sábado, 7 de dezembro de 2019

A SITUAÇÃO DA ESTRADA DE FERRO DO CEARÁ- MIRIM EM 1898




         Em 1898 a a Estrada de Ferro do Ceará-Mirim estava sob concessão obtida pela Empresa Geral de Melhoramentos do Brasil.Eis a situação da ferrovia que estava em construção.
A Estrada de Ferro do Ceará-Mirim deveria partir do local denominado  Coroa, na margem esquerda do rio Potengi, ali ainda se viam os trilhos assentados em cerca de 3 km, os molhos de dormentes, a estação provisória na Aldeia Velha e uma locomotiva completamente deteriorada pela ação do tempo, visto ter-se inutilizado a palhoça com que pretenderam guardá-la das intempéries.
Na foto a baixo é possível vê o aterro da Coroa de onde partia o trecho inicial da Estrada de Ferro do Ceará-Mirim, no centro da imagem a linha reta indica o traçado da ferrovia.


O leito da Estrada de Ferro achava-se já locado e nivelado até a ex vila de Estremoz, num percurso de aproximadamente 20 km.
         Segundo um cronista da época que realizou uma viagem entre Natal e Ceará-Mirim pelo leito da estrada de ferro em construção “é pena que senão de andamento ao trabalhos, abandonando-os totalmente quando a ferrovia sem grandes obras de arte a vencer e quiçá com movimento de terras pouco dispendiosos chegaria ao vale ubérrimo do Ceará-Mirim, colhendo grandes vantagens desenvolvendo a zona fartamente compensaria o capital empregado”.
E continua o mesmo cronista: “seria mesmo o caso do governo federal declarar caduca a concessão, passando-a a quem tomasse o compromisso de continuar os trabalhos no mais breve prazo; entretanto, como em nosso país acontece geralmente o contrario daquilo que se supõe necessário ou evidente, acaba de ser prorrogado o prazo da concessão.E o rio Grande do norte que espere a via ferrea do Ceará-Mirim para as Kalendas gregas”.
O referido cronista observando a paisagem disse que: “a ferrovia estava assentada em seu trecho inicial sobre pequeno aterro [...]. A povoação de Aldeia Velha que logo se avista, assenta sobre uma elevação formada por consistente barro vermelho, ali produzindo uma frutificação luxuriante: laranjeiras, coqueiros, goiabeiras, jaqueiras e bananeira, todas elas com um viço raro e de deleitar a vista”.
         A própria estrada parecendo querer firmar a supremacia do local, corria então cerca de 1 km sob frondoso arvoredo que poupava aos vianjantes grande parte do incomodo excursionista em dias de verão.
         Da coroa ao povoado de Estremoz contava-se 3 léguas e meia, cujo percurso é quase todo realizado pelo leito da estrada de ferro.Próximo a Estremoz e avistando mesmo a sua igreja na margem oposta encontra-se a lagoa de igual nome que se tem costear para poder vadear o braço que a une ao Oceano, formado pelo rio Redinha.Esta lago conservava água nas maiores secas.

Fonte: Diário de Pernambuco, 22/01/1898,p.2.

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