Largo da estação ferroviária de Angicos. |
Em 27/07/1932 o ministro da viação, José Américo de Almeida, mandou entregar, por conta dos recursos destinados aos flagelados do nordeste, ao diretor da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte, a quantia de 450:000$ para atender as despesas com a conclusão do prolongamento da ferrovia até Angicos. (DIÁRIO DA NOITE, 27/07/1932, p.4).
Largo da estação ferroviária de Angicos. |
Fachada da estação de Angicos. |
Lateral da estação de Angicos. |
Prédios anexos da estação de Angicos onde funcionavam os armazéns. |
Lateral da estação da Angicos. |
Sobre o município de Angicos a época da
inauguração da estação
Entre
os municípios mais destacados do Rio Grande do Norte, pelos feitos memoráveis
da sua história, pelo seu indiscutível
valor econômico, pelas suas esplendidas possibilidades de progresso e riqueza,
Angicos figurava em honroso lugar, escrevia o jornal Diário de Noticias. (DIÁRIO
DE NOTICIAS, 12/06/1937, p.37).
O
município situado em pleno coração do Estado, distante cerca de 200 km da
capital, era terra de tantos filhos ilustres e tão gloriosas tradições, se
afirmava na década de 1930, “graças ao esforço do seu governo e a boa vontade do seu povo, na senda
luminosa do desenvolvimento, enfrentando todas as dificuldades sobrepondo-se a
todos os empecilhos, para que a impressão de sua grandeza, caracterizada num
belo passado, jamais fosse imaculada, pelo pessimismo, pelo atraso, pelo
retrogradamento”. (DIÁRIO DE NOTICIAS, 12/06/1937, p.37).
A
agricultura, como em quase todos os
municípios potiguares, constituía a sua principal fonte de riqueza, era
incentivada pelo idealismo do Dr. Dioclécio Duarte, diretor do Departamento de
Agricultura Viação e Obras Públicas, e pela perseverante aclividade do Dr.
Jeuvêncio Mariz, inspetor de plantas texteis, “os habitantes do município,
almas plasmadas no sofrimento e na dor, mas desabrochando sempre com a alegria
contagiante dos felizes, se entregam decidida e corajosamente, avistando, a
cima de tudo, a imagem da terra estremecida”. (DIÁRIO DE NOTICIAS, 12/06/1937, p.37).
De
acordo com o citado jornal nos anos invernosos, os heroicos lavradores do solo
fértil de Angicos deixavam os seus lares, e, acompanhados por suas humildes
mulheres e pelos seus filhos “vão para o campo, na faina enobrecedora do
trabalho, batalhando mais pela prosperidade de seu torrão natal, do que pela
melhoria de suas minguadas finanças”. (DIÁRIO DE NOTICIAS, 12/06/1937, p.37).
O município tinha 80% de suas receitas na agricultura, marchando essa atividade
cada vez mais progressista, tendo o seu
povo, ordeiro mas altivo, pacífico mas, digno, acalentava sempre as esperanças
verdes de um futuro melhor. (DIÁRIO DE NOTICIAS, 12/06/1937, p.37).
Por toda a extensão da Serra Verde e do
Mato Grande, situadas ao lado da importante cidade de Angicos se estendiam
vastas plantações, sendo bem confortador o movimento que se operava entre os
agricultores angicanos, no sentido de evoluir os processos agrícolas, não se
contando número daqueles que substituíam a rotineira enxada, pelas sugestivas
capinadeiras, arados, etc. (DIÁRIO DE NOTICIAS, 12/06/1937, p.37).
Plantava-se preferencialmente conforme
as estatísticas públicas, o algodão do tipo mocó e verdão, tidos como os que
melhores floresciam nas terras daquele município.
O descaroçamento da malvácea não era
feito fora dos limites de Angicos, mas em 9 grandes instalações, que com 13
máquinas constituídas de 800 serras, satisfazia relativamente as necessidades
da produção do algodão.A safra de 1937, foi calculado em 2.000,000 kg, caso o
inverno se mostrasse bom como se previa. (DIÁRIO DE NOTICIAS, 12/06/1937, p.37).
O município
produzia também milho, feijão, arroz, cera de carnaúba, etc.
Sobre o município de Angicos escreveu o Interventor Rafael Fernandes naquele ano de 1937: “O povo de Angicos, de alguns anos a esta data, tem demonstrado elogiosa capacidade progressista doando sua terra com melhoramentos e riquezas que devem servir de padrão e orgulho".
Para este apogeu o impulsionam a
inteligencia e tenaz operosidade dos seus filhos, a esplendida uberdade do seu
solo e o acervo de reservas materiais e morais já acumuladas.NATAL, RAFAEL FERNANDES
GURJÃO, GOVERNADOR DO RIO GRANDE DO NORTE”. (DIÁRIO DE NOTICIAS,12/06/1937, p.37).
A estação de Angicos com suas cores originais. |
Fonte: Cartogramas municipais dos transportes e comunicações
- Estado do Rio Grande do Norte. Instituto
Cartográfico Canabrava Barreiros.1949, p. 4. |
Fonte: Cartogramas municipais dos transportes e comunicações
- Estado do Rio Grande do Norte. Instituto
Cartográfico Canabrava Barreiros.1949, p. 4.
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