terça-feira, 9 de março de 2021

TAIPU NA DÉCADA DE 1970 #TAIPU130ANOS # 27

 

        O Censo de 1970 constatou que havia   9.824 habitantes em Taipu, dos quais 5.797 na zona urbana e 3.961 na zona rural.  

        Chegada a década de 1970 pouco progresso alcançava o município de Taipu. A economia já dava sinais de estagnação e os poucos recursos que eram destinados a prefeitura pouco ou quase nada se podia fazer para melhorar as condições do município.

          A década de 1970 teve apenas dois prefeitos em Taipu, que foi Geraldo Lins de Oliveira e Amâncio Soares, ambos cunhados um do outro. Tendo sido Geraldo Lins sido eleito por duas vezes, porém em virtude de situação de saúde sua morte o segundo mandato não foi concluído.

           Na sua primeira administração Geraldo Lins apoiou o esporte e a educação disponibilizando transporte para os estudantes que precisavam se deslocar até Ceará-Mirim ou outras cidades para prosseguir nos estudos. Reformou e construiu escolas em vários distritos do município.

          Já na administração de Amâncio Soares foi construída a quadra de esportes na rua Antônio Gomes da Costa e iniciado a construção do prédio do ginásio Clotilde de Moura Lima na mesma rua. Como seu cunhado que foi o prefeito anterior apoiou aos estudantes que se deslocavam para outras cidades para prosseguir os estudo fornecendo transporte para os mesmos.



Aspectos de Taipu na década de 1970.

         Já na segunda gestão de Geraldo Lins chegou a inaugurar o posto telefônico da TELERN construído em parceria com o governo do estado e a prefeitura.

Posto da TELERN inaugurado em 1978


         Em 1979 após longos conflitos entre agricultores e posseiros foi dado fim as questões territoriais no Ingá com a criação do projeto de assentamento feito pelo INCRA, entretanto pouco progresso houve no projeto ao longo de sua existência. Atualmente o Ingá já está integrado ao município de Taipu como um distrito.

            O jornal Diário de Natal esteve na cidade de Taipu para fazer a cobertura do imbróglio ocorrido na prefeitura de Taipu devida o afastamento por motivos de saúde do prefeito Geraldo Lins e por meio destas reportagens ficamos sabendo como se configurava a administração do município e outros aspectos sobre Taipu em 1979.

         Conforme publicado no referido jornal Taipu era um município com 15 mil habitantes os quais viviam da criação de gado e agricultura de cereais e algodão. No tocante a cidade a mesma era uma cidade quente, esburacada e monótona.  (DIÁRIO DE NATAL, 06/03/1979, p. 7).

        Segundo o prefeito Geraldo Lins disse ao referido jornal já havia feito diversas benfeitorias na cidade, como encomendar água, já que não havia água encanada na cidade, estava construindo um posto de saúde, uma praça e um matadouro. (DIÁRIO DE NATAL, 06/03/1979, p. 7).

Contradizendo o que afirmara o prefeito Geraldo Lins o vereador Sebastião Ferreira da Cruz, que apoiava o vice-prefeito Luís Faustino, fez um retrato nada animador da cidade e do município.

Afirmava ele que o município estava entregue a sua própria sorte, pois o dinheiro da prefeitura só beneficiava os vereadores José Alves Ribeiro, Walter Soares de Miranda e Emanoel Romeiro Cavalcanti, que segundo ele, eram os vereadores que mais falavam e combatiam o prefeito, e que depois que ele arranjou uma ‘bocas’ para eles passaram a apoiá-lo. (DIÁRIO DE NATAL, 06/03/1979, p. 7).

A cidade quando chovia era lama pura, afirmava o vereador Sebastião Ferreira da Cruz, disse ainda que não havia saneamento básico, rede de esgoto, nem água encanada, sendo esta retirada de cacimbas ou de poço e água para beber era comprada a Cr$ 15,00 por 40 litros. (DIÁRIO DE NATAL, 06/03/1979, p. 7).

As estradas carroçáveis que ligava o município a outros da região estavam se fechando por falta de manutenção, as escolas estavam semidestruídas, o médico que ganhava Cr$ 6.500,00 por mês para vir ao município 4 vezes por mês quando vinha ficava bebendo com uma amiga do prefeito e não atendia ninguém, as ruas estavam cheias de buracos. Ainda segundo o vereador Sebastião Ferreira da Cruz a cidade era a própria imagem do abandono porque o prefeito Geraldo  Lins não tinha mais condições de saúde para administrar o município. (DIÁRIO DE NATAL, 06/03/1979, p. 7).

           Além dos problemas citados pelo vereador Sebastião Ferreira da Cruz, a cidade não oferecia muito o que fazer aos jovens.

          Não havia cinema na cidade, tinha dois clubes que funcionavam nos fins de semana com ritmos de discoteca e segundo uma jovem da cidade “a gente só faz fofocar e ver televisão, porque não tem o que fazer”. Os homens trabalhavam, conversavam entre si e jogavam buraco. (DIÁRIO DE NATAL, 06/03/1979, p. 7).

           A cidade tinha um médico, um hospital maternidade, um dentista que atendia 4 vezes por mês, três grupos escolares, os quais ofereciam ensino de 1º grau que segundo o vice-prefeito estavam parados.

        Não havia água encanada na cidade, sendo esta retirada de um poço movido a moinho de vento, no entanto, o moinho não estava funcionando.

       Eis o retrato do município de Taipu ao final da década de 1970. Nada abonador como dito pelo jornal Diário de Natal.













Aspectos de Taipu na década de 1970.


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