Em 1958 o leitor Jaime Dantes de
Oliveira publicou na revista Maquis sua triste experiência numa viagem de trem
da Estrada de Ferro Sampaio Correia.
Jaime estava passando por Natal e
precisava prosseguir viagem, tendo sido informado de que deveria partir as
17h00 um trem que o levaria a seu destino.
As 16h30 estava ele na estação,
esperando o trem, que afinal só saiu as 17h30, levado pela locomotiva 109.
Eram 5 vagões, sendo dois carros de 2ª classe
e 3 de carga. ”Acontece que os carros de segunda representavam o papel dos de 1
e o de carga substituíam os de segunda”.
Após andar 10 km o atraso já não
pequeno, mas ai, é que a coisa ficou feia, disse Jaime Dantes. A locomotiva não
tinha capacidade para puxar os 5 vagões. O remédio foi voltar a Igapó,
localidade próxima a Natal e esperar por socorro. Eram já 19h30.As 22h00 chegou
outra locomotiva (nº 107) que rebocou a composição, inclusive a locomotiva nº 109,
para a oficina de reparos, pois que ela também precisava de conserto. Somente as
22h50 Jaime Dantes pode prosseguir na sua viagem.
Em
resumo: um percurso normalmente feito em 1 hora e 30 minutos foi feito 10 horas.
E as verbas da Estrada de Ferro Sampaio Correia continuam servindo para que os
apadrinhados construam e comprem fazendas e propriedades, dizia a citada
revista.
Locomotiva 109 da EFSC
O
relato a cima serve para ilustrar o estado já em decadência da principal
ferrovia do Rio Grande do Norte aquela época.
Fonte: Revista Maquis,1958,p.33.
Nenhum comentário:
Postar um comentário