Durante
a excursão de reconhecimento da comissão dos poços realizada no Rio Grande do
Norte para amenizar os efeitos da seca, o engenheiro Antônio Olinto escreveu
sobre Taipu “daí a Taipu só encontrei água salobra e má, produzindo imensa
tristeza em os viajantes, adiante somente quebrada pela turma do avançamento da
construção da Estrada de Ferro, no momento em que, densas nuvens de poeira,
formando alegre atmosfera de civilização, anunciam a ação da picareta e da pá
construindo aterros que mais tarde servirão de leito as fitas metálicas, sobre
as quais rodarão com atrito as locomotivas do progresso”.
E chegando ao ponto onde a linha de
locomoção estava sendo atacada, aproximou-se o citado engenheiro do movimento
de terra, contemplou admirado, informou-se da marcha do serviço, folhou as
cadernetas de resumos ou residência e “exultei observando o trabalho de um
grupo de moços, onde a força da inteligência habilmente cedida a ciência em
percorrendo vastos sertões, produziu um dos trabalhos que mais honram a nossa
engenharia, estudando, projetando e construindo uma via férrea, satisfazendo
totalmente as condições econômicas, administrativas e técnicas”.
O engenheiro havia passado por Taipu
entre agosto e setembro de 1907, o relato, porém, só foi publicado poucos dias
antes da inauguração do trecho entre Itapassaroca e Taipu, portanto os serviços
já caminhavam para o seu término quando o engenheiro Antônio Olinto passou por
Taipu e presenciou a marcha dos serviços de construção da Estrada de Ferro
Central do Rio Grande do Norte em Taipu.
O engenheiro citado adentrou o município
de Taipu descendo o rio Ceará-Mirim do seu alto curso no sertão do estado,
passando por Poço Branco onde verificou que por aquela região as populações
também muito sofriam com a falta de acesso a água potável.
Assim, o engenheiro Antônio Olinto
presenciou as obras da construção da ferrovia na sua terceira seção que
compreendia o trecho adiante da vila de Taipu até a ponte do Umari num total de
4 km.
A baixo imagens do trecho ferroviário entre Taipu e a ponte do Umari onde se vê algumas estruturas que foram construídas nesse trecho ferroviário que foram vistas pelo engenheiro Antônio Olinto ainda em construção ou em movimento de terra, como os bueiros, aterros, rampas e corte, além do leito da ferrovia.
Imagens: João Santos, 2015. |
Fonte:
A república, 24/10/1907, p.1.
É verdade que há 104 anos atrás essa realidade da seca mudou em alguns aspectos: a adutora de Pureza abastece a zona urbana e algumas localidades de Taipu. Porém, o sudeste do município continua do mesmo jeito: Barbará, Logradouro,Umarizeira,Xinxá e Queimadas continuam do mesmo jeito dependendo de caminhões- pipa, quando tem,agora no momento,nem pensar. Umarizeira e Xinxá estão com um projeto em parceria com o governo do RN com o encanamento para levar água para as duas localidades num ramal partindo do Matão,mas devido à burocracia ainda não saiu; parceria essa com a associação dos moradores. Queimadas ninguém do poder público olha, só quando querem arrancar o voto do povo. Logradouro com água encanada do lado de Ceará-Nirim da adutora de Gameleira de Ipanema tem água na torneira. O lado taipuense e maioria da população em todas as eleições o povo é enganados por todos os candidatos à prefeitura de Taipu. Responsabilizo-me pela crítica.O autor do blog é isento.
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