Todo lugar tem sua história. Eis um apanhado histórico da aprazível
Pititinga, distrito litorâneo do município de Rio do Fogo, no litoral norte.
Histórico
O navegador Fernão Vaz Dourado em 1580 registrou “Impuama”
ao sul de São Roque e Juan Martinez em 1582 assinalava ‘Puimitingo” numa grande
baía ao sul da baía da Tartarugas, parecendo que se trata da vasta enseada de
Pititinga. (DIÁRIO DE NATAL, 12/06/1949, p.3).
Há registro de uma carta de
1799 dirigida ao rei de Portugal em que se cita a enseada de Pititinga como um
dos portos existentes na então Capitania do Rio Grande. (in: A REPÚBLICA,12/07/1907,p.1).
A Revista Maritima Brasileira assim descreveu Pititinga em
1883:”...e assim passar-se-á uma Enseada denominada da Petitinga, assaz
conhecida pela aluvião de coqueiros espalhados por entre muitas pequenas casas,
que forma uma povoação muito pitoresca.A ponta da Enseada da Petitinga está 1
¹/² milha distante da Ponta de Maracajaú”.(REVISTA MARITMA BRAZILEIRA, 1883, p.634).
Já num relato de viagem entre o Pará e o Sul do País
passando pelo litoral potiguar o viajante fez essa descrição de Pititinga: “ao
norte desta acha-se a Ponta Pititinga, que termina o declive das montanhas
arenosas com um pequeno morro isolado no topo do qual vegeta uma árvore
solitária – chama-se morro de Santa
Cruz.Toda esta costa é definida pelo recife coralino, que se estende desde
Pernambuco até aqui, obra da natureza feita com tal capricho, que em parte
parece ter sido constituída com todo o rigor da arte, tal como só a mão humana
executa com uniformidade”. (FOLHA DO NORTE 04/05/1897, p.1).
Pitintinga figurava a época destes relatos como uma das inúmeras
povoações litorâneas do município de Touros.
A partir de 1959 passou a condição de distrito do município de
Barra de Maxaranguape vigente até 1997 quando foi criado o município de Rio do
Fogo a qual pertence presentemente.
A
casa do faroleiro
De acordo com o Correio da Manhã em 29/07/1913 achava-se em estudos no Tesouro Nacional os documentos referentes a compra do sitio Pititinga no Estado do Rio Grande do Norte, destinado a residência do 3º faroleiro das boias iluminativas de Teresa Pança e Rio do Fogo. (CORREIO DA MANHÃ, 29/07/1913, p.5).
Aviso
ao navegantes
O Correio da Noite, publicou em 1914 o seguinte aviso aos navegantes que passavam pela costa do Rio Grande do Norte:“Aviso aos navegantes nº 9.Estado do Rio Grande do Norte.Proximidades da entrada do canal de Pititnga.Avisa-se aos navegantes, segundo publica o Notice to Mariners, sob Nº 527 , de 1914, a existência de duas lajes com menos de 1,80m de água na baixa mar cujas posições são: A) Lat.5º, 181,40’’S – Long. 35º,11’,30’’ W gr. B) Lat. 5º, 21’,00’’ S – Long. 35º,03’,40’’ W gr., e que estão assinaladas em algumas cartas com a nota P.D.”. (CORREIO DA NOITE, 26/05/1914, p.4).
Assinava o aviso Jorge M. de Castro e Abreu, capitão de
corveta, diretor interino da diretoria de hidrografia em 20/05/1914.
Aviso idêntico forma publicados em diversos
outros jornais de circulação nacional.
A
colônia de pescadores de Pititinga
Em 26/05/1920 foi fundada a Colônia de Pescadores de
Pititinga por Frederico Villar comandante do cruzador José Bonifácio. (HOJE:PERIODICO
DE AÇÃO SOCIAL (RJ), 1920, p.17). Em tal colônia foi criada uma escola primária
para os filhos dos pescadores.
O
farol
De acordo como jornal A Nação em 15/02/1933 foram
inaugurados os faroletes de Gameleira, Rio do Fogo e Pititinga, no canal de São
Roque.(A NAÇÃO, 15/02/933, p.5).
Escola
subvencionada
Segundo o jornal A Ordem em
1936 havia uma escola subvencionada pelo governo do estado em Pititinga cuja professora
era Adelaide Costa. (A ORDEM, 25/12/1936, p.1).
A
Colônia de Pescadores Z-5
Em 1936
a revista A Voz do Mar assim descreveu a Colônia de Pescaores Z-5 de Pititinga:
“Pititinga, município deTouros, sed em Pititinga,zona : margem esquerda do rio
Punaú, toda a costa até a margem esquerda do rio Piracabu.Mantém duas escolas
primárias, está nas mesmas condições da Z13 , tendo safra de tresmalho nos
meses de outubo a março.Existe tabém uma lagoa nas mesmas condições que a Z-3,
um verdadeiro viveiro”. (A VOZ DO MAR, 1936, p.18).
Já no
ano seguinte a mesma revista assim descreveu A Z-5: Situada na praia de
Pititinga, sede alugada, essa colônia mantinha uma escola para filhos de
pescadores, que ultimamente não tem remetido os seus mapas, ignorando-se esta
Federação o motivo.É constituída pelo número de 211 pescadores matriculados e
tem um cardeneta do B.B com a importância de 1: 129$500, está organizada”. ( A
VOZ DO MAR, 1937, p.16).
A
escola isolada
Conforme registrou o jornal
A Ordem o interventor federal no Rio Grande do Norte havia assinado em
19/06/1946 o decreto pelo qual era criada a Escola Isolada de Pititinga. (A
ORDEM, 21/06/1946, p.4).
Toponímia
Pititinga é uma palavra de origem tupi “PI – ti - tinga” cujo
significado é pele alva-alva, pele alvíssima. É uma espécie de sardinha, a Menidia brasilienses, chamada também e
mais comumente de Manjuba.Seu nome antigo é Piquitinga, “peixe-branco”, “peixinho
branco”. (A VOZ DO MAR, 1940, p.46).
Pequitinin, registrou Gabriel Soares, já Marcgrav chamou-a
Pititinga.No Amazonas dizem Piquiti (Tastevin). A.Couto de Magalhães indicou a Eugraulis tricolor comos endo a
Piquitinga. Nessa versão seria ‘Peixinho branco”.O Potitinga, camarão branco,
também é conhecido por Pititinga.
Frei
Damião em Pititinga
Em junho de 1947 o
missionário capuchinho Frei Damião esteve pregando suas santas missões na
paróquia de Touros, tendo visitado a povoação de Pititinga que segundo o jornal
A Ordem obteve ali idêntico movimento religioso e grande sucesso como se
verificara na sede da paróquia. (A ORDEM, 07/07/1947, p.4).
Em Pititinga frei Damião foi auxiliado pelo vigário de
Touros, Pe. Antonio Antas, onde realizou inúmeros casamentos, batizados,
comunhões, crismas, tendo pronunciado proveitosa prática (sermão) acompanhadas
de procissão, cânticos e benção do santíssimo.
O
subdelegado
Em 17/07/1948 o governador
do estado havia assinado o decreto nomeando diversas autoridades policiais do
estado dentre os quais estava Domingos Cavalcanti de Farias como subdelegado de
policia em Pititinga. (A ORDEM, 17/07/1948, p.4).
Casa
de moradia de faroleiros
Em 1949 foi construída uma nova casa para moradia do foroleiro de Pititinga. (REVISTA MARITMA BRASILEIRA, 1949, p.48).
Abastecimento de água
Com a
cooperação do Serviço Especial de Saúde Pública, achava-se em fase de conclusão
5 poços tubulares em Touros, Barra de Maxaranguape,Maracajaú,Pititinga e Rio do
Fogo.
(DIÁRIO DE NATAL, 17/07/1962, p.2).
O submarino que apareceu em Pititinga
Em 1970 o Comando Naval de Natal estava
investigando o misterioso aparecimento de um submarino não identificado na
praia de Pititinga, no município de Barra de Maxaranguape, que emergiu diante
de vários pescadores assustados.
De acordo com o Diário de Natal o súbito aparecimento do
barco a tona foi presenciado pelo pescador Raimundo Grande e seus companheiros
que pescavam e foram surpreendidos pelo acontecimento. Os tripulantes do
submarino chegaram a dialogar com os pescadores, que não entenderam a língua falada
por eles. (DIÁRIO DE NATAL, 19/08/1970, p.1).
Capela de Pittinga, google earth, 2022. |
Aspecto de Pititinga, google earth, 2022. |
Mapa da enseada de Pittinga, google earth, 2022. |
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