A estação Cabugi fazia parte da linha
tronco da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte-EFCRGN tendo sido
inaugurada em 25/09/1932 e sua localização estava entre as cidades de Lajes e a
então vila de São Romão, atual cidade de Fernando Pedrosa, estação também
inaugurada no mesmo dia que a de Cabugi, a época ambas pertencentes ao município
de Angicos.
Sobre a inauguração desta estação há o
registro do telegrama do diretor da EFCRGN, Norberto Paes, enviado ao ministro da
viação José Américo dando ciência da inauguração das estações de Cabugi e São
Romão.
“Natal, 26.Tenho a mais viva satisfação
de comunicar a V. Ex., que foram inauguradas, ontem, as estações Cabugi e São
Romão no prolongamento desta estrada. Estiveram presentes ao ato os
representantes do Sr. Interventor no Estado, secretário, Tribunal de Justiça,
comércio, jornais e grande massa de população da zona rural. Rogo a V. Ex.,
permissão para dizer que o referido melhoramento da zona deu lugar a que a
mesma população aclamasse delirantemente o nome de V. Ex. Cumpre-me informar
ainda a V. Ex., que os serviços inaugurados foram feitos aproveitando somente
flagelados. Saudações respeitosas. (a) - Norberto Paes, diretor [da] Central R. G. do
Norte. (A NOITE,27/07/1932, p.9.Grifo nosso).
Do texto a cima, além de saber que a
inauguração das referidas estações, fica-se sabendo que os serviços foram feitos
aproveitando a força de trabalho dos flagelados da seca daquele ano de 1932.
A inauguração das estações de Cabugi e
São Romão ecoaram ainda nos demais jornais da então capital do país, a cidade
do Rio de Janeiro, como os citados a seguir: Correio da Manhã, 27/09/1932, p.4;
04/10/1932, p.4; Diário da Noite,
27/09/1932, p.5, Jornal do Comércio, RJ, 28/09/1932, p.5.
Em todos estes veículos de comunicação
foram replicados o telegrama enviado pelo diretor da EFCRGN citado a cima.
Já o Jornal do Brasil escreveu na
edição do dia 30/09/1932: “ NATAL, 29- realizou-se domingo, a inauguração das
estações de S. Romão e Cabugy, na Estrada de Ferro Central do Rio Grande do
Norte. Houve um trem especial, que conduziu as autoridades, e regressou a noite,
após a realização de grande festa, nas estações inauguradas”. (JORNAL DO
BRASIL, 30/09/1932, p.12).
Como já dito antes, Cabugi fazia parte do território
do município de Angicos a época da inauguração da estação ferroviária ali
naquela localidade.
Em 1937 foi publicado no jornal
Diário de Noticias uma matéria a respeito da então povoação do Cabugi.
Segundo a referida matéria a zona
do Cabugi era das mais prósperas do município de Angicos. Situada ao leste da
sede municipal de onde distava 28 km e da capital.” É nela que está localizada
a conhecidíssima serra do Cabugy que pela sua altitude e originalidade de
aspecto, é uma dos mais interessantes acidentes geográficos do Rio Grande do
Norte”. Presentemente o referido acidente geográfico é conhecido como Pico do
Cabugi.
De
acordo com a referida matéria os habitantes do Cabugi, assim como os demais do
município, dedicavam-se quase exclusivamente a agricultura e a pecuária.
Sobre a estação ferroviária do Cabugi
escreveu a citada matéria: “é servida pela linha férrea da Central, que ali fez
construir uma estação, de linhas modernas, inaugurada em setembro de 1932.Este
prédio fica em terras da fazenda Santa Cruz, de propriedade do ce. Luiz
Pinheiro, um dos maiores fazendeiros daquela região’. (DIÁRIO DE NOTICIAS, 12/06/1937, p.36).
Sobre a serra do Cabugi escreve a
citada matéria “ a serra do Cabugy, que foi chamada por um poeta potyguar ‘isolada
pirâmide do Egito’, é avistada de pontos afastados, e tem servido de bússola a
navegantes e pescadores” (DIÁRIO DE NOTICIAS, 12/06/1937, p.36).
Acreditando no futuro promissor da
povoação terminava a matéria dizendo que por fatores, Cabugi “será, talvez num
futuro muito próximo, uma das mais importantes povoações do município de
Angicos” (DIÁRIO DE NOTICIAS,12/06/1937, p.36).
A
estação do Cabugi funcionou por pouco mais de 30 anos como se pode vê nos
horários dos trens da EFCRGN ela aparece no ano 1962, porém no ano de 1966 já
não aparece citada, o que deixa transparecer que já havia sido desativada.
Abandonada o destino da estação foi a demolição, restando apenas os alicerces do edifício que podem ser visto atualmente em meio a paisagem árida da caatinga como visto na foto a seguir.
Ruínas da estação Cabugi. Foto: Cicero Lajes. |
Fonte: Cartogramas municipais dos transportes e comunicações
- Estado do Rio Grande do Norte. Instituto
Cartográfico Canabrava Barreiros.1949, p. 4.
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