sexta-feira, 5 de março de 2021

TAIPU NO INÍCIO DA DÉCADA DE 1950 #TAIPU130ANOS #22

 

Conforme dados do Censo Geral de 1950, Taipu contava 15.156 habitantes, dos quais 7.581 homens e 7.575 mulheres, sendo que deste total, 92% da população habitava o meio rural.

Já na educação os dados do Censo de 1950 apontavam que apenas 21% da população era alfabetizadas (quota observada na população acima de 10 anos).Havia 35 unidades de ensino no município.

Esta década se inicia em Taipu com um grande acontecimento para o município de Taipu que foi a inauguração da ponte rodoviária sobre o rio Ceará-Mirim em 09/04/1950, obra arrojada de iniciativa do Departamento Estadual de Estradas e Rodagens-DER, sob a direção do engenheiro Apolônio Zenaide.


Taipu na década de 1950.

A inauguração da ponte

         A ponte foi inaugurada na administração do governador José Augusto Varela e do prefeito de Taipu Luis Gomes da Costa, tinha por finalidade ligar os municípios de Taipu e Baixa Verde a Natal.

A obra não deixava de ter um significado especial para todas as populações desses municípios que eram prejudicados por não se servirem da extensa rodovia em épocas inverno, pois o transbordamento do rio Ceará-Mirim impedia qualquer abastecimento da capital através da referida estrada.

         Com a ponte havia desaparecido essa dificuldade para muitos que cultivavam a rica região do vale em Taipu, estando tendo sido esta ponte assinalada como a resolução de mais um problema que afligia o Estado.

      A solenidade de inauguração, de acordo com o programa traçado, foi presidida pelo governador José Augusto Varela em companhia de grande comitiva chegou a cidade em trem especial da EFCRGN. A festividade que contou com a presença da sociedade baixaverdense e taipuense ocorreu as 10h00, retonando a capital o governador e a comitiva logo após o ato de inauguração da ponte. (A ORDEM, 10/04/1950, p.1).

     Um trem especial cedido pela Estrada de Ferro Centra do Rio Grande do Norte partiu no dia 07/04/1950 conduzindo parte das autoridades e convidados especiais a inauguração que teria lugar as 09h00 da manhã com a presença do Governador do Estado, autoridades federais e estaduais além de grande número de convidados. (DIÁRIO DE NATAL, 08/04/1950, p.4).

   A ponte de Taipu foi inaugurada solenemente as 09h30. A solenidade foi assistida pelo Governador José Augusto Varela que a presidiu, pelo Comandante do destacamento de Natal, general Fernando do Nascimento Fernandes Távora, pelo prefeito de Taipu, Luiz Gomes da Costa e por autoridades civis e convidados especiais.

     O governador José Varela chegou ao local as 09h15 acompanhando do general Távora e de seu ajudante de ordens capitão José Reinaldo  e momento após teve inicio a solenidade inaugural quando falou o governador que ressaltou a sua preocupação desde o inicio da administração de solucionar vários problemas do Estado, dentre esses afigurou-se a construção da ponte sobre o rio Ceará-Mirim a qual parecia porém de impossível realização tendo em vista o custo da obra e os parcos recursos do estado.

     A benção da ponte foi ministrada pelo padre João Correia de Aquino que iniciando a solenidade inaugural salientou o agradecimento da população de Taipu pelo vultoso empreendimento do governo estadual.

Afirmou ainda que numa homenagem dos taipuenses os vereadores da Câmara Municipal resolveram dar a denominação de Governador José Varela à ponte que estava sendo inaugurada como sinal da gratidão do povo daquele município. Explicando os detalhes técnicos da construção da ponte falou o Sr. Roberto Bezerra Freire sócio da Empresa de Construções Civis, responsável pela construção.

 Focalizou as dificuldades encontradas para a construção tendo em vista as dificuldades do terreno e as condições de segurança que eram imprescindíveis àquela construção. A solenidade foi encerrada com o discurso do governador José Varela  (DIÁRIO DE NATAL, 10/04/1950, p.6).

Essa ponte não existe mais, pois foi destruída pela enchente de 1964 causada pelo rompimento da barragem de Poço Branco tendo sido em seu lugar construída outra em local diferente que é a ponte atual da BR 406 na altura do cemitério de Taipu.

As ruínas da ponte podem ser vistas atualmente as margens da BR-406 próximo ao cemitério da cidade de Taipu, parece que teimosamente insiste em sobreviver apesar da ação do tempo para atestar que foi ela uma das maiores obras já realizada não só em Taipu, mas também na região do Mato Grande.

A coletoria de rendas

De acordo com o jornal Diário de Natal em 17/10/1953 foi aprovado pela comissão de finanças da Câmara dos Deputados o projeto que criava mais 640 coletorias de rendas federais no país (DIÁRIO DE NATAL, 17/10/1953, p.1). No tocante ao Rio Grande do Norte foram criadas 29 coletorias de rendas e dentre estas a de Taipu. Era mais uma repartição pública federal criada no município de Taipu.


Prédio onde funcionou a coletoria de rendas de Taipu.

A construção do matadouro

Em 03/05/1952 Luís Gomes da Costa, então prefeito de Taipu, respondeu a uma enquete promovida pela Rádio Poti de Natal a respeito do que seria feito com a quota do Imposto de Renda que seria destinada pela Governo Federal para ser aplicada em benefício dos municípios.

        O prefeito de Taipu disse que “pretendo construir nesta cidade um matadouro Público que atenda as necessárias condições de higiene e conforto, dando a todos os municípios a segurança de que a administração municipal está preocupada em realizar em favor do povo”.



Matadouro público de Taipu em 2012.

Reservatório de água

        Ao mesmo tempo, disse ainda o prefeito Luís Gomes da Costa, que a cidade ressentia-se da falta de um reservatório para água, “pois na estação do estio, recebendo água para seu abastecimento da Vila de Extremoz, transportada pela Estrada de Ferro Sampaio Correia, há muita dificuldade na conservação do precioso liquido que pode ficar exposto a poeira e facilmente poluir-se”.

Disse ainda o prefeito de Taipu que “considero assunto de grande relevância esse beneficio a população de minha terra. Penso que  todos saberão compreender o alcance da obra de interesse verdadeiramente coletivo”.

De acordo com Luís Gomes da Costa, caso houvesse saldo da referida quota, ele a empregaria na construção de escolas nos povoados, além de consertos de estradas dentro do município “de sorte que melhormente se façam o transporte e escoamento da produção”.

O prefeito finalizou dizendo que já havia elaborado um plano a ser enviado ao legislativo municipal para a devida apreciação “dando assim uma satisfação ao povo para que ele saiba que só temos um interesse – realizar algo em seu beneficio, honrado que fui com o seu voto nas últimas eleições”. (DIÁRIO DE NATAL, 03/05/1952, p.1).

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