A presente postagem apresenta
aspectos relacionados ao setor de segurança pública nos primórdios do município
de Taipu, com destaque para a menção aos nomes dos mais antigos agentes de
segurança pública que passaram pela delegacia de policia de Taipu até o final
da década de 1940. Dos anos posteriores não conseguimos encontrar maiores
noticias.
Nos relatórios do governo do estado e
jornais antigos encontram-se inúmeros casos de crimes praticados no município
de Taipu ao longo do tempo, entretanto, demasiado seria citá-los aqui, basta
sabermos que desde os primórdios de sua existência os mesmos crimes que se veem
atualmente eram registrados naqueles idos (homicídio, roubo, atentado, desordem,
etc.) estavam entre os registrados em Taipu.
A delegacia de policia civil de Taipu
foi instalada em 28/02/1889 ainda no distrito pertencente ao município de
Ceará-Mirim. Não encontramos a nomeação do primeiro delegado de policia.
Por ato administrativo de 06/08/1891
foi demitido, a pedido, Felipe Rodrigues Monteiro do cargo de delegado de
policia do Taipu e ainda Manoel Pereira Cacumbú, João Lucena, Vitaliano José
Lucena e Laurentino Maria de Oliveira, respectivamente 2º e 3º suplentes do
mesmo delegado e 1º e 3º suplentes de subdelegado da vila, tendo sido nomeados
para substituí-los os cidadãos José Augusto da Fonseca e Silva, Carlos Alfredo
Davim, Manoel Eugenio Pereira de Andrade, Manoel Alves Jurema e Serafim José de
Aquino. (RIO GRANDE DO NORTE, 20/08/1891, p.2).
Conforme a crônica do jornal A
República, na cadeia de Taipu “dava-se licença ao criminoso sentenciado para
sair a noite para as casas das horizontais (?) e mesmo molhar molhar a goela
mais a vontade, de sorte que o criminoso volta se quer a prisão, do contrário
põe-se a fresco...”.De acordo com o jornal isso se dava muitas vezes e ainda na
noite do dia 05 para o dia 06/09/1891 deu-se de um modo escandaloso.
O
autor da crônica jornalística desafiava o delegado, a guarda da cadeia e o
carcereiro a desmenti-lo se fossem capazes. (A REPÚBLICA, 26/09/1891, p.4).
Segundo a divisão policial do Rio
Grande do Norte o município de Taipu estava constituído de uma delegacia na
vila e uma subdelegacia no distrito de Baixa Verde (RELATORIO, 1893, p.20).
No município de Taipu exercia a
função de delegado em 1893 Silvino Raposo de Oliveira Câmara, sendo seus
suplentes João Cassimiro do Nascimento, Laurentino Maia de Oliveira e Francisco
Teixeira de Oliveira.
Já o cargo de subdelegado era exercido
por Miguel Ferreira da Câmara, tendo como suplentes Manoel Victor da Câmara,
Antonio José da Costa e João Gomes da Costa.
No distrito de Baixa Verde o cargo de subdelegado era exercido por Dâmaso Teixera de Oliveira, tendo como suplentes
José Ferreira da Câmara França, Noberto Nunes Ferreira e Luiz Inácio de Melo.
(RELATORIO, 1893, p.63-64, p.).
Em 1896 exercia o cargo de delegado
de policia do município de Taipu João Leite da Fonseca, sendo seus suplentes
João Estanislau de Oliveira, Laurentino Maria de Oliveira e Francisco Teixeira
de Oliveira. Como subdelegado do distrito policial de Taipu exercia o cargo
Miguel Ferreira da Câmara, tendo por suplentes Manoel Victor da Câmara, Antônio
José da Costa e João Gomes da Costa.
Já no distrito de Baixa Verde o cargo
de subdelegado era exercido por Luiz Inácio de Melo, sendo seus suplentes José
Ferreira da Câmara França, Noberto Nunes Ferreira e Cirilo José Tavares. (RELATORIO,
1896, p.199).
O nome do carcereiro só aparece em relatório
do ano de 1897 sendo a função exercida naquele ano por Avelino Antonio dos
Santos, (RELATÓRIO, 1897, p.144).
Em 1901 exercia a função de delegado
de policia em Taipu Pedro Guedes da Fonseca Paiva, tendo como suplente João
Félix de Vasconcelos, já o subdelegado era Rosendo Leite da Fonseca que por sua
vez tinha como suplentes Miguel Soares da Silva e Candido Ferreira de Miranda.
(RELATÓRIO, 1901, p.144).
Por meio do ato de 04 de julho de
1901 foi nomeado para a função de carcereiro da delegacia de policia de Taipu o
cidadão Joaquim Herculano Damasceno, sendo exonerado, a seu pedido, Avelino Antônio dos Santos. (RELATÓRIO, 1901, p.44).
A titulo de curiosidade, o crime mais
antigo registrado na secretaria de segurança pública após a criação da
delegacia de Taipu foi o que ocorreu em 09/02/1901 quando as 15h00 Rosa Maria
do Nascimento vibrou em João Fernandes de Oliveira um a facada, da qual veio o
mesmo a falecer meia hora depois.
Contra
Rosa Maria do Nascimento, que foi presa em flagrante delito, procedeu o
delegado de Taipu na forma da lei, segundo o oficio enviado por ele no dia do
ocorrido dando ciência do fato ao Chefe de Policia do Estado
(RELATÓRIO...,1901, p.127) foi, portanto, um crime passional, o mais antigo
registrado na delegacia de policia civil de Taipu.
Já
no final da década em 1910, na vila de
Taipu por volta de uma hora da madrugada Minervina Maria Dantas vibrou em seu
marido Joaquim Ferreira de Andrade dois golpes de navalha que eu lhe produziram
dois ferimentos graves (JORNAL DO COMÉRCIO,12/11/1910, p.4).
As
estatísticas policiais registraram inúmeros casos de crimes no município de
Taipu, demasiado seria citar a todos, escolhemos os dois a cima pelo motivo ser
inusitado envolvendo em ambos os casos mulheres como autoras dos crimes, já que
nas referidas estatísticas os mesmos foram cometidos majoritariamente por
homens.
Não
é nossa intenção motivar a guerra dos sexos, o intuito foi tão somente pelo
aspecto curioso dos fatos. Por atos de 18 de março de 1902 foi nomeado o cidadão
Joaquim Ferreira Junior para suplente do delegado de policia do município de
Taipu. (RELATÓRIO, 1902, p.47).
Por portaria de 03 de maio de 1904
foi nomeado para o cargo de carcereiro da cadeia da vila do Taipu o cidadão
Manoel Candido da Câmara, que já exercia interinamente desde o dia 04 de abril,
em substituição do carcereiro efetivo João Barbalho Bezerra que nesse mesmo dia
abandou o referido cargo (RELATÓRIO, 1904, p.154).
Naquele mesmo ano foram exonerados
conforme solicitaram os cidadãos João Cassiano do Nascimento do cargo de
subdelegado de policia do distrito de Taipu por meio da portaria de 26 de junho
de 1903 e Vicente Severiano da Câmara do cargo de delegado de policia do município
de Taipu por portaria de 24 de novembro de 1903 (RELATÓRIO, 1904, p.156 e 158).
Por ato de 21 de setembro de 1905
foram nomeados suplente de subdelegados dos distritos de Baixa Verde os
cidadãos Alfredo Edeltrudes de Souza, João Batista Furtado e Ismael Mauricio da
Silveira (RELATÓRIO, 1905, p.194).O Carcereiro era Joaquim Herculano Damasceno.
(RELATÓRIO, 1906, p.100).
Em 1909 exercia o cargo de delegado
em Taipu Vicente Rodrigues da Câmara, o subdelegado era Joaquim Pequeno de
Morais e os suplentes sendo Luiz Silvino Raposo da Câmara, Antônio Ferreira de
Miranda Câmara e Manoel Cassiano da Costa.
Havia ainda os suplentes do
subdelegado que eram Joaquim Pequeno de Morais, José Romualdo Davim e José
Rodrigues Viana.
O carcereiro naquele ano era Manoel
Cândido da Câmara.
Já no ano de 1910 o delegado
continuava sendo Vicente Rodrigues da Câmara tendo como suplente Antônio
Ferreira de Miranda.
O Subdelegado da vila de Taipu era
Joaquim Pequeno de Morais e seu suplente: José Romualdo Davim.
No distrito de Baixa Verde o
subdelegado era Alfredo Edeltrudes de Souza, sendo suplentes João Batista
Furtado, Ismael Mauricio da Silveira.
Já no ano de 1911 o delegado era Rosendo Leite da Fonseca sendo seu suplente Antônio Ferreira de
Miranda.
O subdelegado da vila era Inocêncio
de Paula Barros, tendo como suplente José Romualdo Davim.
Já no Distrito de Baixa Verde exercia
a função de subdelegado João Batista Furtado sendo suplentes Ismael Mauricio da
Silveira e Pedro Gonçalves Vieira.
Avançando no ano de 1915 a administração
policial do município de Taipu estava assim constituída: Delegado era João Monteiro da Costa e seu suplente Francisco
Nobre da Costa.
Na Vila era subdelegado João Batista
de Oliveira e suplente José Romualdo Davim. No Distrito de Baixa Verde exercia
a função de subdelegado João Batista Furtado, sendo suplentes Ismael Mauricio
da Silveira e Pedro Gonçalves Vieira.
Em fevereiro de 1919 foi nomeado
Flávio Furtado de Mendonça para delegado de policia de Taipu. (JORNAL DO
COMÉRCIO, 22/02/1919, p.1).
Naquele ano de 1919 o município estava constituído
de um distrito policial, na sede e os distritos policiais de Poço Branco e
Barreto estavam subordinado a Delegacia de Taipu, ambos com a presença de um
subdelgado em cada um dos distritos. (RELATÓRIO..., 1929, p. 95).
Conforme o Jornal do Comércio o chefe de policia
havia baixado um ato criando no município de Taipu mais um distrito policial em
Poço Branco nomeando para os cargos de subdelegado e suplentes os cidadãos João
Manoel de Figueiredo Moura, Bento Fernandes de Macedo, Onofre Gomes de Melo e
Cipriano Guedes de Moura (JORNAL DO COMÉRCIO, 30/10/1919, p.1).
A imagem a abaixo mostra o prédio
onde funcionou a delegacia de policia de Taipu.
No mesmo ano de criação daquele distrito foi
registrado o crime cometido por Manoel Viera de Vasconcelos e Francisco
Nicácio, armados de rifle e faca tentaram arrombar a casa do cidadão Teodoro
Batista de Carvalho com a finalidade de roubá-lo.Ao chegar ao local do crime o
subdelegado do distrito policial foi agredido por Francisco Nicácio que foi
preso e recolhido a cadeia tendo seu companheiro, porém se evadido.
Em 1927 o delegado era Minervino
Ferro da Costa e o subdelegado Oswaldo Pereira de Silva. Eram suplentes
Heromidos Ferreira de Miranda, Bento Fernandes de Macedo e Ismael Mauricio da
Silveira.
Já em 1928 o município de Taipu
estava constituído de 3 distritos policiais, que eram Taipu (Vila), Poço Branco
e Barreto.
Em 1934 ocorreu o assalto ao cartório eleitoral de Taipu onde foram roubados mais de 100 processos que haviam ali, sendo logo depois encontrados rasgados no vaso sanitário da delegacia, tendo o o delegado já desaparecido do município quando se descobriu o fato, foi aberto processo para apurar as circunstâncias do fato. O ocorrido foi noticiado em vários jornais, tanto local como nacionalmente. O interventor federal teve que vir a público dá explicações.
Já em 1935 a vila de Taipu foi invadida pelos sediciosos comunistas que causaram pânico na população, invadiram a delegacia pelo teto onde escaparam dois presos que ali estavam.
Em 05/11/1935 foi nomeado Almir
Furtado para delegado de policia de Taipu (A ORDEM, 05/11/1935, p.2) e Inácio
Antunes de Oliveira, subdelegado do distrito de Poço Branco, igualmente em
Taipu (A ORDEM,23/11/1935, p.2).
Para o cargo de subdelegado do
distrito de Poço Branco foi nomeado o subinspetor da Guarda Civil Pedro Nunes
da Rocha (A ORDEM, 29/08/1935, p.4). Já para o cargo de subdelegado do distrito
de Barreto foi nomeado Antônio Pereira (A ORDEM, 17/12/1935, p.2).Em
20/051936 Vicente Ferreira da Cruz
assumiu as funções de subdelegado do distrito de Poço Branco. (A ORDEM,
20/05/1936, p.2).
Chegando
a década de 1940 o município continuava dividido em três distritos policiais,
que eram os de Taipu, Barreto e Poço Branco, com sedes, respectivamente, na
cidade e nos dois povoados de iguais denominações.
A ordem pública era mantida por um delegado de policia, com residência na cidade; por 3 subdelegados, nas sedes dos distritos, e por suplentes do delegado e dos subdelegados, em número de 3 para cada distrito. (CÂMARA, 1943, p.397).
Já em 1947 em visita a Taipu o engenheiro Álvaro Neves notou que o delegado de policia era o sargento Francisco Leite, dele a população fazia o melhor conceito, pois era moderado, prudente, contudo enérgico “esta ótima qualidade pude aferir, ao fazer uma excursão ao rio Taipu em cujas margens deparei com milhões de cartas de baralho rasgada, apreendidas sem contemplação” (A ORDEM, 19/06/1947, p. 2-3), Álvaro Neves se referia a repressão contra a jogatina na cidade de Taipu realizada pelo delgado Francisco Leite, o mesmo ao receber ordens para acabar com o jogo tomou roletas e baralhos, quebrou ou rasgou tudo.
Antiga delegacia de policia civil de Taipu, 2012.
Situação
atual
No tocante a segurança pública
atualmente o município de Taipu conta com um destacamento da Policia Militar (2ºCIPM/4ºPEL) cuja sede se
encontra na praça Dez de Março no prédio onde abrigou o antigo BANDERN e
Correios. Já a Delegacia de Policia Civil foi instalada em novo prédio no final
da rua Geraldo Ferreira da Cruz as margens da BR-406 próximo ao letreiro da
entrada da cidade.
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