Em 1956 apareceu no jornal O Poti a
noticia de uma santa que chorava no bairro das Rocas em Natal.
Segundo o referido jornal a noticia
correu célere pela cidade. A Santa que chorava havia aparecido no bairro das
Rocas e logo se formou extensa multidão para ver a imagem que, segundo alguns
já estaria fazendo milagres.
De acordo com o jornal um enorme exército
de homens, mulheres e crianças logo se formou em frente da casa onde se
encontrava a imagem da santa, todos desejosos de tomar conhecimento do fenômeno
que apaixonou, senão toda, pelo menos uma parte da população.
As
historias envolvendo o acontecido começavam a desfilar num crescimento
assustador.
Quase
todos os presentes tinham a sua parte nas conversações; dava sua opinião sobre
o acontecimento, e cada cez mais o cordão dos curiosos aumentava.
Crentes, críticos e céticos
Segundo
o jornal de um lance de olho sobre as visitas a Santa via-se gente de todas as
categorias sociais: uns crendo, piamente, que a Santa de fato possui lágrimas,
enquanto outros, entre críticos e céticos acham que o liquido que escorre pela
frente da imagem nada mais significa do que o brilho do gesso produzido pelo
reflexo da luz de uma vela posta próxima ao altar.
Segundo o jornal o bairro das Rocas
viu-se de um momento para outro transformado em centro de atração para milhares
de pessoas na casa de Antonio Farias, funcionário da prefeitura, onde se dava o
fenômeno, dando a residência um aspecto festivo.
O fenômeno
Antonio Farias, humilde servidor
público, residente a rua São Sebastião, 47, declarou ao repórteres do jornal O
Poti que precisamente as 07h00 da terça-feira de carnaval, dona Francisca Nunes
da Silva, sua conhecida, residente na mesma rua, 49, notou que a imagem de
Nossa Senhora de Fátima estava com os olhos molhados dando a nítida impressão
que chorava.Olhada a imagem por Antonio Farias e outras pessoas, constatou-se o
fenômeno.Espalhou-se a noticia e não parou mais de chegar pessoas para a Santa.
Pessoas se aglomerando na casa da Antônio Farias na rua São Sebastião nas Rocas para ver o fenômeno. Fonte: O Poti. |
Paralelamente
a esta historia, José Farias, morador na casa da aparição, ao ver a imagem teve um ataque caindo ao solo,s em
sentido.Ao tornar, o rapaz não pode falar, tendo permanecido até agora sem
articular qualquer palavra.O mesmo rapaz,segundo informações, olhando pela
segunda vez a Imagem teve outro ataque, novamente ficando em estado inconsciente.
José Farias, o jovem que supostamente ficou mudo após a Santa chorar. Fonte: O Poti. |
Um bilhete de afirmação
Escrito em péssimo português, foi
mostrado ao repórter um bilhete feito pelo jovem José Farias no qual dizia
aquele rapaz que Nossa Senhora de Fátima o havia tirado a fala a fim de que ele
não revelasse que tivera uma visão, dito o rapaz faz-se entender por gestos e
segundo conseguiu saber o repórter, antes de o mesmo perder a fala mandou
chamar uma senhorinha sua conhecida e residente a mesma rua e pediu para que
ele não continuasse a dançar, atendendo assim a uma promessa feita a Santa...
Horário dos choros
Escrito
em péssimo português e que tem estado em contato com a Imagem afirmaram que a
Santa sempre estar a chorar nos horários das duas, quatro e seis horas,
momentos em que aumenta a turma interessada no desfecho desse interessante caso
que vinha polarizando as atenções da maioria da população.
A vez da igreja
Dadas as circunstancias em que apareceu
a Imagem e o interesse que se avolumava em torno do assunto, o jornal dizia que
a Igreja tinha por obrigação de tomar conhecimento do fato para em caso de não
se constatar a veracidade do que se afirmava procurar cessar as explorações que
se vinha a fazer, prevenindo desde logo os incautos para tomassem as suas
precauções. O jornal ficou em atitude de expectativa aguardando o desenrolar
dos acontecimentos.
Fonte:
o Poti, 18/02/1956, p.3.
A rua São Sebastião nas Rocas atualmente. A casa do meio é a de numero 47 onde supostamente teria ocorrido o fenômeno descrito a cima. Fonte: Google Earth. |
Não encontramos maiores informações
sobre o ocorrido e a posição da igreja sobre o tal fenômeno.Se não se confirmou
o fenômeno, ao menos hoje serve como um pitoresco ocorrido naquele bairro da
capital potiguar.
Da nossa parte apenas dizemos como São Paulo
“tudo conhecer, nada desdenhar”.
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