Em
1898 a a Estrada de Ferro do Ceará-Mirim estava sob concessão obtida pela
Empresa Geral de Melhoramentos do Brasil.Eis a situação da ferrovia que estava
em construção.
A Estrada de Ferro do Ceará-Mirim
deveria partir do local denominado Coroa,
na margem esquerda do rio Potengi, ali ainda se viam os trilhos assentados em
cerca de 3 km, os molhos de dormentes, a estação provisória na Aldeia Velha e
uma locomotiva completamente deteriorada pela ação do tempo, visto ter-se
inutilizado a palhoça com que pretenderam guardá-la das intempéries.
Na foto a baixo é possível vê o aterro da Coroa de onde partia o trecho inicial da Estrada de Ferro do Ceará-Mirim, no centro da imagem a linha reta indica o traçado da ferrovia.
O leito da Estrada de Ferro
achava-se já locado e nivelado até a ex vila de Estremoz, num percurso de
aproximadamente 20 km.
Segundo
um cronista da época que realizou uma viagem entre Natal e Ceará-Mirim pelo
leito da estrada de ferro em construção “é pena que senão de andamento ao
trabalhos, abandonando-os totalmente quando a ferrovia sem grandes obras de
arte a vencer e quiçá com movimento de terras pouco dispendiosos chegaria ao
vale ubérrimo do Ceará-Mirim, colhendo grandes vantagens desenvolvendo a zona
fartamente compensaria o capital empregado”.
E continua o mesmo cronista: “seria
mesmo o caso do governo federal declarar caduca a concessão, passando-a a quem
tomasse o compromisso de continuar os trabalhos no mais breve prazo;
entretanto, como em nosso país acontece geralmente o contrario daquilo que se
supõe necessário ou evidente, acaba de ser prorrogado o prazo da concessão.E o
rio Grande do norte que espere a via ferrea do Ceará-Mirim para as Kalendas
gregas”.
O
referido cronista observando a paisagem disse que: “a ferrovia estava assentada
em seu trecho inicial sobre pequeno aterro [...]. A povoação de Aldeia Velha
que logo se avista, assenta sobre uma elevação formada por consistente barro
vermelho, ali produzindo uma frutificação luxuriante: laranjeiras, coqueiros, goiabeiras,
jaqueiras e bananeira, todas elas com um viço raro e de deleitar a vista”.
A própria estrada parecendo querer
firmar a supremacia do local, corria então cerca de 1 km sob frondoso arvoredo
que poupava aos vianjantes grande parte do incomodo excursionista em dias de
verão.
Da coroa ao povoado de Estremoz contava-se
3 léguas e meia, cujo percurso é quase todo realizado pelo leito da estrada de
ferro.Próximo a Estremoz e avistando mesmo a sua igreja na margem oposta
encontra-se a lagoa de igual nome que se tem costear para poder vadear o braço
que a une ao Oceano, formado pelo rio Redinha.Esta lago conservava água nas
maiores secas.
Fonte:
Diário de Pernambuco, 22/01/1898,p.2.
Nenhum comentário:
Postar um comentário