O Censo de 1970 constatou que havia 9.824 habitantes em Taipu, dos quais 5.797 na
zona urbana e 3.961 na zona rural.
Chegada a década de 1970 pouco
progresso alcançava o município de Taipu. A economia já dava sinais de
estagnação e os poucos recursos que eram destinados a prefeitura pouco ou quase
nada se podia fazer para melhorar as condições do município.
A década de 1970 teve apenas dois
prefeitos em Taipu, que foi Geraldo Lins de Oliveira e Amâncio Soares, ambos
cunhados um do outro. Tendo sido Geraldo Lins sido eleito por duas vezes, porém
em virtude de situação de saúde sua morte o segundo mandato não foi concluído.
Na sua primeira administração
Geraldo Lins apoiou o esporte e a educação disponibilizando transporte para os
estudantes que precisavam se deslocar até Ceará-Mirim ou outras cidades para
prosseguir nos estudos. Reformou e construiu escolas em vários distritos do
município.
Já na administração de Amâncio Soares
foi construída a quadra de esportes na rua Antônio Gomes da Costa e iniciado a
construção do prédio do ginásio Clotilde de Moura Lima na mesma rua. Como seu
cunhado que foi o prefeito anterior apoiou aos estudantes que se deslocavam
para outras cidades para prosseguir os estudo fornecendo transporte para os
mesmos.
Aspectos de Taipu na década de 1970. |
Já na segunda gestão de Geraldo Lins chegou a inaugurar o posto telefônico da TELERN construído em parceria com o governo do estado e a prefeitura.
Posto da TELERN inaugurado em 1978 |
Em 1979 após longos conflitos entre
agricultores e posseiros foi dado fim as questões territoriais no Ingá com a
criação do projeto de assentamento feito pelo INCRA, entretanto pouco progresso
houve no projeto ao longo de sua existência. Atualmente o Ingá já está
integrado ao município de Taipu como um distrito.
O jornal Diário de Natal esteve na cidade de
Taipu para fazer a cobertura do imbróglio ocorrido na prefeitura de Taipu
devida o afastamento por motivos de saúde do prefeito Geraldo Lins e por meio
destas reportagens ficamos sabendo como se configurava a administração do
município e outros aspectos sobre Taipu em 1979.
Conforme
publicado no referido jornal Taipu era um município com 15 mil habitantes os
quais viviam da criação de gado e agricultura de cereais e algodão. No tocante
a cidade a mesma era uma cidade quente, esburacada e monótona. (DIÁRIO DE NATAL, 06/03/1979, p. 7).
Segundo o
prefeito Geraldo Lins disse ao referido jornal já havia feito diversas
benfeitorias na cidade, como encomendar água, já que não havia água encanada na
cidade, estava construindo um posto de saúde, uma praça e um matadouro. (DIÁRIO DE NATAL, 06/03/1979, p. 7).
Contradizendo o que afirmara o
prefeito Geraldo Lins o vereador Sebastião Ferreira da Cruz, que apoiava o
vice-prefeito Luís Faustino, fez um retrato nada animador da cidade e do
município.
Afirmava ele que o município estava
entregue a sua própria sorte, pois o dinheiro da prefeitura só beneficiava os
vereadores José Alves Ribeiro, Walter Soares de Miranda e Emanoel Romeiro Cavalcanti,
que segundo ele, eram os vereadores que mais falavam e combatiam o prefeito, e
que depois que ele arranjou uma ‘bocas’ para eles passaram a apoiá-lo. (DIÁRIO DE NATAL, 06/03/1979, p. 7).
A cidade quando chovia era lama pura,
afirmava o vereador Sebastião Ferreira da Cruz, disse ainda que não havia
saneamento básico, rede de esgoto, nem água encanada, sendo esta retirada de
cacimbas ou de poço e água para beber era comprada a Cr$ 15,00 por 40 litros. (DIÁRIO DE NATAL, 06/03/1979, p. 7).
As estradas
carroçáveis que ligava o município a outros da região estavam se fechando por
falta de manutenção, as escolas estavam semidestruídas, o médico que ganhava
Cr$ 6.500,00 por mês para vir ao município 4 vezes por mês quando vinha ficava
bebendo com uma amiga do prefeito e não atendia ninguém, as ruas estavam cheias
de buracos. Ainda segundo o vereador Sebastião Ferreira da Cruz a cidade era a
própria imagem do abandono porque o prefeito Geraldo Lins não tinha mais condições de saúde para
administrar o município. (DIÁRIO DE NATAL, 06/03/1979, p. 7).
Além dos
problemas citados pelo vereador Sebastião Ferreira da Cruz, a cidade não
oferecia muito o que fazer aos jovens.
Não havia
cinema na cidade, tinha dois clubes que funcionavam nos fins de semana com
ritmos de discoteca e segundo uma jovem da cidade “a gente só faz fofocar e ver
televisão, porque não tem o que fazer”. Os homens trabalhavam, conversavam
entre si e jogavam buraco. (DIÁRIO DE NATAL, 06/03/1979, p. 7).
A cidade tinha
um médico, um hospital maternidade, um dentista que atendia 4 vezes por mês,
três grupos escolares, os quais ofereciam ensino de 1º grau que segundo o
vice-prefeito estavam parados.
Não havia água
encanada na cidade, sendo esta retirada de um poço movido a moinho de vento, no
entanto, o moinho não estava funcionando.
Eis o retrato do
município de Taipu ao final da década de 1970. Nada abonador como dito pelo
jornal Diário de Natal.
Aspectos de Taipu na década de 1970. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário