segunda-feira, 3 de março de 2025

NOTAS PARA A HISTÓRIA DE MARACAJAU


O Distrito de Paz de Maracajaú

         A resolução nº 157, de 30 de setembro de 1847,assinada pelo presidente da província, José Morais Sarmento, instaurava os distritos de paz de Maracajaú e Caiçara, do município de Touros.

         De acordo com o artigo único da referida resolução: “ficam instaurados os Distritos de Paz de Maracajaú, e Caiçara do Municipio da Vila de Touros, e sem vigor as disposições em contrário”.( Coleção de Leis Provincials do Rio Grande do Norte,1847,p.3).

         O documento mandava ainda que todas as autoridades, a quem o conhecimento e execução da referida resolução pertencesse, que a cumprisse e fizesse cumprir inteiramente como nela se continha.

         Em 1850 já havia uma autoridade policial designada para a Maracajaú, sendo esta a pessoa do ourives Antônio de Morais, que de acordo com o Diário de Pernambuco era “miserável, analfabeto, sem uma qualidade que o recomende”.(Diário de Pernambuco ,28/10/1850,p.1).

A cólera

         A cólera tinha penetrado e feito consideráveis estragos em vário pontos do Rio Grande do Norte em 1856.Em Maracajaú naquele ano morreram 60 pessoas, e mais de 300 tinham escapado da epidemia até março de 1856.(O Cearense,04/04/1856,p.1).

O povoado

         Em meados do século XIX já havia um povoado em Maracajaú conforme consta em diversas notícias da época atestando sua existência.

         No dia 10/04/1869 o iate Santa Cruz  saiu do porto de Natal com destino ao Aracati no Ceará com carregamento de fazendas e gêneros alimentícios naufragou defronte o povoado de Maracajaú.

         Segundo o relato do Diário do Rio de Janeiro: “em consequencia do mau tempo, o navio encalho, as 8 horas da manhã do dia 12, nas coroas que ficam por dentro dos baixos de São Roque, confronte ao povoado de Maracajaú, abrindo água incontinente, e enchendo-se totalmente d’água quatro horas depois”.(Diário do Rio de Janeiro,25/05/1869,p.2).

         Em 1870 outro naufrágio foi registrado nas proximidades do povoado de Maracajáu.”no dia 11, pela manhã, naufragou nos recifes de Maracajaú, defronte da povoação deste nome, a barca inglesa Gabalva, de 419 toneladas, capitão W. Hyde, com um importante carregamento”.(Diário do Rio de Janeiro,01/02/1870,p.2).

         Em 1863 havia se desenvolvido na povoação de Maracajaú, na província do Rio Grande do Norte, a febre amaraela, tendo afetado a 73 pessoas,das quais apenas uma morrera.(Correio Mercantil, e Instrutivo, Politico, Universal (RJ),04/05/1863,p.2).

Escola masculina

         A lei nº 615, de 3 de junho de 1870 autorizava o presidente da província a criar na povoação de Maracajaú uma escola do sexo masculino.(Coleção de Leis Provinciais do Rio Grande do Norte,1870,p.31).

         A escola, no entanto, foi suprimida pela lei nº 809, de 1877, assinada pelo presidente José Nicolau Tolentino de Carvalho.(Op. Cit.,1877,p.12).

         Somente em 1883, pela lei nº 882, assinada pelo presidente da província Francisco Gouveia Cunha Barreto foi recriada a cadeira de instrução primária para o sexo masculino da povoação de Maracajaú.(Op. Cit.,1883,p.20).

Supressão da agência fiscal

         Por ato  de 11/05/1877 foram suprimidas as agências fiscais de Genipabu, Muriú, Ponta Negra, Maracajaú, Pirangi, Tabatinga, Cunhaú, Cordeiro, Touros, Guamaré e Caiçara, passando a cobrança dos impostos nelas arrecados para as meses de rendas e coletorias respectivas.(Jornal da Tarde,08/06/1877,p.1).

Distrito policial

Por ato de  junho/julho de 1877 foi exonerado o subdelegado do distrito de Maracajaú. (Correio do Norte : Órgão Conservador (RJ),09/08/1877,p.3).

 Em 1896 constavam no distrito policial de Maracajaú Antonio Joaquim do Nascimento, subdelegado cargo de 1º suplente estava vago, Francisco Dionisio Raposo da Câmara e Luiz Ferreira Nobre Câmara, como2º e 3º suplentes, respectivamente.(Mensagens do Governador do Rio Grande do Norte para Assembleia (RN),1896,p.199).

Professor

          Constava como professor público da cadeira de Maracajaú Camilo Agripino da Cruz, que naquele ano havia sido removido para a escola da povoação de Alcaçuz em Nisia Floresta, porém o ato foi tornado sem efeito.(O Povo,15/11/1890,p.3).

         Em 22/10/1890 foi removido a pedido, o professor público da cadeira de instrução primária da povoação de Alcaçuz, Pedro José de Melo, para a de Maracajaú, e transferindo o desta Camilo Agripino da Cruz para aquela.(A Republica ,22/10/1890,p.1).

         Em 1900 Camilo Agripino da Cruz constava como professor de Maracajaú, tendo sua nomeação ocorrido em 06/08/1897.(Mensagens do Governador do Rio Grande do Norte para Assembleia (RN) ,1900,p.64).

 Influência politica

         De acordo com a Gazeta do Natal Manuel Lázaro Mousinho era quem tinha a legitima influência politica em Maracajau em 1890.(Gazeta do Natal ,31/08/1890,p.3).

Agência do correios

         Por ofício do administrador dos correios foi autorizado a estabelecer uma agência dos correios na povoação de Maracajaú, tendo-se em consideração um abaixo-assinado do negociante José Alipio de Menezes que ofereceu-se gratuitamente para servir o lugar de agente e vender os selos independente da respectiva vantagem.(A República,21/04/1890,p.3).

Sobre a capela

         No dia 24/06/1941 o vigário de Touros visitou a capela de Maracajaú onde foram abundantes os frutos espirituais ali colhidos.

         Houve 3 pregações, 312 confissões e uma primeira comunhão de 36 crianças bem instruídas da doutrina cristã.

         O zelo e a dedicação da professora Maria de Lourdes Barros, da Colônia de Pescadores, revelaram-se de maneira brilhante nesse certame da fé.

         Organizou-se uma comissão da católicos para a conservação da capela, do Cruzeiro e do cemitério, composta por José Marques, Luiz Alves, Manoel Rodrigues, Júlio Santos, Manoel Acácio e José Matias.

   A esta comissão competia tratar das festas e missas em Maracajaú. (A Ordem,07/07/1941,p.2).



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