Eis a seguir alguns apanhados históricos sobre o prédio do Congresso Estadual, atualmente Assembleia Legislativa do Estado.
Em
1905 o governador do Rio Grande do Norte, Tavares de Lyra, contratou com
arquiteto e engenheiro Herculano Santos a construção de um palacete para o
Congresso Estadual conforme se lia na mensagem do governador Tavares de Lyra em
1906 “contratei com o ilustre arquiteto dr. Herculano Ramos a construção do ‘Palacete
do Congresso’, que é hoje um dos melhores da cidade. (MENSAGEM, 1906,p.4). O
governo estadual pagou a quantia de 40
contos de réis pela construção do referido prédio.
O
edifício foi erguido em frente ao Atheneu, na Avenida Junqueira Aire, na Cidade
Alta, no lugar onde havia uma velha casa
pertencente a intendência a qual seria
demolida para construir o referido prédio do congresso. O
prédio teve sua construção iniciada em 1906.
Sede do Congresso Estadual
Fonte: Cartão postal, sem data. |
Em
22 de maio de 1907 o prédio foi entregue ao governo do estado pelo engenheiro
Herculano Santos.Segundo o jornal A República naquela data foram entregues as
últimas obras do edifício do Congresso Estadul que compreendiam os acessórios internos
da sala das sessões: mesa presidencial, bancadas dos deputados, divisão do
recinto e galeria pública.
A
mesa era em formato de três paralelepípedos reunidos sendo os do centro maior,
salientando os dois laterais e apoiando toda a peça imitando pórfiro rubro
antigo.
Era
fechada e fixa, assim, como as demais peças, e feita de vinhático apresentando
na face principal fino mosaico de madeiras incrustadas, em cujo coroamento se
lia em monograma de ébano – C.E. (Congresso Estadual).
Esta
peça era de alto valor artístico obedecendo ao mesmo estilo moderno, que
predomina na construção do edifício.
As
bancadas eram dispostas em grandes curvas compostas, apresentando o tipo característico
das salas de espetáculo, dando 11 lugares em cada lado, eram feitas também de vinhático,
firmadas solidamente sobre grandes estrados que contornavam o recinto,
apresentando o mesmo soco de Porfírio rubro.
Todas
estas obras foram executadas com pericia empregando-se nelas madeiras especiais
e perfeitas: vinhático do rio São Francisco, pau d’arco amarelo, pau santo,
jacarandá castanheiro, pau d’óleo e ébano.
Todo
o recinto, os estrados das bancadas e o conjunto produzia um magnífico efeito.
(A REPÚBLICA, 23/05/1907, p.1).
Na
fachada foi gravada a palavra LEX (lei em latim).
Em
1949, conforme foi publicado no jornal Diário de Natal o prédio do Congresso
Estadual, que a época abrigava a sede do Tribunal de Justiça, estava na eminência
de desabar a ala direita do edifício.
O
Poder Legislativo funcionou no prédio até o final do ano de 1930 quando as
câmaras representativas foram fechadas com o advento da revolução daquele
ano.De 1931 a 1934 serviu de sede a então Corte de Apelação, quando o prédio voltou
a alojar o Legislativo indo o Poder Judiciário para a mesma avenida onde estava
instalado o Hotel Bela Vista (atual Solar Bela Vista).Voltou a abrigar o Poder
Judiciário após o golpe de 1937.
Em
1947 apesar da solidez do edifício apareceram enormes rachaduras na parede
posterior da ala direita, que dava para a rua João Manuel.Foi então o prédio
submetido a reparos que custaram ao erário 40 mil cruzeiros.Com as chuvas
daquele ano de 1949, as rachaduras reapareceram muito mais proeminentes e ameaçadoras.Ficaram
completamente empanadas as janelas que abriam para a rua João Manuel
presumindo-se que os alicerces ali estavam afundando.As casas da rua João
Manuel estavam ameaçadas em caso desabamento do edifício.
Atualmente o prédio servia de sede a OAB do Rio Grande do Norte e ao que tudo indica estava passando por uma reforma.
O prédio do Congresso Estadual atualmente
Lateral do prédio onde está escrito a palavra 'LEX' |
Fundos do prédio na rua Padre João Manuel. |
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