Já ouviu falar no Alto Juruá em Natal? ele faz parte do bairro de Petrópolis e por pouco não ganhou autonomia como bairro da capital potiguar com a denominação de Pe. João Maria, aliás, foi lá onde passou seus últimos dias de vida o famoso padre de Natal vindo ali a falecer em 1905 e onde atualmente se encontram seus restos mortais na igreja de Nossa Senhora de Lourdes.
Igreja matriz de Nossa Senhora de Lourdes do Alto Juruá. |
Sobre aquele recanto, pobre, diga-se de passagem, da capital potiguar colhemos as informações que se seguem.
A ação social da Congregação Mariana da Catedral
A associação religiosa católica Congregação Mariana dos Moços Católicos de Natal, constituídas por rapazes realizou um importante apostolado social no Alto Juruá.
Em 24/11/1946 na reunião dominical da referida associação religiosa seriam debatidos importantes assuntos aos quais se prendiam os novos planos de ação a serem postos em prática pela Federação Mariana da diocese visando a assistências social e religiosa às famílias pobres residentes no Alto Juruá, no bairro de Petrópolis ( A ORDEM, 23/11/1946, p.6).
Em 28/11/1946 seria realizada uma reunião, na sede da Federação Mariana, na rua João Pessoa, com todos os congregado marianos que deram sua adesão aos trabalhos de apostolados social no Alto Juruá, em Petrópolis. Nesta ocasião o dr. Oto Guerra falaria sobre o recenseamentos a ser feito entre as famílias pobres dali, distribuindo as fichas para colher as informações dessas famílias (A ORDEM, 27/11/1946, p.4).
Inicialmente os congregados marianos mantiveram ali aulas de alfabetização e de catecismo e fundaram também um ambulatório médico.
Sob a direção do Pe. Emerson Negreiros, os congregados marianos iria iniciar em 1950 mais um apostolado em favor da pobreza do Alto Juruá, cooperando para o bom êxito do Ambulatório-Escola que seria brevemente instalado ali.
Para entrar em contato com a população católica dali, os marianos participariam de um concentração em frente ao prédio onde funcionava o ambulatório.
O Pe. Emerson Negreiros continuava trabalhando em favor daquela obra, apelando aos católicos em geral no sentido de remeterem os seus auxílios, que em dinheiro ou objetos (pratos, panelas, mesas, bancos, etc.) ao ambulatório-escola.
Em preparação ao mesmo já estava funcionando com grande comparecimento um centro de catecismo, a cargo das senhorinhas da Juventude Feminina Católica-JFC e segundo o jornal A Ordem reinando muito interesse no seio das famílias residentes no Alto Juruá ( A ORDEM, 28/04/1950, p.1).
A Congregação Mariana teve a iniciativa de fundar o Centro Social Nossa Senhora de Lourdes no Alto Juruá, onde aquela região habitada por gente boa e humilde necessitava de assistência.
Foi assim que procurando atender da melhor maneira possível aqueles habitantes do Alto Juruá no que se referia a assistência dentária, os congregados marianos inauguraram no dia 04/06/1950 um gabinete dentário no Centro Social Nossa Senhora de Lourdes, funcionando em prédio dotado de amplas instalações modernas, estando o mesmo a cargo do Dr. Wiliam Gurgel Cunha, sendo gratuito esse serviço traria grandes benefícios para os pobres dali (A ORDEM, 03/06/1950, p.4).
Naquele mesmo ano a Congregação Mariana iniciou um curso de alfabetização de adultos (A ORDEM, 27/06/1950, p.4).
No dia 22/10/1950 foi realizada um concentração cívico-religiosa no Alto Juruá no Centro Social Nossa Senhora de Lourdes seguindo-se de uma procissão com a imagem de Nossa Senhora de Lourdes que percorreu as ruas do bairro com a presença de grande multidão, notando-se a presença de congregados marianos, tendo presidido a concentração o Pe. Emerson Negreiros. De acordo com o jornal A Ordem o povo participou da procissão com verdadeiro espirito de piedade ouvindo-se o espoucar de foguetões durante o itinerário do préstito (A ORDEM, 22/10/1950, p.4).
Em 30/11/1950 foram encerradas as aulas da classe infantil que funcionava no Centro Social Nossa Senhora de Lourdes no Alto Juruá, sob os auspícios da Federação Mariana de Natal.
A escola infantil era dirigida pela professora Margarida de Oliveira, auxiliada pela professora Maria Oliveira que esteve presente aquelas festividades a qual contou com grande número de alunos comparecendo também ali membros da Federação Mariana. Foram tiradas fotografias dos diversos aspectos daquela conclusão do ano letivo, de muito proveito para as crianças pobres daquele bairro.( A ORDEM, 01/12/1950, p. 4).
A escola mantida pela Congregação Mariana estava localizada na rua 2 de Novembro nº 79.
Em 1951 a escola de alfabetização de adultos e catecismo estava soba direção do congregado mariano professor Felipe Neri de Andrade, auxiliado pelo congregados Olavo Silva e Dr. João Manoel de Maria (A ORDEM, 03/09/1951, p.4).
A Sociedade Progressista e Beneficente
Com a finalidade de neutralizar as constantes explorações dos agentes comunistas, que procuravam tirar proveito para a sua propaganda junto a gente pobre, foi fundada no morro do Alto Juruá no bairro de Petrópolis, na capital potiguar, a sociedade formada de operários, pequenos funcionário e trabalhadores.
Tratava-se da Sociedade Progressista e Beneficente do Morro Alto Juruá, cuja solenidade de fundação se verificou no dia 12/10/1947 e segundo o jornal A Ordem sua finalidade era defender os direitos e os interesses da população de referido morro.
A diretoria da nova instituição ficou assim formada: Joaquim Caldas Moreira, presidente, Luís da Costa Câmara, vice-presidente, Manoel Nicácio, 1º secretário, Severino Alves, 2º secretário, Aprígio Alves, tesoureiro. Já o conselho fiscal foi assim composto: Luís Barbalho Bezerra, Pedro Batista de Souza e Antônio Pessoa da Silva ( A ORDEM, 15/10/1947, p.2).
A referida associação esteve reunida no dia 30/10/1947, sob a presidência do capitão Juvêncio Cordeiro, engenheiro chefe do Serviço de Vales Úmidos do Nordeste, que dirigiu entusiastas palavras aos presentes, tendo o presidente da SPB, Joaquim Caldas Moreira, proferido vibrante discurso, apoiando o ato do presidente da República no rompimento das relações do Brasil como a Rússia.
Também usaram da palavra os Srs. Pedro Vilela, delegado de policia de Petrópolis e Manoel Alves de Assis, tendo sido comunicada a resolução da prefeitura de Natal em nadar construir uma estrada de rodagem na rua 2 de novembro, que muito beneficiaria a população daquele bairro (A ORDEM, 03/11/1947, p.1).
A Sociedade Progressista e Beneficente do Alto Juruá era a encarregada de promover as festas natalinas com seus folguedos tradicionais que caracterizavam a vida social daquele recanto de Natal.
O Cruzeiro em homenagem ao Pe. João Maria
Com a aprovação do bispo diocesano e do vigário da paróquia da Apresentação, o presidente da Sociedade Progressista e Beneficente do Alto Juruá Joaquim Caldas Moreira, iria iniciar um movimento popular para a construção do Cruzeiro Padre João Maria, em homenagem ao virtuoso sacerdote querido de Natal.
A planta do monumento já havia sido aprovada e o mesmo seria erguido em frente a casa onde morreu o Pe. João Maria, à rua 2 de Novembro naquele bairro, estando a mesma exposta na vitrine da fotografia Elite do sr. João Alves, na rua Dr. Barata (A ORDEM, 12/12/1947, p.2).
A construção da capela
De acordo com o jornal A Ordem a construção da capela no Alto Juruá se faria em breve ( A ORDEM, 02/12/1950, p.4).Em 08/01/1951 o Pe. Emerson Negreiros em reunião da Congregação Mariana demorou-se em torno do apostolado no Alto Juruá e em prol da construção da capela em honrado Pe. João Maria ( A ORDEM, 08/01/1951, p.4).
Em 26/05/1951 seria realizado no Teatro Carlos Gomes um festival artístico em beneficio da construção da capela Pe. João Maria que um grupo de católicos estava construindo no Alto Juruá ( A ORDEM, 23/05/1951,p.4).
Em 14/05/1951 o jornal A Ordem registrou os nomes dos novos contribuinte para a construção da capela Padre João Maria, que foram eles: General Fernando Távora: Cr$ 500,00, Prof. Luis Soares: Cr$ 200,00, Juarez Bessa: Cr$: 200,000, Adauto Maia: Cr$: 200,000, Pedro da Costa Câmara: Cr$ 200,00, Julieta Silva: Cr$ 100,000, Cicero Domingos: Cr$ 100,00, Milesi Nesi Simonetti: Cr$ 100,00, Dulce Figueiredo: Cr$ 50,00, Carmem Varela: Cr$ 50,00, Dourinha Varela: Cr$ 50,00, Laura Bessa: Cr$ 50,00, Dr.Manoel Luís Gomes: Cr$ 50,00, Antonio Capistrano: Cr$ 50,00, Jonas Gurgel: Cr$ 50,00, Manoel Fernandes Negreiros: Cr$ 50,00, Francisco Canindé: 50,00, Dulce Miranda: Cr$ 50,00 (A ORDEM, 14/05/1951, p.3).
De acordo com o demonstrativo finaceiro da campanha em prol da construção da capela do Padre João Maria no Alto Juruá em 22/12/1951 apresentado pelo jornal A Ordem até aquela data já havia sido recebidos em donativos Cr$ 17.245,00, dos quais Cr$ 1.794 vindas do festival do Alto Juruá, Cr$ 504,00 do Grupo Alberto Torres, Cr$ 1.576,00 do Colégio Santo Antonio, totalizando Cr$ 4.265,00.De receitas diversas vieram de vendas de medalhas Cr$ 313,50 e de juros de depósitos Cr$ 127,00, totalizando Cr$ 440,00, somando-se tudo deu Cr$ 21.95,50 em receitas.
Desse valor foram deduzidos em despesas 5.080,00, dos quais pago para compra de um sino Cr$ 1.300,00, idem para um presépio cr$ 500,00, idem para compras de medalhas cr$ 450,00, idem para transmissão de escritura cr4 1.200,00, idem para demolição de um casa no terreno da capela Cr$ 1.150,00, idem para publicações Cr$ 380,00, idem para transportes Cr$ 100,00.
Em depósito constava em conta corrente Cr$ 15.867,00 e em caixa Cr$ 1.503,00, totalizando Cr$ 18.870,00, sendo o total geral Cr$ 21.950,50.
Assinou o referido demonstrativo o Pe. Emerson Negreiros em 12/12/1951, responsável pela construção da capela (A ORDEM, 22/12/1951, p.4).
Segundo o jornal O Poti em 1957 continuava a construção da capela Padre João Maria no Alto Juruá, de acordo com o referido jornal "todos nós conhecemos os esforços do Ginásio ara a construção da mesma, salientando-se a ação do seu diretor, Cônego Eymard L'Eralstre Monteiro" ( O POTI, 22/10/1957, p.7).
Igreja do Alto Juruá em construção. Foto: O Poti, 22/10/1957, p.7. |
Ao que parece a igreja do Alto Juruá já estava concluída em 16/10/1959, pois naquele ano seria celebrada missa em ação de graças pela alma do Pe. João Maria na igreja já denominada Nossa Senhora de Lourdes (DIÁRIO DE NATAL, 15/10/1959, p.8).
Em 02/11/1965 foi inaugurada a Casa Paroquial de Nossa Senhora de Lourdes, anexa a igreja do Pe. João Maria. A solenidade foi realizada as 17h00 e a noite houve festa comemorativa na praça em frente a referida casa com show, serviço de bar e outras atrações (DIÁRIO DE NATAL, 30/10/1965, p.4).
Festas natalinas
Dentro das festividades natalinas na capital potiguar em 1947 houve missa campal e fandango com a presença do prefeito Silvio Pedrosa e outras autoridades.
A comissão de realização das festas naquele recanto de Natal estava composta por Luís Câmara, Aprigio Alves Severino Alves, Luís Bezerra Barbalho, Manoel de Assis e Joaquim Caldas Moreira, autor da ideia do Cruzeiro Padre João Maria e o presidente da Federação dos Folguedos Tradicionais do Rio Grande do Norte Pedro Batista (A ORDEM, 26/12/1947, p.4).
As festas do período natalino se tornaram a marca do Ato Juruá sendo ali realizados festejos populares de fandangos, lapinhas, bambelôs, etc., que atraiam para lá muitas pessoas.
A Sociedade Beneficente do Alto Juruá que tinha a sua frente o Sr. Pedro Vilela Cid, estava organizando vasto programa para os festejos de Natal, incluindo fandango, pastoril e outros festejos populares a ter inicio no dia 24/12/1949 e prolongando-se até os primeiros de janeiro do ano seguinte.
As 14h00 dia 25/12/1949 seria distribuído brinquedos, roupas e guloseimas as crianças pobres do Alto Juruá. Esta iniciativa teve apoio do comércio e sociedade natalense, iria contemplar 460 crianças pobres daquele bairro (DIÁRIO DE NATAL, 22/12/1949, p.4).
Iniciadas em 24/12/1952 prosseguiram cada vez mais animadas as festas natalenses do Alto Juruá promovidas pela Sociedade Progressista e Beneficente daquele bairro. Todas as noites vinha funcionando festas de caráter tradicional contando com o comparecimento de grande número de pessoas.
Na noite do dia 24/12/1952 houve a coroação da rainha eleita da festa, Srta. Maria Silva Santos, cuja votação foi das mais surpreendentes. A solenidade de coroação foi presidida pelo prefeito Creso Bezerra, no salão nobre do grupo escolar. As 01h40 foram encerradas as celebrações festivas para dar inicio a missa de Natal, ato esse que foi assistido por mais de 1.200 pessoas. Ninguém dentre os presentes deixou de comparecer a missa.
As festividades no Alto Juruá se estenderam até o dia 01/01/1953 sempre caracterizada pela presença de folguedos populares que tanto encanto vinha dando a tais celebrações (A ORDEM, 30/12/1952, p.4).
Em 11/12/1957 teria inicio as 20h00 uma festa no Alto Juruá com a participação de grupos apresentando danças populares, como o fandango, o bambelôs e a lapinha. Essa festa seria realizada em beneficio da construção de igreja Padre João Maria que se encontrava com serviços bastantes adiantados (DIÁRIO DE NATAL, 10/10/1957, p.6).
O crescimento do Alto Juruá
Um requerimento em comum acordo entre os deputados José Nicodemos, Arnaldo Simoneti, Antônio Soares Filho e Djalma Marinho foi assim redigido:
Atendendo que o Alto Juruá no bairro de Petrópolis, desta capital, compreende hoje um considerável núcleo de população, que essa população se compõe em sua totalidade de operários dos mais variados setores de atividades e desprovidos de maiores recursos, que o número de casebres residenciais ali sobe a mais de dois mil, a despeito do difícil acesso ao morro onde se acham encravadas- Requeremos que a Mesa, nos termos regimentais e após ouvir o plenário, solicite da Comissão Estadual da Legião Brasileira de Assistência a inclusão, no seu orçamento para 1948, a ser elaborado e aprovado pela Comissão Central de verba suficiente à instalação e funcionamento de um Centro de Puericultura no referido Alto Juruá ( A ORDEM, 10/10/1947, p.4).
O requerimento foi aprovado na sessão do dia 14/10/1947.
Em visita ao Alto Juruá o prefeito da capital Silvio Pedrosa prometeu trabalhar pela vitória das reivindicações dos habitantes daquele lugar e falou em prestar uma homenagem a memória do Pe. João Maria com a construção de um cruzeiro em frente a casinha em que ( A ORDEM, 20/11/1947, p.2).
Já em 30/11/1947 foi a vez do governador José Varela subir o morro do Alto Juruá, onde foi recepcionado festivamente, acompanhado de seu ajudante de ordens, o deputado Túlio Fernandes e outras autoridades.
A sessão foi aberta pelo presidente da Sociedade Progressista e Beneficente do Alto Juruá, Joaquim Caldas Moreira, que falou da satisfação de todos os presentes pela visita, o deputado Túlio Fernandes fez a saudação oficial ao governador, seguindo-se um programa artístico com declamações e cânticos pelos alunos ali residentes. O governador agradeceu em rápidas palavras, tendo tocado na festividade a banda da Policia Militar ( A ORDEM, 01/12/1947, p.2).
Em visita pelo Alto Juruá a reportagem do jornal A Ordem constatou que a prefeitura de Natal havia instalado o serviço de alto falante, alinhou as casas da rua principal e desapropriaria umas casinhas para no terreno se construída uma escola primária, a prefeitura havia também reconstruído a escadaria que descia nas imediações do Hospital Miguel Couto (atual Onofre Lopes) na parte inicial da balaustrada (A ORDEM, 28/05/1949, p.6).
Não tendo para onde ir, a população pobre de Natal ia se estabelecendo os morros (dunas) que aquela época já se estavam sendo fixadas (Natal corria o risco de ser soterrada pelas dunas).
Em 1955 o Alto Juruá já se constituía um bairro, embora não o fosse legalmente, onde o casario caminhava em direção ao farol de Mãe Luiza, isso de maneira constante.
De acordo com o jornal O Poti muitas dessas construções embora não fossem classificadas como boas, faziam entretanto, com que não se tivesse a impressão de miséria profunda deixada pelo Rio de Janeiro nalguns pontos daquela cidade, "os morros de Natal com as suas casas humildes, longe estão de nos oferecer aquele triste panorama que se descortina ao lado e a cima da avenida Getúlio Vargas em pleno coração da Capital da República" (O POTI, 08/10/1955, p.3).
Em 1958 o Diário de Natal cita a Escola e Ambulatório Padre João Maria no Alto Juruá ( DIÁRIO DE NATAL, 30/12/1958, p.13).
De acordo com o Diário de Natal a prefeitura de Natal acabava de fechar negócio para a aquisição de um terreno na rua 2 de Novembro, onde no local seria construído um pequeno mercado, onde o novo estabelecimento viria beneficiar o bairro de Aparecida (ex-favela) e o Alto Juruá ( DIÁRIO DE NATAL, 17/02/1964, p.2).
Aspecto da praça do Alto Juruá.
A criação do bairro
Em 1957 foi enviado a Câmara Municipal de Natal mensagem do prefeito criando o Bairro Padre João Maria. Segundo o jornal O Poti, com tal medida desejava o município prestar a sua melhor homenagem aquele sacerdote que dedicou a sua existência a prestar os benefícios possíveis a todos quanto lhe procuravam em busca de auxílio quer material, quer conforto moral.
O Pe. João Maria de há muito era merecedor de reconhecimento da cidade, e ainda em tempo, as autoridades resolveram saldar a velha dívida para com ele com a criação do bairro onde o mesmo veio a falecer.
O novo bairro que seria criado compreenderia o Alto Juruá, Areia Preta e Praia do Meio, limitando-se com Mãe Luiza e o bairro de Santos Reis ( O POTI, p.8).
O bairro Padre João Maria não teve sua criação aprovada pela Câmara Municipal de Natal, tendo sido um dos muitos bairros criados que não vingaram na capital potiguar.
Em 1952 o governo estadual havia construído uma escola isolada no Alto Juruá (DIÁRIO DE NATAL, 26/04/1952, p.4).Na inauguração do edifício da Escola Isolada do Alto Juruá estiveram presente o governador Silvio Pedrosa e todo secretariado. Discursaram na ocasião o professor Severino Bezerra e o governador do Estado que expressou a satisfação de presidir um ato de real significação para o ensino da gente pobre daquela localidade.
A escola já registrava naquele ano a matricula de 130 alunos, crianças residentes unicamente no Alto Juruá.
Aspecto do Alto Juruá. |
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