terça-feira, 14 de novembro de 2017

INTENDENTES E PREFEITOS DE TAIPU



   Com a proclamação da república, os municípios passaram a serem administrados pelo presidente da intendência municipal (atual câmara de vereadores). Como ocorre sempre que um município é criado, o primeiro prefeito é nomeado pelo governador. Os mandatos dos intendentes eram de 3 anos.
1º- Candido Marcolino Monteiro, nomeado. 1891 a 1893.
2º- Vicente Rodrigues da Câmara. Eleito em 15/11/1895. De 1893 a 1895.
3º- Vicente Rodrigues da Câmara. De 1896 a 1898.
4º- Vicente Rodrigues da Câmara. De 1899 a 1902.
5º- Manuel Eugênio de Andrade. Eleito em 03/11/1901. De 1902 a 1904.
6º Manuel Eugênio de Andrade. De 1905 a 1907.
7º-Manuel Eugênio de Andrade. De 1908 a 1910.
8º-Manuel Eugênio de Andrade [1]. De 1911 a 1913.
9º-José Soares da Silva. De 1914 a 1916.
10º- Rosendo Ferreira de Miranda. De 1917 a 1919.
11º- Rosendo Ferreira de Miranda. De 1920 a 1922.
12º- Rosendo Ferreira de Miranda. De 1923 a 1925.
13º-João Severiano da Câmara. De 1926 a 1928.
     Com a criação do cargo de prefeito em 1928, ocorreram as primeiras eleições municipais. No Brasil, a figura do intendente existiu até 1930, quando surgiu a figura do prefeito como hoje a conhecemos. Porém, com a Revolução de 1930, os governadores estaduais foram substituídos por interventores, que passaram a nomear os prefeitos municipais. Em 1934, com a promulgação de uma nova constituição, as eleições municipais voltaram a ocorrer. No entanto, com o Estado Novo, os prefeitos voltaram a ser nomeados pelos interventores estaduais, situação que prevaleceu até 1946
14º- Rosendo Leite da Fonseca. De fevereiro de 1931 a janeiro de 1934.
15º-Rosendo Leite da Fonseca. De novembro de 1935 a maio de 1938.
16º- Rosendo Leite da Fonseca. De setembro de 1938 a 30 de outubro de 1942.
17º- João Eustáquio de Castro. De 16 de julho de 1943 a 10 de outubro de 1945.
18º-Luís Gomes da Costa -nomeado. Nomeado em novembro de 1945. Pro tempore.
19º-Homero de Oliveira Dantas. Nomeado em 13/11/1945.
20º- Luís Gomes da Costa -nomeado em 20/02/ 1946 a 10/08/1947.
21º-Sinézio Ferreira da Cruz. Nomeado em 12/09/1947 até março de 1947.
22º-Sandoval Ribeiro Dantas. Nomeado em 31 de março de 1948.
23º-Luís Gomes da Costa. Eleito. De 1948 a 1952.
24º-Tamires Miranda. Eleito. De 30/03/1953 a 31/03/1958.
25º-Sinézio Ferreira da Cruz. Eleito. De 31/03/1958 a 01/01/1962.
26º-Wellington José Varela da Costa. Eleito. De 04/04/1963 a 04/04/1964.Afastado pro tempore.
27º-Ariovaldo Bandeira. De 17/05/1964 a 13/07/1964.Interino.
28º-Welington José Varela da Costa. 26/07/1964 a 12/05/1966.Reassume sub judice.Em 1966 é afastado pela terceira vez.
29º-Welington José Varela da Costa. De março de 1967 a 31/01/1968.
30º-Geraldo Lins de Oliveira. De 1969 a 1973.
31º-Amâncio Soares da Silva. 1974 a 1977.
32º-Geraldo Lins de Oliveira. De 1978 a 1979.Afastado por motivo de saúde.
33º- Walter Soares de Miranda. De 1979 a 1980. Interino.
34º-Emanoel Romeiro Cavalcante. 1981-1983.
35º-Aluízio Viana de Miranda. De 31/01/1984 a 31/12/1988.
36º-Osvaldo Ferreira da Cruz. De 01/01/1989 a 31/12/1993.
37º-Aluízio Viana de Miranda. De 01/01/1993 a 31/12/1996.
38º-Francisco Marcelo Cavalcante de Queiroz. De 01/12/1997 a 31/12/2001.
40º- Francisco Marcelo Cavalcante de Queiroz. Reeleito. De 01/01/2002 a 31/12/2004.
41º-Sebastião Ambrósio de Melo. De 01/01/2005 a 31/12/2008.
42º-Sebastião Ambrósio de Melo. Reeleito. De 01/01/2009 a 31/12/2012. 
43º-Ariosvaldo Bandeira Junior. De 01/01/2013      a 31/12/2016.
44º-Sebastião Ambrósio de Melo. De 01/01/2017 a 31/12/2019.Atual.
      Excetuando-se os nomes que se repetem são 27 prefeitos. Nenhuma mulher figura na lista.

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Fonte:
Mensagens do Governador do Rio Grande do Norte para Assembleia, Relatórios dos presidentes dos estados brasileiros-Rio Grande do Norte. Almanaque Administrativo, industrial, comercial do Rio de Janeiro, jornal a Ordem, Diário de Natal, o Poti, A República.




[1] O nome se repete pois entre os eleitos para a intendência se escolhia entre eles o presidente, por várias vezes Manuel Eugênio foi eleito presidente.

ÁGUA PARA LAJES-RN NOS TRENS DA RFFSA


         A partir de 01/06/ 1983 a RFFSA iniciou o transporte de água em trens para a cidade de Lajes na região central do estado. Os vagões-tanques teria capacidade de transportar até 600 mil litros de água por dia com captação na lagoa de Extremoz. O transporte de agua por trem para Lajes foi fruto de um convenio entre a RFFSA e a Sudene, esta última responsável pelo pagamento do frete do transporte dos trens. A estação de Lajes seria transformada num central de distribuição de água.
      Era a primeira vez que a RFFSA era acionada para atender a situação de emergência em consequência da falta de agua na região de Lajes. O serviço de transporte de água para Lajes estava previsto para durar um ano. Além de Lajes a água também seria transportada para Pedro Avelino, Pedra Preta, Angicos e Caiçara do Rio do Vento que passavam pela mesma situação de emergência (DIÁRIO DE NATAL, 24/05/1983, p.1 ).
        Os transportes de água pelos trens seriam realizados em 3 viagens diárias em trem composto por 10 vagões-tanques num percurso de 130 km. Os trens levariam 200 mil litros de água perfazendo um total de 600 mil litros diariamente.

        A água captada na lagoa de Extremoz era bombeada para uma caixa d’água e depois repassada para os vagões-tanques. Em Lajes seria descarregada num tanque submerso de onde os carros pipas seriam abastecidos para fazer a distribuição gratuitamente a população.

IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE TRENS URBANOS DE NATAL


        A implantação do sistema de trens urbanos foi um projeto discutido desde meados da década de 1970, mas que somente foi implantado em 1981 quando chegou a Natal os primeiros vagões para testes do sistema que interligaria a capital potiguar ao município de Extremoz.
    Pelo projeto o trem urbano de Natal funcionaria com 6 vagões com capacidade para 300 passageiros cada e duas locomotivas, teria 4 paradas ao longo dos 22 km de percurso. Foram previstas 6 viagens diárias nos horários de maior afluência de passageiros. A proposta era beneficiar operários, industriais, comerciante e estudantes. A passagem foi fixada em 6 cruzeiros, mesmo preço dos trens urbanos em Recife. Na realidade foram adquiridos 8 vagões para poder permitir o rodizio a manutenção preventiva. Os vagões da marca pidner, são especialmente projetados para transporte de passageiros em massa, com bancos laterais fabricados em fibra de vidro tinha acesso por meio de 6 portas laterais que abriam automaticamente e ligação sanfonada entre vagões. As locomotivas eram da marca Alco-Diesel elétrica, prefixos 900 HP.
       Seria esse o primeiro trem de superfície de Natal com investimentos feitos pela RFFSA, a prefeitura de Natal coube fazer desapropriações, acessos a estações e serviços de drenagens. A RFFSA coube reconstruir a linha, as estações e realizar obras de contenções de drenagens ao longo da via. O projeto foi orçado em Cr$ 70 milhões.
    O projeto previa ainda estações intermediarias localizadas no Alecrim, próximo a base naval, na Av. Assis Brasil, nas Quintas e mais duas localizadas após a ponte de Igapó. As estações de Natal e Extremoz foram recuperadas para atender ao novo sistema. O preço da passagem foi refixada em Cr$ 12,00.

Viagem experimental
     Uma viagem experimental dos trens urbanos entre Natal e Extremoz ocorreu em 06/10/1981 com a presença do presidente da RFFSA, o prefeito de Natal, José Agripino, convidados e a imprensa. A viagem teve início as 9h30 saindo da estação da Ribeira.

A inauguração
     Marcada para ocorrer em dezembro 1981 a inauguração do sistema de trens urbanos de Natal só ocorreu em 16/01/1982.Foguetões, bandeiras brancas e muitos discursos marcaram a inauguração da ligação entre Natal e Extremoz por trens urbanos. 
      As 11h450 o ministro dos transportes Eliseu Resende cortou a fita simbólica no largo da estação da Guarita, no Alecrim onde estavam presente cerca de duas mil pessoas. Estavam presentes ainda o governador Lavoisier Maia e o prefeito de Natal José Agripino e o presidente da RFFSA Aloysio Weber. Uma multidão se formou na estação de Extremoz. No dia seguinte os trens começariam a circular normalmente com cinco viagens diárias em ambos os sentidos, Natal-Extremoz, Extremoz-Natal.
     O trem inaugural fez o percurso entre os dois municípios em 50 minutos e transportou cerca de mil pessoas entre convidados e autoridades. A frente das locomotivas foram postas duas bandeiras, a do Brasil e a do município de Natal e bandeiras brancas se espalhavam pelo percurso do trem. A RFFSA distribuiu grudes e raivinhas aos passageiros que estavam nos vagões do trem inaugural.

Expansão para Ceará-Mirim
     Em 07/05/1982 foi realizada uma viagem de inspeção até Ceará—Mirim para examinar o local das futuras instalações das paradas dos trens urbanos entre Extremoz e Ceará-Mirim. Uma viagem experimental foi realizada em 23/10/1982 com a presença do então governador Lavoisier Maia e diversas autoridades. 
     O trecho entre Natal e Ceará-Mirim tem uma extensão de 47 km, já o trecho percorrido nessa viagem experimental foi de 10 km. Foram realizadas melhorias na via férrea como substituição de dormentes de madeira pelos de concreto, além de construir uma estação de passageiros em Massnagana. A viagem foi realizada em 1 hora, saindo as 11h10 da estação central da Ribeira.

Inauguração
     A inauguração do trecho dos trens urbanos entre Extremoz e Ceará-Mirim ocorreu em 09/10/1982 as 09h00 e contou com a presença do ministro dos transportes Cloradino Severo, governador Lavoisier Maia entre outras autoridades. Na ocasião foram inauguradas as estações de Igapó, Nova Natal, conjunto da Marinha em Extremoz (Estrela do Mar) e Massangana em Ceará-Mirim.
      A plataforma da estação central da Ribeira ficou superlotada de pessoas que aguardavam o embarque no trem até Ceará-Mirim.
    Prevista para se iniciar as 15h00, mas em virtude do grande número de pessoas os portões foram abertos as 16h30, houve confusão nos portões de acesso as plataformas, a multidão invadiu as plataformas quando foram autorizadas a abertura, criando-se quase um estado de pânico, com pessoas sendo até pisoteadas. 
    Dezenas de sapatos e sandálias ficaram espalhados pelo chão ao lado das plataformas da estação. Ao estacionar o trem com os 5 vagões foi imediatamente lotado pelas pessoas. Cerca de 2.000 pessoas não conseguiram embarcar para viagem inaugural do trem urbano entre Natal e Ceará-Mirim.

A linha sul Natal-Parnamirim
       As obras da linha sul entre Natal e Parnamirim do sistema de trens urbanos se iniciaram em julho de 1984.As obras consistiam no alargamento da via férrea para poder permitir a circulação dos trens. Em 1985 foi realizada uma solenidade no Palácio Potengi em que o governador José Agripino garantiria a execução da obra de construção da linha sul dos trens urbanos até Parnamirim.
      A partir desse ano o sistema já estava sendo gerenciado pela CBTU- Companhia Brasileira de Trens Urbanos.

Inauguração
     A inauguração da linha sul da CBTU entre Natal e Parnamirim ocorreu em 01/11/1986 as 17h00 com uma viagem especial em que estiveram presentes o governador do estado Radir Pereira, o presidente da RFFSA Ozires Guimarães, o presidente da CBTU Américo Maia, entre outras autoridades. 
     A viagem inaugural saiu da estação central da Ribeira as 17h00, passando pela segunda estação do percurso na avenida Bernardo Vieira, passando pelas estações da Cidade da Esperança, Promorar, Cidade Satélite até chegar a Parnamirim, a época chamada Eduardo Gomes, onde seria ali inaugurada a estação terminal da linha sul.
     O projeto da linha sul foi encaminhado pelo governo do estado em fevereiro de 1984, mas somente dois anos depois a linha foi inaugurada, tendo sido as obras iniciadas em janeiro de 1986.A projeção era de atender inicialmente cerca de 15 mil pessoas por dia com a nova linha com previsão de 30 mil no primeiro semestre de 1987.O percurso seria realizado em 30 minutos.


Fonte: Diário de Natal, 1981, p.12, Diário de Natal, 07/10/1981, p.5; O Poti, 17/01/1982, p.1; Diário de Natal, 10/11/1982, p.3; Diário de Natal, 01/11/1986, p.7.


Inauguração do sistema de trens urbanos entre Natal e Ceará-Mirim.

Pessoas na estação da Ribeira em Natal aguardando o embarque para a inauguração dos trens urbanos entre Natal e Ceará-Mirim.

Primeiro vagão pidner para testes dos trens urbanos de Natal.

Viagem inaugural do trem urbano entre Natal e Extremoz.

Inauguração do trem urbano entre Natal e Exxtremoz.

População aguardando o trem urbano em Natal.

domingo, 12 de novembro de 2017

INAUGURAÇÃO DO TRECHO AFONSO BEZERRA- MACAU DA RFFSA


     O departamento nacional de estradas de ferro do nordeste marcou para o dia 23/04/1962 a inauguração do trecho entre Afonso Bezerra e Macau compreendidos numa extensão de 51,360 km. O trecho seria incorporado a RFN tendo sido construído pelo 1º batalhão de engenharia e construção do exército.   O trecho teria a finalidade de servir ao escoamento dos produtos daquela região. Antes da inauguração seria realizada uma viagem de inspeção desse trecho. O engenheiro Waldo Sette, delegado regional da RFN foi encarregado para receber o trecho em nome do Estado.
     O ramal foi autorizado pelo decreto Nº 11.235 de outubro de 1914, o inicio da construção ocorreu em 1916, após várias interrupções nos trabalhos, foram retomados no ano de 1956 por meio de um convenio com do Ministério da Guerra e Viação, tendo sido a obra delegada ao 1º Grupamento de engenharia em junho daquele ano. As obras foram iniciadas em julho e entregue 4 anos depois dentro dos limitados recursos que eram destinados pela União.
         A finalidade do ramal era prolongar a Rede Ferroviária Federal S.A até o importante porto salineiro de Macau e integrando-o a Rede Ferroviária do Nordeste. Macau era considerado de grande importância para economia do Rio Grande do Norte.
        Nesse trecho haviam as estações de Afonso Bezerra, Soldado Alberino, Monsenhor Honório e Macau. O ramal porem se inicia em Lajes, passando por Pedro Avelino.

Sobre a inauguração da estação de Afonso Bezerra
       A comitiva saiu da estação da Ribeira da EFSC em direção a cidade de Afonso Bezerra para ali proceder as solenidades de inauguração do trecho entre Afonso Bezerra e Macau.
         As 10h25 a comitiva chegou a cidade de Afonso Bezerra, sendo recebido com grande manifestação de entusiasmo pela população e autoridade municipais. A banda municipal executou marchas cívicas à chegada da comitiva. O dr. Almir Braga cortou a fita simbólica encerrando as solenidades de inauguração do trecho.

Sobre a inauguração de Macau
      As 12h50 Macau se delineou no horizonte com suas pirâmides brancas de sal, enchendo os olhos os olhos e os corações de todos os viajantes do trem inaugural.Na estação verdadeira multidão aguardava a composição ovacionando-a delirantemente. Falou em nome do povo macauense, o industrial João Fernandes de Melo, que em discurso disse que aquele era a concretização de uma das mais justas aspirações do povo de Macau, em seguida o Tenente coronel Auriz coelho agradeceu emocionado a todos que colaboraram com o Batalhão de engenharia para a execução daquela obra.
        O vice-governador José Varela foi convidado a cortar a fita simbólica finalizando a solenidade de inauguração da estação de Macau. As 14h houve um almoço comemorativo realizado no ginásio municipal oferecido pela prefeitura e pelo povo macauense a comitiva.A comitiva retornou a Natal as 19h.




Fonte: O Poti, 1962, p. 8. Diário de Natal, 29/08/1960, p. 6 e 8.