A personagem que homenageia a antiga localidade de Carapebas, atual município da região central do estado, foi acadêmico do curso de Direito do Recife, jornalista, escritor e professor.
Afonso
Bezerra foi segundo o jornal A Ordem, uma bandeira de glória dentre a mocidade
do seu tempo.
Quem
foi Afonso Bezerra?
Afonso
Ligório Bezerra era filho de João Batista Alves Bezerra e Maria Monteiro Bezerra.
Nasceu em 09/06/1907, na antiga povoação de Carapebas, que atualmente tem seu
nome no atual município da região central do estado.
Aprendeu as primeiras letras com os professores Vicente
Barbosa e João Correia. Fez o curso secundário a partir de 1923 no Colégio
Santo Antonio em Natal, naquele tempo sob a direção diocesana, atualmente sob a
direção dos Irmãos Maristas.
Ingressou na Faculdade de Direito do Recife em 1928 cursando
o 2º ano. Figura no quadro de formatura como homenagem póstuma dos seus colegas
de turma, que atenderam o seu desejo colocando a imagem de Cristo no mesmo
quadro.
Sempre estudioso e bom, as suas tendências literárias foram
demonstradas dês a infância. Aos 12 anos enviou para uma revista carioca um
conto sertanejo, que foi publicado, merecendo os melhores elogios. Colaborou
assiduamente no jornal Diário de Natal, na A República, ambos da capital
potiguar e no jornal A Tribuna do Recife, algumas vezes escondido sob o
pseudônimo de Lauro e Alípio Serpa. Toda a sua obra literária, digna, alias, de
ser enfeixada num volume, iniciativa tomada pelo seu conterrâneo Aluisio Alves.
Escreveu sobre a defesa da dos
ideais cristãos e sobre a vida sertaneja. Foi aliado da corrente católica que
Jackson Figueiredo despertou para os combates da Cruz.
Afonso Bezerra
Foto: A Ordem, 1942. |
Foi
membro da Congregação Mariana, entrando na Congregação de N. S. da Apresentação
e São Luiz Gonzaga, ambas da Catedral de Natal em 06/09/1925, recebendo a fita
da congregação em 01/11/1926 conferida por Dom José Pereira Alves, terceiro
bispo de Natal e seu grande admirador.Toda sua atividade mariana refletiu a
bela trajetória de sua vida, revelando a toda hora uma alma de gladiador
valente e puro, formada na escola da Igreja.
Adoeceu na sua terra no final de
dezembro de 1929. Vindo para Natal em companhia de seus pais, em busca de
melhoras, faleceu em 08/03/1930 na residência de seu cunhado Floriano Paulino
Pinheiro a Rua Cel Bonifacio, 708, atualmente Rua Santo Antonio, sendo
sepultado em catacumba da Irmandade do Senhor do Bom Jesus dos Passos. Contava
apenas 22 anos quando morreu, estava cursando Direito em Recife onde algumas
vezes foi distinguido com a sua colaboração literária.
Em
09/06/1931 o prefeito de Angicos, Manoel Alves Filho, anuindo a um abaixo
assinado, decretou a mudança de Carapebas para Afonso Bezerra. Foi uma justa
homenagem a um jovem norteriograndense que soube ser em vida um modelo de
virtudes morais e cívicas. Na então povoação de Afonso Bezerra, hoje cidade,
foi erguido um monumento em sua honra.
Os
restos mortais de Afonso Bezerra foram depositados em uma urna na capela da
primeira seção de catacumbas da Irmandade dos Passos no Cemitério do Alecrim. (A
ORDEM, 07/03/1942, p.4).
a morte
de Afonso Bezerra causou comoção não só na terra potiguar como também na cidade
do Recife onde ele estudava quando veio a adoecer.
Segundo a revista Maria o jovem Afonso Bezerra era uma das
mais vigorosas inteligências de moços brasileiros e cuja pena tantas vezes
havia honrado a referida revista.
Sobre Afonso Bezerra escreveu Câmara Cascudo: “ Afonso era
antes de tudo um valor moral, um coeficiente eugênico no ponto de higiene de inteligência
e no asseio das ideais.Altivo, meigo, simples, ingênuo, dedicado, acendia-lhe a
curiosidade intelectual o vivo desejo de conhecer as razões da nacionalidade.Agora
era o domínio puro do espírito que os seduzia.Morre quando principiava a
vencer.Jesus Cristo ensinou a morrer, como sabem aqueles que lhe dedicam as
forças espirituais da existência”. (MARIA, 1930,p.33).
Ainda de acordo
com a revista Maria o jovem potiguar foi um dos elementos de maior destaque no
movimento da reação católica do Recife.A pungente participação penalizou a
quantos conheciam aquele imperterrito e desassombrado batalhador e teve uma
repercussão ainda mais dolorosa nos meios da Congregação Mariana que possuía a
Afonso Bezerra muito estreitamente dadas as qualidades ilibadas do seu coração.(MARIA,
1930, p.27).
São exemplos assim que nos enchem de orgulho.Bom saber que
existiram jovens dedicados aos estudos e exemplos de virtudes cívicas e morais
por onde passava.Que o jovens potiguares se inspirem em pessoas assim, não em
quem não tem nada a oferecer como os venerados pela esquerda comunista.Dentre os inúmeros municípios potiguares que tem nomes de pessoas, na sua maior parte por bajulação politica, Afonso Bezerra figura como um dos que não é politico, foi um jovem comum.
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