O município de Rio do
Fogo teve sua criação ocorrida em 1995, assim, neste ano de 2025 será a
comemoração dos seus 30 anos de criação, sendo assim um dos mais jovens municípios
criados no Estado, entretanto sua
história remonta a épocas passadas distantes e que merecem ainda olhares que
descortinem mais amplamente os subterrâneos do seu passado.
A seguir alguns fragmentos que podem
contribuir para a história desse pequeno, porém, pitoresco município do litoral
potiguar que desponta a cada dia com sua vocação turística.
Descrição de
Pititinga Em 1883
Pititinga é uma das
localidades litoraneas mais antigas do Rio Grande do Norte, sendo ponto de
referência para navegadores desde os tempos da colonização potiguar, atualmente
integra o território do municipio de Rio do Fogo.
A Enseada de Pititinga foi assim descrita
pela revista maritima brasileira: “assaz conhecida pela aluvião de coqueiros
espalhados por entre muitas pequenas casa, que forma uma povoação muito
pitoresca.
A ponta da Enseada da Pititinga está a
uma milha e meia distante da Ponta de Maracajaú.(Revista Maritma Brazileira ,1883,p.634).
A escola
primária de Zumbi
A lei Nº 935, de 21 de
março de 1885, assinada pelo então presidente da provincia Altino Correia de Araújo,
criou a cadeira de primeiras letras para o sexo masculine na povoação de Zumbi,
do municipio de Touros.(Coleção de Leis Provincials do Rio Grande do Norte, 1885,
p.4).
Já a lei nº 999, de 05 de abril de 1887,
assinada pelo presidente da provincial, Francisco Pereira de Carvalho,
transferiu a referida escola de instrução primária de Zumbi para a povoação de
São Bento.(Coleção de Leis Provincials do Rio Grande do Norte,1887,p.23-24).
De acordo com o jornal A Nação em 15/02/1933 foram inaugurados os faroletes de Gameleira, Rio do Fogo e Pititinga, no canal de São Roque.(A Nação,15/02/1933,p.5).
O distrito policial
de Rio do Fogo
Em 12/01/1936 foi criado no município
de Touros dois distritos policiais com as denominações de Rio do Fogo e São
Miguel do Gostoso, obedecendo aos limites traçados na portaria do chefe de polícia, tendo sido nomeados
para as funções de subdelegados, Miguel Gomes
Ribeiro e José Domingues Vital, respectivamente.
No tocante ao subdelegado de Rio do Fogo, Miguel Gomes Ribeiro, assumiu as suas funções naquele distrito em 22/02/1936.( A Ordem, 22/02/1936,p.3).
Nova
casa do faroleiro de Rio do Fogo
Em 1936 foi inaugurada a nova casa do faroleiro
de Rio do Fogo pelo almirante Aristide Guimarães, assim como as de Gameleira e
Pititinga.(a ordem, 15/03/1941,p.1).
O cartório de registro civil de Rio do
Fogo foi suprimido por meio de decreto estadual em 31/12/1938.(a ordem,26/11/1938,p.1).
Ignora-se a data de criação e os motivos que levaram a tal medida por parte do
governo.
O decreto nº 974, de 26 de outubro de 1935, concedeu subvenção
a escola particular mantida pela professora Francisca de Souza Ribeiro em Rio
do Fogo.(Decretos do Governo do Estado
do Rio Grande do Norte,1935,p.292).
Em 1942 constava a escola rudimentar de Pitintinga, do
municipio de Touros.(Decretos do Governo do Estado do Rio Grande do Norte,1942,p.245).
O Decreto nº 1.154, de 25 de janeiro de 1943, transferiu a escola isolada de Pititinga, do município de Touros, para o lugar Varzea de Dentro, do municipio de Ceará-MirimDecretos do Governo do Estado do Rio Grande do Norte,1943,p.189).
Educação
Criação da
escola de Rio do Fogo
O decreto nº 466, de 31 de janeiro de 1930 criou a escola
rudimentar de Rio do Fogo, no município de Touros.
(Decretos do Governo do Estado do Rio Grande do Norte,1930,p.33).
O decreto nº 232, de 23 de dezembro de 1936 concedeu
subvenção a escola particular mantida pela professora Adelaide Costa, em Pititinga.
(Atos Legislativos e Decretos do Governo do Estado do Rio Grande do Norte,
1936,p.498).
Por decreto assinado em 19/06/1946 pelo
interventor federal no Rio Grande do Norte foi criada a escola isolada de
Pititinga.( A Ordem,21/06/1946,p.4).
Professoras
O jornal A Ordem das décadas de 1930/40
registrou as diversas nomeações e transferências de professoras da vila de Rio
do Fogo, como as que se seguem.
A professora Raquel Natália de Paiva
foi nomeada em 22/01/1939 para escola isolada de Rio do Fogo, do município de Touros.(a
ordem,22/01/1939,p.1), entretanto, a referida professora foi exonerada a pedido
em 21/03/1939, três meses depois de sua nomeação conforme consta no citado
jornal.(a ordem,21/03/1939,p.4).
Para substituir a professora Raquel Natália
de Paiva foi nomeada em 25/03/1939 a professora diplomada Zilda Barbosa Lima.(a
ordem,25031939,p.1).A referida professora foi transferida do cargo de professora efetiva da escola
isolada de Rio do Fogo em 17/01/1940 para uma das escolas reunidas da vila de Sacramento,
no município de Santana do Matos.
(a
ordem,17/01/1940,p.1).
Já em 09/02/1940
a professora de 4ª classe Noemi Barbosa Lima foi nomeada para ter exercício na
escola isolada de Rio do Fogo.(a ordem,09/02/1940,p.4), substituindo assim
aquela anteriormente citada, ocorreu, pois, que Noemi Barbosa Lima pediu sua
remoção da escola isolada de Rio do Fogo para a escola do Campo de Sementes de
Sacramento, em Santana do Matos.(Op. Cit., 18/03/1940,p.2).
Em 03/08/1940 constava Francisquinha
Ribeiro como professora da escola rudimentar do Rio do Fogo (a
ordem,03/08/1940,p.4), a mesma professora é citada em 1948 com o nome
Francisquinha de Melo Torres(Diário de Natal,21/08/1948,p.5),
talvez, acrescentado o nome de casada.
A professora de 4ª classe Aliete Cardoso foi removida a pedido da escola isolada de Rio do Fogo em 06/08/1942. (a ordem,06/08/1942,p.2).
A
Colônia de Pecadores de Rio do Fogo
A Colônia de Pescadores Z-3 de Rio de
Fogo já existia em 1922, contando naquele ano com um elevado número de colonos
e mantendo duas escolas primárias, sendo uma em Rio do Fogo, sede da Colônia, e
outra em Zumbi.(a voz do mar,1922,p.8).
a
Colônia de Pescadores Z-3 foi depois denominada Comandante Frederico Vilar, com
sede em Rio do Fogo e abrangendo a zona que ia desta vila até à Gameleiras. A
Z-3 compreendia assim toda a zona da costa desde a ponta da Gameleira até a
margem esquerda do Rio do Fogo.
Sua safra de peixes consistia em guarajuba, ariacó, caraúna e pescaria de peixe do alto mar.Possuía ainda curral de apanhar peixes que fazia boa safra de xaréu e outros peixes.
Em 1924 constava como membros da
diretoria Henrique de Oliveira, delegado; Manoel Ferreira da Costa, presidente;
Luiz Ferreira da Costa, secretário e Manoel Celestino Andrade, tesoureiro.(a
voz do mar,1924,p.41).
Em 01/10/1924 foi fundada pela Colônia
Z-3 Comandante Frederico Vilar duas escolas, sendo a Escola Comandante
Gumercindo Loretti na praia de Rio do Fogo e a Escola Dr. José Augusto na de Perobas.
(a voz do mar,1924,p.17).
Em 1929 constava que a Colônia Z-3
estava denominada de Comandante Nereu Correia (a voz do mar,1929,p.31), teria
mudado de nome ou seria outra?.
As colônias Z-2, Z-3 e Z-5, situadas,
respectivamente em Touros, Rio do Fogo e Pitintinga, possuíam riquíssimas lagoas,
que eram verdadeiros viveiro das espécies das mais variadas e apreciadas, sem
que, no entanto, fossem exploradas proveitosamente por falta de aparelhos
aperfeiçoados que pudessem dar uma pesca mais rentável.
Os pescadores, geralmente muito pobres,
não contavam com o apoio de qualquer espécie para a aquisição de seus afazeres
e praticavam uma pesca ainda muito rudimentar, que era incapaz, por isso mesmo,
de produzir uma melhoria em sua situação socioeconômica.
Entre as muitas lagos piscosas da
região, contava-se a conhecida por nome de Baião, distante 3 milhas da praia de
Maracajaú, extendendo-se por 2 milhas e entre 5 e 6 milhas de profundidade,
pertencendo a Colônia Z-5. Nela havia, além de outras espécies, o peixe
denominado “tapacá”, considerado excelente pelo seu sabor; a lagoa da Mutuca, próxima
a praia de Pititinga, possuía as mesmas variedades de peixes da anterior, tendo
sido sondada desde 1877 pelo velho pescador Manoel Gomes da Silva e possuindo
este apenas uma vara de 5 braças, não tendo sido encontrado o seu fundo.
Há ainda as lagoas Cotia, Atoleiro,
Fonseca e Punaú, estas duas últimas na zona da Colônia Z-5 e recebendo água salgada;
na zona da Colônia Z-3 se situa a grande lagoa do Fogo, verdadeiro mar povoada
de peixes dos mais valiosos, sem contudo, ser exploradas convenientemente por
causa de sua profundidade e falta de aparelhos por parte dos pescadores.
Na zona abrangida pela Colônia Z-2 se
situa a lagoa conhecida por Boqueirão, que em nada ficava a desejar as suas congêneres
já citadas.
Os pescadores da região, que se contavam por centenas, apelavam por meio da revista A Voz do Mar para os poderes públicos para que lhes fossem facilitada pelo menos a aquisição de maquinários próprios ao exercício mais eficiente do para o seu trabalho.(a voz do mar,1932,p.26).
Em 1936 as duas escolas ainda eram mantidas pela Colônia
Z-3.(a voz do mar,1937,p.16).
A
Sede da Colônia de Pescadores de Rio do Fogo estava em construção em 1937 e
segundo a revista A Voz do Mar era uma das melhores que existia no litoral
potiguar, estando a Colônia constituida por 220 pescadores matriculados.(A Voz do Mar,1937,p.16).
Em
1940 foi reaberta a escola noturna Joaquim Terra da Costa, mantida pela Colônia
Z-3, sob a regência da professora Joana de Souza Ribeiro.(A Voz do
Mar ,1940,p.18).
A
Colônia Z-3 Comandante Frederico Vilar, sediada na vila de Rio do Fogo foi
reorganizada em 1941 onde foram eleitos para sua diretoria naquele ano: Luiz
Joaquim do Nascimento, president; Juvenal Gabriel, secretário e Manoel
Monteiro, tesoureiro.(A Voz do Mar, 1941,p.15).
Dos eventos socioculturais promovidos
pela Colônia Z-3 de Rio do Fogo tem-se o registro da trasladação da imagem de São
Pedro da localidade de Rio do Fogo para a vila de Touros em 24/06/1944.
De acordo com o jornal A Ordem naquele
dia as 08h, no salão de honra da Colônia, teve lugar a inauguração do retrato
do presidente da mesma Baltazer Miranda, que havia falecido recentemente, por
iniciativa de Ricardo da Cruz, representante da comissão executive da pesca do Estado.
Ao ato compareceram além de grande
número de Pescadores, o Pe. Vicente de Freitas, vigário de Baixa Verde e
encarregado da paróquia de Touros, Severino Moura, prefeito de Touros, o tenente-comandante
do destacamento federal em Rio do Fogo exercendo a função de delegado de policia,
as professoras e alunas do grupo escolar local.
Sobre o significado da homeneagem ao
ex-presidente da Colônia Z-3, discursou Ricardo da Cruz, tendo o aluno Josivam
Ribeiro da Cruz descerrado a Bandeira que encobria o retrato de Baltazer Miranda.
Após essa solenidade segue-se a
imponente procissão fluvial, composta por diversas embarcações, inclusive
jangadas, a fim de trasladar a imagem de São Pedro, patrono dos Pescadores, da
localidade do Rio do Fogo para a cidade de Touros.(a ordem, 17/07/1944,p.3).
A atual Colônia de Pescadores de Rio do Fogo está
localizada na Praça Pescadores 125, na cidade de Rio do Fogo.
A Colonia
de Pescadores de Pititinga
A
Colônia de Pescadores Z-5 localizada em Pititinga na margem esquerda do rio Punaú,
toda a costa até a margem esquerda do rio Piracabú.
Mantinha duas escolas primárias. (A Voz do Mar ,1936,p.18).
Novas casas
para faroleiros
De acordo com a Revista Marítima Brazileira em 1949 foram construídas novas casas para moradia de faroleiros nos farolete de Rio do Fogo, Gameleira e Pititinga. (Revista Marítima Brazileira ,1949,p.48).
A
Estrada de Santa Luzia a Rio do Fogo
A estrada que ligava as localidade de Saco
de Santa Luzia e Rio do Fogo, no município de Touros, foi inaugurada em
18/04/1959.
De acordo com o Diário de Natal o
ato inaugural constou do simples corte
de fita e vários discursos, notadamente
o de Dinarte Mariz então governador do Estado, o qual relembrou o instante em
que prometera a construção daquela via de acesso entre o litoral e o centro do
Estado.(Diário de Natal,22/04/1959,p.1).
A nova estrada fazia parte de um plano que uniria todas as localidades litorâneas, que viviam da pesca, nos centros abastecedores, o que provocaria mais facilidade de transporte do pescado, que principalmente o de Rio do Fogo, era feito através das praias consumindo o máximo de tempo e esforço dos pescadores quando não encarecendo de 20 para 80 cruzeiros o quilo do produto
Escola
radiofônica
Em abril de 1958 a Emissora de Educação
Rural, da Arquidiocese de Natal, atual Rádio Rural de Natal, percorreu o
município de Touros visitando além da sede municipal as localidades de São Miguel
do Gostoso, São José, Cajueiro, Pititinga, Barra de Maxaranguape, Pureza, Saco
de Santa Luzia e Rio do Fogo.
Essas visitas teve por finalidade tartar
dos primeiros preparativos de instalação das Escolas Radiofônicas de
alfabetização de adultos.
De acordo com o jornal O Poti o
interesse de todo o municipio era grande, surgindo da parte de sua população a
melhor receptividade com relação a Emissora da Arquidiocese de Natal.(O Poti,18/04/1958,p.6).
Cerca de 12 escolas radiofônicas seriam
instaladas no município de Touros naquele ano, as quais seriam um grande passo
para a extinção do analfabetismo na região, segundo o citado jornal.
O vigário de Touros a época, o Pe Luis
Lucena Dias, estava bastante empenhado em levar à frente a iniciativa e
notava-se em todos os lugares o interesse da população analfabeta em aprender a
ler e escrever pelo rádio.
Aspectos do centro de Rio do Fogo. |
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