terça-feira, 11 de março de 2014

Artistas taipuenses SEVERINO BORGES DE OLIVEIRA (BITINHO)

Escultores do Nordeste: SEVERINO BORGES DE OLIVEIRA (BITINHO)

      Este artigo foi publicado originalmente no blog http://xiquexiquense.blogspot.com.br/ em 18 de fevereiro de 2011 na qual aqui reproduzo sobre este artista nascido em Taipu.Trata-se de Severino Borges de Oliveira, vulgo,Bitinho.

     Nasceu em 1940 na cidade de Taipu (RN) e, a exemplo de outros nordestinos migrou pelos estados do Ceará, Paraíba, Minas Gerais, São Paulo e, finalmente estabeleceu-se na cidade de Juazeiro (BA) onde, durante muitos anos produziu as famosas carrancas que ilustraram as prôas da barcas do Velho Chico, feitas de madeira (cedro ou umburana), sem qualquer desenho prévio, apenas com auxílio de serrote, escopo, formão, facas e torno.

Foto:Maria do Carmo Buarque de Holanda

Artistas taipuenses K-Ximbinho


          Nasceu em Taipu (RN) em 20/01/1917, e lá começou a tocar clarineta. Mais tarde mudou-se para Natal, onde entrou em um conjunto de jazz. Também tocou saxofone e requinto. Em 1938 passou a integrar a Orquestra Tabajara de Severino Araújo, e quatro anos mais tarde radicou-se no Rio de Janeiro, desligando-se da orquestra. Tocou em outras orquestras na década de 40, e foi também músico de estúdio, acompanhando cantores. Por volta de 1946 voltou a ingressar na Tabajara, que foi a primeira a gravar uma composição de sua autoria, o clássico choro "Sonoroso". Depois de estudar teoria musical com o maestro Koellreuter e tocar em boates, fez uma turnê pela Europa, na década de 50. De volta ao Brasil, trabalhou como arranjador na Odeon e na TV Globo. Outras de suas composições também se tornaram clássicos do choro, como "Eu Quero É Sossego", "Saudades de um Clarinete" e "Gilka".
           Sebastião Barros, K-Ximbinho,  morreu 26/06/1980 no Rio de Janeiro.Segundo o maestro Paulo Moura, K-Ximbinho foi "o mais original dentre os instrumentistas que se dedicaram à orquestra popular urbana". Dedicou-se ao "jazz", ao choro e ao conjunto regional. "Sua atuação no "jazz" do Brasil é marcada pela criação de formações camerísticas, orquestrando para instrumentos até então pouco utilizados (...)
            Em 2009, foi homenageado pelo grupo Flautistas da Pro Arte com o espetáculo "K-Ximbinho - Um mestre do sopro" em espetáculos apresentados no Teatro Municipal do Jockey, na Sala Baden Powel e no Jardim Botânico, todos no Rio de Janeiro. Na ocasião foram apresentadas suas obras "Sonoroso", "Mais uma vez" e "Sonhando", todas com Del Loro; "Tô sempre aí"; "Ternura"; "Simoninha na Barra"; "Tudo passa"; "Sempre"; "Velhos companheiros"; "Auto-plágio"; "Eu quero é sossego", com Hianto de Almeida; "Teleguiado" e "Catita". Em 2010, as gravações dos choros "Sonoroso", "Meiguice" e "Mais uma vez", com Del Loro, na interpretação da Orquestra Tabajara, foram incluídas no CD 4 da coletânea "Chorinho do Brasil - Vol. 2" da Warner Music.










Discografia

SAUDADES DE UM CLARINETE
SAUDADES DE UM CLARINETE
Eldorado - 1980
K-XIMBINHO E SEUS PLAY-BOYS
K-XIMBINHO E SEUS PLAY-BOYS
Polydor - 1961
O SAMBA DE CARTOLA
O SAMBA DE CARTOLA
Polydor - 1959
EM RITMO DE SAMBA
EM RITMO DE SAMBA
Polydor - 1958
RITMO E MELODIA
RITMO E MELODIA
Odeon – 1956
K-Ximbinho e Seus Play Boys • Polydor • LP ( 1961)
 Em Ritmo de dança • Polydor • LP(1958)
Ama-me ou esquece-me/Murmurando • Odeon • (1956)
Le rififi/Jura • Odeon • (1956)
Molambo/Arrasta a sandália • Odeon • (1956)
Suba espuma/Esperando você • Odeon • (1956)
A fonte secou/Gilka • Continental • (1955)
Começou o baile/Baião potiguar • Continental • (1954)
Um clarinete à jato/Fim de semana em Paquetá • Continental • (1954)
Perplexo/Tudo passa • Continental • (1953)



Fonte: http://www.dicionariompb.com.br/

CARACTERÍSTICAS DE TAIPU NA DÉCADA DE 1950

          Este texto se encontra numas da série crônicas taipuenses, porém, faltava as ilustrações que desejava por.
       Segundo consta na enciclopédia dos Municípios do IBGE (1957) no tocante a formação histórica do município de Taipu consta que essa foi uma das regiões mais densamente povoada da Capitania do Rio Grande do Norte em fins do século XVII. Ainda segundo a mesma publicação o território era denominado Taipu Grande ( p.166) estando a população distribuída em grande número de propriedade rurais na qual se dedicavam ao cultivo de cereais.
Extensão territorial e demografia
      Segundo a publicação do IBGE o município  tinha em 1958 942 km².O Censo de 1950 a população foi estimada em 15.156 habitantes, dos quais 7.581 homens e 7.575 mulheres. Desse total de habitantes 92% da população habitavam a zona rural (IBGE, 1957,p.166).Segundo a já citada publicação havia apenas uma aglomeração urbana, que era a do distrito sede, ou seja , a vila de Taipu, com 1.162 conforme os dados do Censo de 1950 (idem).
      Os mapas a abaixo mostram como era o município de Taipu na década de 1950 do século XX. As imagens foram extraídas da já referida publicação. O primeiro mapa é o mapa físico de Taipu já o segundo trata-se do município no território do Rio Grande do Norte.




Economia
       No que se referem a economia do município o quadro vigente em 1958 era o seguinte: A agricultura e a pecuária congregavam o maior numero de pessoas ativas. Taipu era possuidora de ricas várzeas, que bem cultivadas o tornariam um dos celeiros do estado , afirma a referida obra do IBGE (1958,p.166).No entanto a agricultura era ameaçada vez por outra pelas enchentes ocasionadas pelo rio Ceará-Mirim que destruíam completamente as lavouras.
       A região oeste do município sentia os efeitos da falta de água, o que não permitia o fomento da agricultura naquela região ( a passagem se refere a região compreendida atualmente pelos municípios de Poço e Branco e Barreto, atual Bento Fernandes, que à época eram distritos de Taipu).
        A importância da agricultura na economia local decorria principalmente  do cultivo do algodão e mandioca, que concorreram em 1955 com 60% do valor de todas as culturas agrícolas analisadas pelos serviços de estatísticas.
      O valor da safra municipal naquele ano atingiu a cifra de 5.424,000  cruzeiros. A pecuária estava assim constituída conforme os dados do Censo agropecuário de 1956:A extração de produtos vegetais era outra atividade de fonte de rendas do município. Em 1955 foram extraídos 1.500 kg de cera de carnaúbas que geraram  50.000 cruzeiros a economia município. 
      A indústria  estava representada em 26 estabelecimentos industriais, que em 1955, ocuparam 6 operários e apresentou um valor de 1.558,000 cruzeiros. No tocante ao comercio diz a publicação já citada que o mesmo não apresentava um grande desenvolvimento e que exportava na época algodão, couros e peles com destino a Natal. Havia no município 73 estabelecimento comerciais varejistas em 1956.Já na educação os dados do Censo de 1950 apontavam que apenas 21% da população era alfabetizada ( quota observada na população acima de 10 anos).Havia 35 unidades de ensino no município.
Aspectos do município
       A Enciclopédia dos Municípios Brasileiros trazia no tocante a Taipu duas imagens para ilustrar o município. Trata-se das duas fotos a baixo.A primeira era a da sede municipal, já a segunda evidenciava um aspecto rural do município.Num esforço de identificar os locais apresentados na foto da cidade coloquei as setas onde se localizam as residências encontradas na foto.

          Essas imagens são importantes para compreender a  história de Taipu pois evidenciam a caracterização do município em fins da década de 1950 do século passado elas pretendiam ilustrar as informações da publicação do IBGE onde se conclui que Taipu era na época um município grande em extensão territorial, pouco urbanizado e tipicamente rural.


Fonte: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, IBGE, 1957.

Apontamentos para compreender a história de Taipu


                Antes de dissertar sobre a história de Taipu cabe-nos fazer a distinção entre município e cidade. O município é uma circunscrição territorial abrange todo território, incluindo a sede que lhe denomina, alem dos distritos, fazendas e demais nucleamentos rurais. A cidade é o núcleo urbano de um município.
                Pois bem partindo dessas premissas tentaremos aqui fazer uma ordenação cronológica da história de Taipu ( município e cidade), podemos então subdividir essa história nos seguintes períodos:
Pré-história: período que compreende a presença dos animais da megafauna onde foram encontradas na década de 1980 do século XX ossadas na região do município de Taipu em que atestam a presença desses animais na região.
             A proto-história:está relacionada a presença indígena na região do atual município de Taipu.Antes da presença do colonizadores portugueses houve a participação dos índios no local.Essa presença é atestada pelas peças encontradas em escavações realizadas em sítios e fazendas do município em que foram encontrados artefatos do cotidiano indígena.
           A colonização: diz respeito ao período de colonização portuguesas denotada pela política de doação de terras da Coroa Portuguesas no território da então capitania do Rio Grande (atual estado do Rio Grande do Norte) a partir do século XVI com o sistema de sesmarias. Das 924 sesmarias doadas no Rio Grande do Norte entre os séculos XVI e XIX ao menos 14 foram catalogadas  como doadas entre os territórios dos municípios de Taipu e Poço Branco ( até 1964 foi distrito de Taipu).Estas sesmaria foram o embrião das fazendas que deram inicio ao processo de ocupação do território do município de Taipu,muitas delas localizadas ao longo das margens do rio Ceará Mirim.
       O desenvolvimento urbano: embora fosse distrito de paz do município de Ceará Mirim em 1851 o nucleamento urbano se dá por meio da construção da capela de Nossa Senhora do Livramento a partir de 1861.A partir de então começa a surgir a vila de Taipu  que doravante passará a contar com casas no entorno da casas, feira e escola (1864).O distrito seria criado em 1888 ainda subordinado administrativamente a Ceará Mirim, em 1889, não se sabe por quais motivos a subordinação passou ao município de Touros.
A emancipação
      Ocorrida em 10 de março de 1891 o município passa a ter autonomia política e adminsitrativa desvinculando-se do município de Ceará Mirim.A instalação do novo município potiguar deu-se em 03 de abril do mesmo ano com a nomeação do primeiro intendente, o capitão Candido Marcolino.Possuía na época pouco mais de 2000 habitantes, a sede do município foi determinada na Vila que lhe dá nome.
O desenvolvimento econômico
         Ocorre com a chegada da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte em 15 de novembro de 1907 quando ocorre a inauguração da estação ferroviária. A abertura ao trafego de passageiros sé da e janeiro de 1908.A ferrovia possibilitou o escoamento da produção agrícola do município e sua integração entre as cidades da região central do estado e também com a capital do estado.
Elevação a condição de cidade
      A elevação da vila a condição de cidade ocorreu em 1938, porém na prática o núcleo urbano permaneceu como tal, pois na década de 1950 segundo afirmava os dados do Censo do IBGE haviam apenas 924 pessoas habitando a sede municipal, razão pela qual o IBGE ainda denominava de Vila a sede do município de Taipu.
Desmembramentos
         Ao longo de sua história o município de Taipu foi cedendo parte de seu território para a formação de novos municípios no estado do Rio Grande do Norte. Isso ocorreu em três períodos: o primeiro em 12 de outubro 1928 com a criação do município de Baixa Verde. A sede do distrito de Baixa Verde (que corresponde ao atual centro histórico ou primitivo da atual cidade de João Câmara) foi desmembrada de Taipu e passou a ser a sede do novo município de mesmo nome. O segundo momento ocorre com a criação do distrito e a posterior criação do município de Barreto (atual Bento Fernandes) em 31 de dezembro de 1958.O terceiro momento se dá em 26 de julho de 1964 com a criação do município de Poço Branco.


terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

AS CIDADES QUE FORAM BENEFICIADAS COM A CONSTRUÇÃO DA EFCRGN



         Pretende esse artigo fazer uma retrospectiva histórica das cidades beneficiadas com a construção da EFCRN compreendido no período entre 1906, quando foi construída a primeira estação e 1962 data da ultima inauguração de uma estação no trecho estudado. Procurou-se destacar apenas as cidades contempladas pelo traçado da estrada de ferro por isso foi excluído desse nosso estudo as paradas da mesma ferrovia.
Histórico da ferrovia
Iniciada em 1904 o traçado partiu do porto de Natal em direção sudoeste, com a intenção de drenar para esse porto a produção do interior do estado, principalmente da zona do Seridó, considerada à época a mais rica do território potiguar, por ser ali, colhido o algodão mocó, rival do melhor algodão colhido no Egito (Cf. IBGE, 1954, p. p113). Durante a construção a orientação da ferrovia foi alterada e passou a dirigir-se para a parte central do estado, subindo contrafortes do litoral para alcançar o vale do rio Ceara Mirim, descendo a serra da Borborema, até alcançar o rio Piranhas-Açu de onde prosseguiria até Caicó. Em extensão é a maior do estado com 381 km (Cf. IBGE, 1954, p 17). Pretendia ser um elo entre o interior do estado e a capital, Natal, porto de escoação de mercadorias que vinham das regiões produtivas da região salineira e da região central do estado. A primeira estação inaugurada foi a estação provisória de Natal também conhecida como estação do Padre ou Pedra Preta em 1905.
A ferrovia se configura num traçado paralelo ao rio Ceará-Mirim que seguindo até Lajes se bifurca em dois eixos. O eixo Norte segue para Macau e o eixo sul segue para Jucurutu onde termina a linha. A linha central Natal-Angicos tem a extensão de 194 km (cf. IBGE, 1954, p. 18). Foram necessários 43 anos para se concluir os trabalhos de conclusão da ferrovia e mesmo assim com mudanças no projeto original da qual nunca foi consolidado o propósito de se atingir a região Seridó do estado.
Mudanças de nomenclaturas 
Quando ocorreu a venda da GWB para a Rede Ferroviária do Nordeste, no entanto, o trecho do RN já não mais pertencia à GWB, mas foi incorporado à RFN, e em 1957 tudo isso foi uma das formadoras da RFFSA.
A Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte (E.F.C.R.N.) passou a se chamar Estrada de Ferro Sampaio Correia, engenheiro responsável pela construção da estrada, e no ano de 1957, passa então a fazer parte da Rede Ferroviária Federal- REFFSA.
Situação atual
A linha está desativada desde que houve a extinção da REFFSA em 1996, os trens de passageiros não circulavam por essa linha desde os anos 1980.
A Companhia Ferroviária do Nordeste - Transnordestina Logística S.A - obteve a concessão da Malha Nordeste pertencente à Rede Ferroviária Federal S.A em leilão de privatização realizado em 1997. Essa empresa tem como principal controladora a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), detentora de aproximadamente 76% de seu capital. Essa empresa é dona do ramal ferroviário que corta o RN, começando na cidade de Macau, seguindo para Natal, Nova Cruz e entrando na Paraíba, onde o ramal se encerra na estação Paula Cavalcante.
A CSN pretendia devolver um dos trechos que tem 479 km, sendo boa parte no Estado do Rio Grande do Norte. Vai de Macau (litoral norte do Estado), passa pela capital Natal e cruza a divisa do Estado até Paula Cavalcante, na Paraíba.

NATAL
A estação provisória (Estação do Padre ou Pedra Preta),
         A EFCRN começou a ser construída em 1904 sendo a estação provisória de natal inaugurada em 1905. O primeiro trecho a ser concluído foi o de Natal a Ceará-mirim em 1906, que foi feito antes da construção da ponte de ferro de Igapó. Os trens paravam em uma estação que ficava do outro lado do rio Potengi, de frente para Natal, e então atravessava-se por meio de barcos para a cidade.
A Estação do Padre (ou Pedra Preta) foi, e suas ruínas existem até hoje (Cf. Cornejo e Gerodetti, 2005). A ponte só seria construída em 1916 e a Estação do Padre seria então desativada.       Até 1917, a estação que recebia todo o fluxo de passageiros e mercadorias da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte (EFCRGN) era a da Pedra Preta, mais conhecida como Estação do Padre, situada na margem esquerda do rio Potengi, de onde se atravessava para Natal através de embarcações.
Com a conclusão da ponte de Igapó, em 1916, finalmente a esplanada Silva Jardim poderia ser ligada diretamente aos trilhos da Ferrovia. A ferrovia fez um acordo com a Great Western para utilizar seus trilhos no trecho entre Igapó e Natal. A estação provisória só era utilizada para o tráfego de passageiros, enquanto que a Estação da Pedra Preta continuou sendo utilizada para transporte de mercadorias e a Parada de Igapó para desembarque de animais (Cf. RODRIGUES, 2006).

estação Natal provisória.

Extremoz-RN
A estação de Extremoz foi inaugurada em 13 de junho de 1906 devido a construção da ferrovia que ligaria Natal a Ceará-Mirim.  A estação ainda conserva seu estilo arquitetônico original, porém com outra finalidade.

estação ferroviária de Extremoz

Atualmente a estação de Extremoz também integra o sistema de trens metropolitanos da CBTU em Natal.

Ceará-Mirim-RN
No km 39 da linha tronco da EFCRN se encontra Ceará-Mirim.A estação de Ceará-Mirim foi inaugurada em 13\06\1906 pelo então presidente da república Afonso Pena que veio ao Rio Grande do Norte para inaugurar o primeiro trecho da EFCRN. 


                         Estação ferroviária de Ceará Mirim

Hoje é a estação terminal da linha Norte dos trens metropolitanos da CBTU em Natal.


Taipu-RN
Localizada no km 59 da linha tronco da EFCRN a estação de Taipu foi inaugurada em 15 de novembro de 190.A chegada da ferrovia trouxe o desenvolvimento econômico e a ampliação do setor urbano da então vila de Taipu que havia se emancipado de Ceará Mirim em 10\03\1891 e ainda não alcançara um significativo desenvolvimento econômico.


                                      Estação ferroviária de Taipu

Baixa Verde (João Câmara-RN)
         O prolongamento dos trilhos da E. F. Central do Rio Grande do Norte, em 1910, possibilitou o surgimento das primeiras casas no local onde hoje está situada a cidade de João Câmara segundo a Enciclopédia dos Municípios Brasileiros (vol. XVII, IBGE, 1960, p. 79) e embora tenha se beneficiado com a construção da ferrovia em seu território o distrito de baixa Verde só se emancipou do município de Taipu em 1928. A estação de baixa Verde foi construída no km 88 da EFCRN.


Estação ferroviária de João Câmara

PEDRA PRETA, RN
A estação de Pedra Preta foi inaugurada em 14 de novembro de 1913 no km 124 da EFCRN, porém, não se deve confundir esta estação com a estação do Padre, também chamada de Pedra Preta, que ficava em frente a Natal, do outro lado do rio Potengi, e extinta em 1917.
Foi com a chegada da EFCRN que a região de Pedra Preta alcançou desenvolvimento impulsionado em vários sentidos, como o aumento populacional, maior integração comercial e escoamento da produção agrícola e pecuária (Cf. Morais, 207, p.163).


Estação ferroviária de Pedra Preta

PEDRO AVELINO, RN (antiga EPITÁCIO PESSOA).
O nome do povoado de Gaspar Lopes foi conservado até 1921, quando teve o nome alterado para Epitácio Pessoa, em homenagem ao Presidente da República que concluíra o ramal da E. F. Central do Rio Grande do Norte, ligando a localidade a outras regiões do Estado.
Com a chegada da linha do trem e a consequente inauguração da estação ferroviária de Epitácio Pessoa, em 8 de janeiro de 1922, o povoado viveu dias de desenvolvimento e de expansão na sua produção agrícola e no comércio, onde o progresso claramente chegava pela ferrovia ( Morais, 2007, p.164)
 Já o Guia das Estradas de Ferro de 1960 dá a data de inauguração da estação como tendo sido em 08/01/1928 e não 1922.
A estação foi ponta de linha até 1950, quando foi inaugurada a estação seguinte, Afonso Bezerra e está localizada no Ramal de Macau no km 177.

Estação ferroviária de Pedro Avelino
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LAJES, RN
         A estação de Lajes foi inaugurada em 1918 e se situa no km 149 da linha tronco da EFCRN. Chamou-se por algum tempo Itaretama. É nela que se encontra o entroncamento do ramal que segue para Afonso Bezerra até chegar a Macau.

Estação ferroviária de Lajes

AFONSO BEZERRA - RN
No Ramal de Macau na altura do km 191 está a estação de Afonso Bezerra que foi inaugurada em 1950. Foi ponta de linha do ramal por vários anos, antes que ele chegasse a Macau.

Estação ferroviária de Afonso Bezerra

MACAU-RN
A estação de Macau foi inaugurada por volta de 1962 no km 242 quando do prolongamento do ramal entre Afonso Bezerra e Macau. Já funcionava em setembro deste ano. Era ponta de linha do ramal do mesmo nome.

Estação ferroviária de Macau

FERNANDO PEDROSA- RN (antiga SÃO ROMÃO)
A estação de São Romão foi inaugurada em 1933 na linha tronco da EFCRN na altura do km 184 de acordo com o Guia Geral de 1960. Mais tarde, anos 1940, teve o nome alterado para Fernando Pedrosa. Com a construção da estrada de ferro, começaram a surgir pessoas em busca de trabalho, sendo necessária a construção de moradias para abrigar as famílias que aqui chegavam. Até então, todo o fornecimento alimentício da Vila era feito no barracão do Sr. Antonio Teixeira.

Estação ferroviária de Fernando Pedrosa ( antiga São Romão)

ANGICOS-RN
O Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil (1960) diz que a estação de Angicos foi inaugurada em 1933. Angicos era uma das cidades da região central do estado que despontava como produtora de algodão. A estação se localiza no km 194 da Linha tronco da EFCRN.De Angicos a linha segue sentido sul para alcançar São Rafael.

Estação ferroviária de Angicos

SÃO RAFAEL-RN
Situada no km 235 a estação de São Rafael foi inaugurada possivelmente em 1949, ou pouco depois. São Rafael foi completamente submersa pela construção da Barragem Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves, tendo sido a população deslocada para uma nova cidade. O prédio da estação, assim como todas as casas, foi demolido antes da inundação. Nessa época (final dos anos 1980) a linha Lajes-Jurucutu já não funcionava havia um bom tempo
A estação de São Rafael foi inaugurada possivelmente em 1949, ou pouco depois. São Rafael foi completamente submersa pela construção da Barragem Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves, tendo sido a população deslocada para uma nova cidade. O prédio da estação, assim como todas as casas, foi demolido antes da inundação.

Estação ferroviária de São Rafael

Jucurutu-RN
As obras continuaram após a inauguração da estação de São Rafael chegando as margens do rio Piranhas e logo foram ali abandonados.A estação nem chegou a ser construida.A estão final do ramal ficou sendo sempre São Rafael.

Estação
Ano de construção
Natal
1905
Extremoz
1906
Ceará-Mirim
1906
Taipu
1907
Baixa Verde ( João Câmara)
1910
Pedra Preta
1913
Lajes
1918
Pedro Avelino ( Epitácio Pessoa)
1922
Angicos
1933
Fernando Pedrosa (São Romão)
1933
São Rafael
1949
Afonso Bezerra
1950
Macau
1962



            Portanto, nos 57 anos que duraram os trabalhos de construção da EFCRN (posteriormente E.F.Sampaio Correia e REFFSA) foram beneficiadas 14 cidades, incluída a capital, com a construção igualmente de 14 estações nas respectivas cidades mencionadas anteriormente.

         As estações ferroviárias são marcos importante na arquitetura ferroviária. Alem de servir ao funcionamento da estrada de ferro por meio do transporte de passageiros e mercadorias, também serviam aos trabalhos administrativos da ferrovia. No seu entorno surgiram cidades, como João Câmara, e outras tomaram impulso socioeconômico como Taipu, Lajes, Angicos, São Rafael etc. Infelizmente a EFCRN nunca chegou ao seu traçado original que pretendia atingir a cidade de Caicó. Mas nos anos que esteve em funcionamento, sem dúvida, foi uma das mais importantes estradas de ferro do estado, pois por meio dela houve a ligação de regiões importantes do estado com a capital, Natal.