lei provincial nº 837 de
09 de julho de 1882 Ceará-Mirim foi alçada a categoria de cidade.
Enquanto
foi sede municipal a vila de Estremoz tinha por prédios públicos a Casa de
Câmara e Cadeia, o Pelourinho, a Igreja Matriz de São Miguel Arcanjo e Nossa
Senhoras dos Prazeres, ambos oragos da matriz e o Convento anexo a igreja, construído
pelos Jesuítas. No entorno da praça que havia entre a igreja e o cruzeiro
ladeavam as casas geminadas dos habitantes, a maioria simples, pois os
proprietários mais abastados residiam nas propriedades de suas fazendas e
engenhos ao longo do vale do Ceará-Mirim e Maxaranguape. Ao tempo em que figurou
como município Estremoz tinha por municípios limítrofes a Capital, Touros, São
Gonçalo e Macau.
De
03/05/1760 a 31/07/1858, ou seja, 98 anos o município de Estremoz teve uma vida
política e administrativa autônoma cuja sede era a vila que denominava o
município, a atual cidade de Estremoz, na região metropolitana de Natal.
Esse
período de tempo é pouco conhecido da história de Estremoz, por isso eis o
escopo desse trabalho que é o de trazer a luz memória esquecida da vida
política e administrativa do município de Estremoz quando sua sede figurava na
Vila, assim como o período em que figurou como distrito de Ceará-Mirim, apagada
e esquecida, quase moribunda correndo o risco de deixar de existir até os eu
ressurgimento como município autonomia em 1958.
As
fontes de pesquisas foram as crônicas dos mais diversos jornais (muitos dos
quais extintos) e os relatórios e falas dos presidentes da então província do
Rio Grande do Norte, os quais se configuram como fontes primárias posto que
revelam o dia-a-dia daquele município.
O
trabalho é despretensioso e não segue nenhuma metodologia cientifica a não ser
o desejo de contribuir para a conservação da memória deste que foi uma dos mais
injustiçados municípios do Rio Grande do Norte condenado a quase perder por completo
sua história riquíssima desde os tempos coloniais.
A erudição profética de Dom José Pereira Alves, 3º Bispo de Natal, sintetizou poeticamente na epigrafe citada a cima a história de Estremoz onde tal qual a Fênix ressurgiu das cinzas no chão do território potiguar.
A par
dessa introdução nas próximas postagens trataremos da vida política e
administrativa do município de Estremoz.
Pórtico da entrada da cidade de Estremoz. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário