O Distrito de Paz de
Maracajaú
A resolução nº 157, de 30 de setembro de 1847,assinada pelo
presidente da província, José Morais Sarmento, instaurava os distritos de paz
de Maracajaú e Caiçara, do município de Touros.
De acordo com o artigo único da referida resolução: “ficam instaurados
os Distritos de Paz de Maracajaú, e Caiçara do Municipio da Vila de Touros, e
sem vigor as disposições em contrário”.( Coleção de Leis Provincials do Rio Grande do Norte,1847,p.3).
O documento mandava ainda que todas as autoridades, a quem o
conhecimento e execução da referida resolução pertencesse, que a cumprisse e
fizesse cumprir inteiramente como nela se continha.
Em 1850 já havia uma autoridade policial designada para a
Maracajaú, sendo esta a pessoa do ourives Antônio de Morais, que de acordo com
o Diário de Pernambuco era “miserável, analfabeto, sem uma qualidade que o
recomende”.(Diário de Pernambuco ,28/10/1850,p.1).
A cólera
A cólera tinha penetrado e feito consideráveis estragos em
vário pontos do Rio Grande do Norte em 1856.Em Maracajaú naquele ano morreram
60 pessoas, e mais de 300 tinham escapado da epidemia até março de 1856.(O
Cearense,04/04/1856,p.1).
O povoado
Em meados do século XIX já havia um povoado em
Maracajaú conforme consta em diversas notícias da época atestando sua existência.
No dia 10/04/1869 o iate Santa Cruz saiu do porto de Natal com destino ao Aracati
no Ceará com carregamento de fazendas e gêneros alimentícios naufragou defronte
o povoado de Maracajaú.
Segundo o relato do Diário do Rio de Janeiro: “em consequencia
do mau tempo, o navio encalho, as 8 horas da manhã do dia 12, nas coroas que
ficam por dentro dos baixos de São Roque, confronte ao povoado de Maracajaú,
abrindo água incontinente, e enchendo-se totalmente d’água quatro horas depois”.(Diário
do Rio de Janeiro,25/05/1869,p.2).
Em 1870 outro naufrágio foi registrado nas proximidades do
povoado de Maracajáu.”no dia 11, pela manhã, naufragou nos recifes de
Maracajaú, defronte da povoação deste nome, a barca inglesa Gabalva, de 419
toneladas, capitão W. Hyde, com um importante carregamento”.(Diário do Rio de
Janeiro,01/02/1870,p.2).
Em 1863 havia se desenvolvido na povoação de Maracajaú, na província
do Rio Grande do Norte, a febre amaraela, tendo afetado a 73 pessoas,das quais
apenas uma morrera.(Correio Mercantil, e Instrutivo, Politico, Universal (RJ),04/05/1863,p.2).
Escola masculina
A lei nº 615, de 3 de junho de 1870 autorizava o presidente
da província a criar na povoação de Maracajaú uma escola do sexo masculino.(Coleção
de Leis Provinciais do Rio Grande do Norte,1870,p.31).
A escola, no entanto, foi suprimida pela lei nº 809, de
1877, assinada pelo presidente José Nicolau Tolentino de Carvalho.(Op. Cit.,1877,p.12).
Somente em 1883, pela lei nº 882, assinada pelo presidente
da província Francisco Gouveia Cunha Barreto foi recriada a cadeira de
instrução primária para o sexo masculino da povoação de Maracajaú.(Op. Cit.,1883,p.20).
Supressão da agência fiscal
Por ato de 11/05/1877
foram suprimidas as agências fiscais de Genipabu, Muriú, Ponta Negra,
Maracajaú, Pirangi, Tabatinga, Cunhaú, Cordeiro, Touros, Guamaré e Caiçara,
passando a cobrança dos impostos nelas arrecados para as meses de rendas e
coletorias respectivas.(Jornal da Tarde,08/06/1877,p.1).
Distrito policial
Por ato de junho/julho de 1877 foi exonerado o subdelegado do distrito de Maracajaú. (Correio do Norte : Órgão Conservador (RJ),09/08/1877,p.3).
Em 1896 constavam no distrito policial de Maracajaú Antonio Joaquim do Nascimento, subdelegado cargo de 1º suplente estava vago, Francisco Dionisio Raposo da Câmara e Luiz Ferreira Nobre Câmara, como2º e 3º suplentes, respectivamente.(Mensagens do Governador do Rio Grande do Norte para Assembleia (RN),1896,p.199).
Professor
Constava
como professor público da cadeira de Maracajaú Camilo Agripino da Cruz, que
naquele ano havia sido removido para a escola da povoação de Alcaçuz em Nisia
Floresta, porém o ato foi tornado sem efeito.(O Povo,15/11/1890,p.3).
Em 22/10/1890 foi removido a pedido, o professor público da
cadeira de instrução primária da povoação de Alcaçuz, Pedro José de Melo, para
a de Maracajaú, e transferindo o desta Camilo Agripino da Cruz para aquela.(A
Republica ,22/10/1890,p.1).
Em 1900 Camilo Agripino da Cruz constava como professor de
Maracajaú, tendo sua nomeação ocorrido em 06/08/1897.(Mensagens do Governador
do Rio Grande do Norte para Assembleia (RN) ,1900,p.64).
Influência politica
De acordo com a Gazeta do Natal Manuel Lázaro
Mousinho era quem tinha a legitima influência politica em Maracajau em 1890.(Gazeta
do Natal ,31/08/1890,p.3).
Agência do correios
Por ofício do administrador dos correios foi
autorizado a estabelecer uma agência dos correios na povoação de Maracajaú,
tendo-se em consideração um abaixo-assinado do negociante José Alipio de
Menezes que ofereceu-se gratuitamente para servir o lugar de agente e vender os
selos independente da respectiva vantagem.(A República,21/04/1890,p.3).
Sobre a capela
No dia 24/06/1941 o vigário de Touros visitou a
capela de Maracajaú onde foram abundantes os frutos espirituais ali colhidos.
Houve 3 pregações, 312 confissões e uma primeira comunhão de
36 crianças bem instruídas da doutrina cristã.
O zelo e a dedicação da professora Maria de Lourdes Barros,
da Colônia de Pescadores, revelaram-se de maneira brilhante nesse certame da
fé.
Organizou-se uma comissão da católicos para a conservação da
capela, do Cruzeiro e do cemitério, composta por José Marques, Luiz Alves,
Manoel Rodrigues, Júlio Santos, Manoel Acácio e José Matias.
A esta comissão competia tratar das festas e missas em
Maracajaú. (A Ordem,07/07/1941,p.2).
Nenhum comentário:
Postar um comentário