Há quem diga que a capital potiguar se
modernizou com a chegada dos americanos durante a Segunda Guerra Mundial a
partir de 1942, porém, os registros mostram que a modernização urbana de Natal
ocorreu na década precedente como veremos a seguir.
Sede da prefeitura da capital potiguar
Fonte: A Noite, 19/01/1935, p. 14.
Sede da prefeitura da capital potiguar
Fonte: A Noite, 19/01/1935, p. 14.
Em
informe publicitário publicado no jornal A Noite se dizia que a “Natal, a bela capital do Rio Grande do Norte vem
passando, durante o atual governo, por uma transformação completa” (a noite,
1935,p.14).Tratava-se do governo do interventor federal Mário Câmara.
Ainda de acordo com a referida
publicação as pessoas que conheciam Natal anteriormente se admiravam do
extraordinário surto de progresso que lhe vinha realçando cada vez mais seus
encantos naturais.
Em 1935 a administração da capital potiguar foi
confiada pelo interventor ao engenheiro Miguel Bilro que vinha realizando obras
de grande vulto dotando-a de aspecto realmente digno dos seus merecimentos.Eis a
seguir um resumo das realizações feitas pelo referido prefeito.
Conclusão da praça Alberto Gomes com
a construção de 2.000 m² de pavimentação
a paralelepípedos assentados e rejuntados
com areia sobre base de concreto de pedra preta.
Inicio e conclusão da Avenida Nísia
Floresta, no bairro da Ribeira, obra de grande necessidade para facilitar o
trafego na cidade.Para esta obra foram despendido inicialmente 44:000$000 para
desapropriação de casas necessário para o alargamento da avenida.Foram
executados 5.800 m² de pavimentação a paralelepípedos de granito sobre base de
pedra preta britada comprimida; meios fios de cantaria ou passeios e duas
ordens de canteiros centrais em cantaria totalizando 1.680 m de meio-fios;
arborização dos canteiros centrais sendo empregados o oiti ao invés de fícus para
a arborização.
Trecho da Avenida Nisia Floresta
Fonte: A Noite, 19/01/1935, p. 14.
Trecho da Avenida Tavares de Lira
Fonte: A Noite, 19/01/1935, p. 14.
Trecho da rua Junaqueira Aires
Fonte: A Noite, 19/01/1935, p. 14.
Calçamento da rua Ferreira Chaves, rua
Sachet e rua 15 de Novembro, sendo adotado o mesmo tipo da Avenida Nisia
Floresta, totalizando 1.700 m², dos quais 540 m em meio-fio de cantaria dos
passeios laterais.
Iniciada em outubro e 1933 e concluída em
abril de 1934 a rampa de acesso entre a rua
Sul e a Juvino Barreto na extensão de 190m e totalizando 3.20 m² de
pavimentação a paralelepípedo de granito rejuntado a cimento e assentados sobre
concreto virado.
No final de 1934 foi iniciada a
construção da Avenida Rio Branco no trecho entre as ruas Juvino Barreto e
Ulisses Caldas no total de 8. 400 m² de pavimentação a paralelepípedos rejuntado
de cimento e sobre base de concreto virado.
Trecho da Avenida Rio Branco
Fonte: A Noite, 19/01/1935, p. 14.
Concluído pontilhão do Taborda sobre o
rio Cajupiranga com 700 metros de vão e
5 metros de largura em cimento armado e alas de alvenaria ciclopica.
Em agosto de 1934 estava em franco
andamento a construção da Avenida Deodoro da Fonseca, considerado pela referida
publicação como o maior empreendimento da cidade aquela época e que seria concluída
em 1935 “dada a magnitude da obra e a escassez de recursos”.
A avenida Deodoro
faria a ligação direta entre os bairros do Alecrim e da Ribeira, alem de servir
aos bairros do Tirol e Petropólis, começando na então Praça Alberto Gomes (Praça
do Baldo) e terminar na esplanada da Ribeira com 30 metros de largura, passeio
de 3,5m em meio fios de cantaria e canteiro central de 4 m de largura, teria
todo o piso em paralelepípedo assentados sobre de pedra comprimida.
Foi iniciada a Praça Pedro Velho em
Petrópolis. Era plano do município construir um parque moderno no local que
importaria numa despesa de 100:000$000.
Foi iniciada em setembro e estava em
franco progresso a estrada de rodagem de
Parnamirim em direção ao vale do rio Pitimbu margeando sobre o rio após a passagem
deste rio sobre um pontilhão de cimento armado de 7 metros de vão e que faria a
ligação com a lagoa de Parnamirim e a estrada de rodagem de São José de Mipibu
logo após o campo da Late.
Achava-se em construção desde agosto de
1934 pela prefeitura o prédio de alvenaria
com placas de piso e cobertura em cimento armado, de propriedade do Estado
e situadao a Avenida Nisia Floresta que seria destinado ao Departamento de
Segurança Pública.Este prédio foi construído com 600 m² de área de pavimento térreo e 600 m² de
pavimento superior.O prédio deveria ser concluído
em janeiro de 1935.
Em 1934 foi estudado o abastecimento da
capital potiguar que dependeria a obra no valor de 4.000:000$000 ( quatro mil
contos) as despesas com os serviços.Pela prefeitura foi levantada a planta dos
terrenos do Jiqui e lago do mesmo nome, de propriedade do Estado, local onde
deveria ser feita a capitação de água
distante 12 km da capital.
Além destes serviços foram conservados
as estradas de rodagem do Tirol, Petrópolis, Alecrim, Areia Preta, realizados
reparos de urgência no matadouro público e forno de incineração de lixo,
assentados 100 bancos de cimento armado
nos jardins da cidade, aberto trecho na estrada do Tirol para Ponta Negra
(povoado e praia do município distante 11 km da capital), serviço de
terraplenagem no pátio do quartel da Policia Militar, conservação dos
pavimentos atuais e outros inúmeros serviços pequenos.
Fonte:
A Noite, 19/01/1935, p. 14.
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