segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

O ESTADO DA ESTRADA DE FERRO SAMPAIO CORREIA EM 1958

 

         Em 1958 o leitor Jaime Dantes de Oliveira publicou na revista Maquis sua triste experiência numa viagem de trem da Estrada de Ferro Sampaio Correia.

         Jaime estava passando por Natal e precisava prosseguir viagem, tendo sido informado de que deveria partir as 17h00 um trem que o levaria a seu destino.

         As 16h30 estava ele na estação, esperando o trem, que afinal só saiu as 17h30, levado pela locomotiva 109.

         Eram 5 vagões, sendo dois carros de 2ª classe e 3 de carga. ”Acontece que os carros de segunda representavam o papel dos de 1 e o de carga substituíam os de segunda”.

         Após andar 10 km o atraso já não pequeno, mas ai, é que a coisa ficou feia, disse Jaime Dantes. A locomotiva não tinha capacidade para puxar os 5 vagões. O remédio foi voltar a Igapó, localidade próxima a Natal e esperar por socorro. Eram já 19h30.As 22h00 chegou outra locomotiva (nº 107) que rebocou a composição, inclusive a locomotiva nº 109, para a oficina de reparos, pois que ela também precisava de conserto. Somente as 22h50 Jaime Dantes pode prosseguir na sua viagem.

Em resumo: um percurso normalmente feito em 1 hora e 30 minutos foi feito 10 horas. E as verbas da Estrada de Ferro Sampaio Correia continuam servindo para que os apadrinhados construam e comprem fazendas e propriedades, dizia a citada revista.

                                  Locomotiva 109 da EFSC





O relato a cima serve para ilustrar o estado já em decadência da principal ferrovia do Rio Grande do Norte aquela época.

 

 Fonte: Revista Maquis,1958,p.33.

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