Prolegômenos
A igreja de Santo Antônio é
a segunda igreja mais antiga de Natal construída no século XVIII estando
situada na rua homônima na Cidade Alta. É também conhecida por Igreja de Santo
Antônio dos Militares e Igreja do Galo por ter sem sua torre um galo metálico.
Em 1902 foi criado o Colégio Diocesano Santo Antônio,
estabelecimento de ensino confessional católico, criado pelo bispo da Paraíba,
Dom Adauto de Miranda Henriques, cuja jurisdição eclesiástica abrangia também
todo estado do RN. Coube ao Pe. João Maria dá inicio a construção do prédio
anexo a igreja de Santo Antônio destinado a abrigar o referido colégio que foi
inaugurado em 02/03/1903. Até 1930 o Colégio Diocesano Santo Antônio foi
dirigido por padres diocesanos, quando naquele ano o bispo Dom Marcolino Dantas
entregou a direção do mesmo aos Irmãos Maristas, que construíram na av. Deodoro
da Fonseca o imponente prédio destinado ao colégio em 1937, que apesar de ser conhecido
por Colégio Marista nunca mudou de nome e continua sendo Santo Antônio.
Naquele mesmo ano vieram de Recife os capuchinhos da Basílica
da Penha e passaram a ocupar o antigo prédio do Colégio Santo Antônio fazendo
ali uma residência que não era propriamente um convento segundo as normas
vigentes da igreja católica. A ideia da remodelação do prédio e construção do
claustro destinado a servir de convento aos capuchinhos se iniciou em 1944 e só
chegou a se concretizar em 1948 quando foi definitivamente inaugurado.
Igreja e Convento Santo Antonio. |
Conforme
anunciava o jornal A Ordem aproximava-se os festejos de inauguração do prédio
do convento Santo Antonio dos Militares que de acordo com o referido jornal não
deixaria de ser um acontecimento de grande relevância social e religiosa, pois
o povo de Natal, desde muito meses, vinha acompanhando com viva simpatia o
desenvolvimento da obra, sendo pois motivo de grandes alegrias a noticia que se
espalhava da aproximação da data de inauguração definitiva da obra.
Comissão
de honra: Dom Marcolino Dantas, bispo diocesano. Dr. José Varela, governador do
Estado, Des. Tomás Salustino, vice-, Des. Feliz Bezerra, Dr. Silvio Piza
Pedroza, prefeito da Capital, comandante Roberto Castilho, cel. Rubens Cunha,
Major José Vaz, Cel. Aluizio Moura, Tte.Cel. Solon Andrade, Prof. Severino
Bezerra, Dr. Pedro Amorim, Des. Antonio Soares, Prof. Ulisses de Góis, Dr. Luis
da Câmara Cascudo, Dr. Oto Guerra, Dr. Edilson Varela.
Comissão
executiva: Pe. Francisco da Chagas Neves Gurgel, secretário do bispado, Pe.
Eymard L’E. Monteiro, Frei Agatangelo, Cap. Dr. José Ivo, Luis Lopes Varela,
Sr. Cristovão Bezerra, Sr. Leon Josua, Sr. Sandoval Vanderlei, Prof. Acrisio
Freire, Sr. Manoel Andrade, Sr. Pedro Cavalcanti, senhoras e senhorinhas:
Leticia Garcia, Margarida Filgueira, Palmira Vanderlei de França, Clarice
Palma, Noilde Ramalho, Vanda Gurgel, Belita Ferreira, Alice de Góis, Alice
Fernandes, Maria da Glória Navarro, Marta Barreto, Cencinha Miranda, Josefina
Mora Cavalcanti, Elisa Brasil, Maria do Carmo Aguiar, Conceição Morais, Asta
Bandeira de Melo, Maurilia Viveiros, Cecilia de Oliveira, Adelaide Cavalcanti,
Sinhá Oliveira, Sinhazinha Vanderelei, Maria do Carmo Soares, Berta Guilerme,
Vanda Mussi, Alzenir de Oliveira, Zenaide Soares, Umbilina Pinheiro, Bernadete
Cabral, Dulce Sá, Alvanir Navarro, Eli Villar, Maria Augusta de Melo, Maria
Varela, Dorinha Varela e Eunice Duarte.
Comissão
de imprensa e divulgação: Romildo Gurgel, Jaime Vanderlei, Dr. Américo de
Oliveira, Dr. Kerginaldo Cavalcanti, José Nazareno Aguiar.
Comissão
de recepção: os marianos.
Comissão
de organização: A Ordem Terceira de S. Francisco de Assis.
Parte
religiosa
De
27 a 31/01 as 18h30 pregação de frei Damião no pátio da igreja Santo Antonio ao
microfone gentilmente cedido pelo prof. Severino Bezerra, diretor do
Departamento de Educação do Estado.
O1/02
encerramento as 08h00 miss cantada solene em ação de graças, seguindo-se a
benção do novo convento pelo bispo diocesano, acolitado pelos Superiores da
Ordem, e a inauguração da placa pelo escritor Luiz da Câmara Cascudo.
As
19h00, imponente procissão de ramos e velas em que será levada em triunfo pelas
principais ruas da Capital, a venerável e histórica imagem de Santo Antonio,
seguindo-se a benção do SS. Sacramento.
A
música sacra esteve a cargo de um coro formado de sacerdotes missionários
capuchinhos.
Após
o termino dos festejos, as 24h00, ao repique festivo dos sino e a o estrugir
dos foguetes,começará a vigorar a Clausura Papal no Convento Santo Antonio.
Festa
externa
28/01
festas esportivas.
29/01
fita cinematográfica em todos os cinemas da Capital.
30/01
dia da Medalha.
31/01
Teatro.
Festa
do interno do quintal do convento
As
festas no pátio interno do quintal do novo convento (o claustro) começaria a
30/01 até 01/02, e constaria de concurso, telégrafo, correio aero, bar, jogos,
leilão, barracas, exposição de um artístico presépio em tamanho natural.
A banda da F.P abrilhantaria as festas
a começar do dia 27/01, havendo na procissão do 01/02. (A ORDEM, 09/01/1948, p.4).
Conforme vinha sendo amplamente
divulgado, grandes festas assinalariam na capital potiguar a partir de 27 de
janeiro a inauguração solene do novo prédio onde funcionaria o Convento Santo
Antonio e a respectiva Clausura Papal.
De acordo com o jornal A Ordem
numerosa comissão constituída de senhoras, senhorinhas, senhores estava
encarregada de levar a efeito o grande programa das festas, já do conhecimento
público (A ORDEM, 17/01/1948, p.6).
Intensificavam-se os preparativos
para a realização de 21 a 31/01 em Natal a grande festa que assinalaria a
inauguração do novo prédio do Convento Santo Antonio construído pelos frades
capuchinhos com o auxílio do povo potiguar.
O
programa era amplo, constando de várias festividades, tanto religiosa como
recreativas, e a noite em frente a igreja de Santo Antonio, o renomado
missionário franciscano Frei Agatalgelo faria pregações. (A ORDEM,
23/01/1948,p.4).
Foram iniciadas em 27/01/1948 as santas
missões de Frei Damião em Natal e de acordo com o jornal A Ordem compareceu a
igreja de Santo Antonio grande multidão para ouvir a palavra eloquente e cheia
de fé do vibrante pregador, que utilizou um microfone, pois o povo enchia
literalmente todo o pátio externo do templo, ficando o transito interrompido.
Enquanto o missionário se encarregava
da parte religiosa comemorativa da
inauguração do novo Convento Santo Antonio, as diversas comissões percorreram
as ruas da cidade angariando donativos e passando ingressos para a quermesse dos
dia 30, 31/01 e 01/02.
Em 28/01 foi o dia da medalha, onde a
comissão de senhoras e senhorinhas e crianças percorreram as ruas da cidade
colocando medalhas de N. S. das Graças, e m beneficio do Convento.
Em 29/01 conforme entendimento com a
empresa de cinema REX, a renda liquida das sessões cinematográficas naquele dia
seria em beneficio do Convento, o mesmo acontecendo no Cine Alecrim, e no Cine
São Luis (A ORDEM, 28/01/1948, p.4).
Por Fernando de
Oliveira
Vamos assistir, finalmente, à
inauguração do prédio do Convento Santo Antonio de Natal. Um prédio novo e
vistoso, construído com as esmolas do povo, católico e generoso desta terra
boa, católica e generosa.
Para os missionários capuchinhos isso é o mesmo que um belo triunfo. Parece um sonho. Quem diria que eles pudessem ter, algum dia o seu prédio moderno e amplo? Além de todas as vantagens que trouxe a construção do Convento podemos ainda salientar a de ter concorrido para o embelezamento da cidade. Aquele casarão antigo, com as paredes ameaçando ruína, não servia para nada. Veio a vontade franciscana e persistente de Frei Agatangelo e transformou-o num instante, no belo edifício que agora recebe as honras de clausura papal. Depois do dia dois de fevereiro, nenhuma mulher poderá mais cruzar a sala de visitas... e passar adiante.
Igreja e Convento Santo Antonio, década de 1950. |
Este acontecimento passará para a
história de Natal. Há um chamado livro de ouro, uma espécie de coletânea de tudo
o que se publicou a respeito da obra. Este livro ficará no altar da portaria,
guardando em suas páginas a lembrança de uma época de tormenta para os que
meteram ombros a uma empresa de tanta responsabilidade.
Estamos solidários com os trabalhadores
missionários de Francisco de Assis, esforçado batalhadores da boa
causa. Admiramos a tenacidade de sua perseverança e desejamos mais progressos e
mais vitórias para o completo triunfo do nome de Cristo.
E contemplem os que auxiliaram a
obra, a grande realização dos missionários de Natal e vejam o valor da
cooperação. Tantos mil cruzeiros juntos... Provindos de esmolas tão pequenas (A
ORDEM, 29/01/948, p.2).
Sobre a inauguração
O povo católico de Natal viveu,
ontem, um dos seus maiores dias, com as grandes festas de inauguração do novo
Convento de Santo Antonio, construído nesta cidade pelos frades capuchinhos de
São Francisco de Assis.
Não é exagero dizer-se que do inicio
ao fim daquela obra, verdadeiras bênçãos dos céus derramaram-se sobre todos, sem
distinção de classes, que cooperaram para o êxito do notável empreendimento,
pois numa fase difícil por que passava o Estado, foi lançada a ideia da
construção do novo Convento precisamente há um ano e 4 meses, e joje finalmente
o temos erguido junto a histórica igreja de Santo Antonio dos Militares.Com
pequenos recursos, adquiridos graças à generosidade do nosso povo, desde o
tostão do humilde operário até o conto do abastado, foi possível ao dedicado
Frei Agatangelo, levar a bom termo a iniciativa, embora ainda hoje lhe pesem
sobre os ombros pesados encargos para o pagamento total das despesas, mas que
com as graças de Deus ele há de pagar.
As festas de
inauguração
As grandes festas de inauguração no
novo convento foram precedidas de santa missões pregadas em frente a Igreja
pelo renomado e virtuoso missionário capuchinho Frei Damião, comparecendo todos
as noites enorme multidão, de milhares de fiéis vindos de todos os recantos da
cidade.
Ontem as 8 horas, foi cantada a missa
solene da festa, em ação de graças, oficiando o frei Eugenio Nova Cruz, filho
deste Estado, acolitado pelos padres Neves Gurgel, cônego Luis Adolfo e pe.
Eimar L’E. Monteiro, que falou ao Evangelho.Ao coro, fez-se ouvir um conjunto
formado por diversos frades, tendo a Igreja ficado literalmente cheia de
família e cavalheiros, tocando a banda dos Escoteiros do Alecrim.
Em seguida, o bispo D. Marcolino
Dantas, deu a benção da Igreja ao novo
edifício, pronunciando depois, ao pé do altar de Santo Antonio, na entrada do
convento, vibrante alocução, na qual ressaltou o grande significado daquela
solenidade, prestando, sincera homenagem aos dedicados missionários pelos bem
espiritual que vêm fazendo ao povo do Rio Grande do Norte, como do Brasil
inteiro. Falou, depois, declarando inaugurada a placa comemorativa, o escritor
Luis da Câmara Cascudo, cuja oração teve profunda repercussão entre todos os
que ouviram. Falaram ainda, em nome da cidade, o prefeito Silvio Pedroza, e em
nome da Comunidade de São Francisco de Assis, o frei Tomé, que agradeceu a
cooperação das autoridades e do povo
para a realização da obra. Depois o prédio foi franqueado a visita do numerado
público, tendo ao meio dia se realizado um almoço intimo.
A grande procissão
noturna
As festas continuaram a noite, tendo
as 19h00, imponente e impressionante procissão de velas percorrendo as
principais ruas da cidade, que ficaram com seu aspecto transformado, dada o
clarão das lanternas, e as vozes de milhares e milhares de fiéis entoando hinos
de louvor à SS Virgem Maria e ao glorioso Santo Antonio, patrono do Convento,
cuja imagem, em artístico andor, era levado aos ombros de militares. Dentre aos
fiéis, viam-se autoridades civis, militares e eclesiásticas, notando-se a
presença do governador José Varela, acompanhado do seu ajudante de ordens e
auxiliares.
Ao chegar ao Convento, falaram à
multidão Frei Damião, Frei Agatangelo, Frei Tomé, além de Frei Fernando e Frei
Eugenio, que serviram de locutores e dirigiram os cânticos. A multidão vivou,
entusiasmada, o bispo, o clero, os católicos de Natal e do Rio Grande do Norte,
as autoridades Frei Damião Frei Agatangelo, e aos demais capuchinhos, tocando
as bandas de música da Policia Militar e do exercito, enquanto espocavam
foguetes.
A quermesse em favor do
convento
Desde o dia 30/01 vinha funcionando
no pátio interno do Convento, animada quermesse, organizada por numerosas
senhoras e senhorinhas da sociedade natalense, que apresentaram perfeito
serviço de bar e restaurante, barracas de prendas, leilões, surpresas, tudo em
beneficio da construção. Também muito concorreu para o êxito da quermesse o
artístico Presépio, de autoria do nosso conterrâneo Manoel Andrade, que
apresentou as figuras daquele histórico quadre em tamanho natural.
As 23h30 o jornalista Nazareno Aguiar, nosso companheiro de redação dirigiu uma saudação ao público presente agradecendo, em nome da comissão promotora da festividade, a cooperação das senhoras, senhorinhas e rapazes que auxiliaram na quermesse, bem como as autoridades militares, as firmas comerciais, aos representantes do Melhoral, cujo carro com alto falante, muito contribuiu para a animação da festa. E a meia-noite, ao repicar dos sinos e debaixo do espoucar de foguetes, terminava a festa de inauguração do novo Convento, que passou a ser a Clausura Papal, destinada à formação de novos missionários de Nosso Senhor Jesus Cristo.
No concurso para a escolha da rainha
da festa foram classificadas em 1º, 2º e 3º lugares, respectivamente, as
senhorinhas Consuelo Pinto, Maria Augusta Severo e Ione Campos, que receberam
prêmios das mãos das senhoras que constituíam a comissão julgadora.
Durante as festas estiveram presentes
os seguinte frades capuchinhos, além de vários sacerdotes do Estado: Frei
André, Provincial no norte do país, Frei Damião, Frei Agatangelo, Frei
Cipriano, o iniciador e organizador do Convento de Santo Antonio, que aqui
chegou em 1938, Frei Bernardino, Frei Tito, Frei Fernando, Frei Eduardo, Frei
Jorge, Frei Eugenio Nova Cruz, Frei Tomé e Frei José.
O Cine Alecrim
O cine Alecrim exibiria em 02/02/1948
a sessão cinematográfica daquela noite com a renda destinada ao Convento, por
gentileza do Sr. Cristovam Bezerra, proprietário do cinema. Seria exibido o
filme Cleópatra.Esperava-se que um grande número de público comparecesse naquele
dia para ajudar a pagar os últimos compromissos e grande obra recém construída
(A ORDEM,02/02/1948,p.4).
Na
simplicidade do ato de que se revestiu a benção inaugural do convento Santo
Antonio dos Militares, dada pelo bispo diocesano D. Marcolino Dantas, o povo de
Natal viu patentando o valor moral e espiritual desses apóstolos insignes que
são os capuchinhos da Custódia de Pernambuco.
A cerimônia de domingo, unida aos festejos realizados no
pátio interno do mesmo convento, deixaram nos presentes um misto de alegria e
saudade da convivência daqueles frades que algumas horas mais iam ficar sob a
clausura papal. E ao repicar festivo dos sinos e do espocar dos foguetes
encerrou-se o grande sonho dos franciscanos que sem o auxilio do Sr. bispo,
permaneceria no impossível.
Ele soube sentir bem as necessidades daqueles missionários
pobres que aqui vieram com o fim de beneficiar a gente da terra potiguar.
A história singela dos capuchinhos remonta de muitos
anos.Ainda ouvimos como em todos contos de fadas contadas por nossos
antepassados à vinda em nossa terra dos pioneiros do catolicismo, Frei Serafim,
Frei Caetano e tantos outros que aqui se instalaram deixaram impressas nas
paredes enegrecidas dos templos o engenho de sua arte construtora e o espírito
religioso, marco inquebrantável da fé cristã do Brasil.
O edifício que ora vemos inaugurado é a expressão máxima do
trabalho desses benfeitores da humanidade.
Frei Agatangelo coube a glória de ser o dirigente dessa obra
de arte que é o convento Santo Antonio, o qual se ergue como um forte na
conquista de novas gerações.Outrora dele saíram nomes dignos, verdadeiras
capacidades, que na vida prática souberam honrar com a sua inteligência e
honradez o velho colégio e mestres.
Estávamos em 1937, quando frei Damião surge ao lado de Frei
Cipriano e outros nas suas pregações.
Pelos sertões longínquos do Rio Grande do Norte ecoam os
sons harmoniosos do “vinde pais e vinde mães” cantado pelo povo que contrito
escutava a palavra do pregador querido.
Esse eco chegou até nós e em breve ei-o bem perto implantado
com sua fé a seu exemplo, o marco glorioso da religião cristã.
Frei Cipriano um dos iniciadores da “Ordem Terceira” esteve
presente aos festejos, compartilhando com todos a alegria e o desejo que sempre
acalentou na função de um convento que o futuro viesse completar o trabalho dos
missionários.
Faltaram os outros. Um Frei Bento, que a morte o levou tão cedo, e os outros, Antonio e Roberto, que as responsabilidades do trabalho não lhes deram tempo para assistir a maravilhosa festa, que apesar da simplicidade, não deixou de ter inúmeras concorrência.
Que o pai dos pobrezinhos lá do céu, nesse dia haja derramado
a flux as graças não aos seus devotos, porém a todos que de boa vontade
concorreram com o seu generoso óbolo. E aos jovens a nele serem educados, para
em breve vestirem as vestes sacerdotais, as luzes da sabedoria evangélica e da
verdadeira caridade do pai São Francisco de Assis, a fim de caminharem seguros
na santidade que espiram. 01/02/1948. (DIÁRIO DE NATAL, 11/02/1948, p.3).
Segundo Fernando de
Oliveira
Finalmente o Convento de Santo
Antonio foi inaugurado. Todo mundo em Natal assistiu ao imponente espetáculo
religioso, quando uma grande multidão de fiéis acorreu a pátio do garboso
edifício para ouvir a palavra quente e cheia de convicções de Frei Damião. Hoje
estamos cantando as aleluias do triunfo, enquanto o velho casarão de outrora
apenas perdura na memória dos que o conheceram.
Sem falar na primeira família que
aqui chegou em 1936 para ocupar o prédio do antigo Colégio Marista, constando
de Frei Agatangelo, atual guardião, Frei Bento e Frei Damião, não poderíamos
esquecer a figura simpática de santo e de asceto do Revmo. Frei Cipriano, atual
superior do Convento da Penha, de Recife. Quem não conhece o Frei Cipriano em
Natal? Aqui derramou ele alguns anos dedicados de sua vida. Foi ele o primeiro
capuchinho que aqui chegou. Foi ele quem recebeu as chaves do prédio que futuramente
iria transformar-se no moderno convento dos nossos dias. Foi ainda o Frei
Cipriano quem deu inicio as missões em nossa terra, muito merecendo =,
portanto, no dia de hoje uma referencia destacada. Justamente no dia da
inauguração do novo prédio, fez 10 anos que aquele fiel discípulo de Francisco
de Assis havia pisado o colo da nossa encantadora Natal.
Revolvendo as páginas do Livro de
Ouro, qualquer um poderá encontrar lá a referencia dos trabalhos de Frei
Cipriano, o missionário que deixou o nome escrito na lembrança de tantos fiéis
admiradores potiguares.
Ao lado de Frei bento, Frei Damião e
Frei Agatangelo, este último, o realizador da imponente obra. Frei Cipriano
forma a coroa dos missionários de Natal, agora aumentada coma presença de
tantos outros filhos capuchinhos, como Frei Fernando de exemplares virtudes.
Trazendo para o jornal o nome de Frei
Cipriano não fiz mais do que cumprir um dever de gratidão para com aquele que
tanto tempo viveu no nosso meio, amando a nossa gente (A ORDEM, 06/02/1948,p.2).
Nenhum comentário:
Postar um comentário