sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

A SANTA QUE CHORAVA NAS ROCAS EM 1956



         Em 1956 apareceu no jornal O Poti a noticia de uma santa que chorava no bairro das Rocas em Natal.
         Segundo o referido jornal a noticia correu célere pela cidade. A Santa que chorava havia aparecido no bairro das Rocas e logo se formou extensa multidão para ver a imagem que, segundo alguns já estaria fazendo milagres.
         De acordo com o jornal um enorme exército de homens, mulheres e crianças logo se formou em frente da casa onde se encontrava a imagem da santa, todos desejosos de tomar conhecimento do fenômeno que apaixonou, senão toda, pelo menos uma parte da população.
As historias envolvendo o acontecido começavam a desfilar num crescimento assustador.
Quase todos os presentes tinham a sua parte nas conversações; dava sua opinião sobre o acontecimento, e cada cez mais o cordão dos curiosos aumentava.

Crentes, críticos e céticos
Segundo o jornal de um lance de olho sobre as visitas a Santa via-se gente de todas as categorias sociais: uns crendo, piamente, que a Santa de fato possui lágrimas, enquanto outros, entre críticos e céticos acham que o liquido que escorre pela frente da imagem nada mais significa do que o brilho do gesso produzido pelo reflexo da luz de uma vela posta próxima ao altar.
         Segundo o jornal o bairro das Rocas viu-se de um momento para outro transformado em centro de atração para milhares de pessoas na casa de Antonio Farias, funcionário da prefeitura, onde se dava o fenômeno, dando a residência um aspecto festivo.

O fenômeno
         Antonio Farias, humilde servidor público, residente a rua São Sebastião, 47, declarou ao repórteres do jornal O Poti que precisamente as 07h00 da terça-feira de carnaval, dona Francisca Nunes da Silva, sua conhecida, residente na mesma rua, 49, notou que a imagem de Nossa Senhora de Fátima estava com os olhos molhados dando a nítida impressão que chorava.Olhada a imagem por Antonio Farias e outras pessoas, constatou-se o fenômeno.Espalhou-se a noticia e não parou mais de chegar pessoas para a Santa.

Pessoas se aglomerando na casa da Antônio Farias na rua São Sebastião nas Rocas para ver o fenômeno.
Fonte: O Poti.

        Paralelamente a esta historia, José Farias, morador na casa da aparição, ao ver  a imagem teve um ataque caindo ao solo,s em sentido.Ao tornar, o rapaz não pode falar, tendo permanecido até agora sem articular qualquer palavra.O mesmo rapaz,segundo informações, olhando pela segunda vez a Imagem teve outro ataque, novamente ficando em estado inconsciente.


José Farias, o jovem que supostamente ficou mudo após a Santa chorar.
Fonte: O Poti.


Um bilhete de afirmação
         Escrito em péssimo português, foi mostrado ao repórter um bilhete feito pelo jovem José Farias no qual dizia aquele rapaz que Nossa Senhora de Fátima o havia tirado a fala a fim de que ele não revelasse que tivera uma visão, dito o rapaz faz-se entender por gestos e segundo conseguiu saber o repórter, antes de o mesmo perder a fala mandou chamar uma senhorinha sua conhecida e residente a mesma rua e pediu para que ele não continuasse a dançar, atendendo assim a uma promessa feita a Santa...

Horário dos choros
       Escrito em péssimo português e que tem estado em contato com a Imagem afirmaram que a Santa sempre estar a chorar nos horários das duas, quatro e seis horas, momentos em que aumenta a turma interessada no desfecho desse interessante caso que vinha polarizando as atenções da maioria da população.




A vez da igreja
         Dadas as circunstancias em que apareceu a Imagem e o interesse que se avolumava em torno do assunto, o jornal dizia que a Igreja tinha por obrigação de tomar conhecimento do fato para em caso de não se constatar a veracidade do que se afirmava procurar cessar as explorações que se vinha a fazer, prevenindo desde logo os incautos para tomassem as suas precauções. O jornal ficou em atitude de expectativa aguardando o desenrolar dos acontecimentos.

Fonte: o Poti, 18/02/1956, p.3.


A rua São Sebastião nas Rocas atualmente.
A casa do meio é a de numero 47 onde supostamente teria ocorrido o fenômeno descrito a cima.
Fonte: Google Earth.

         Não encontramos maiores informações sobre o ocorrido e a posição da igreja sobre o tal fenômeno.Se não se confirmou o fenômeno, ao menos hoje serve como um pitoresco ocorrido naquele bairro da capital potiguar.
         Da nossa parte apenas dizemos como São Paulo “tudo conhecer, nada desdenhar”.

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