A devoção a Santa Rita de Cássia,
padroeira de Santa Cruz, remonta ao século XVIII na povoação fundada na ribeira
do Trairi com o nome de Santa Rita da Cachoeira que era também conhecida como
Santa Cruz do Inharé.
A capela de Santa Rita de Cássia
Em 1831, Lourenço da Rocha e seu irmão
José da Rocha e José Rodrigues da Silva, edificaram na povoação a capela que dedicaram a Santa Rita de Cássia,
a qual não só deram o necessário patrimônio como a respectiva imagem, paramento e alfaias,
obtendo ainda a provisão para a celebração de missas.
A criação da freguesia de Santa
Rita de Cássia
Pela lei provincial nº 24 de 27 de março
de 1835 foi elevada a categoria de matriz a capela de Santa Rita. Como ainda
não existia o município de Santa Cruz, a nova freguesia ficou pertencendo ao município
de São José de Mipibu, pela resolução provincial nº 31 de março de 1835.
Pela lei nº 199 de 27 de junho de 1849
foi transferida a sede da freguesia para a capela de São Bento, na serra dos
Pires. A freguesia foi restaurada na primitiva sede em 1858 pela lei nº 393 de
24 de agosto daquele ano.
O
município de Santa Cruz foi criado pela lei n° 777 de 11 de dezembro de 1876
com o nome de Trairi, tendo por limites os da freguesia de Santa Rita.
O
primeiro vigário da freguesia de Santa Rita foi o padre João Jerônimo da Cunha
que regeu a freguesia por 5 anos, sendo substituído pelo padre Camilo de
Mendonça que foi quem conseguiu a transferência
da sede da freguesia para a capela de
São Bento, em 1849, aumentando-a com o distrito de Anta Esfolada (atual Nova
Cruz), esta ultima foi separada de Santa Cruz em 1858.
A matriz
No
local da antiga capela foi edificada a atual matriz de Santa Cruz, o qual ao
longo dos tempos passou por vários melhoramentos
e ampliações sob a direção de diversos vigários
até a atual configuração arquitetônica.
A matriz de Santa Cruz em 1936
Fonte: A Ordem, 23/05/1936, p.1. |
Associações religiosas
Em 1936 existiam na paróquia de Santa
Cruz o Apostolado da Oração, com 48 zeladores e zeladoras e mais de mil
associados, a Associação das Dores, Associação de São José, Centro de Catecismo,
com 250 crianças, a Associação da Propagação da Fé, Associação das vocações
Sacerdotais, etc.
Pelo padre Benjamim Sampaio foram
fundadas a P.U.T são José, com 24 zeladoras e 718 sócias, também foi ereta pelo
bispo diocesano em 18/03/1934 a Cruzada Eucarística e instalada em Santa Cruz
em 19/05/1935.O padre Benjamim Sampaio ainda reorganizou a conferência de São
Vicente.
Padre Benjamim Sampaio vigário de Santa Cruz em 1936
Fonte: A Ordem, 23/05/1936, p.1.
Movimento religioso
Em 1936 foram realizados 380 casamentos,
1850 batizados, 9.050 confissões, 7.250 comunhões sendo 250 de primeira
comunhão de crianças e dadas 39 unções dos enfermos.
As
capelas
A
freguesia possuía varias capelas nas povoações e povoados, entres estas pode-se
citar as seguintes:
A
capela do Boqueirão era particular.
A
capela de Sitio Novo foi reformada e aumentada em 1936 e o patrimônio organizado.
A
capela de Jericó sob a invocação de Nossa Senhora do Amparo foi construída em
1869, tendo doado o patrimônio o Sr. José Joaquim da Silva. Em 1936 havia nela
o centro do apostolado com 12 zeladoras e 224 associadas, um centro de doutrina
cristã com 105 alunos.
A
capela de Campo Redondo foi construída em 1926, não possuía patrimônio em 1936,
naquele ano a capela seria aumentada e organizado os eu patrimônio. Ali
funcionava um centro de catecismo.
A
capela de Japi foi inaugurada em 23/01/1936 sob a invocação de São Sebastião,
tendo sido construída por Manoel Medeiros que deu seu patrimônio.
A
capela de São Bento tinha patrimônio que abrangia toda a povoação.Lá funcionava
um centro de catecismo em 1936 com 65 alunos.
Havia
na freguesia outras capelas.
Capela de Jericó
Capela Campo Redondo
Fonte: A Ordem, 23/05/1936, p.1.
Hino
da paróquia de Santa Cruz
Letra
de Luiz Patriota
Musica
de Tte. José Gomes
I
Hoje em tudo, um
mistério sagrado,
Paira, cheio de graça
e de amor.
Envolvendo o Teu nome
adorado,
Numa aureola de vivo
esplendor.
Coro
Santa
Rita de Cássia, relicário dos corações que sofrem resignados,
Ajuda-nos
levar par ao calvário a cruz dos nossos míseros pecados.
II
Quantas bênçãos de
paz, das alturas,
Lá do céu derramadas a flux,
Inefáveis, divinas e puras,
Através desse século de
luz.
III
A nossa alma, a
vibrar, Te estremece,
Nos momentos de dor
ou prazer;
Bem Supremo que nos
fortalece
Ante o mais doloroso
sofrer!
IV
Ai de nós, a lutar
entre escolhos,
De existência no mar
sempre escuro,
Se não fora a
esperança em Teus olhos
A levar-nos a abrigo
seguro!
Fonte: a ordem, 23/05/1936, p.1
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